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sábado, 14 de novembro de 2020

Primeira etapa, recessão vencida – O Estado de S. Paulo

Opinião

Banco Central confirma o fim da recessão, mas cenário de 2021 continua obscuro.

O Brasil saiu da recessão e a atividade cresceu 9,47% do segundo para o terceiro trimestre, segundo o Banco Central (BC). Esse crescimento foi insuficiente, no entanto, para anular a queda trimestral no período abril-junho (cerca de 10,1%). Com avanço de 1,29% em setembro, a economia completou cinco meses de recuperação, mas sem voltar ao nível de fevereiro, anterior aos grandes danos causados pela pandemia. Já apontado por números da indústria, dos serviços e do varejo, o cenário de retomada geral fica mais claro com a nova edição do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br). Esse indicador, um sinalizador de tendência, é também conhecido como prévia do PIB, o Produto Interno Bruto.

O PIB do terceiro trimestre será informado em 3 de dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Será possível, então, saber com maior precisão como evoluíram as atividades produtivas, o consumo, o investimento em máquinas, equipamentos e obras, as trocas externas e as ações do setor público. Mas já se pode ter uma boa ideia do desempenho econômico recente e sondar o cenário provável neste fim de ano.

A forte retomada inicial e a perda gradual de impulso, depois de junho, são bem retratadas na série do IBC-Br. Em maio o indicador subiu 1,67%. Em junho, 5,38%. A partir daí as taxas mensais declinaram até atingir 1,29% em setembro. [não ficaram negativas, nem zeraram, permaneceram positivas, reduzindo apenas o ritmo - afinal o Brasil atravessou uma pandemia =  com mais de 150.000 mortes = ou quando é para criticar,  aceitam classificar a pandemia como uma gripezinha?] Movimento semelhante foi visto nos dados setoriais publicados mensalmente pelo IBGE.

Depois de forte reação inicial, indústria e varejo passaram a avançar mais lentamente, numa trajetória descrita como acomodação normal por técnicos da instituição. No caso dos serviços, a recuperação, iniciada só em junho, teve evolução diferente, mas também com sensível desaceleração em setembro.

Os números de outubro a dezembro devem mostrar sinais positivos próprios dessa época. Já se percebe um aumento sazonal do emprego, normalmente revertido em janeiro. Tem sido rotineira a preservação, no começo de cada ano, de uma pequena fração dos empregos criados na fase de expansão temporária. Mas é difícil dizer se isso ocorrerá no começo de 2021. Quando as vendas são boas na época de festas, há em seguida um movimento normal de recomposição de estoques. Isso atenua a redução de empregos, mas o cenário depois dos foguetes de fim de ano parece especialmente nebuloso.

Com a redução do auxílio emergencial, o poder de consumo de dezenas de milhões de famílias fica severamente diminuído nos meses finais de 2020. Quem continua empregado pode contar com o 13.º salário para reforçar, embora modestamente, sua capacidade de compra. Segundo alguns analistas, a poupança realizada na fase de isolamento por famílias de renda média e renda média alta poderá ser gasta, pelo menos em parte, neste fim de ano. Outra parte do dinheiro poderá voltar ao mercado em 2021.

Mas a disposição de gastar pode ser afetada pelas expectativas de emprego e de renda. Em outubro caiu, depois de cinco meses de alta, o Índice de Confiança do Consumidor medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O consumidor de menor renda se manteve como o menos confiante, mas houve retrocesso em todos os níveis econômicos. Pioraram as expectativas em relação às finanças familiares e voltou a recuar a intenção de compra de bens duráveis. A insegurança sobre a evolução da pandemia foi apontada como um dos fatores de inquietação.

Outra pesquisa mensal da FGV mostrou elevação do Indicador de Incerteza da Economia. Essa piora apareceu na prévia do índice de novembro, depois de seis meses de evolução favorável. A mudança, nesse caso, reflete a combinação de vários fatores, com destaque para as dúvidas sobre as contas públicas neste ano e no próximo e sobre os efeitos econômicos de uma nova onda de covid-19. O risco de uma segunda onda também no Brasil agrava as preocupações sobre o futuro, ainda muito indefinido, das finanças governamentais. A contenção do vírus é tão incerta, hoje, quanto o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.

Opinião - O Estado de S. Paulo