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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Onde está o racismo?




DF registra 2 casos de preconceito contra mulheres negras na web em 15 dias
A Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF (Semidh) informou que acompanha e investiga não só os casos que ganharam repercussão, e que vai à Justiça quando identificar os culpados

Comportamentos conservadoristas, unidos à sensação de anonimato que as redes sociais na internet proporcionam, estão fazendo aumentar os casos de racismo e injúria racial no Distrito Federal (DF), de acordo com a secretária de Igualdade Racial do DF, Vera Araújo, e de uma das vítimas do crime Raíssa Gomes. Em quinze dias, pelo menos dois casos semelhantes de preconceito contra mulheres negras foram registrados.

Na segunda-feira (11), a jornalista Raíssa Gomes denunciou à Polícia Civil que teve uma foto dela copiada no Facebook e divulgada por outro usuário em um grupo de compra e venda de objetos. A imagem, de quando estava grávida, trazia uma legenda incentivando o aborto: "Vende-se um bebê por R$ 50”.

“Registrei boletim de ocorrência, o post já foi retirado do ar, assim como o perfil da pessoa que postou, e estou vendo com advogado o que pode ser feito”, disse. A Polícia Civil está investigando o caso. “Nós, mulheres negras, somos preferencialmente vítimas desse tipo de caso. Além disso, é um caso machista, e que coloca a minha vida em risco. A minha imagem está sendo usada em um anúncio falso, que pode fazer com que pessoas acreditem nisso.”
[onde está o racismo no caso da Raissa? 
  
Uma análise franca e isenta mostra que o “caso Raissa” foi uma brincadeira feita por alguém atitude que pode ser considerada de péssimo gosto, mas nunca racista ou criminosa -  que, provavelmente,  conhecia a jornalista e teve a ideia de postar uma foto da jornalista com uma mensagem desagradável. 

Lendo a matéria de hoje do Correio podemos ser induzidos a considerar a origem da questão ser racista.

 Mas, lendo a primeira matéria, Correio Braziliense de ontem  -

Fica fácil perceber que tudo foi uma brincadeira de mau gosto, especialmente pelo risco de algum desavisado pensar ser anúncio da ‘venda de uma criança’.  A própria reportagem informa que a Policia Civil deve caracterizar o  caso como crime virtual.

De tudo se conclui que houve a união da má idéia do autor da piada indigesta, com a tendência da Raissa a se vitimizar e dar conotação racista a uma brincadeira infeliz, tudo somado a um desejo exagerado da mesma em aparecer = que transformou uma notícia de um fato em que não há, nem houve, indícios de racismo,  transformado  em uma verdadeira agressão motivada por questões raciais.

Quanto ao outro caso –
 

o da jornalista Cristiane Damacena que postou uma foto e recebeu comentários desagradáveis, que podem caracterizar injúria racial -   é mais resultado do risco que corre qualquer pessoa quando decide postar uma foto em rede social se expondo.

A Raissa concluiu, sem elementos de apoio, que foi vítima de racismo; já a Cristiana Damacena, jornalista, sofreu agressões verbais, apresentadas sobre a forma de comentários negativos em função de sua cor e que pode caracterizar injúria racial.]

Mesmo diante do pedido do pai, a Polícia Civil deve caracterizar o caso como crime virtual. A ocorrência só será analisada pelo delegado nesta terça-feira (12/5). 

Na semana passada, outro caso, também envolvendo uma jornalista negra repercutiu no DF. A mulher, que não está falando com a imprensa, postou uma foto dela no perfil do Facebook e foi alvo de comentários ofensivos devido a cor da pele. Ela registrou ocorrência na polícia. “A sociedade acredita muito no anonimato da internet e na possibilidade de fazer o que quiser e não ser visto, o que potencializa isso”, destacou Raíssa.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF (Semidh) informou que acompanha e investiga não só os casos que ganharam repercussão, e que vai à Justiça quando identificar os culpados.

“Há um inconformismo de alguns com presença dos negros em ambientes antes predominantemente brancos. Para nós, que atuamos no âmbito da secretaria e participamos do movimento negro, é muito sintomático: na mediada que vão consolidando alguns avanços da população negra, com mais espaço e visibilidade social, as reações ocorrem de forma sistemática e significava”, disse a secretária de Igualdade Racial do DF, Vera Araújo.

Fonte: Correio Braziliense