Sabatina é resposta à repercussão negativa da
participação do deputado no 'Roda Viva'
Após a
participação no "Roda Viva", da TV Cultura, o pré-candidato Jair
Bolsonaro (PSL) vai participar, nesta quinta-feira, do seu próprio programa
de entrevistas. Em vez de jornalistas, ele será sabatinado por influenciadores
digitais escolhidos por sua equipe e que apoiam sua campanha. O economista Paulo
Guedes, responsável pelo programa de governo na área econômica, estará ao
lado do presidenciável para ajudá-lo a responder as questões.
Batizada
de "Brasil Entrevista", a sabatina terá transmissão nesta
quinta-feira, entre 22h15 e meia-noite, pelo Youtube. No mesmo período,
Bolsonaro havia confirmado presença na "Central das Eleições", da
GloboNews, que vai ao ar entre 22h30 e 0h30. Entretanto, na quarta-feira o
deputado federal alegou que havia assumido compromissos anteriores e não
poderia participar. Geraldo Alckmin, pré-candidato pelo PSDB, aceitou antecipar
em um dia sua participação na sabatina. Bolsonaro comparecerá ao programa da GloboNews,
portanto, na sexta-feira.
A
justificativa da equipe de Bolsonaro para criação da própria sabatina é que o
formato de entrevistas, como o do Roda Viva, é um "desserviço para quem
quer conhecer melhor" o presidenciável. A proposta é que em seu próprio
programa ele tenha espaço para falar sobre seu plano de governo.
Ao todo
serão 17 entrevistadores: três presencialmente e outros 14 pela internet. Estão
confirmados Allan dos Santos, Bernardo P. Kuster e Flávio Morgenstern, todos
identificados como influenciadores digitais de extrema-direita que ganham
notoriedade à medida que lançam polêmicas na rede. Morgenstern, por exemplo, é
processado pelo cantor e compositor Caetano Veloso após ter sido identificado
como o autor e disseminador da hashtag #caetanopedofilo.
Na entrevista ao “Roda Viva”, exibido na última segunda-feira, Bolsonaro esteve entre os principais assuntos comentados no Twitter. Embora a campanha tenha comemorado a repercussão, uma análise de publicações nas redes sociais durante a entrevista de Bolsonaro mostra que a maior parte das menções foi negativa.
Na entrevista ao “Roda Viva”, exibido na última segunda-feira, Bolsonaro esteve entre os principais assuntos comentados no Twitter. Embora a campanha tenha comemorado a repercussão, uma análise de publicações nas redes sociais durante a entrevista de Bolsonaro mostra que a maior parte das menções foi negativa.
Segundo
levantamento feito pelo centro de pesquisas InternetLab, em publicações no
Twitter, 35,1% das manifestações foram contra o pré-candidato, enquanto 32,8%
foram a favor. Há ainda 28,6% menções ao militar que não se relacionam com
nenhum dos dois polos. Ao
analisar apenas os tuítes contrários a Bolsonaro, os pesquisadores encontraram
repetições das palavras "cota" e "escravidão", o que indica
que as declarações de Bolsonaro sobre esses temam foram as que mais
repercutiram.