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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Argentina eleva dólar oficial em 22%, trava câmbio e sobe juros, após vitória da extrema direita nas primárias - O Globo

Um dia após as urnas mostrarem vitória inesperada do candidato de extrema direita, Javier Milei, nas prévias das eleições argentinas, o Banco Central (BC) do país decidiu elevar em 22% o dólar oficial, que passa a valer 350 pesos. Segundo fontes do La Nación, o governo vai travar o câmbio até as eleições de outubro. Em paralelo, o BC elevou a taxa básica de juros em 21 pontos, para 118% ao ano, o mais alto patamar em 20 anos.[elevar os juros é o único caminho eficaz e o menos demorado para conter a inflação.]

A Argentina, que atravessa uma forte crise, tem várias cotações de dólar. No mercado paralelo, o mais conhecido é o chamado dólar blue, que chegou a 680 pesos nesta manhã. A expectativa é que a desvalorização do dólar oficial afete as demais cotações.

Após anúncio do BC argentino, o dólar turista estava cotado a 731 pesos por volta de 11h30 (horário de Brasília). Há filas para comprar moeda estrangeira.

Desde que foi anunciada a revisão dos termos do acordo entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo argentino, no fim de julho, o Banco Central mudou sua postura e começou a desvalorizar diariamente o dólar.

Inflação atingiu nível mais alto em 30 anos.
Hoje, a moeda estrangeira foi desvalorizada em 18% - ou seja, ela subiu 22%. A decisão de uma desvalorização grande e repentina hoje é reflexo do resultado nas urnas. No domingo, foram realizadas as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso). Nesse pleito, são definidos os candidatos que disputarão o primeiro turno da eleição presidencial de outubro.

Bolsa cai 14%

Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, obteve 30,06% dos votos, ficando à frente dos dois candidatos da direita tradicional e da aliança governista, que obtiveram 28,27% e 27,24%, respectivamente.
 Javier Milei vence eleições primárias na Argentina — Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP
Javier Milei vence eleições primárias na Argentina — Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP

Milei tem como plataforma econômica dolarizar o país e fechar o banco central. Sua vitória nas prévias argentinas causou um rebuliço no mercado nesta manhã, com a disparada do peso, o que levou o BC argentino a anunciar medidas duras numa tentativa de conter o alvoroço no mercado.

A Bolsa caía 14% por volta de 11h40, maior queda no intraday desde as primárias de 2019, quando o atual presidente do país, Alberto Fernandez, também venceu as urnas inesperadamente, contra o seu adversário político Mauricio Macri.- No curto prazo, a incerteza sobre o plano econômico de Milei e a palavra dolarização faz o dólar subir no mercado paralelo. E há incerteza sobre o que vem por aí ainda. O Banco Central poderá intervir para conter o dólar paralelo, venderá dólar futuro. Teremos que digerir a surpresa - disse Fernando Marull, economista da FMyA.

(...)
 
O que dizem os analistas?
Especialistas de Wall Street ouvidos pela agência de notícias Bloomberg explicam que, além das propostas extremas de Milei para a economia (como dolarizar o país e fechar o banco central), os analistas se preocupam com a incerteza criada pela sua vitória nas primárias, que pode agravar a turbulência social e econômica do país.

Veja, abaixo, as avaliações sobre o resultado das eleições e seu impacto nos mercados:

.........................

 

Em Economia - Jornal O Globo - MATÉRIA COMPLETA

 

quarta-feira, 29 de março de 2023

Silêncio hipócrita - Onde está Alexandre de Moraes?

Vozes - Paulo Polzonoff Jr

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Ganha um “parabéns” quem encontrar Alexandre de Moraes na imagem. do clássico “Onde Está Wally?”| Foto: Reprodução

Ué. Alexandre de Moraes não era o grande xerife da democracia?  
O cruzado do Estado Democrático de Direito? 
O protetor das instituições? 
O guerreiro contra as fake news e outras ameaças nascidas de seu intelecto brilhante e de sua aguçada visão jurídica? 
Não era ele quem estava disposto a tudo para proteger o país do fascismo, da extrema-direita e de outros espantalhos tão queridos do petismo?
 
Pois então. Curiosamente, na semana em que Lula disse que só sossegaria quando f&%$#*! o seu algoz, o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro, Alexandre de Moraes desapareceu do noticiário. Pior: na semana em que foi descoberto um plano para matar o mesmo senador, plano do qual o presidente da República zombou, Alexandre de Moraes fugiu dos holofotes e dos microfones como petista foge da verdade.[quando o Brasil esperava que, no mínimo, o ministro Moraes determinasse que no prazo máximo de dez dias, o boquirroto ex-presidiário explicasse a ameaça que proferiu contra um Senador da República.] 
 
Não só ele. Luís Roberto Perdeu Mané Barroso e Carmen Cala Boca Já Morreu Lúcia, ministros dados a grandiosos clichês sentimentaloides que a imprensa militante repercute como se fossem aforismos dignos de antologia, também estão emudecidos. 
De bico fechado e incapazes de uma só palavra de reprimenda ao apedeuta-em-chefe também estão Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin e Rosa Weber. E Luís Fux? 
Por onde anda o ministro no qual os lavajatistas tanto confiavam e que não deu um pio em apoio ao senador Sergio Moro? 
Sem contar Gilmar Mendes, claro. Mas esse daí... De onde menos se espera é que não sai nada mesmo.
 
Há tempos não se ouve a voz do Trovão da Justiça. 
Que não ousa repreender Lula pelo palavrão e por aquilo que muita gente considerou uma ameaça velada a Sergio Moro. 
Que não se dignou nem mesmo a uma notinha de repúdio pelo plano de matar o senador. 
Aliás, Alexandre de Moraes tampouco se manifestou em relação à violência imposta por uma facção criminosa no Rio Grande do Norte - atos terroristas que, misteriosamente, não levaram ao afastamento da governadora petista.

Silêncio bem-vindo

E, no entanto, ouso dizer que o silêncio dos ministros do Supremo Tribunal Federal é institucionalmente bem-vindo. Porque é o certo. 
Digo, em outro momento, sob as bênçãos da democracia plena e cristalina, seria até de se louvar que os membros da altíssima cúpula do Poder Judiciário não se intrometessem em questões envolvendo outros poderes. 
Que se recolhessem a seus papéis constitucionais. Que se manifestassem apenas nos autos.

Mas até Alexandre de Moraes há de convir que, na atual circunstância, nessa democracia de fachada em que vivemos, e sobretudo depois do que se viu e ouviu nos últimos quatro anos, esse silêncio nada mais é do que uma expressão da mais suprema hipocrisia. É a mais perfeita tradução (“alguma coisa acontece no meu coração”) de um espírito jurídico contaminado por paixões partidárias e por uma visão de mundo que, num acesso de generosidade, chamarei aqui apenas de “estreita”.

Afinal, o que fizeram Alexandre de Moraes & Seus Togas Pretas nos últimos quatro anos além de perseguir primeiro os bolsonaristas mais ferrenhos (Eustáquio, Allan dos Santos, Daniel Silveira) e, depois, qualquer um que suas imaginações considerassem uma ameaça? 
Até humorista eles prenderam! 
 Sem falar na intromissão incessante no Poder Executivo, que não podia nem dar um espirro sem ter de explicar, no prazo de 48 horas, o motivo do delicioso espasmo.
 
E falaram, hein? Ah, como falaram! Provocaram. Debocharam. Impuseram o medo. 
Teve até gesto de decapitação, lembra? Teve a decretação de um Estado de Exceção. Teve a volta da censura. 
O STF fez das tripas coração para deslegitimar, quando não criminalizar, os anseios de pelo menos metade dos brasileiros. 
A ponto de levar muitos deles a desacreditarem nas impolutas instituições. Se hoje muitos veem o STF como uma agremiação de militantes escolhidos por conveniência política e que agem contra a mesma sociedade que deveriam proteger da tirania do Estado, a culpa é das línguas (e canetas) soltas dos ministros.

Além de hipócrita, ou melhor, porque hipócrita, o silêncio de Alexandre de Moraes & Cia soa também como uma confissão de que temos no STF alguém (ou alguéns) que, na “melhor” das hipóteses, é apenas mais um antibolsonarista inveterado. 

Alguém que, veja só!, não hesitou em pôr em dúvida a legitimidade de todo o sistema eleitoral brasileiro, das urnas à atuação do TSE, só para tirar do poder um presidente que ele e os seus consideravam estética e ideologicamente repugnante.

(R.: Alexandre de Moraes está no canto inferior direito da imagem)

 Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


domingo, 3 de abril de 2022

Bolsonaro levou a melhor em troca de partidos

Com sua filiação ao PL, a legenda saltou de 43 para 75 deputados; o PP, de 42 para 59; e o Republicanos, saltou de 31 para 46 deputados [É o EFEITO BOLSONARO = que leva ao desespero os inimigos do presidente = inimigos do Brasil e que vão da corja esquerdista a algumas das mais altas autoridades do Brasil. Alguns até cogitam do suicídio quando pensam que além de aguentar o capitão no primeiro mandato, terão que aguentá-lo, com as bênçãos de DEUS, por,  no mínimo, até 1º janeiro 2027, com um Governo mais forte politicamente, sem pandemia, sem boicotes.]

 O jurista Norberto Bobbio dizia que os governos, mesmo os "maus governos", são a forma mais concentrada de poder, porque arrecadam, normatizam e coagem. Por isso, não se deve subestimar sua capacidade de agregação de forças políticas e sociais, atender interesses e cooptar apoios.

O troca-troca de partidos durante a janela partidária mostra que Bolsonaro recuperou expectativa de poder e plena viabilidade eleitoral -  (crédito:  Ed Alves/CB)

 O troca-troca de partidos durante a janela partidária mostra que Bolsonaro recuperou expectativa de poder e plena viabilidade eleitoral - (crédito: Ed Alves/CB)

Nas democracias, o "autogoverno do povo" é um mito, mesmo nas revoluções clássicas (inglesa, francesa, americana e russa). No Brasil, todas as "revoluções" vitoriosas foram golpes de Estado bem-sucedidos — incluindo a Revolução de 1930, que inaugurou a nossa "modernização conservadora".

Entretanto, com a urna eletrônica e as eleições diretas para os cargos do Executivo — presidente da República, governadores e prefeitos —, o protagonismo popular é absoluto no momento do voto. Mesmo durante o regime militar, sem eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos das capitais, o voto popular foi decisivo para a derrota daquela ditadura. Vem daí o imponderável nas eleições brasileiras, que alterna o imprevisível (vitórias de Collor de Mello, em 1982; Fernando Henrique Cardoso, em 1994; Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002; e Jair Bolsonaro, em 2018) e o previsível (a reeleição de FHC, em 1998, e de Lula, em 2006). A eleição de Dilma Rousseff, em 2010, e sua reeleição, em 2014, estavam no terreno da previsibilidade.

Voltando à teoria dos governos de Bobbio, quem governa é sempre uma minoria ou alguns grupos minoritários em concorrência entre si, que tomam decisões que atingem a todos. As classes políticas "se impõem" ou "se propõem". Minorias organizadas e resolutas acabam controlando o poder e suas decisões. Hoje, vivemos uma contradição entre o chamado "espírito das leis" ou seja, a ideia de que somos uma democracia ampliada e regulada pela Constituição de 1988 — e a forma como Bolsonaro governa.

Quando desmobilizou sua tropa de assalto, a extrema-direita que embalou sua campanha eleitoral, ancorou sua capacidade de governança na forte presença de militares na administração e, para garantir a governabilidade, entregou o Orçamento da União e uma parte do governo aos políticos do Centrão. Aos trancos e barrancos, até agora isso deu certo. O único momento em que fracassou foi durante a pandemia de covid-19.

Política - Correio Braziliense


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Caminhoneiros paralisam rodovias em oito estados e acendem alerta - Terrorismo de extrema-direita representa maior ameaça aos EUA pós 11/09 -

Boletim da Polícia Rodoviária Federal já alerta sobre bloqueios; em São Paulo, caminhoneiros tentam se mobilizar

A Polícia Rodoviária Federal de pelo menos seis estados relatam pontos de bloqueio por conta de paralisação de caminhoneiros. Segundo informações de delegacias regionais da PRF, os bloqueios acontecem na Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Maranhão, Paraná e Santa Catarina. Caminhoneiros de São Paulo conversaram com o Radar Econômico e dizem que estão se organizando para fazer bloqueios nas regiões de Caçapava e Jacareí a partir da noite desta quarta-feira.

O ministério da Infraestrutura confirma que os bloqueios acontecem 4 estados e diz que “não há coordenação de qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, não se limitando a demandas ligadas à categoria.” O ministério também acredita que até o fim do dia os movimentos já terão terminado. A maior manifestação acontece em Santa Catarina. No Maranhão, os manifestantes fecharam rodovias em Balsas e a pauta seria protesto contra o Supremo Tribunal Federal, segundo informações da PRF no estado.

O experiente gestor da Armor Capital e especialista em câmbio, Alfredo Menezes, fez o alerta: “O foco agora para o mercado é o movimento de caminhoneiros. Seria horrível para o PIB e o fiscal. Um tiro no pé.” As ações da Petrobras caem mais de 4,7% nesta quarta-feira, 08, com receio dos investidores que as paralisações possam ter a ver com o preço dos combustíveis. O Ibovespa cai mais de 3% e o dólar sobe quase 2,5%, aos 5,31 reais.

VEJA - Radar Econômico

Desde os atentados às Torres Gêmeas, extremistas supremacistas mataram mais americanos do que extremistas islâmicos radicados no país

Os anos em que Donald Trump ocupou a presidência dos Estados Unidos ficaram marcados pelo avanço da extrema-direita no país. O comício de supremacistas brancos em Charlottesville, em 2017, e os eventos do Capitólio, em janeiro de 2021, são os grandes expoentes dessa crescente. 

Ainda que haja uma tentativa de minimizar ou isolar esses incidentes por parte de simpatizantes, especialistas alertam que o crescimento desse movimento é uma forma de terrorismo que se tornou a maior ameaça à segurança doméstica dos Estados Unidos. Desde o 11 de setembro, os extremistas de direita foram mais responsáveis por mortes de americanos do que os fundamentalistas islâmicos radicados no país.

No início do ano, um relatório feito pela inteligência americana advertiu que os ataques por motivação racial representam uma ameaça de terrorismo doméstico mais letal do que em anos anteriores, sendo mais séria do que potenciais ataques vindos do exterior. A Casa Branca já tem, inclusive, uma estratégia para lidar com o problema.

O diretor do FBI — a polícia federal americana –, Christopher Wray, disse ao Congresso que os atos de 6 de janeiro não são um fato isolado, “mas uma demonstração de que o problema do terrorismo está se espalhando por todo o território americano há varios anos”. Ele acrescenta ainda que os ataques mais letais da última década foram causados por grupos supremacistas. 

Apesar das inúmeras advertências, o assunto foi minimizado ao longo dos anos. A atenção e os recursos foram direcionados em sua maioria para ameaças exteriores, como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, subestimando o nível de ameaça desses grupos. “É inegável que o governo federal subestimou a ameaça, principalmente após os eventos de 11 de setembro, quando o foco passou a ser muçulmanos, estrangeiros e pessoas de cor”, diz Hina Shamsi, diretora do projeto de segurança nacional da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) ao jornal The Guardian.

Muitos especialistas governamentais e não governamentais estudam o fenômeno do terrorismo doméstico, analisando ameaças deliberadas ou atos de violência motivados por questões ideológicas que intimidam a sociedade americana. A plataforma de pesquisa New America analisou os 251 assassinatos que se encaixam nessa categoria desde os atentados de 2001.

O relatório concluiu que membros da extrema-direita mataram 114 pessoas em mais de 30 ataques, enquanto os que seguem ideologias extremas do islamismo, mas sem ligação com o exterior, mataram 107 indivíduos em 14 ataques. 

O Departamento de Justiça americano reprime duramente aqueles que ameaçam a vida da população em nome da Al-Qaeda ou do EI, trazendo acusações relacionadas ao terrorismo, resultando em grandes sentenças independente da realização ou não do ataque. Quando se trata de supremacistas brancos, a situação é diferente. Segundo levantamento feito pela Organização Centro Brennan para Justiça da escola de direito da Universidade de Nova York, ataques cometidos por esses grupos muitas vezes são minimizados a crimes de ódio ou violência de gangues, com os casos passando para legislações estaduais ou locais. 

David Sterman, um dos autores do relatório da New America, diz que os atos de extremistas são mais difíceis de policiar, uma vez que há alinhamento de pensamento com a política dominante dos Estados Unidos, acrescentando que o racismo tem um grande papel na disparidade da fiscalização. O atentado de Oklahoma, quando um homem bombardeou um prédio federal matando 168 pessoas e ferindo 680 em 1995, colocou um holofote no terrorismo doméstico de extrema-direita, porém, após os atentados de 11 de setembro, o então presidente George W. Bush direcionou todos os esforços para combater a ameaça externa. 

Durante seus dois mandatos, de 2001 a 2009, sete incidentes fatais que terminaram com 10 mortos e 11 feridos foram realizados por membros de extrema-direita, motivados por ideologia anti-gay, supremacia branca e retaliação pelo atentado às Torres Gêmeas, enquanto jihadistas foram responsáveis por dois ataques que terminaram com três mortos e nove feridos.

O terrorismo dentro do país se tornou ainda mais forte a partir de 2009, quando grupos motivados pela recessão econômica e pela eleição do primeiro presidente negro do país se tornaram mais agressivos. 56 pessoas morreram e 40 ficaram feridas durante os anos de governo de Barack Obama. A campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, foi pautada em cima de uma retórica nacionalista branca. Quando se elegeu, o discurso foi posto em prática, como a proibição de viagens de imigrantes de uma série de países muçulmanos e a redução da entrada de refugiados vindos da América. Esse encorajamento por parte do ex-presidente trouxe consequências: mais de 10 ataques causados por extremistas de direita mataram 48 pessoas e feriram outras 59.

Ainda não está claro qual a estratégia que será adotada pelos Estados Unidos para continuar lidando com a escalada do terrorismo doméstico. No entanto, o aumento do número de ataques — cada vez menos isolados — liga o alerta para que a situação receba a devida atenção.

VEJA -  Mundo


sábado, 28 de agosto de 2021

O pior momento da OAB - Entidade que representa advogados [...] age como um partido político de esquerda

O Estado de S. Paulo
 
Entidade que representa advogados se transformou num grupo que age como um partido político de esquerda

Caminha para o seu lamentável final, ao se aproximar a conclusão do mandato de três anos da atual diretoria, o que foi possivelmente o pior momento da Ordem dos Advogados do Brasil em toda a era regida pela Constituição de 1988. AOrdem”, que já vinha se degenerando há muito tempo, foi definitivamente a pique, nestes últimos três anos, como a real representante profissional e legal de mais de 1 milhão de advogados brasileiros; transformou-se num grupo que age aberta e sistematicamente como um partido político de esquerda e ignora por completo, em tudo o que faz, que há no Brasil advogados de convicções políticas diferentes das que são praticadas pela sua direção.

A diretoria de hoje vai embora em 2022, mas isso não quer dizer que os advogados brasileiros terão uma OAB diferente da que vai ser deixada pela calamitosa gestão atual. O que se espera, pelo menos até o momento, é uma maciça dose de mais do mesmo – a máquina que controla a entidade está a caminho de eleger uma diretoria tão militante quanto a de hoje, em mais uma vitória da “situação”. Troca-se o Zé Mané pelo Zé Prequeté, e a OAB vai continuar igual: engajando o seu nome, as suas funções legais e os seus recursos financeiros, superiores a R$ 1 bilhão por ano, na defesa de projeto políticos totalitários. Vale tudo: a pauta de ação da OAB vai do apoio apaixonado à Cuba, à Venezuela e à “Palestina”, até o capricho mais extravagante de qualquer partideco contra o governo que há por aí. 

A OAB não respeita o princípio da alternância de poder, que exige furiosamente na vida política nacional quando o governo não é do seu agrado, por uma razão muito simples: está organizada de forma a tornar impossível a vitória de qualquer grupo de oposição, ou que pense de maneira diferente.  
O fato é que a OAB, por imposição da corrente que controla o seu comando, faz as eleições mais viciadas do Brasil; é como nesses clubes de futebol em que a situação ganha sempre. 
Não há nada mais “biônico” – como nas farsas eleitorais do regime militar, com os seus candidatos e as suas chapas que não precisavam de votos para ganhar. O advogado brasileiro que pensa de maneira oposta à atual diretoria é seu direito constitucional fazer isso tem chance zero de mudar alguma coisa; podem ser centenas de milhares, mas não influem em absolutamente nada no resultado das eleições.

A ideia de eleger a diretoria da OAB pelo voto direto e universal de 1 milhão de advogados brasileiros, que seria a única forma democrática de se escolher a sua direção a cada três anos, é a pior blasfêmia que alguém pode fazer perante a aglomeração que há anos controla a entidade. Voto direto, ali, é coisa de “extrema-direita”, “fascista”, “totalitária”, “antidemocrática” e até bolsonarista. Aceita-se tudo, na OAB – menos que os advogados brasileiros votem em quem quiserem para escolher o presidente e os demais diretores, ou que exerçam a sua liberdade de pensamento.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Por que até a direita começa a pedir “Fora Bolsonaro”?

Deputado Kim Kataguiri explica alguns motivos do desgaste: péssima gestão da pandemia, falta de reação da economia e atitudes contra a vacina

[será que esse deputado consegue se reeleger, ou mesmo ser candidato, em 2022? o que ele fez de útil para o Brasil e os brasileiros? o que ele representa realmente?] Manifestações da esquerda e da oposição contra o presidente Jair Bolsonaro eram de se esperar. Mas da direita? Se esse movimento crescer, ficará mais difícil para o presidente. Pode-se perguntar: por que agora? A coluna foi tirar essa dúvida com o deputado deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), que pressionou, junto com o Vem Pra Rua, pelo impeachment de Dilma Rousseff. Os dois estavam na manifestação do fim de semana contra Bolsonaro. Em conversa com a coluna, o parlamentar destacou que o primeiro motivo seria a organização das forças políticas contra o presidente, tanto a esquerda, quanto a direita. 
 
Ele acha que mesmo que o candidato do governo Arthur Lira ganhe na Câmara, não se pode descartar o impeachment.Eu acho que o primeiro passo importante foram as forças políticas, os movimentos começarem a se organizar para fazer atos contra o Bolsonaro. A maior parte da população também não via responsabilidade do governo federal na pandemia, uma sensação de que está mudando agora com a crise de Manaus. Está ficando cada vez mais clara a responsabilidade do governo federal. Os partidos de oposição estavam mais preocupados em desgastar o governo aos poucos do que efetivamente tomar uma medida política contra o governo. Agora vejo já alguns partidos de esquerda se mobilizando de verdade para que haja o impeachment. A carreata de sábado foi símbolo disso. Não é a esquerda como um todo, mas setores importantes aí se organizando contra o governo. O MBL e o Vem pra Rua também, do lado da direita, organizando esses atos, então o passo inicial é a organização e a primeira  percepção de que é possível, a partir dessa percepção, a organização dos movimentos para que aconteça”, analisou.
Kim Kataguiri destacou ainda que a condução do governo diante da pandemia, gerando o atraso na vacinação, [deputado! sem enrolação; qual ação ou omissão - coisa concreta, que possa se apontar, não vale eu acho, eu imagino', baboseiras do tipo. Esse deputado é tão sem noção, sem rumo, que fala um monte suposições, deduções criativas e estúpidas como se fatos fossem. 
Quem ler as declarações do parlamentar, no primeiro e último mandato, logo percebe que ele torce que dê tudo errado e o povo que se... .
O deputado é tão sem noção, sem rumo, que mistura acho com muito ocasionado e tenta sustentar a idéia de impeachment.] é outro fator que está motivando os atos contra Bolsonaro. Isso porque quanto mais a vacinação da população atrasa, pior é para a economia do país. “Ao mesmo tempo, um dos principais fatores é a economia. Duvido muito que vai reagir este ano. Primeiro, o atraso na vacinação, muito ocasionado por responsabilidade do governo federal – acho que isso ficou claro até pra todo mundo. Daí até o governo mudar de discurso. Primeiro trazer suspeita em cima da vacina para agora tentar vincular  o máximo possível à imagem do presidente da vacina. O próprio Planalto sentiu que pegou no público dele, que é o público que ele se importa, a questão da vacina. A demora [da vacina] já prejudica também o desenvolvimento econômico”, explicou.

O deputado lembrou ainda dos claros sinais de que o governo não vai estender o auxílio emergencial, o que vai aumentar a tensão social contra o governo, além da paralisação da agenda de reformas. “A agenda de reforma está completamente paralisada. E com o Lira ganhando, duvido muito que caminhe também porque é uma prioridade que o governo largou já no ano passado, que este ano não vejo dando continuidade. E mesmo que dê, a reforma que causaria mais efeitos é a tributária, que dentro do próprio governo tem bateção de cabeça, tanto que ⅔ da reforma ainda estão lá [no Governo], e não estão aqui. E agravar a situação econômica é a fórmula certa para um impeachment. Pelo menos foi o que a gente fez das últimas duas vezes e acho que a gente podia ir pela terceira vez”, disse.

A péssima atuação na pandemia, com destaque para a crise de Manaus, e o fim do generoso auxílio emergencial são fatores que estão afetando a aprovação do presidente. Essa queda de popularidade também é um fator que fortalece as chances de impedimento. “Agora vejo possibilidade real de acontecer, e à época, ainda ali no início do governo,  apesar da instabilidade, o Bolsonaro tinha mais… Primeiro que o apoio dele era mais fervoroso porque a base dele era maior, tinha acabado de sair da eleição e ele estava mantendo um discurso forte ainda anti-sistema. Hoje ele está muito mais desgastado pela aliança com o centrão, pela nomeação ao Supremo, nomeação à PGR (Procuradoria Geral da República), a base dele está mais desmoralizada do que antes e menor. Então, acho que agora, primeiro, você tem uma organização maior, uma percepção  do que o impeachment pode acontecer, o que na época não existia, era mais discurso pra jogar pra plateia do que resultado e o presidente menos popular. Ainda não tem como derrubar presidente com 27% de popularidade, mas muito menos com 35%, 40%, que ele tinha na época”, ressaltou Kim Kataguiri.

Presidência da Câmara
Apesar das condições favoráveis, um fator que pode brecar o andamento do impeachment é a possível vitória do candidato bolsonarista para a presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ainda assim, na avaliação de Kataguiri, mesmo que ele vença – o que é provável – isso não significa que o processo de impedimento não possa caminhar na Câmara.O Arthur Lira é o candidato do governo, ele ganhando, sem dúvida as chances de ter o impeachment diminuem, mas também não acho que seja zero  mesmo porque o governo vai precisar entregar os cargos e as emendas que o Lira está prometendo para a sua base de deputados, e ele é um governo que tem o histórico na Câmara de não entregar e o Arthur Lira tem o histórico de sempre retaliar quando não recebe aquilo que prometeu dos aliados para manter a fama de cumpridor dele (…). Não acho que a longo prazo signifique que ele vai ter uma fidelidade que impeça a análise do pedido. Mesmo porque é um cara também que liderou o partido quando o partido foi base no segundo mandato do governo Dilma. Então não é um cara ideológico que vai defender Bolsonaro por princípio”, analisou.

Pedidos de impeachment não faltam para serem analisados. Segundo dados da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, dos  62 pedidos protocolados, 57 ainda estão em análise. Os outros cinco foram arquivados. Diante desse contexto, é mesmo questão de tempo para saber que fim levará o presidente Jair Bolsonaro. [podem ser apresentados centenas de pedidos de impeachment e todos recepcionados pelo  presidente da Câmara e o valor é nada, até que um deles, ou vários, na apreciação pela Câmara dos Deputados, obtenha o mínimo de 342 votos favoráveis  = 341 votos não servem nem para abrir a sessão para apreciar o pedido, ou pedidos. Em tempo: 172 votos contra o impeachment bastam para enviar o pedido para o lixo.]  Dizem que o tempo é o melhor remédio em certas situações. No caso do Brasil, o tempo está mostrando o quão graves foram e são as intempéries, os descasos, os atropelos, as irresponsabilidades e o negacionismo da gestão Jair Bolsonaro, levando o país a um verdadeiro caos. Com o passar do tempo, as coisas ficaram mais claras e até os que tinham dúvidas, ou até mesmo receio, agora começam a se mobilizar para dar força ao impeachment do presidente. A direita, que até então dava apoio discreto, finalmente deu o grito de “Fora Bolsonaro”, engrossando o coro junto com a esquerda e aumentando a pressão para a aprovação do impedimento. Se isso avançar, Bolsonaro ficará restrito à extrema-direita.

Blog Matheus Leitão - Matheus Leitão, jornalista - VEJA

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Crianças à solta - William Waack

 O Estado de S.Paulo

Militares não foram capazes de entender que calar-se para grotescos erros, apegados a princípios como lealdade ou hierarquia, compromete as instituições

Vamos simplificar as questões de política externa do governo Jair Bolsonaro. Supunha-se que os adultos – militares com formação acadêmica e experiência direta de conflitos internacionais – fossem supervisionar as crianças. Aconteceu o contrário. As crianças é que emparedaram os adultos.

Em alguma medida, é uma repetição do que aconteceu na Casa Branca, onde gente de excelente formação profissional nas áreas de segurança, estratégia e relações internacionais foi chutada por um inepto como Donald Trump, que Bolsonaro escolheu emular. No Brasil, os órgãos de assessoramento da Presidência da República e o próprio Itamaraty acabaram sendo subordinados à profunda ignorância em matéria de relações internacionais de um filho do presidente e suas preferências pessoais.

Leia Também: Um duro recado

Os resultados negativos se acumulam. Com o resultado das eleições americanas, o Brasil conseguiu a proeza de se estranhar ao mesmo tempo com as duas principais potências do planeta, pois já se dedicava em provocar a China. Como 11 em 10 analistas de relações internacionais assinalaram, o campo da política externa é, por definição, o campo da impessoalidade, e o alinhamento automático de Bolsonaro ao perdedor Trump é um erro crasso não importa o mérito, postura ideológica ou intenções de qualquer um dos dois.[quanto as eleições americanas e o suporto estranhamento com os EUA, devemos lembrar que foi o atual presidente que, ainda candidato, passou a fazer ameaças ao Brasil - boicote, internacionalizar a Amazônia (cumplicidade com o presidente francês) ameaças que implicam em risco a nossa SOBERANIA NACIONAL.
Os atritos com a China e à Índia serão contornados, especialmente com o afastamento do palco do ainda chanceler.]

O mesmo vale em relação à China e à Índia. Somadas, essas duas gigantescas potências asiáticas têm mais ou menos uns 8 mil anos de experiência em política externa e conflitos geopolíticos de enorme amplitude. O Brasil desdenhou da Índia na Organização Mundial do Comércio, e tomou o troco ao ser jogado para o final da fila dos países para os quais os indianos estão exportando vacinas e insumos.

No caso da briga dos elefantes (China contra Estados Unidos) o Brasil desperdiçou a oportunidade que a geografia lhe dá de tratar a ambos com distanciamento e equilíbrio. Ao contrário, preferiu cutucar os chineses da forma infantil característica de amadores que acham que entendem de política externa, como acontece na assessoria internacional de Bolsonaro, ou confundem a repetição de lemas de movimentos de extrema-direita (contra a China, por exemplo) como afirmação de postulados nacionalistas.

Cego aos dados da realidade, Bolsonaro ainda não demonstrou ter compreendido a natureza das várias rasteiras internacionais que tomou nas últimas semanas, e o impacto que essas fragorosas derrotas – como o chute eleitoral levado por Trump e a recusa da Índia e China na questão das vacinas em nos atender nos prazos que pretendíamos – acarreta na posição política interna de um presidente que só pensa em reeleição.

O tamanho dos reveses exigiria de Bolsonaro uma rápida e nítida correção de rumo. Sim, estaria admitindo ter cometido erros grosseiros – por escolhas, repita-se, pessoais mas dado os trunfos que o Brasil ainda dispõe (Amazônia e produção de alimentos) conseguiria se reposicionar no cenário internacional. Um passo desses, porém, pressupõe dois fatores que não se vislumbra no momento.

O primeiro é Bolsonaro entender que na raiz das derrotas que Trump sofreu está o desprezo e a negligência em relação aos “staffs” profissionais treinados para tratar de complexas questões internacionais e suas implicações para os interesses do País. Ao se apegar ao que seu filho e amigos acham que é a política internacional, e relegar a terceiro plano a burocracia meritória do Itamaraty, por exemplo, o presidente apenas reitera uma conduta evidentemente errada.

O segundo fator que não se vislumbra está ligado à postura daqueles adultos – militares formados em academia de ótimo nível – que não foram capazes de entender que calar-se para os grotescos erros de política externa, apegados a princípios como lealdade ou hierarquia, compromete as instituições (Forças Armadas, por exemplo) às quais pertencem e, no final das contas, os torna cúmplices no estrago na defesa de interesses da Nação. 
["Constituição Federal, artigo 142, 'caput': 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem." 
 
Muitos dirão: 'mas a Constituição não pode ser interpretada literalmente'.
 
Concordamos, com a ressalva de que nossa Lei Maior não pode ser objeto de interpretações criativas buscando adaptá-la, virtualmente, aos interesses dos inimigos do Brasil e do maldito politicamente correto.]
Em lugar nenhum eles aprenderam que o Brasil deveria ser um pária internacional. A posição na qual chegamos.

William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo