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sábado, 7 de outubro de 2017

O terror dos snipers

Massacre em Las Vegas, o maior ataque individual da história dos EUA, é resultado de uma sociedade que venera armas e homens que sabem manuseá-las

Stephen Paddock, o aposentado de 64 anos que pagou 125 dólares para se hospedar em uma suíte com cama king size e enormes espelhos pendurados nas paredes do cassino Mandalay Bay, em Las Vegas, não matou 59 pessoas e deixou 527 feridas apenas porque levava uma vida sem graça um uma região um tanto vulgar dos Estados Unidos. Paddock se tornou o maior assassino em série da história do país ao atirar a esmo em seres humanos que viam um festival de música porque era filho, herdeiro e discípulo de uma cultura que venera armas e homens que sabem manuseá-las. 


Até a quinta-feira 5, 275 ataques em massa aconteceram em território americano em 2017, o que dá a impressionante média de quase um por dia. Para fazer parte dessa estatística, contabilizam-se casos com pelo menos 4 mortos – ou seja, são massacres de grandes proporções. Em um país que garante o porte de armas como um direito constitucional, isso não é coincidência. Dados oficiais indicam que há 300 milhões delas nas mãos de civis, o que as tornaram tão populares quanto um simples smartphone. Não à toa, os Estados Unidos lideram o ranking mundial de armas per capita (88 por cem moradores), segundo dados das Nações Unidas. Armas, não é preciso dizer, matam. Em 2016, mais de 30 mil americanos morreram depois de atingidos por disparos, e o número aumenta a cada ano. Na semana o passada, Paddock superou o recorde macabro que havia sido quebrado em 2016 por um atirador que matou 49 pessoas em uma boate gay de Orlando, na Flórida.

Acontecimentos como esses não devem ser vistos como acidentes de percurso. Eles são reflexo da própria identidade do país. Ter o direito de portar armas para se defender está no imaginário coletivo americano. A independência dos Estados Unidos foi conquistada a balas, e usar com precisão um revólver sempre foi algo digno dos heróis da nação. [A Independência dos Estados Unidos foi conquistada a balas e aquele É REALMENTE INDEPENDENTE em todos os aspectos; já a Independência do Brasil, foi mais um gesto de exibição de um imperador e até hoje não  convence que seja o Brasil real e plenamente independente.] O cinema, talvez o mais hábil catalizador dos desígnios nacionais, não só capturou a mensagem como a amplificou para multidões. O atirador passou a ser alguém a ser venerado e, por que não, imitado. Foi assim nos faroestes, foi assim nos filmes de guerra, é assim nos filmes de ação que lotam as salas do mundo inteiro. Em 2015, “Sniper Americano”, indicado a seis estatuetas do Oscar, trouxe a história do atirador militar mais letal dos Estados Unidos. Com sua mira extraordinária, ele matou 255 pessoas no Iraque. Ao colocá-lo nas telas como um patriota sensível, o diretor Clint Eastwood escondeu o fato de que o tal sniper era apenas um assassino. Atualmente, uma das séries mais populares do Netflix é “O Atirador”, centrada na trajetória um ex-fuzileiro que, adivinhe, atira e mata como ninguém.

[ O recordista mundial de mortes é um atirador finlandês que naquele conflito tirou 475 vidas russas durante a invasão da Finlândia pela então União Soviética.]

A matança consumada por um sujeito sem histórico policial ou conexões com terroristas segue uma fórmula bastante conhecida dos americanos: um estado mental deturpado associado com a disponibilidade de instrumentos letais. “Resolver a questão do acesso e da propagação de armas talvez seja a questão mais urgente dos Estados Unidos”, diz Saul Cornell, professor de história da Universidade Fordham, de Nova York, e uma das maiores autoridades do assunto no país. [as armas são necessárias e este Blog se alinha aos milhões de brasileiros que em plebiscito realizado em 2005 aprovaram que armas continuassem sendo comercializadas no Brasil.

Apesar da liberdade absoluta (justa e constitucional) que há nos Estados Unidos para possuir e portar armas, o número de americanos que morrem por ano naquele país, vítimas de armas de fogo, é inferior ao número de assassinatos que ocorre diariamente no Brasil e que em 2016 superou a marca dos 60.000/ano.

Vez ou outra nos EUA ocorre excessos, mas, apesar do impacto violento que causam tais excessos o número total de mortes por armas de fogo é bem inferior ao que acontece no Brasil - cada ano o número de homicídios supera ao do ano anterior.
No Brasil as mortes ocorrem em abundância devido o fato de que o CIDADÃO DE BEM, o TRABALHADOR HONESTO e categorias similares são proibidos de portar/possuir armas e se tornam presas fáceis para bandidos e qualquer outra pessoa que decida matar alguém.

O bandido sabe que não  encontrará resistência à altura - pode até ir assaltar alguém que porte uma arma de fogo. Mas, as chances que essa futura vítima saiba usar a arma são mínimas. MOTIVO: até os que possuem armas de fogo no Brasil - de forma legal ou ilegal - não possuem o treinamento necessário, devido a dificuldade até para adquirir munição.

Ao Governo e também aos que defendem o desarmamento não interessa que o cidadão de bem possa treinar - um homem treinado tem mais chances de ter êxito ao reagir a um assalto. A eles interessa que o cidadão que ousar adquirir uma arma saiba o mínimo possível sobre o seu adequado manuseio.
Os bandidos tivessem a certeza que ao efetuar um assalto encontrariam pela frente um homem armado e treinado e, pior ainda para eles, as eventuais testemunhas também estariam armadas e treinadas, procurariam outra atividade.

CONCLUSÃO:
Impedir no Brasil que os cidadãos tenham direito ao LIVRE PORTE e POSSE de armas só facilita a vida do bandido - já que este sempre tem armas.
A mesma proibição não impede que um CIDADÃO DE BEM se desentenda com outro CIDADÃO DE BEM e decida matá-lo. Já que o futuro assassino encontrará forma de adquirir uma arma e com a INSEGURANÇA que reina no Brasil, a falta de polícia que caracteriza o Brasil dos tempos atuais, suas chances de ser flagrado portando a arma são praticamente ZERO.]

Após o maior massacre por armas de fogo no país, os Estados Unidos retomaram o eterno debate sobre o endurecimento da legislação. A realidade é que nada vai mudar. De 2011 a 2016, mais de cem projetos de lei de controle de armas foram apresentados no Congresso. 


 QG DA BARBÁRIE Fuzis e o corpo do atirador na suíte: ação planejada durante 3 meses (Crédito:MANDEL NGAN)


Nenhum passou. Em 2016, semanas depois da morte de 49 pessoas na boate de Orlando, o Senado recebeu uma proposta de proibição de venda de armas para cidadãos que estavam na lista de risco de terrorismo do FBI, mas os parlamentares não a levaram adiante. Se depender do presidente Donald Trump, as armas continuarão a circular livremente.  Em pronunciamento após o ataque em Las Vagas, Trump pediu união aos americanos e não fez qualquer menção sobre maior rigidez no controle de venda de armas no país. Trump é um defensor perseverante dos dispositivos letais. Durante as primárias presidenciais, afirmou que as famílias americanas precisam se defender e gabou-se de atirar “como um profissional.” No governo, fez estragos. Em fevereiro passado, sancionou uma medida aprovada no Congresso, revertendo uma norma do governo Barack Obama, que proibia cerca de 75 mil pessoas com problemas mentais de comprar armas.

O discurso belicista de Trump, que ameaça “destruir totalmente” países inimigos como a Coreia do Norte e mandar para “debaixo da terra os terroristas que ameaçam nossa nação” dá lastro para a cultura de armas nos Estados Unidos. [o aqui chamado discurso belicista de Trump nada mais é que a justa manifestação de um presidente de uma nação que está sendo ameaçada de destruição  por um ditador maluco (que possui armas nucleares).] Além de fomentar um problema que provavelmente fará mais vítimas a cada ano, Trump sucumbe à dinheirama que os lobistas do setor despejaram em sua campanha presidencial. No ano passado, a Associação Nacional do Rifle (NRA) doou US$ 33 milhões para o então candidato Trump e outros US$ 20 milhões para senadores republicanos. Detalhe importante: os candidatos democratas receberam US$ 100 mil. A indústria armamentista é uma das mais lucrativas dos Estados Unidos. Ela movimenta US$ 14 bilhões por ano e emprega 260 mil pessoas. Como frear um negócio tão rentável? A resposta provoca algum incômodo: é impossível conter o poder econômico. Enquanto isso, massacres como o de Las Vegas mostram que, se o país não mudar, tirando as armas das mãos de quem não deveria tê-las, novas chacinas poderão acontecer. E isso é apenas uma questão de tempo.

MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Estado Islâmico reivindica massacre que matou 50 em Las Vegas

Polícia americana, contudo, ainda não viu vínculos de atirador com grupos terroristas

O Estado Islâmico reivindicou o ataque armado que matou pelo menos 50 pessoas e feriu outras 400 num festival de música country em Las Vegas na madrugada desta segunda-feira. Segundo o grupo terrorista, Stephen Paddock, de 64 anos, há meses teria se convertido ao Islã, uma informação que, por enquanto, não foi oficialmente confirmada por fontes externas. É também difícil saber se o atirador, que se matou após cometer o massacre, efetivamente havia se inspirado nos jihadistas — mais cedo, autoridades disseram que ele agiu sozinho e provavelmente não era filiado a nenhum grupo armado ou terrorista. A família do atirador expressou choque ao saber do massacre provocado pelo americano, que nunca teria dado sinais aos seus parentes de radicalização. "O ataque de Las Vegas foi executado por um soldado do Estado Islâmico, que o levou a cabo em resposta aos chamados de mirar contra os Estados da coalizão", disse a Amaq, agência de notícias do EI, em referência à aliança internacional liderada pelos EUA para combater os terroristas. "O atacante de Las Vegas se converteu ao Islã alguns meses atrás".
 


Local do ataque
Atirador abriu fogo contra público de festival country

O irmão do atirador, responsável pelo maior ataque armado da História dos EUA, disse à imprensa que ficou perplexo ao saber do ataque e não poderia imaginar os motivos do seu irmão.  — Ele não tinha afiliação política ou religiosa, até onde nós sabíamos — afirmou Eric Paddock, acrescentando que "não havia indicação de que ele faria algo assim". — Nós não tínhamos ideia. Ficamos horrorizados. Estamos perplexos e enviamos nossas condolências às vítimas

A polícia encontrou o corpo do suspeito em um quarto de hotel onde havia dez rifles, segundo o xerife, logo após o ataque. De lá, no 32º andar, ele atirou repetidamente contra a multidão, que assistia aos shows do festival, por volta das 22h (horário local). Morador de Mesquite, no estado de Nevada, ele teria se matado antes da chegada da polícia, que precisou conduzir uma explosão controlada para entrar nas acomodações.
Mais tarde, os investigadores foram à sua casa em Mesquite, uma cidade tranquila de 20 mil habitantes, e já encontraram os seus dois veículos. Ele não tinha passagens anteriores pela polícia. — Não fazemos ideia de quais eram suas crenças — disse Lombardo. — Agora, acreditamos que ele era o único agressor. Já localizamos várias armas dentro do quarto que ele ocupava.

Grande parte da Las Vegas Strip, a avenida onde ficam os principais hotéis-cassinos da cidade, foi fechada após a tragédia por medida de segurança. As autoridades pediram às pessoas que não transmitissem ao vivo ou compartilhassem nas redes sociais a posição dos agentes da investigação. O aeroporto de Las Vegas desviou vários voos após o incidente, mas começou a retomar suas atividades pela manhã.  "É uma noite triste para Las Vegas", escreveu a prefeitura no Twitter. 

'ALÉM DO HORRÍVEL', DIZ CANTOR
O cantor Jason Aldean, que conseguiu escapar, estava no palco quando os espectadores ouviram os primeiros tiros. Em poucos segundos, a música parou de tocar, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais. Na gravação, é possível ver a confusão e o pânico tomando conta do festival sob o som de diversos tiros em sequência. Muitas pessoas pensaram, inicialmente, que o barulho era provocado por fogos de artifício.  "Esta noite vai além do horrível. Ainda não sei o que dizer, mas gostaria de informar a todos que minha equipe e eu estamos seguros. Meus pensamentos e orações vão para todos os afetados esta noite. Meu coração está partido que isto tenha acontecido com qualquer pessoa que estava aqui para ter uma noite divertida", escreveu Aldean no Instagram.

Uma mulher identificada apenas como Christie declarou à emissora KLAS que ao ouvir os tiros correu com o marido para o carro. Quando chegaram ao estacionamento, encontraram um homem ferido, que pediu ajuda. O casal levou algumas pessoas para o hospital.


Dentre os feridos, estão dois policiais. Um deles encontra-se em estado crítico, e outro tem ferimentos leves, segundo agentes de segurança. Outro agente de segurança, que estava de folga assistindo ao show, morreu vítima dos disparos. Os hospitais da região estão sobrecarregados, segundo autoridades, após dezenas de ambulâncias terem socorrido as vítimas no festival.

Os ataques armados em massa são um problema há muito conhecidos pelos americanos. Segundo o site Gun Violence, houve 272 grandes ataques armados nos Estados Unidos ao longo deste ano, sem considerar o ataque desta segunda-feira. Esta nova ação acontece sete meses após uma ação similar que deixou um morto e um ferido na mesma avenida, Las Vegas Strip.

Fonte: O Globo