A Coordenadoria de Investigação da
Receita, responsável pelos documentos, quer
identificar as origens e destinos das movimentações financeiras do filho de
ex-presidente e de suas empresas
Na tentativa de ampliar a investigação da Operação Zelotes, o Ministério da
Fazenda e a Receita Federal propuseram a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Luis Cláudio Lula
da Silva, filho do ex-presidente Lula, e de Gilberto Carvalho, ex-ministro
da presidente Dilma Rousseff e ex-chefe de gabinete do ex-presidente Lula.
Nas investigações sobre
Luis Claudio, estão na mira, além de suas movimentações pessoais, os dados da LFT Marketing Esportivo e da
Touchdown Promoções e Eventos Esportivos, das quais ele é sócio. No
caso de Gilberto Carvalho, o pedido inclui a quebra dos sigilos fiscal e bancário de sua
mulher, de seus filhos e de várias empresas ligadas à família.
Ao todo, o relatório produzido pela Corregedoria-Geral da Fazenda
e pelo setor de inteligência do fisco pedem a quebra de sigilos, de 2008 a
2015, de 21 empresas e 28 pessoas. A expectativa na Receita é que o Ministério
Público Federal, a quem cabe formalizar as solicitações, as acate e envie os pedidos à Justiça Federal nesta quarta-feira
(28).
Mesmo sem ter nenhum
funcionário, segundo os auditores da Receita, a LFT
recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes e Mautoni Empreendimentos, cujo dono, Mauro Marcondes, foi preso na mais
recente etapa da operação, segunda (26). Ele é suspeito de ter participado da
suposta compra de medidas provisórias que beneficiam a indústria automotiva.
“Tal constatação […] aduz ao questionamento sobre que tipo de serviço
foi prestado pela LFT à Marconi & Mautoni que motivou pagamento de tão
grande quantia”, indagaram os auditores no relatório.
As sugestões constam no relatório elaborado pela Receita e anexado
ao inquérito da Operação Zelotes, que encontrou indícios de venda das MPs e pagamentos de propina a
integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao
Ministério da Fazenda.
A Coordenadoria de Investigação da Receita, responsável pelos
documentos, quer identificar as origens
e destinos das movimentações financeiras do filho de ex-presidente e de suas
empresas, além dos valores que passaram pelas contas.
Fonte: Veja