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terça-feira, 2 de maio de 2017

Ministros do Supremo decidem nesta terça-feira se soltam ou não José Dirceu

Fachin tem mantido decisões de Moro, mas 2ª Turma do STF diverge

Há três meses como relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin tem mostrado sintonia com o trabalho do juiz Sergio Moro, que conduz as investigações em Curitiba. Até agora, Fachin julgou sozinho pelo menos nove pedidos de libertação de investigados. Negou todos, mantendo integralmente as decisões de Moro.

Isso nem sempre acontece quando o julgamento é feito pela Segunda Turma do STF, responsável por analisar os processos da Lava-Jato. Dos quatro pedidos de liberdade julgados pelo colegiado, a decisão de Moro foi mantida em apenas um caso. O voto de Fachin foi derrotado em dois desses julgamentos.

A dissonância mais recente foi na semana passada, quando a Segunda Turma concedeu liberdade ao ex-assessor do PP João Cláudio Genu e ao pecuarista José Carlos Bumlai. Fachin votou contra os dois benefícios.  O colegiado vai julgar nesta terça-feira o habeas corpus do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em prisão preventiva há quase dois anos. Fachin já votou contra a libertação do petista. Ainda faltam os votos dos outros quatro integrantes da turma: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Com base nos benefícios concedidos a dois réus da Lava-Jato na semana passada, a defesa de Dirceu nutre esperança de vê-lo em liberdade. No entanto, a aparente maré de libertação não necessariamente beneficiará o petista. Os próprios integrantes da Segunda Turma do tribunal advertem que, em casos de habeas corpus, não existe uma tendência decisória porque cada investigado teve a prisão baseada em argumentos diferentes.


— Cada caso é um caso — disse Dias Toffoli na quarta-feira.
O STF é imprevisível. Pode dar qualquer resultado — analisou um integrante da Segunda Turma ouvido pelo GLOBO.  Levantamento feito pelo GLOBO localizou 20 recursos de investigados da Lava-Jato nos quais Fachin se manifestou. Nos 14 casos em que houve decisão monocrática, ou seja, sem consultar nenhum outro ministro, Fachin negou as solicitações. O ministro negou nove pedidos de liberdade apresentados por Dirceu, pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, entre outros. O caso de Genu foi revertido depois na Segunda Turma.

Dos cinco recursos em que não havia pedido de liberdade, Fachin negou solicitação de Cunha para anular sua transferência para outra carceragem. Ele também rejeitou dois pedidos do ex-ministro Antonio Palocci para suspender um processo que está sob os cuidados de Moro, e para mandar o Superior Tribunal de Justiça julgar um habeas corpus. Por fim, foram negados dois pedidos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para ter acesso a delações premiadas.

Além dos quatro pedidos de liberdade que chegaram à Segunda Turma, foi analisado, em 21 de fevereiro, um recurso do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) para tirar um processo de Moro. Fachin foi contra o pedido, mas saiu derrotado. Na última terça-feira, a Segunda Turma do STF começou a julgar o pedido de liberdade de Dirceu, condenado no mensalão por corrupção e na Lava-Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. O primeiro voto foi o de Fachin, que negou o pedido. Os outros quatro ministros do colegiado ponderaram que o advogado de Dirceu e a Procuradoria-Geral da República (PGR) tinham que ser ouvidos no processo — e, por isso, o julgamento foi adiado para hoje. Ao votar, Fachin concordou com o decreto de prisão preventiva expedido por Moro. [libertar Dirceu será uma ofensa do Supremo à democracia, ao povo,  à Justiça e a desmoralização da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro e das próprias leis brasileiras.
O criminoso Zé Dirceu está preso por quando estava em liberdade provisória - em virtude de sua condenação no MENSALÃO - PT - continuar delinquindo.
Enquanto cumpria a liberdade provisória o reeducando 'guerrilheiro de festim' cometia novos crimes  no PETROLÃO - PT.
Sua sanha de enganar é tamanha, que cumpria liberdade provisória e ao mesmo tempo recebia quase US$ 30 MI de propinas por sua participação no PETROLÃO - PT. O cara é tão desonesto que mesmo recebendo propinas no valor de trinta milhões de dólares deixou que milhares de petistas babacas fizessem uma 'vaquinha' para pagar uma multa de pouco mais de R$ 900 mil imposta pela Justiça ao guerrilheiro de araque.
 Contra soltura de Dirceu existe também impedimento da legislação penal que determina que qualquer bandido que se encontre em liberdade provisória e cometa algum crime, perde o beneficio e volta para o regime fechado. Dirceu está exatamente neste caso.
Tem também o fato que foi condenado por duas vezes na Lava Jato.]


Para o juiz de Curitiba, Dirceu agia “de forma sistêmica, habitual e profissional”, tendo recebido propina de forma periódica, inclusive quando estava preso em decorrência do mensalão e enquanto era investigado na Lava-Jato. O juiz considerou que o comportamento revelava “ousadia e desprezo pela persecução criminal” —e que somente a prisão poderia estancar a reiteração no crime.

CONDENADO EM 2012
Dirceu foi condenado no mensalão em dezembro de 2012 e preso em novembro do ano seguinte. Em 2014, obteve o direito de ser transferido para a prisão domiciliar. Em 2015, voltou para a prisão, por ordem de Moro, por indícios de envolvimento com crimes da Lava-Jato. Depois disso, Dirceu foi condenado na Lava-Jato por duas vezes. Fachin afirmou que, de acordo com as investigações, Dirceu recebeu pagamentos milionários de empresas, com indícios de que se tratava de propina. Esses pagamentos teriam sido feitos entre 2009 e 2014, abrangendo os períodos em que Dirceu cumpria pena pelo mensalão e estava sendo investigado na Lava-Jato.

Segundo a defesa, os pagamentos eram referentes a contratos de consultoria firmados antes da prisão no mensalão. Ainda segundo os advogados, duas das três empresas que fizeram repasses não são investigadas nem no mensalão, nem na Lava-Jato. [as consultorias do Zé Dirceu são tão reais quanto as palestras do Lula - forma do ex-presidente lavar dinheiro de propina - as do Fernando Pimentel, ainda governador de Minas - consultorias que nunca alguém surgiu para dizer que assistiu uma sequer - e as do Luis Cláudio, filho de Lula, que contratado para prestar consultorias a uma empresa - uma forma de lavar dinheiro de propina pela edição de uma MP - apresentou como produto da consultoria resultados de pesquisas feitas na internet.]

Fonte: O Globo

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Galinha dos ovos de ouro

As MPs são ‘relevantes e urgentes’ para o País ou para corruptores e corruptos?

Entre as suas várias modalidades de “doações”, a benemérita Odebrecht usava uma bastante direta e objetiva: servia para comprar emendas ou a própria redação de Medidas Provisórias, que são editadas pelos governos e votadas pelo Congresso Nacional. 

As chamadas MPs se transformaram numa espetacular fonte de renda para os políticos brasileiros e isso não tem obrigatoriamente a ver com eleição.  Instrumentos à disposição do presidente da República para casos de “relevância e urgência”, elas produzem efeitos imediatos por até 120 dias, mas só viram efetivamente leis depois de aprovadas pelos deputados e senadores. Se não votadas em 45 dias, trancam a pauta da Câmara e do Senado, deixando os governos preocupados, senão apavorados.

As MPs brilham na Operação Zelotes da Polícia Federal, que investiga a compra de decisões do órgão revisor da Receita Federal e o pagamento de propinas no Executivo e no Legislativo para medidas que favorecessem, entre outros, o setor automotivo. O ex-presidente Lula e seu filho Luís Claudio, por exemplo, foram indiciados nessa operação.  Agora, não é nenhuma surpresa que as MPs voltem a brilhar nas delações da Odebrecht, das quais nada, nem partidos, nem políticos, escapa. Um dos delatores, Cláudio Melo, cita inclusive as três MPs pelas quais a empresa dava mundos e fundos para líderes importantes do Congresso, principalmente, mas não só, do PMDB.

Isso é desmoralizante, desanimador, irritante, enojante, porque a sociedade brasileira já não sabe mais se as medidas editadas pelos sucessivos governos eram de fato “relevantes e urgentes” para o País e seus cidadãos, ou se eram convenientes para grandes corruptores e uma galinha dos ovos de ouro para corruptos.  Além de compra de MPs e projetos, o meio bilhão de reais da Odebrecht (na soma até agora…) tinha variadas serventias: doação de campanha em caixa 1 para candidatos alinhados com o pensamento e os interesses da empresa, o que era legal; doações em caixa 2, que é crime eleitoral; compra de decisões do Executivo federal, estadual e municipal; compra de votos nos legislativos; um troca-troca infernal entre desvios em obras públicas, licitações e propinas; e, enfim, mesadas para manter sob cabresto os diferentes Poderes.

O que Emílio e Marcelo Odebrecht, além de seus executivos, vêm ensinando sobre esse universo de corrupção pode ser estendido, mundo afora, para as empreiteiras, como OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão. E também para os mais variados setores, de produção de carnes (já na Operação Carne Fraca) a bancos (uma Lava Jato à parte).  Chegamos ao fundo do poço? Não! Os depoimentos transmitidos pela TV são só parte das cerca de mil horas de gravações e só de uma empresa e precisamos lembrar que as delações premiadas até aqui são praticamente de empreiteiros, executivos, doleiros, diretores da Petrobrás. Dos políticos, só Delcídio Amaral, que foi aceito, e Pedro Corrêa, que não. O céu é o limite.

A força-tarefa da Lava Jato não parece interessada na delação de um Eduardo Cunha em troca de amenizar sua pena, mas certamente está se coçando pelo que têm a dizer João Santana e Mônica Moura e, particularmente, Antonio Palocci. Além de jararacas, jacarés e crocodilos, virão muitas outras cobras e lagartos.  Nem todo juiz é um Sérgio Moro, nem toda primeira instância é igual às de Curitiba, DF e Rio, mas a tendência é que a Lava Jato produza muitas Lavajatozinhas. Aliás, nem sempre no diminutivo. No Rio, o insaciável Sérgio Cabral e sua quadrilha não devem nada, em valores ou falta de pudor, ao que já vimos na investigação-mãe. E, para quem acha que já viu tudo, grandes revelações ainda surgirão.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Eliane Cantanhêde 


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Clube uruguaio demite filho de Lula antes mesmo da contratação - na realidade o Clube temeu o filho de Lula usar pesquisas na internet para treinar time

Clube uruguaio desiste de contratar filho caçula de Lula

Repercussão negativa e alto salário [sem esquecer a incompetência e desonestidade, características básicas de qualquer membro da 'famiglia Lula da Silva' - fizeram o modesto Juventud de Las Piedras abdicar do acordo com o preparador físico

O modesto clube uruguaio Juventud de Las Piedras desistiu de um “badalado” reforço brasileiro: o preparador físico Luís Cláudio da Silva, o filho caçula do ex-presidente Lula
Luís Cláudio da Silva: a bolada foi pagamento por “pesquisas, avaliações e elaboração propriamente dita” de trabalhos sobre a Copa e a Olimpíada (Reginaldo Castro/Lancepress/VEJA)

Depois de anunciar a contratação de Luís Cláudio em seu site oficial, o clube recuou. Para o presidente do clube, Yamandú Costa, houve um “problema de comunicação”. “Nós nunca noticiamos a contratação do sr. Luís Claudio. Divulgamos apenas a visita que ele fez às nossas instalações”, disse Costa.

Embora o dirigente, que é homônimo do violonista e compositor brasileiro, afirme oficialmente que não houve contratação, duas razões explicam a mudança de posição do Juventud. O primeiro motivo foi a enorme controvérsia que a informação causou, dentro e fora do Uruguai. Dirigentes do clube ficaram assustados com a repercussão negativa do acerto, que poderia ser visto como uma preparação para a saída da família da Silva do Brasil.

A segunda razão foi financeira. Com folha salarial modesta, de cerca de 100.000 dólares (340.000 reais), o 10º colocado do Campeonato Uruguaio não teria condições de bancar a remuneração mensal de 25.000 reais pedida pelo preparador físico.

O site do Juventud de Las Piedras anunciou o acerto no dia 18 de outubro, informando a “recente chegada à instituição pedrense do professor Luís Lula Da Silva (filho) para trabalhar no futebol e desenvolvimento social” do nosso clube. Segundo o presidente, porém, houve um problema na divulgação da visita de três dias que o brasileiro fez à sede do time para conhecer o projeto de formação de atletas. Procurada pela reportagem, a assessoria do filho de Lula não se manifestou.

O Juventud de Las Piedras chegou a ele por indicação da área de relações internacionais do clube, que, segundo Costa, é conduzida por brasileiros. O gerente Rodrigo Lubetkin conheceu o filho de Lula em um simpósio em São Paulo. O caçula do ex-presidente acumula passagens por Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. Foi estagiário em departamentos amadores e auxiliar de preparador físico. Depois de cinco anos, em 2011, abriu a própria empresa.

A notícia da contratação causou estranheza até entre parceiros do clube do Uruguai. Nos últimos dois anos, o Juventud de Las Piedras realizou amistosos no Rio Grande do Sul, o que estreitou o relacionamento com Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). “ O clube de Las Piedras foi o primeiro time do interior a chegar à elite e tem um título da terceira divisão (1995) e outro da segunda (1999). Na virada dos anos 2000, alternou altos e baixos, mas se firmou em 2012. Em 2014/2015, o clube conseguiu se classificar para a Copa Sul-Americana, mas a experiência só durou quatro jogos.

 (memória) - UM POUCO SOBRE LUIS CLÁUDIO E SUA NOTÓRIA INCOMPETÊNCIA
 Os policiais ele não convenceu. Na quarta-feira passada, Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Lula, entrou acompanhado de quatro advogados na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Das 3 e meia da tarde às 7 e meia da noite, ele se empenhou em convencer o delegado Marlon Cajado, responsável pela Operação Zelotes, de que os 2,4 milhões de reais que recebeu entre 2014 e 2015 do escritório de lobby Marcondes & Mautoni eram referentes a pagamento por “trabalhos prestados” por sua empresa, a LFT Mar­keting Esportivo. A Marcondes & Mautoni é suspeita de ter negociado com autoridades do governo a renovação de uma medida provisória que, decretada em 2014, prorrogou benefícios para empresas do setor automotivo – o grosso da clientela do escritório. Seu principal sócio, Mauro Marcondes Machado, está preso desde o último dia 26.

Segundo Luís Cláudio, os trabalhos prestados à Marcondes & Mautoni consistiram em projetos de “pesquisa, avaliações setoriais e elaboração propriamente dita”, com “foco relacionado à Copa do Mundo (2014) e à Olimpíada” do Rio (2016). Para justificar o fato de a LFT, que não possui nenhum funcionário registrado, ter sido escolhida para executar tão bem remunerado trabalho, Luís Cláudio alegou que sua “expertise não se restringe à formação superior em educação física” – ele se formou pela FMU, em São Paulo -, mas “tem lastro na prestação de serviço, por cinco anos ininterruptos, em quatro dos mais destacados clubes de futebol”: São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. Luís Cláudio de fato passou pelos quatro clubes, sempre levado por amigos do pai, mas em nenhum deles desempenhou atividade que pudesse ter utilidade nos projetos que diz ter desenvolvido para o escritório hoje sob investigação da PF.

[Luís Cláudio realizou a consultoria de R$ 2,4 milhões para a Hyundai fazendo pesquisa na internet sobre o assunto;
quando os uruguaios tomaram conhecimento das técnicas utilizadas pelo ex-quase futuro técnico em suas atividades, e seriam aplicadas no Juventud, desistiram do negócio.]

O caçula de Lula entrou no São Paulo como estagiário no departamento amador do clube, e dali em diante, nos demais times onde esteve, nunca passou de auxiliar de preparador físico. “Ele desempenhava funções simples, como colocar os cones no gramado para os treinos dos jogadores e acompanhar as sessões de musculação dos atletas”, contou um ex-colega do Palmeiras (esse mesmo colega lembrou também que, apesar do cargo modesto, “Lulinha”, como era chamado pelos colegas, raramente perdia uma viagem com o time na temporada de jogos). Depois de cinco anos de clube em clube, Luís Cláudio abriu a LFT Marketing Esportivo, em fevereiro de 2011. Um de seus primeiros clientes foi o Corinthians, cujo presidente à época, Andrés Sanchez, era próximo de Lula. A função da LFT era captar patrocínio para os esportes amadores do clube.

Foi essa mesma aptidão para atrair recursos que levou a LFT a ser convidada a associar-se ao ex-locutor André Adler, que fez a carreira comentando eventos esportivos e morreu em 2012. Sua empresa promovia jogos de futebol americano em um torneio chamado Touchdown. Essa nova sociedade, afirma a defesa de Luís Cláudio, aproximou-o da Marcondes & Mautoni. Depois que a Touchdown perdeu o patrocínio que a Hyundai ofereceu ao torneio por dois anos, o caçula de Lula teria procurado a consultoria para garimpar novos recursos no setor automotivo. Acabou saindo de lá com o contratão de 2,4 milhões de reais para fazer pesquisas sobre a Copa e a Olimpíada, ainda que nenhum dos temas se beneficie de conhecimentos sobre jogos de futebol americano ou colocação de cones no campo.

Luís Cláudio diz ter se aproximado da Marcondes & Mautoni apenas há alguns anos, mas a relação entre o dono da empresa e seu pai vem de longa data. O lobista Mauro Marcondes conhece o ex-presidente desde o fim da década de 70, quando trabalhava na Volkswagen e Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Polícia Federal acredita que ele manteve contato com o petista pelo menos até agosto de 2013, período em que estaria “negociando” a medida provisória que favoreceu seus clientes com impostos mais baixos.

Dois pontos do depoimento do filho de Lula foram considerados pela polícia particularmente “inconsistentes” e “pouco convincentes”. Para os investigadores, a natureza da LFT não justificaria sua contratação para a finalidade alegada. E, ainda que esse trabalho tivesse sido encomendado e realizado, o preço atribuído a ele parece anormal.  O passado recente do filho caçula do ex-presidente Lula registra uma trajetória ascendente e fulminante. Já seu futuro, a contar pela reação dos inves­tigadores ao seu depoimento, parece bem menos promissor.
 

Fonte: O Estado de São Paulo  e VEJA



 

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Compadre Roberto Teixeira; lembram dele? o amigão de Lula que emprestou por vários anos imóveis para o Apedeuta residir e ainda empresta, atualmente, um para residência de um dos filhos do Apedeuta - o consultor virtual Luis Cláudio

Compra de sítio em Atibaia foi lavrada em escritório do compadre de Lula




A compra do sítio usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Atibaia (SP) foi formalizada no escritório do advogado e empresário Roberto Teixeira, compadre do petista, no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel custou R$ 1,5 milhão, em outubro de 2010, dos quais R$ 100 mil (R$ 143 mil em valores atuais) foram pagos em dinheiro, conforme as escrituras do imóvel Teixeira diz que foi utilizado um cheque administrativo.


As informações constam das escrituras de compra e venda das duas áreas que compõem o imóvel de 173 mil m², investigado pela Operação Lava Jato sob suspeita de ter sido reformado a mando de empreiteiras que tiveram ex-executivos condenados na Justiça por envolvimento no esquema de desvios e de propinas da Petrobrás.


Segundo o documento, Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar, amigo de Lula, pagou R$ 500 mil por uma parte do sítio e Jonas Suassuna, primo do ex-senador Ney Suassuna, arcou com R$ 1 milhão. Ambos são sócios de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho de Lula.


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Dos R$ 500 mil pagos por Bittar, R$ 100 mil foram “recebidos em boa e corrente moeda nacional”. O restante foi pago em dois cheques do Banco do Brasil. O negócio foi formalizado no dia 29 de outubro de 2010, dois dias antes da eleição da presidente Dilma Rousseff, no 19.º andar de um prédio de escritórios na Rua Padre João Manoel, nos Jardins. O endereço é o do escritório de Teixeira.


Teixeira é amigo de Lula desde os anos 1980 e padrinho de Luís Cláudio, caçula de Lula. [Luís Cláudio é especialista em fraudar consultorias, vendendo como produção do seu cérebro estéril, trabalhos copiados da internet - está enrolado na Zelotes (compra e venda de Medidas Provisórias e agora se enrolou com consultorias que diz ter prestado ao Corinthians, por solicitação do Mano Menezes, que diz nada saber.] Durante anos o ex-presidente morou em uma casa pertencente ao empresário em São Bernardo. Teixeira também intermediou a compra da cobertura duplex onde Lula mora atualmente em São Bernardo do Campo e é proprietário do apartamento onde vive Luís Cláudio.

Conforme revelou o Estado, o agrimensor Cláudio Benatti disse ter sido contratado por Teixeira em 18 de dezembro de 2010 para começar os serviços no sítio em 20 de janeiro de 2011, em caráter de urgência no sítio. Lula deixou o Planalto naquele mês e parte da sua mudança foi levada para o sítio. Benatti deve prestar depoimento na semana que vem à Lava Jato.

Gaveta
Conforme os documentos do sítio, a compra havia sido fechada pelo menos dois meses antes,
no dia 5 de agosto de 2010, por meio de um Instrumento Particular de Compra e Venda firmado entre os compradores e o antigo dono, Adalton Santarelli, um comerciante de São Paulo.
(…)

Por:  Ricardo Galhardo e Guilherme Mazieiro, no Estadao:

 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

HEXACAMPEÃO - Lula conseguiu feito inédito: está sendo investigado criminalmente em seis frentes

Investigadores fecham o cerco a Lula em seis frentes

O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) estão fechando o cerco ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ao menos seis frentes de apuração criminal. Documentos anexados a estas investigações mostram o avanço sobre negócios ligados direta ou indiretamente ao petista.Uma dessas apurações é o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) aberto no Distrito Federal, sobre suposto tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht.

A Operação Zelotes investiga pagamentos recebidos por Luís Claudio, filho do ex-presidente, e a suspeita de que seu ex-chefe de Gabinete, Gilberto Carvalho, posteriormente ministro da Secretaria-Geral da Presidência na gestão Dilma, tenha supostamente atuado para tráfico de influência e corrupção com empresas do setor automotivo.

Já existe na Lava-Jato a suspeita de que o navio-sonda da Petrobras Vitoria 10 000 supostamente teria sido entregue para operação da Schahin - sem licitação - por intermediação do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. Como contrapartida, o banco Schahin supostamente quitaria dívida de R$ 60 milhões da campanha de Lula de 2006. O empresário supostamente teria solicitado R$ 2 milhões ao lobista Fernando "Baiano" Soares destinados a uma nora de Lula. Bumlai nega.

A Lava-Jato ainda examina os pagamentos de empresas investigadas à LILS, constituída por Lula para receber por suas palestras, e ao Instituto Lula, entidade mantida pelo ex-presidente "para o desenvolvimento nacional e a redução de desigualdades" e dirigida por Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae.

São centenas de quebras de sigilo, além de laudos que discorrem sobre informações obtidas durante ações de busca e apreensão em endereços de pessoas e empresas investigadas. O  Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda identificou movimentações de cerca de R$ 300 milhões consideradas atípicas, segundo reportagem da revista "Época". O órgão analisou transações bancárias de Lula e dos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda), Erenice Guerra (Casa Civil) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), diz a revista.

Na Zelotes os investigadores já chegaram à "antessala" de Lula", como descrito no relatório de análise de atividades de lobistas e empresas com acesso direto ao então chefe de gabinete Gilberto Carvalho, homem de confiança de Lula. O ex-ministro é descrito como parte de um "conluio" para atender a demandas de empresas automotivas, interessadas em isenção fiscal para o setor, diz a PF.

Os investigadores também suspeitam que empresa de Luís Cláudio, filho de Lula, possa ter recebido supostamente R$ 1,5 milhão em recursos cuja licitude é colocada em xeque pela Zelotes. Luís Cláudio foi intimado a prestar esclarecimentos à PF esta semana. Suspeita-se que os valores foram pagos à LFT pela Marcondes e Mautoni, consultoria apontada como o cerne de suposto esquema de corrupção para que o então presidente sancionasse medidas provisórias com isenções tributárias.

Apesar de Lula não ser [ainda] oficialmente investigado na Lava-Jato, sua empresa,
a LILS, e o Instituto Lula, estão sob investigação por pagamentos recebidos de empreiteiras acusadas pelo MPF de integrar cartel em licitações bilionárias da Petrobras. Foram R$ 3 milhões recebidos da Camargo Corrêa pelo Instituto Lula, a título de "contribuições e doações" e "bônus eleitoral", entre 2011 e 2013. Além de R$ 1,5 milhão pago pela empreiteira à LILS, afirma a PF. Apesar de a documentação apreendida na contabilidade da Camargo registrar a saída dos valores com a finalidade de doação e bônus eleitoral, a empreiteira e o Instituto Lula alegam que as contribuições se referem a apoio institucional e patrocínio de palestras feitas por Lula no exterior.

Em 15 de outubro, Lula prestou depoimento espontâneo - e reservado - ao MPF do Distrito Federal, dando a sua versão dos fatos. A suspeita é de que ele supostamente teria praticado tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht. A empreiteira, descrita pela Lava-Jato como à frente de suposto cartel na Petrobras, pagou cerca de R$ 4 milhões a Lula por 10 palestras. O Tribunal de Contas da União (TCU) questiona a regularidade do crédito de quase US$ 750 milhões concedido pelo banco de fomento à Odebrecht. 


Fonte: Valor Econômico - Letícia Casado, de Brasília

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Fazenda e Receita pedem quebra de sigilos de filho de Lula e ex-ministro



A Coordenadoria de Investigação da Receita, responsável pelos documentos, quer identificar as origens e destinos das movimentações financeiras do filho de ex-presidente e de suas empresas
Na tentativa de ampliar a investigação da Operação Zelotes, o Ministério da Fazenda e a Receita Federal propuseram a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e de Gilberto Carvalho, ex-ministro da presidente Dilma Rousseff e ex-chefe de gabinete do ex-presidente Lula.

Nas investigações sobre Luis Claudio, estão na mira, além de suas movimentações pessoais, os dados da LFT Marketing Esportivo e da Touchdown Promoções e Eventos Esportivos, das quais ele é sócio. No caso de Gilberto Carvalho, o pedido inclui a quebra dos sigilos fiscal e bancário de sua mulher, de seus filhos e de várias empresas ligadas à família.

Ao todo, o relatório produzido pela Corregedoria-Geral da Fazenda e pelo setor de inteligência do fisco pedem a quebra de sigilos, de 2008 a 2015, de 21 empresas e 28 pessoas. A expectativa na Receita é que o Ministério Público Federal, a quem cabe formalizar as solicitações, as acate e envie os pedidos à Justiça Federal nesta quarta-feira (28).

Mesmo sem ter nenhum funcionário, segundo os auditores da Receita, a LFT recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes e Mautoni Empreendimentos, cujo dono, Mauro Marcondes, foi preso na mais recente etapa da operação, segunda (26). Ele é suspeito de ter participado da suposta compra de medidas provisórias que beneficiam a indústria automotiva.  “Tal constatação […] aduz ao questionamento sobre que tipo de serviço foi prestado pela LFT à Marconi & Mautoni que motivou pagamento de tão grande quantia”, indagaram os auditores no relatório.

As sugestões constam no relatório elaborado pela Receita e anexado ao inquérito da Operação Zelotes, que encontrou indícios de venda das MPs e pagamentos de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao Ministério da Fazenda.

A Coordenadoria de Investigação da Receita, responsável pelos documentos, quer identificar as origens e destinos das movimentações financeiras do filho de ex-presidente e de suas empresas, além dos valores que passaram pelas contas.

A Receita pleiteia ainda acesso às informações fiscais e bancárias de um restaurante da filha do ex-ministro Gilberto Carvalho, que também foi chefe de gabinete de Lula.  O Fisco propôs derrubar os sigilos da Cantina Sanfelice de 2008 a 2015, estabelecimento em Brasília que pertencia à filha de Carvalho e seu ex-marido. Segundo o ex-ministro, o restaurante quebrou e foi vendido, com dívidas de mais de R$ 1 milhão.


Fonte: Veja 

terça-feira, 30 de junho de 2015

Relembrando as Traquinagens da família Lula da Silva - As andanças de Genival, o "Vavá"



Capítulo 14 do Livro O CHEFE de Ivo Patarra
Dona Marisa Letícia, a primeira-dama, mandou fazer um canteiro de quatro metros de diâmetro com flores vermelhas em forma de estrela, o símbolo do PT, nos jardins do Palácio da Alvorada. Tentou caracterizar a residência oficial do presidente da República como uma sede do partido. 

Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente, usou avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com 14 amigos. Foi durante as férias de 2004. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) tentou de todos os modos verificar a veracidade da história. Só conseguiu confirmar a mordomia junto ao Gabinete Institucional da Presidência da República. Antes, havia feito sucessivos requerimentos à Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério da Casa Civil e Ministério da Defesa. Ninguém admitia o uso do avião oficial. Mas existiu. 

Cinco anos depois, em outubro de 2009, Lula nem deu atenção ao caso. Desta vez quem pegou carona no avião do governo foi Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", filho mais velho do presidente. Ele e 15 acompanhantes. O "Sucatinha", um Boeing 737 da FAB, já estava perto de Brasília quando o piloto recebeu ordens para voltar a São Paulo e pegar a turma do Lulinha. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também voou na aeronave, que seguiu novamente para Brasília. O Palácio do Planalto só informou que Lulinha e os amigos eram convidados do presidente da República. Ponto final. 

De acordo com relato do economista Paulo de Tarso Venceslau, o amigo de Lula, Paulo Okamotto, resolveu um problema provocado por Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente. Eram tempos da eleição para o Palácio do Planalto de 1994. Lurian teria saído de uma loja em São Paulo sem pagar pelas mercadorias que levara consigo. A missão de Paulo Okamotto era pagar pelos produtos evitando que a história vazasse para os jornais. Ele conseguiu. 

Em junho de 2009, o marido de Lurian, Marcelo Sato, foi acusado de tráfico de influência em transações que envolviam a execução de obras no porto de Itajaí (SC). O Governo Federal tinha liberado R$ 350 milhões para reconstruir as instalações do porto, mas haveria 19 irregularidades na contratação de empreiteiras. Marcelo Sato participou de reunião para discutir as obras ao lado do deputado Décio Lima (PT-SC), um ex-superintendente do porto. 

Na época, o genro de Lula era assessor da deputada estadual Ana Paula (PT-SC), mulher de Décio Lima. O procurador Marcelo da Mota disse ao repórter Hugo Marques, da revista Isto É, que Marcelo Sato seria investigado: - Há indícios para investigar a intervenção de Marcelo Sato junto a órgãos do Governo Federal. 

Sandro Luís Lula da Silva, outro filho do presidente, foi funcionário-fantasma do PT. Os repórteres Lílian Christofoletti e José Alberto Bombig, da Folha de S.Paulo, revelaram o caso. Contratado por R$ 1.522, Sandro Luís prestava "serviços à distância". Empregado do PT durante mais de três anos, Sandro Luís teria passado a prestar serviços em casa, em São Bernardo do Campo (SP), desde que o pai se tornara presidente da República. 

Deram diversas explicações. Numa primeira versão, o PT informou que o filho de Lula nunca trabalhara no partido. Depois, o PT alegou que o rapaz deixou de ser funcionário em meados de 2002. E, por fim, o partido informou que ele fora desligado dos quadros da legenda "há uma ou duas semanas", ou seja, em junho de 2005, na mesma época em que a reportagem foi publicada. 

Os repórteres ouviram o presidente do PT de São Paulo, Paulo Frateschi: - Ele não ia todos os dias. Às vezes, aparecia um dia por semana, um dia por mês. Ele não precisa ir ao diretório para trabalhar. Trabalha na casa dele, até porque precisa apenas de um computador para realizar o serviço. Paulo Frateschi não informou quais serviços Sandro Luís prestava ao PT. 

Quem ocupou páginas de jornal foi Fábio Luís Lula da Silva – o Lulinha. O jornal O Globo, do Rio, publicou em julho de 2005 que a Telemar, uma das maiores operadoras de telefonia do País, havia comprado ações da Gamecorp, empresa de Lulinha. Note-se que a Telemar, concessionária de serviço público, era constituída com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil e fundos de pensão de empresas estatais. A notícia falava na aplicação de R$ 5 milhões na Gamecorp. Com o negócio, a Telemar disporia de ações da empresa de Lulinha e do direito de usar programas de jogos produzidos pela Gamecorp em telefones celulares. 

Lulinha havia montado a Gamecorp, com capital de R$ 10 mil, numa sociedade firmada no ano anterior com Kalil e Fernando Bittar, filhos de Jacó Bittar, velho amigo de Lula, nomeado por influência do presidente como conselheiro da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. O negócio com a Telemar elevou a R$ 7 milhões a expectativa de faturamento da Gamecorp em 2006. A transação foi intermediada pela BDO Trevisan, empresa de consultoria de Antoninho Marmo Trevisan. Ele era outro amigo de Lula, nomeado para o Conselho de Ética Pública da Presidência da República. 

Para ganhar a vida, Lulinha dava aulas de informática. Teve rápida ascensão com a eleição do pai. A Telemar patrocinou viagens dele aos Estados Unidos, Japão e Coreia. O caso da Gamecorp eclodiu no meio da crise do escândalo do mensalão. Antes de viajar para a França, Lula aproveitou uma reunião ministerial para repelir as denúncias de favorecimento à empresa do filho:  - Estão querendo mexer na minha vida privada. Isso é uma baixaria, um golpe baixo, um desrespeito. Isso é irracional. [vida privada com dinheiro público.]

Dois meses depois, o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, prestou depoimento às CPIs dos Correios e do Mensalão. Reconheceu ter bancado almoços e jantares para Fábio Luís Lula da Silva em 2003, durante viagem de Lulinha ao Japão. Daniel Dantas disse que a Brasil Telecom fez gestões para comprar a Gamecorp. Chegou a pagar R$ 100 mil mensais para a Gamecorp fornecer conteúdo ao portal da Brasil Telecom na internet, antes de frutificar o negócio de Lulinha com a Telemar. 

A empresa do filho do presidente da República voltou a ser notícia em 2006, com a revelação de que a Telemar decidira injetar R$ 5 milhões por ano em patrocínios e produções dos programas de televisão da Gamecorp. Em três anos, o pacote da concessionária de serviço público à empresa do filho do presidente da República chegaria a R$ 15 milhões. 

Com o sucesso empresarial, a Gamecorp, especializada em videogames e programas de jogos eletrônicos para televisão, passou a comprar parte da programação da TV Bandeirantes e da Mix TV. A Gradiente anunciou nos programas da Gamecorp. O dono da empresa, Eugênio Staub, foi dos primeiros homens de negócio a apoiar Lula nas eleições de 2002. A Sadia, outra grande empresa, também passou a patrocinar os programas da Gamecorp. Lá, outro empresário de sucesso ligado a Lula fez carreira. Trata-se de Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no primeiro mandato do presidente Lula. 

Em junho de 2006, anunciou-se que a Gamecorp passaria a se chamar Game TV, a partir de uma parceria com o Canal 21, do grupo da TV Bandeirantes, que também mudava o nome para PlayTV. A empresa de Lulinha coordenaria seis horas diárias de programação, com a exibição de programas sobre games, videoclipes e atrações para o público infantil. O contrato tinha duração prevista de dez anos

Não foram divulgados dados sobre o faturamento da empresa de Lulinha, mas a TV Bandeirantes admitiu que R$ 250 mil do montante de R$ 3,1 milhões de verbas publicitárias que irrigariam os cofres da PlayTV e da Gamecorp, em 2006, viriam de empresas e órgãos federais. No final de 2005, a revista Veja contou a história de Genival Inácio da Silva, o "Vavá", o mais velho dos seis irmãos do presidente Lula. Metalúrgico aposentado, ele abrira escritório para intermediar pedidos de empresários junto a prefeituras do PT, empresas estatais e órgãos do Governo Federal. Fazia tráfico de influência. Da reportagem de Marcelo Carneiro e Camila Pereira:
"Vavá, filiado ao PT, confirmou a Veja que recebe e encaminha pedidos de empresários interessados em 'trabalhar com o governo', mas disse que, 'por enquanto', não recebeu nenhum pagamento pelo serviço. 'Até agora ninguém pagou nada ainda. Espero ganhar um dia'." 

O irmão de Lula começou negando aos repórteres que exercesse o papel de intermediário para empresários. Disse que seu escritório prestava "assessoria social para pessoas que precisam". Depois, Vavá confessou: - Se o presidente tem empresários que procuram ele para fazer negócio, nada melhor do que você ajudar. 

Admitiu ter mantido contato com César Alvarez, assessor especial do presidente Lula, e Edimilson Antonio Sant'Anna, diretor de Operações da Petrobras Distribuidora. Tudo por solicitação de empresários da Federação Brasileira de Hospitais, do advogado Daniel Freire Garcia e de um executivo do ramo da construção civil, identificado por Vavá como José Ernesto. O irmão de Lula reconheceu que ia amiúde a Brasília, com passagens aéreas pagas por empresários. Para fazer o quê?  - Passear.
 
(...)

A Polícia Federal desferiu a Operação Xeque-Mate em 4 de junho de 2007. Prendeu 79 pessoas acusadas de pertencer a uma organização criminosa ligada à exploração de máquinas caça-níqueis. Cerca de 600 agentes federais foram mobilizados em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. Entre os presos havia empresários, advogados, policiais civis e policiais militares. Eles foram acusados de contrabando de componentes eletrônicos para caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas. A organização movimentaria R$ 250 mil por dia. Durante a ação, dezenas de carros de luxo, caminhões, máquinas de jogo, dólares e ouro foram apreendidos. 

A Operação Xeque-Mate iria prender Vavá. A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu. Autorizou apenas uma operação de busca e apreensão na casa dele, situada na Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo (SP). Os federais vasculharam a residência e indiciaram Vavá por tráfico de influência e exploração de prestígio

A Polícia Federal também prendeu Dario Morelli Filho, cujo filho tinha como padrinho o próprio presidente Lula. Na época, Dario Morelli Filho ocupava cargo político na Prefeitura de Diadema (SP), cujo prefeito, José de Fillipi Jr. (PT), fora o tesoureiro da campanha de reeleição de Lula em 2006. O prefeito o afastou no mesmo dia. Amigo de mais de 20 anos da família Lula da Silva, Dario Morelli Filho foi acusado de formação de quadrilha, contrabando de componentes para máquinas caça-níqueis, falsidade ideológica e corrupção ativa. Ele daria dinheiro a policiais para não ser perturbado. 

(...)

Durante as investigações, a Polícia Federal interceptou uma série de ligações telefônicas com autorização da Justiça. Nesta, captada às 19h45 de domingo, 25 de março de 2007, Vavá conversou com Nilton Servo para informar que Lula esteve em sua casa naquele dia. De fato, apurou-se depois que o presidente passara o domingo em São Bernardo do Campo, sem agenda oficial. No diálogo, "máquinas", conforme a Polícia Federal, eram caça-níqueis

O primeiro a falar foi Vavá:
- O homem teve aqui hoje. O homem teve aqui hoje, entendeu?
- Hein?
- O homem teve aqui hoje, entendeu?
- Entendi.
- Passou aqui, ficou uma hora e meia aqui.
- Falou com você?
- Conversou. Eu falei pra ele sobre o negócio das máquinas lá. Ele disse que só precisa andar mais rápido, né?, bicho.
- Hein?
- Disse que só precisa andar mais rápido, viu? Tá certo?
- Com certeza. Meu irmão.
- Hã?
- O Lula é meu irmão.
 
Dispensável falar da gravidade do diálogo, envolvendo Lula. Três dias antes, em outra ligação, Vavá pedira a Nilton Servo:  - Ô, arruma dois pau pra eu?
Em 11 de março, outro diálogo entre os dois. Começou com Nilton Servo:  - Vou ver se hoje eu coloco uma coisa pra você. Mas o mais certeza é amanhã. Porque ontem eu tava em Caraguá, eu fui consultar um depósito que fizeram pra mim, fizeram em cheque, daí não tinha liberado hoje.
- Põe uns cinco, tá bom?
Dois dias depois, Nilton Servo ligou para Vavá: - Meu cunhado tá em São Paulo, eu pedi pra ele, meu cunhado, Serra, pra entregar pessoalmente aquele negócio. Falo com você amanhã, então. 

Agora, um diálogo de deixar os cabelos em pé. A conversa telefônica ocorreu duas semanas antes da deflagração da Operação Xeque-Mate, entre Vavá e José Ferreira da Silva, o "Frei Chico", outro irmão de Lula. Frei Chico foi o inspirador que levou Lula para o sindicalismo. Ele atuava como consultor em sindicatos da região do ABC, na Grande São Paulo. 

Ressalte-se que Frei Chico se apresentou como "Roberto" na ligação a Vavá. A Polícia Federal demorou alguns dias até descobrir de quem se tratava. Vavá, porém, sabia muito bem com quem falava, como se percebe pelo diálogo. Os dois provavelmente já sabiam das escutas telefônicas e trataram de manter a conversa a mais cifrada possível. Registre-se: anteriormente, o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT-RS), informara a Lula que havia investigações envolvendo Vavá. O diálogo começou com Vavá:
- Sexta-feira eu preciso ir a Brasília.
- Sexta-feira? Acho que você... Quero conversar sobre isso mesmo, cara.
- Hum?
- Não vai sem falar comigo, não. Porque tem, tem uma bronca da porra.
- De quê?
- Não sei, Vavá. Depois te falo, tá?
- Tá bom. (...) Ah, vou de manhã e volto à tarde, num voo só. Vou conversar com o Lula mesmo.
- Eu dev... O Lula quer que você vá lá, ouvi-lo à noite, pra conversar com ele à noite.
- Hã?
- Tá? Então eu quero ver com você direito isso. (...) Ele quer que eu vá com você, mas se você for sozinho, ele também... Tá? Quer conversar na casa dele, tranquilo, tá? Então vamos pensar num dia aí.
- Eu só vou de tarde e vou voltar, não vou ficar lá, não.
- É, mas... Vavá, eu quero saber... Vavá, por que tem umas bronca lá, que você anda apresentando uma pessoa lá nos ministérios e ele...
- Eu?
- Vavá! Depois nós conversa, tá?
Dois dias depois, em outra conversa telefônica, Vavá confirmou estar informado sobre as investigações da Polícia Federal. Ele pediu R$ 2 mil ao interlocutor, identificado como Rinaldo. O dinheiro seria pagamento por suposto lobby nos Correios. Vavá explicou por que evitou ir a Brasília: - Eu não fui porque a Polícia Federal está filmando muito, né?, Rinaldo. Vou esperar passar mais uns dias, aí eu vou lá. 

(...)
 
Em 17 de junho de 2007, dava-se como certa a denúncia do Ministério Público Federal contra Dario Morelli Filho, o compadre de Lula, e Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente. Os dois seriam acusados de envolvimento em "poderosa organização criminosa", responsável pela exploração de jogos de azar. O relatório da Polícia Federal sobre o caso informava que "a característica mais marcante dos grupos criminosos investigados é, sem dúvida, a continuidade delitiva". 

Do relatório: "Embora tenham sido realizadas no decorrer das investigações diversas apreensões de máquinas de caça-níqueis, o fato é que em nenhum momento essas operações policiais foram capazes de inibir as ações dessas organizações criminosas, que continuaram operando normalmente, não interromperam suas atividades delituosas". 
Dois dias depois, o Ministério Público Federal denunciou 39 pessoas, incluindo Nilton Cezar Servo e Dario Morelli Filho, o compadre de Lula. Vavá, porém, para surpresa dos policiais federais que conduziram as investigações, acabou sendo poupado. 

Deixaram de fora o irmão do presidente. 

Download do capítulo
http://www.escandalodomensalao.com.br/pdf/Capitulo14.pdf


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