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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Cadê o futuro

“Brasil, um país do futuro”


Devo à educação doméstica o prazer da leitura e o impulso da curiosidade. Enquanto meu pai cuidava da saúde bucal dos seus pacientes, minha mãe cuidava da saúde mental dos filhos.  Na rotina, a tarde de estudos: o preço da liberdade para se juntar à molecada e jogar bola até o sol permitir. Doce no trato e severa nas tarefas escolares, minha mãe foi além de ensino tradicional. Detestava o decoreba. Ou a gente demonstrava que entendia, pensava, explicava ou nada feito.

Em compensação, o orçamento doméstico garantia grana para comprar “O tesouro da juventude”, dicionários e enciclopédias (a wikipedia/google da época), a literatura infantil (Monteiro Lobato, Viriato Correia), mais adiante os clássicos da literatura e da poesia brasileira (apaixonada por Castro Alves declamava, emocionada, “O Navio Negreiro”). Descrevia, vibrante, os romances de capa e espada de Dumas e traduzia o simbolismo de “Os miseráveis” de Victor Hugo. Sim, o ficcionismo de Júlio Verne se fazia presente.  Certo dia, ela nos apresentou um livro, lançado em 1941, em vários países, “Brasil, um país do futuro” de autoria do judeu-austríaco, Stefan Zweig, reeditado e traduzido de acordo com a nova ortografia pela L&PM, RS, 2013.

Se já era ufanista, a narrativa materna agiganta a visão do autor, claramente, idílica, romântica, paradisíaca e sincera sobre uma terra prometida. Alberto Dines (biógrafo de Zweig) resume, no prefácio, o destino da obra: “sucesso de público, porém massacrado pelos críticos”.
O consagrado ficcionista e biógrafo não era um farsante. Fugido do extermínio genocida do nazifascismo e da insensatez criminosa das guerras, Zweig enxergou na exuberância tropical e na sociedade multicolorida a possibilidade da conciliação. Em 23 de fevereiro de 1942, Petrópolis, Zweig e sua mulher Lotte cometem suicídio. Ao final da carta, resume a tragédia pessoal: “Eu, demasiadamente impaciente, vou-me antes”.

Cadê o futuro? É a pergunta que não quer calar. Quem errou Zweig ou nós? Ou o futuro é um projeto sempre adiado?  O futuro chegou. E chegou detonando o nosso imaginário. O futuro não é uma abstração ou o resultado do raro altruísmo da ética entre gerações quando falamos da questão ambiental e da questão previdenciária.
A ética do presente fundamenta a relação cotidiana com o aqui e o agora. Com os mais próximos para salvá-los de “brumadinhos” e com o destino dos nossos pais, em grande maioria, velhos e pobres aposentados.
A ação transformadora responsabiliza os governantes.
  
Gustavo Krause é ex-ministro da Fazenda - Blog do Noblat - Veja

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Mera Coincidência


A ida de Jungman para o Ministério da Segurança Pública é uma solução natural, tipo “prata da casa”. Entretanto, não é natural um general como ministro da Defesa, pasta criada para o poder civil
 
No livro O 18 Brumário de Luís Bonaparte, já citado aqui a propósito da conjuntura eleitoral que vivemos, Marx se inspira no golpe de estado de Napoleão Bonaparte, em 9 de novembro de 1799, para descrever o golpe de seu sobrinho Luís Napoleão, 50 anos depois. Presidente em final de mandato, em 2 de dezembro de 1851 dissolveu a Assembleia e convocou um plebiscito que restituiu o Império; um ano depois se proclamou Napoleão III. O livro foi escrito entre dezembro de 1851 a março de 1852, em Londres, com o propósito de mostrar as circunstâncias nas quais “Napoleão, o pequeno”, como Victor Hugo o chamava, pôde desempenhar o papel de herói e tomar o poder.

Luís Bonaparte foi um reformador, admirador da modernidade britânica, e promoveu considerável desenvolvimento industrial, econômico e financeiro, mas seu maior legado foi a reforma urbana de Paris, sob comando do prefeito Georges-Eugene Hausmann, um dos símbolos da modernidade. 

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