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sábado, 25 de março de 2017

Temer manda apurar gastos de diretores dos Correios no exterior

O presidente Michel Temer ficou extremamente irritado quando foi avisado por seus assessores sobre uma viagem de um grupo de executivos dos Correios para o exterior num momento em que a estatal anuncia um forte processo de corte de custos, inclusive suspendendo férias de funcionários e reduzindo horas extras.

 Os assessores de Temer mostraram a ele fotos postadas pelo vice-presidente Corporativo dos Correios, Eugenio Walter Pinchemel Montenegro Cerqueira, no Facebook, como se estivesse fazendo turismo e não trabalhando. Chamou a atenção do Palácio do Planalto o fato de Eugenio aparecer no Facebook exaltando as belezas de Berlim e de Hannover, quando deveria estar em Leipzig, Alemanha.

Temer, segundo auxiliares, cobrou explicações do presidente dos Correios, Guilherme Campos. Esse tipo de fato, no entender do Planalto, gera muitas críticas e desgastes desnecessários, sobretudo porque a estatal entrou no rateio do governo para conseguir votos no Congresso para projetos importantes, como a reforma da Previdência Social.

Esbanjamento

Os Correios justificam que a viagem de seus executivos para quatro países da Europa faz parte da estratégia da empresa de reestruturar os negócios. “Os Correios esclarecem que a missão técnica à Europa, formada por vice-presidentes e chefes de departamento, tem por objetivo conhecer as melhores práticas de hubs aéreos de carga. O conhecimento adquirido vai ajudar os Correios na implantação do Projeto Hub Brasil, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP)”, justifica.

Para o Planalto, porém, o momento não é para esse tipo de gastança. Os Correios enfrentam sua maior crise, com prejuízos acumulados de mais de R$ 4 bilhões, restringindo benefícios aos funcionários e exigindo esforços de todos. “É inaceitável ver esse tido de esbanjamento nas redes sociais”, diz um assessor do presidente da República.

Desde que a atual diretoria dos Correios tomou posse, tem sido um desgaste atrás do outro. Vários dos vice-presidentes não teriam conhecimento técnico para exercerem suas funções e não se encaixam na lei das estatais, aprovada recentemente pelo Congresso.

Fonte: Blog do Vicente - CB 

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Temer e a privataria 3.0

Para quem acredita nos efeitos benignos das privatizações e se desinteressa pela forma como elas são conduzidas, a boa notícia veio do presidente Michel Temer: seu governo estuda a privatização dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. Numa estimativa grosseira, essas duas operações, somadas às concessões de quatro outros aeroportos, poderiam levar ao governo mais de R$ 10 bilhões ao longo de duas décadas.

No dia seguinte, outra notícia desafinou a orquestra. Maurício Quintella, o ministro dos Transportes do governo que planeja novas privatizações, informou que concorda em dar um refresco aos concessionários de sete aeroportos, que não pagaram as outorgas devidas à Viúva, coisa de pelo menos R$ 2,5 bilhões.  Chama-se “outorga” a prestação que o concessionário se comprometeu a pagar. Algo como aluguel. Em 2012, quando o governo petista privatizou os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, o leilão foi considerado um sucesso, e informou-se que ele renderia R$ 24,5 bilhões. Renderia, porque os três concessionários não pagaram os aluguéis. O mesmo aconteceu com os novos donos do Galeão e de Confins.

O ministro diz que os aluguéis serão pagos até o fim de dezembro. Acredita quem quiser. Pelo contrato de concessão dos aeroportos, como acontece com o aluguel de apartamentos, se o inquilino não paga, deve ir embora. O governo preferiu o caminho do refresco para não assustar o mercado. Talvez aí esteja o seu erro. O que assusta investidores é um governo que não cumpre contratos. Não foi por superstição que algumas grandes empreiteiras nacionais e operadoras mundiais de aeroportos resolveram ficar longe dos leilões petistas.

As privatizações de 2012 foram tratadas como um êxito porque parecia que a simples ideia de afastar o governo dos aeroportos resolveria o problema dos apagões. Quem olhou os leilões da privataria petista sentiu cheiro de queimado. A OAS ficou com Guarulhos; a Engevix, com Brasília; e a UTC, com Viracopos. Em quase todos os casos, entraram os fundos de pensão Petros, Previ e Funcef, bem como o velho e bom BNDES. Um ano depois, a Odebrecht levou o Galeão com um socorro das arcas do FGTS e conseguiu um milagre da privataria, o aeroporto foi privatizado e sua concessionária tinha 61% de participação estatal.

A permanência da Infraero nas operações dos aeroportos privatizados foi criticada internacionalmente como sendo um caso de permanência da raposa no novo galinheiro. Como os concessionários decidiram enxugar a folha de pagamentos do seus aeroportos, a estatal transferiu servidores para Congonhas, que continuou na sua jurisdição, e seu quadro passou de 336 funcionários para 573. Um deles era encarregado de vigiar o refeitório.

As privatizações não trouxeram o que prometeram (inclusive os aluguéis), mas as novas operadoras melhoraram alguns aspectos do negócio. Nenhum aeroporto brasileiro pode sonhar com a qualidade dos terminais de Amsterdã, mas Guarulhos pode ser mais confortável do que algumas áreas de embarque congestionadas do Charles De Gaulle. Já o Galeão, em 2015 continuava invicto na posição de pior aeroporto do mundo. Em abril passado, a Odebrecht atrasara o pagamento de R$ 934 milhões.


Fonte: Elio Gaspari - O Globo