Preso em
7 de abril de 2018, Lula voou de São Paulo para Curitiba num monomotor
mequetrefe da Polícia Federal. Libertado 580 dias depois, fez o percurso de
volta a bordo de uma aeronave requintada: um jato Phenom 300, avião executivo
fabricado pela Embraer. Coisa fina. Pertence à empresa Brisair, dos
apresentadores Luciano Huck e Angélica, em sociedade com a Icon Táxi Aéreo. Foi
fretado pelo Partido dos Trabalhadores. O uso da verba do Fundo Partidário para
pagar serviços dissociados das atividades da legenda não tem amparo legal.
[atenção Justiça Eleitoral, Receita Federal, Polícia Federal, UIF e tudo que for instituição que leve a sério combater ladrões de recursos públicos:
- Huck declara que não empr4estou avião para o condenado petista e tudo foi tratado com a empresa de táxi aéreo. Assim, a fatura do vôo será apresentada ao pt = perda total = que usará recursos do Fundo Partidário para quitar a dívida.
Tal uso é ilegal, criminoso e assim nós, contribuintes, esperamos que seja dado um flagra nos ladrões e todos presos.
Cometendo crimes o condenado petista perde o direito a sua liberdade temporária e deverá ser conduzido ao presídio em camburão.
A liberdade concedida pelo STF para o condenado aguardar o trânsito em julgado, será cassada se for usada para o condenado cometer crimes.]
Candidato não declarado à sucessão de 2022, Luciano Huck apressou-se em
esclarecer: "Eu não dei carona no avião pro Lula, eu não emprestei avião
nenhum pro Lula." Quando não é utilizado por ele, o jato fica à disposição
da empresa Icon, para fretamentos. "Qualquer especulação política em cima
disso é maluquice desse momento polarizado dividindo o país", acrescentou
Huck. "O fato não passou de uma simples questão comercial, vamos dizer
assim". Num instante em que Lula se diz "livre como um
passarinho" e anuncia a intenção de "percorrer o país", o PT
renderia homenagens à moralidade e ao contribuinte se informasse quanto pagou
pelo aluguel do jato de Huck e como planeja lançar a a despesa na contabilidade
a ser enviada à Justiça Eleitoral.
Na fase pré-Lava Jato, Lula habituou-se a viajar em jatinhos
companheiros. Intimado a prestar seu primeiro depoimento ao então juiz Sergio
Moro, em maio de 2017, Lula voou para Curitiba num jato emprestado por seu
ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Encrencado no escândalo do mensalão do
PSDB de Minas Gerais, Mares Guia livrara-se de punição três anos antes. Os
crimes prescreveram.
Incomodado com os bumbos da imprensa, Lula mudou seu
procedimento quatro meses depois. Intimado a prestar um segundo depoimento, em
setembro de 2017, percorreu de carro o asfalto que leva de São Paulo a
Curitiba. Agora, não viu problemas em espetar a conta do jatinho no bolso do
brasileiro em dia com a Receita Federal. É curioso que Lula, julgando-se
inocente, não se anime a passar pelo teste do voo de carreira.
Blog do Josias - Josias de Sousa, jornalista - UOL