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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Lula loteia cargos em conselhos de estatais e ministros ganham R$ 30 mil por uma reunião ao mês - O Estado de S. Paulo

Vinícius Valfré

Após desalojar bolsonaristas do conselho de Itaipu, um dos mais cobiçados, e alojar ministros petistas, governo passou a esconder remuneração de conselheiros; indicados ganham R$ 34 mil para uma reunião por bimestre

 O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) correu para substituir ao menos 52 membros de conselhos de administração em 14 das principais empresas públicas já no primeiro semestre deste ano. 
As funções rendem mais de R$ 30 mil por participação em uma única reunião por mês ou, em alguns casos, por bimestre a petistas e ministros de Estado.
 
Os conselheiros das empresas públicas recebem entre R$ 2 mil e R$ 34 mil, segundo dados públicos disponíveis. 
Um dos conselhos mais cobiçados é o de Itaipu
Os indicados pelo governo recebem R$ 34 mil para participar de uma única reunião de dois em dois meses.

Para a companhia, Lula designou a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade, e cinco dos 37 ministros: Fernando Haddad (PT), Rui Costa (PT), Alexandre Silveira (PSD), Esther Dweck e Mauro Vieira

O extra se soma, sem descontos, aos salários dos ministros de Estado, hoje em R$ 41,6 mil. Com isso, a remuneração dos ministros chega a R$ 75.600 por mês.

O valor de R$ 34 mil pagos aos conselheiros foi informado pela Itaipu ao Estadão no fim de fevereiro, quando o conselho da empresa ainda era composto por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 
Com a ascensão dos petistas no Palácio do Planalto e a substituição dos cargos, a empresa passou a esconder a remuneração.

No início deste mês, quando procurada para informar se houve alguma revisão do pagamento pela nova gestão, a companhia, gerida em conjunto com o Paraguai, negou o dado sob o pretexto de obedecer “políticas e princípios de segurança pessoal e patrimonial”. Disse, ainda, que os honorários são fixados “mediante critérios acordados binacionalmente” sendo todos “coerentes com o que se pratica no setor elétrico brasileiro”.

Conselhos são usados para aumentar ganhos de executivos
Pelos conselheiros passam decisões sobre análises financeiras e contábeis, abertura de auditorias e definição de membros para comitês, por exemplo.

A alocação de aliados é usada para garantir o controle dos rumos das companhias pelos governos de ocasião, mas também para solucionar queixas salariais de altos executivos dos ministérios. [tem alguns ministros tão importantes, ocupando cargos em conselhos, que nunca foram recebidos pelo petista presidente e são barrados quanto tentam ingressar no Palácio do Planalto.] Embora a remuneração de um ministro seja 30 vezes o salário mínimo, o valor é menor do que eles poderiam perceber na iniciativa privada.[talvez uns cinco no máximo, tenham tal capacidade;  importante, não esquecer, que o individuo está ministro por opção; imagine a Esther Dweck, a Cida Gonçalves, ganhando R$ 75.600,00.]

 Em média, os “jetons” e honorários de conselheiros são de R$ 4,3 mil extras, segundo as informações disponíveis no Portal da Transparência. Além de Itaipu, o da Embraer está entre os mais “generosos”.  
Em geral, a única vaga definida pela União é entregue a um oficial da Aeronáutica. A remuneração se aproxima dos R$ 40 mil, mas a empresa – que não é estatal – não informou o valor exato. 
O governo continua podendo indicar conselheiros para a Embraer, mesmo após ser privatizada por ser acionista, inclusive com ação de classe especial, chamada de “golden share”, que permite poder de veto em questões cruciais envolvendo a empresa.

Na Petrobras, o salário dos conselheiros é de R$ 13,2 mil para reuniões ocorridas uma ou duas vezes por mês. Entre os mais baixos, o da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), R$ 2 mil.

Além de obter o controle com indicação de membros dos ministérios, de diferentes escalões, o governo também exerce o controle sobre os conselhos retirando membros. Em abril, o Ministério da Gestão determinou a destituição do conselheiro da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Manoel Renato Machado Filho, à época representante do extinto Ministério da Economia. O conselho da empresa, controlada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), protestou contra a medida. “Ciente dessa deliberação, o Conselho registra a profunda preocupação do Conselho de Administração com o número de cadeiras vazias no Conselho desta Companhia e, em função disso, com o eventual prejuízo à continuidade dos trabalhos deste Colegiado”, frisou na ata da reunião.

(...)

Segundo o relatório final da comissão parlamentar, a cúpula do Ministério da Saúde “não adotou as medidas preventivas adequadas, como o isolamento e o distanciamento social”. Além disso, “optou por dar ênfase ao uso de medicamentos comprovadamente ineficazes”. As ações contribuíram para o “aumento do risco de propagação do novo coronavírus e o aparecimento de uma nova cepa no Brasil”.

Além de ser alvo da CPI, o coronel Elcio Franco também apareceu em investigação como interlocutor de tratativas de golpe sobre golpe Estado. Em mensagens incluídas no inquérito da Operação Venire, o militar sugeriu em dezembro que o então comandante do Exército, Freire Gomes, estaria “com medo das consequências” de um golpe.

(.....)

Em nota, o Ministério da Saúde informou que “já deu início ao processo de substituição” de ambos.

MATÉRIA COMPLETA

 

Política - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 16 de setembro de 2022

A MARACUTAIA QUE ACABOU COM A VARIG É A MESMA QUE SOLTOU LULA - Sérgio Alves de Oliveira


Não existe um só gaúcho que tenha vivido a fase de ouro da "sua" VARIG-Viação Aérea Riograndense, que não tenha sentido profundo orgulho dessa empresa. Até o PT assumir o poder,com Lula da Silva,em 2003,a VARIG era a maior e mais importante empresa aérea do Brasil. Há quem garanta até que as representações da VARIG no exterior muitas vezes faziam as vezes das próprias Embaixadas e Consulados Brasileiros.

Mas a crise que se abateu sobre as empresas aéreas no mundo inteiro no início dos anos dois mil, pegou a VARIG em "cheio". Em 2002 ,a sua dívida era de USD 8 bilhões. Mas por "azar" da empresa, era época de campanha eleitoral,e as eleições presidenciais se avizinhavam para outubro. 

O "Doutor" José Dirceu,então Presidente do PT, chegou de "chapéu-na-mão", pedindo "doações" da empresa para o PT,embora ela estivesse atolada em dívidas. Ozíres Silva, Presidente da VARIG, devido à impossibilidade de fazer essa "generosidade", acabou tendo que negar o pedido. José Dirceu respondeu "ameaçando" Ozires Silva, dizendo-lhe que se o PT vencesse a eleição em outubro, a VARIG iria passar a "pão e água". Foi exatamente o que aconteceu.

Já sendo governo,em 2003, o PT proibiu o BNDES de socorrer a VARIG,passando a "despejar" bilhões e mais bilhões de reais desse banco de desenvolvimento em ditaduras de esquerda na Venezuela e em Cuba,dentre outros países.  Um dinheiro,evidentemente,só com passagem de "ida". Sem "volta". Concomitantemente, o BNDES passou a financiar jatinhos executivos de luxo da EMBRAER, a juros subsidiados,quase "zero",para os "amigos do rei". E mandou a Infraero boicotar a VARIG, tanto quanto possível ,ficando a BR Distribuidora impedida de dar crédito para abastecimento dos seus aviões. As prioridades governamentais estavam concentradas nas empresas aéreas TAM e GOL,dos "amiguinhos".

É aí que começam as incríveis "coincidências" entre a quebra da VARIG, as "negociatas" da sua venda,e o combate à Operação Lava Jato,que acabou sendo desmantelada,mediante incrível "coincidência" de personagens.
Roberto Teixeira é amigo e foi advogado de Lula durante muito tempo, Foi com a intermediação desse advogado que a VARIG foi "torrada" por USD 24 milhões para o grupo chinês Larchan, revendida após poucos meses para a GOL, por USD 275 milhões ,ou seja,um valor mais de 10 vezes superior.

Mas essa "história" tem uma sequência "interessante". O escritório de advocacia de Roberto Teixeira tem como sócio Cristiano Zanin, também genro de Teixeira,que "herdou" Lula como cliente do "sogro",no processo e na condenação que teve na Operação Lava Jato. Zanin foi o advogado que mais "apareceu" nessa "operação". E teve absoluto sucesso, livrando seu cliente das "garras" da Justiça,com a ajuda e "benevolência"do próprio Supremo Tribunal Federal,cuja maioria dos membros,também "coincidentemente", foi escolhida pelo PT. Todas as condenações de Lula na Operação Lava Jato foram "anuladas" pelo STF.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

quinta-feira, 17 de março de 2022

Gripen para o Brasil

Uma colaboração real. Uma parceria de longo prazo.

O Programa Gripen Brasileiro fortalece os laços entre a Suécia e o Brasil. Juntamente com a indústria brasileira, a Saab está construindo uma parceria estratégica de longo prazo com o Brasil e com a Força Aérea Brasileira.

Quando o Brasil decidiu adquirir o sistema Gripen, a Saab firmou uma relação de cooperação estreita com o país. O Gripen não só aumentará a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira (FAB), capacitando-a com a mais alta tecnologia para o cumprimento de suas missões, mas também possibilitará a capacitação da indústria brasileira de defesa aérea, através de um extenso Programa de Transferência de Tecnologia (ToT).

Junto com a Embraer, Akaer, AEL Sistemas e outras empresas beneficiárias do programa, a Saab desenvolverá capacidades e gerará conhecimento para o desenvolvimento e manutenção do mais avançado caça multimissão do mundo, aqui no Brasil.

Na Saab, acreditamos que o conhecimento cresce quando é compartilhado entre pessoas, empresas e nações.

Gripen Brasileiro

A história do Programa Gripen brasileiro começou em 2013, quando a Saab venceu a concorrência do Programa F-X2, destinada à substituição da frota de aeronaves de caça da Força Aérea Brasileira (FAB).
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Programa Gripen Brasileiro

DefesaNet - Acesse e saiba mais
 

sábado, 5 de março de 2022

A Rússia é culpada – sem adversativas - Carlos Alberto Sardenberg

Como não dá a menor atenção para questões ambientais, sociais e de sustentabilidade, o presidente Putin não percebeu a enorme mudança ocorrida nas corporações privadas ocidentais: a era da responsabilidade social. E assim cometeu o maior erro de cálculo de seu ataque à Ucrânia: não imaginou que as grandes multinacionais, envolvidas em negócios bilionários com o governo e empresas russas, pudessem aderir de maneira avassaladora às sanções contra a Rússia.

Todas essas multinacionais estão perdendo muito dinheiro. A Embraer, por exemplo, informou que não vai mais prestar assistência aos 30 aviões que voam na Rússia. Nem assistência técnica, nem fornecimento de peças. Logo, deixa de receber dólares por um serviço. [nossos comentários não são narrativas, sempre refletem a verdade, comentamos o fato, não a narrativa: no exemplo, fica dificil imaginar o caos caótico produzido por 30 aviões deixarem de voar - lembrando que o prejuízo é bem maior para  a Embraer.
Outro ponto: quando alguma nação declara que vai deixar de comprar gás russo ou petróleo, surge uma pergunta inevitável: a necessidade do gás e/ou petróleo permanece - vai comprar de quem e a que preço? ]

A BP simplesmente cancelou sua participação no capital de empresas petrolíferas russas – assimilando uma perda patrimonial de US$ 25 bilhões e perdendo acesso a importantes reservas de óleo e gás. [bobagem; são insumos que não fazem falta.]

Por que fazem isso? Porque, no mundo corporativo contemporâneo contam muito os valores éticos, a responsabilidade com o público e a sociedade. [será que esses valores tão bonitos dentro do maldito politicamente correto, atendem as necessidades dos produtos dispensados?]  Muita gente dizia que isso de ESG – Environmental, social and  governance – era puro marketing. Uma enganação para parecer politicamente correto.

Mas o verdadeiro cancelamento que as multinacionais impuseram aos negócios com a Rússia tiveram efeitos devastadores. As ações das 11 maiores empresas russas listadas na bolsa americana Dow Jones viraram pó. Uma queda de 98%! Perderam riqueza empresas e pessoas russas, mas também empresas e pessoas do mundo ocidental. As sanções de governos eram esperadas. Mesmo assim foram mais fortes do que se imaginava e podem escalar com a proibição total de importação de petróleo e gás russos. A adesão tão completa das multinacionais – às vezes, mais forte do que as governamentais – é a parte nova desta história. [o complicador é que as sanções demoram a fazer efeito, apresentar resultado, já as vidas perdidas o resultado é imediato; dado a desproporção, a Ucrânia dificilmente aguenta um mês de fogo cerrado - nesse tempo ou se rende para evitar um morticínio ou o Zelenski renuncia e pede asilo - solução mais acerta,humanitária e racional. Começa o processo de reconstrução da Ucrânia e as sanções somem antes de serem percebidas na inteireza. Não é ideologia, é antecipação dos fatos.]

Assim, o isolamento global imposto à Rússia é uma atitude ao mesmo tempo geopolítica e moral. É para dizer: não, a Rússia não pode invadir a Ucrânia e ponto final. A Rússia é a criminosa, a Ucrânia, a vítima. E a ordem jurídica internacional, tal como definida na Carta da ONU, também é vítima. A Rússia viola escandalosamente o princípio de integridade territorial. São inteiramente equivocadas as análises segundo as quais a Rússia se sentiu ameaçada pelo avanço da União Europeia e da OTAN na direção do Leste europeu, dos ex-satélites soviéticos.

Sei que gente bem intencionada diz isso. Ainda assim, é um grave equívoco. E, sim, equivale a dar razão a Putin.  O fato é que a Rússia não estava sob nenhuma ameaça militar. O que estava e está se desfazendo é a ideologia sustentada por Putin, segundo a qual os valores ocidentais – liberdade individual, direitos de minorias, imprensa e partidos livres e o modo ESG – estavam em colapso.

A tremenda reação do Ocidente provou o contrário. Assim, pessoal, nada de adversativas, nada de “mas, porém”.[a ditadura da esquerda progressista estava, e ainda está, oferecendo sérios perigos aos VALORES que o Ocidente cultiva de longa data. Afinal a maldita esquerda progressista pretende destruir tudo que tem valor, tudo de bom, todo o bem, cultivado há séculos - ver que eles começam pelo incentivo ao aborto e vão em frente, em um crescente cada vez mais diabólico, sinistro e destruidor e que tem que ser contido.
O Joe Biden, uma das lideranças de tudo que a maldita esquerda pretende impor, tem como um dos seus slogans Biden também reforçou sua defesa do "direito das mulheres ao aborto".
Logo que assumiu a presidência dos EUA, expediu ordem executiva consolidando o acima destacado. ]

Compreendo que muita gente não gosta de ver que o Ocidente está do lado certo desta. Como Lula. Ele disse no México que os presidentes “envolvidos” deveriam cessar a guerra.  “Envolvidos” – eis uma expressão marota, para dizer o mínimo. Você pode estar envolvido num acidente… como vítima dele. A Ucrânia está envolvida na guerra, mas é o cúmulo do mau caráter pedir que ela, Ucrânia, cesse a guerra. E entregue tudo para Putin?

Também é equivocado e maneira indireta de dar razão a Putin dizer que é perigoso acuar o ditador russo. [logo no resto do mundo será considerado equívoco e no Brasil crime,apontar o óbvio: é extremamente perigoso acusar Putin = ele reagirá e sua reação não encontrará obstáculo - os guerreiros de palanques, de assembleias,  não terão coragem de reagir a qualquer ato praticado por Putin.Querem criminalizar o ato de falar a verdade? apontar o óbvio?] Trata-se do contrário: é perigoso para o mundo deixar que Putin execute seu imperialismo criminoso sem qualquer oposição.

Finalmente, os países do Leste europeu que aderiram ou estão aderindo à União Europeia e à OTAN o fizeram livremente. Nem precisa pensar muito para entender por que o fizeram: você preferiria aliar-se a uma Europa democrática e rica ou a uma ditadura imperialista? Também não se pode deixar de notar como as posições de Lula e Bolsonaro se aproximam. Ambos se recusam a dizer que a única culpada é a Rússia. [suprema ironia:  Quem impor a narrativa de que a Rússia é a culpada. Porém, tirem o ainda presidente da Ucrânia - parem de tratá-lo como um garoto birrento -  e a guerra acaba.]

Já não deveríamos nos espantar com isso. Só as sanções podem levar o povo russo a deter Putin. [daqui a seis meses?um ano?ainda existirá Ucrânia?]

Carlos Alberto Sardenberg, colunista 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 5 de março de 2022


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O recado da Ford - Nas entrelinhas

Pode-se responsabilizar o governo Bolsonaro pela saída da Ford do Brasil? Por não ter feito nada para evitar, sim;[sic] mas essa não foi a causa principal

Neste episódio do encerramento das operações da Ford no Brasil há mais coisas entre o céu e a terra do que os aviões da Embraer. A propósito, a mais importante empresa de tecnologia da indústria nacional, que foi a consagração do modelo de substituição das importações, luta para sobreviver, depois do fracasso da bilionária parceria com a Boeing. A indústria de aviação passa por uma reestruturação mundial, agravada pela pandemia do novo coronavírus, que teve forte impacto no transporte de passageiros. De certa forma, a redução do fluxo de pessoas pode ajudar a volta por cima da Embraer, que produz aviões menores, como o E190, para 100 passageiros, ideal para a aviação regional. A startup EGO Airways divulgou, recentemente, que o avião brasileiro vai operar 11 rotas italianas, inicialmente, tendo por hubs os aeroportos de Forli e de Catânia, no norte e no sul da Itália, respectivamente; depois, na rota Milão-Roma.

Pode-se responsabilizar o governo Bolsonaro pela saída da Ford do Brasil? Por não ter feito nada para evitar, sim; mas essa não foi a causa principal. Em tese, poderíamos ter disputado a permanência das fábricas com a Argentina e o Uruguai, mas isso exigiria um arranjo institucional impossível de ser feito sem reforma tributária, política industrial e política de comércio exterior adequadas. Além disso, poderia ser uma solução de curto prazo, porque a indústria de automóveis passa por uma revolução tecnológica, na qual a Ford ficou para trás. Já são vendidos no Brasil, por exemplo, cerca de 20 modelos diferentes de carros elétricos Audi, Chevrolet, Nissan, Jaguar, BMW, Renault, JAC, Mercedes-Benz, BYD e Tesla. A briga boa é para produzi-los aqui no Brasil, mas, aí, surge o problema da automação: modernas plantas industriais são automatizadas, a mão de obra barata deixou de ser um atrativo.

As grandes marcas não são imortais, mesmo quando a empresa opera no país há mais de 100 anos. A Esso, com 50 anos de mercado, tinha 1,7 mil postos de combustíveis quando deixou de existir. Estava no Brasil desde 1912. No início, os postos se chamavam “Standard Oil Company of Brazil”. Não se sabe, ao certo, quando a marca e sua mascote, o tigre, foram adotados. Mas, na década de 1940, quando o Repórter Esso estreou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a marca já tinha alguma popularidade. Em 2008, a rede Esso foi comprada pela Cosan. Três anos depois, a própria Cosan se uniu à Shell, formando a Raízen. Na ocasião, Cosan e Shell anunciaram que a marca Esso seria substituída.

Tecnologia
A troca de bandeira não é uma operação fácil. Só para vestir os frentistas da Esso com o uniforme da Shell a companhia precisou de 300 mil macacões e 60 mil bonés. A Raízen investiu R$ 130 milhões para trocar a bandeira pela Shell. E como será com o carro elétrico, cujas baterias são recarregadas na garagem? É melhor a Petrobras vender logo a BR Distribuidora corre o risco de que faltem compradores interessados — e investir na exploração do pré-sal, antes que seja tarde demais. Inovação é o que mantém as empresas vivas. Para isso, precisam conversar com startups ou criar programas de pesquisa e desenvolvimento. Entretanto, preferimos subsídios e reservas de mercado, que têm pernas curtas quando ocorre uma revolução tecnológica, como agora, com forte impacto na divisão internacional do trabalho.

A Blockbuster era uma companhia gigante e com uma grande clientela. Morreu de maneira surreal. Deixamos de alugar DVDs para assistir a vídeos por meio de serviço de streaming em demanda, como Netflix e o Net Now. Teve a oportunidade de comprar a Netflix em 2000 e não comprou, preferiu focar na atenção ao cliente de suas lojas. Na época, a Netflix era só um serviço de delivery de DVD. A empresa faliu em 2013. Na década de 1970, a Kodak chegou a ser dona de 80% da venda das câmeras e de 90% de filmes fotográficos. E, na mesma década, inventou o que ia falir a empresa: a câmera digital. Como ia prejudicar a venda de filmes, eles engavetaram a tecnologia. Duas décadas depois, as câmeras digitais apareceram com força e quebraram a Kodak. Faliu em 2012.

Em 2005, o Yahoo! era o maior portal de internet do mundo e chegou a valer US$ 125 bilhões. Pouco mais de 10 anos depois, a companhia foi vendida para a Verizon, por apenas US$ 4,8 bilhões. Ela poderia ser o maior portal de pesquisa da internet, mas decidiu ser um portal de mídia. O PARC (Palo Alto Research Center) da Xerox tinha objetivo de criar tecnologias inovadoras: computadores, impressão a laser, Ethernet, peer-to-peer, desktop, interfaces gráficas, mouse e muito mais. Conseguiu. Steve Jobs só criou a interface gráfica de seus computadores após uma visita ao centro da Xerox, no coração do Vale do Silício. Quem menos lucrou com essas inovações foi a própria Xerox.

MySpace, Orkut e Atari tiveram trajetórias parecidas: estagnaram e foram engolidas pela concorrência. Os dois primeiros, por Facebook e Twitter; o terceiro, pela Nintendo. Mas, nada foi mais espetacular do que a ultrapassagem do Blackberry. Chegou a ter mais de 50% do mercado de celulares nos Estados Unidos, em 2007. Contudo, naquele mesmo ano, começou a sua derrocada. O primeiro iPhone foi lançado em 29 de junho de 2007. A Blackberry ignorou as tecnologias que o concorrente estava trazendo, como o touch screen. Resultado: a Apple dominou o mercado de consumidores pessoas-físicas.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Você perderá seu emprego para a automação? - O Estado de S.Paulo

José Pastore

Entre 2020 e 2022, estima-se que 42% dos conhecimentos requeridos pelas profissões atuais serão modificados

Os estudos sobre os impactos das tecnologias sobre o trabalho são contraditórios. Ao lado dos catastrofistas que preveem uma grande destruição de empregos nos próximos dez anos (Carl B. Frey e Michael A. Osborne, The future of employment, 2013), há os otimistas que enxergam mais empregos gerados do que eliminados (Philippe Aghion e colaboradores, What are the labor and product market effects of automation?, 2020).

Na semana passada, os especialistas reunidos no Fórum Econômico Mundial assumiram duas posições realistas. Na primeira, reconheceram haver um consenso sobre a necessidade de requalificar os trabalhadores para o mundo do futuro. Na segunda, apontaram a importância da participação das empresas nesse processo. E, de modo ousado, lançaram a meta de requalificar 1 bilhão de trabalhadores entre 2020 e 2030!

Durante o encontro foram citados vários exemplos de participação das empresas, tais como o movimento Pledge to America’s Workers, nos Estados Unidos, no qual 400 firmas estão requalificando 15 milhões de trabalhadores; o programa de requalificação da British Telecom (BT), que faz o mesmo com 10 milhões de profissionais; e a empresa PwC, que está investindo US$ 3 bilhões em requalificação de funcionários e usuários de seus serviços.

No processo de requalificação há um componente de urgência, porque as mudanças são meteóricas. Entre 2020 e 2022, estima-se que 42% dos conhecimentos requeridos pelas profissões atuais serão modificados. As exigências aumentarão nos campos do raciocínio, da tomada de decisões, da capacidade para trabalhar em grupo e habilidade para transferir conhecimentos de uma área para outra. Será crucial saber pensar, e pensar bem. Neste novo mundo o conhecimento tomará lugar do diploma. E a aquisição do conhecimento virá de um processo contínuo no qual os trabalhadores ficarão em treinamento a vida toda. Para tanto, será indispensável uma boa articulação das empresas com as escolas e as ações dos governos. É um processo caro, que exigirá muitos bilhões de dólares. Mas, adverte-se, a inação custará mais caro: a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que, se a requalificação não for feita, os países do G-20 perderão US$ 11 trilhões na próxima década.

Ao lado dessa gigantesca perda econômica, há outra, ainda maior e de natureza política. Na ausência da referida requalificação, os trabalhadores ficarão sujeitos ao desemprego ou ao trabalho precário, com renda baixa e sem perspectiva de melhoria. Isso gera um descontentamento generalizado que deságua frequentemente no questionamento do sistema capitalista e no surgimento de líderes populistas que põem em risco a própria democracia. Não faltam exemplos na atualidade. Convenhamos, se deixarmos para as próprias pessoas resolverem esses problemas dizendo que elas têm de se ajustar por si mesmas, abriremos a porta para as demagogias e a insegurança. Daí a necessidade inarredável da requalificação como processo contínuo. É um desafio gigantesco.

No Brasil temos, ainda, a missão de melhorar a qualidade do ensino convencional em vários níveis. Entretanto, não podemos parar nisso. Felizmente, já há algumas empresas bem atentas e que vêm implementando programas de requalificação profissional como rotina. Cito como exemplos a Embraer, a IBM e vários bancos. Em Santa Catarina, 260 empresas trabalham em parceria com Sesi, Sesc, Senai e Senac na qualificação e requalificação dos seus empregados (www.santacatarinapelaeducacao.com.br). Esses exemplos precisam se multiplicar. Afinal, a Revolução 5.0 está na esquina.
 

José Pastore - Professor da Fea-Usp - O Estado de São Paulo

 


 

domingo, 10 de novembro de 2019

Lula viaja em jato de Huck e você paga a conta [criminoso condenado espeta a conta do v^`os no contribuinte.]



Preso em 7 de abril de 2018, Lula voou de São Paulo para Curitiba num monomotor mequetrefe da Polícia Federal. Libertado 580 dias depois, fez o percurso de volta a bordo de uma aeronave requintada: um jato Phenom 300, avião executivo fabricado pela Embraer. Coisa fina. Pertence à empresa Brisair, dos apresentadores Luciano Huck e Angélica, em sociedade com a Icon Táxi Aéreo. Foi fretado pelo Partido dos Trabalhadores. O uso da verba do Fundo Partidário para pagar serviços dissociados das atividades da legenda não tem amparo legal.

[atenção Justiça Eleitoral, Receita Federal, Polícia Federal, UIF e tudo que for  instituição que leve a sério combater ladrões de recursos públicos:
- Huck declara que não empr4estou avião para o condenado petista e tudo foi tratado com a empresa de táxi aéreo. Assim, a fatura do vôo será apresentada ao pt = perda total = que usará recursos do Fundo Partidário para quitar a dívida.
Tal uso é ilegal, criminoso e assim nós, contribuintes, esperamos que seja dado um flagra nos ladrões e todos presos.
Cometendo crimes o condenado petista perde o direito a sua liberdade temporária e deverá ser conduzido ao presídio em camburão. 
A liberdade concedida pelo STF para o condenado aguardar o trânsito em julgado, será cassada se for usada para o condenado cometer crimes.]
 
Candidato não declarado à sucessão de 2022, Luciano Huck apressou-se em esclarecer: "Eu não dei carona no avião pro Lula, eu não emprestei avião nenhum pro Lula." Quando não é utilizado por ele, o jato fica à disposição da empresa Icon, para fretamentos. "Qualquer especulação política em cima disso é maluquice desse momento polarizado dividindo o país", acrescentou Huck. "O fato não passou de uma simples questão comercial, vamos dizer assim". Num instante em que Lula se diz "livre como um passarinho" e anuncia a intenção de "percorrer o país", o PT renderia homenagens à moralidade e ao contribuinte se informasse quanto pagou pelo aluguel do jato de Huck e como planeja lançar a a despesa na contabilidade a ser enviada à Justiça Eleitoral.

Na fase pré-Lava Jato, Lula habituou-se a viajar em jatinhos companheiros. Intimado a prestar seu primeiro depoimento ao então juiz Sergio Moro, em maio de 2017, Lula voou para Curitiba num jato emprestado por seu ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Encrencado no escândalo do mensalão do PSDB de Minas Gerais, Mares Guia livrara-se de punição três anos antes. Os crimes prescreveram. 

Incomodado com os bumbos da imprensa, Lula mudou seu procedimento quatro meses depois. Intimado a prestar um segundo depoimento, em setembro de 2017, percorreu de carro o asfalto que leva de São Paulo a Curitiba. Agora, não viu problemas em espetar a conta do jatinho no bolso do brasileiro em dia com a Receita Federal. É curioso que Lula, julgando-se inocente, não se anime a passar pelo teste do voo de carreira.  

Blog do Josias - Josias de Sousa, jornalista - UOL