Presidente participou de cerimônia do Dia do Exército ao lado de Lira, Pacheco e Fux
Em uma cerimônia para celebrar o Dia do Exército, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que as Forças Armadas "sabem como proceder" e "sabem o que é melhor para o seu povo". Dirigindo-se aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Bolsonaro também disse que não pode haver um "manto da suspeição" no sistema eleitoral.
Em 2020, também no Dia do Exército, Bolsonaro compareceu a um protesto em frente ao Quartel-General do Exército no qual manifestantes carregavam faixas com pedidos de intervenção militar. A participação de deputados no ato motivou a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), arquivado no ano passado.
Neste ano, foi realizada uma cerimônia, também no Quartel-General. Além de Lira e Pacheco, também compareceu o presidente do STF, Luiz Fux, entre outras autoridades. — As Forças Armadas não dão recados. Elas estão presentes. Elas sabem como proceder. Sabem o que é melhor para o seu povo, o que é melhor para seu país — discursou Bolsonaro.
Dirigindo-se aos presidentes da Câmara e do Senado, Bolsonaro afirmou que a "alma da democracia" depende da transparência do sistema eleitoral. O presidente já fez diversos ataques infundados às urnas eletrônicas, o que levou ele a ser investigado no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (STF).
— Todos sabem, prezado deputado Arthur Lira, prezado senador Rodrigo Pacheco, que a alma da democracia repousa na tranquilidade e na transparência do sistema eleitoral, sistema esse que deve ser cada vez mais zelado por todos nós. E quem dá o norte para nós são as urnas, que ali fazem surgir não só presidente da República bem como a composição do nosso parlamento
Em seguida, Bolsonaro disse que todos os presidentes de Poderes devem ter compromisso com a segurança das eleições.
— Não podemos jamais ter eleições no Brasil que sob ela paire o manto da suspeição. E esse compromisso é de todos nós, presidentes dos Poderes, comandantes de Força, aqui obviamente direcionado ao trabalho do senhor ministro da Defesa.
Leia: Arthur Lira ignora parecer pela suspensão do mandato de Daniel Silveira há 9 meses
Bolsonaro disse que o Exército participou de todos os "momentos difíceis" da história brasileira citando entre eles o golpe militar [sic] de 1964 e a transição para a democracia.
— Quando se fala em Exército brasileiro, vem à nossa mente que em todos os momentos difíceis que a nossa nação atravessou, as Forças Armadas, o nosso Exército sempre esteve presente. Assim foi em 22, em 35, em 64 e em 86, com a transição, onde (com) a participação ativa do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a transição foi feita com os militares, e não contra os militares.
Em seguida, afirmou que o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas "marcou a nossa história" em 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment. Villas Bôas, que sofre de uma doença degenerativa, estava presente. — Também agora em 2016, em mais outro momento difícil da nossa nação, a participação do então comandante do Exército Villas Bôas marcou a nossa história.
Antes do impeachment, Villas Bôas teve algumas reuniões com o então vice-presidente, Michel Temer, como os dois relataram em livros de entrevistas.
Política - O Globo