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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Lula está emparedado pelo Congresso e Lula 'sumido' e governo sem rumo - [JÁ???] O Globo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu aprovar a âncora fiscal e mostrar para os investidores que o governo está interessado em manter o equilíbrio nas contas públicas. Foi inteligente a ponto de negociar com o próprio Lira. 
Na parte do arcabouço o governo foi muito bem, mesmo cedendo espaços. Quem ficou emparedado mesmo foi Lula, que viu ser desmontada a estrutura administrativa que idealizou para cumprir as promessas de campanha. 
 
A ministra Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, foi tornada figura simbólica no ministério, pois a demarcação de terras indígenas saiu de sua jurisdição para o Ministério da Justiça. 
A ministra Marina Silva vê o ministério do Meio Ambiente esvaziado e — mesmo aparentemente vencedora momentânea da queda de braço com a Petrobras na discussão sobre exploração de petróleo na região amazônica — é bombardeada por políticos do Centrão.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já avisou que a figura representativa da política ambiental brasileira é Lula, e não Marina, colocando o presidente em contraponto à ministra do Meio Ambiente. Muito brevemente, Lula terá de encarar essa disputa de espaço entre os desenvolvimentistas que respeitam o equilíbrio ambiental da boca para fora e a estrutura montada por Marina para justamente criar condições de controlar os órgãos técnicos que definem o que é possível fazer sem ameaçar o meio ambiente.

A decisão do Ibama de vetar a exploração de petróleo pelo risco de acidentes nas águas da região amazônica é contestada por políticos que sonham com a riqueza presumível imediata e não se preocupam com o futuro, que não está nos combustíveis fósseis. Marina só aceitou assumir o ministério com a garantia do próprio Lula de que o tema seria prioritário e de que ela teria controle da situação.

É muito grave o movimento que acontece nos bastidores do Congresso para mudar completamente o sentido de Medidas Provisórias do governo Lula. O relator da MP que reestrutura os ministérios mexeu em tudo, esvaziando os ministérios ditos de esquerda, uma mudança radical, interferindo na organização imaginada pelo governo eleito como a melhor para tocar o mandato.

Pode-se não concordar com ela, mas mexer na estrutura do governo eleito é claramente uma tentativa de boicote. Na MP do Carf, há uma discussão. O governo quer voltar a ter o voto de qualidade nos empates. Neste caso, está errado, pois não há nenhuma razão lógica para mudança, a não ser a vontade de arrecadar mais. Também tirar o Coaf da Fazenda e levá-lo para o Banco Central independente não é razoável. 
É mais uma demonstração de que Arthur Lira e o Centrão querem emparedar o governo. 
 
O governo teve de negociar muito e não deve ter ficado satisfeito com algumas decisões do Congresso, inclusive a redução de gastos do ano que vem, pois estava se preparando para ter sobra de caixa maior, agora cortada.  
Mas os 372 votos favoráveis são mais de Arthur Lira do que do governo. O Congresso, na verdade, é quem está definindo tudo. O governo tenta se adaptar às novas condições e, para isso, tem de engolir sapos fingindo que aprecia uma iguaria.

Lula 'sumido' e governo sem rumo abrem vácuo de poder para o Congresso ocupar

Malu Gaspar

A aprovação do arcabouço fiscal entrará para a História como uma espécie de marco inicial deste mandato de Lula. Por mais imperfeito ou insuficiente que seja, o pacote fornece ao mercado e ao público algumas informações úteis sobre o que vem por aí.

Ficamos sabendo que haverá limites para a expansão dos gastos, mas não se farão grandes sacrifícios para cortar despesas. Se o governo conseguir cumprir a meta de superávit de 0,5% em 2025, terá sido muito mais pelo aumento da receita. O fato de a nova regra fiscal ser uma vitória da ala pragmática sobre a esquerda também dá uma pista sobre como pode ser o desfecho de futuras disputas.

As negociações com o Congresso também deixaram claro que, por ora, os articuladores de Lula não são nada sem a boa vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O que não dá para saber, e ninguém na Esplanada dos Ministérios sabe explicar direito, é: todo esse esforço para quê? Para onde vai, afinal, o governo Lula?  
Não vale dizer que o presidente foi eleito para recuperar as instituições democráticas, os programas sociais e colocar o pobre no Orçamento, porque isso não responde à pergunta.

O que vem afligindo ministros e aliados de Lula é justamente a sensação de que, a esta altura do campeonato, passados a transição e o início do mandato, o governo ainda parece uma biruta de aeroporto, chacoalhando para onde sopra o vento.

A polêmica em torno da exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, por exemplo. Depois de Lula passar toda a campanha falando em transição energética e em transformar o Brasil numa potência ambiental, seus ministros protagonizam uma batalha em torno da autorização para a Petrobras perfurar um poço a 175 quilômetros da costa amapaense e a 500 quilômetros da foz do Amazonas.

O Ibama negou a licença, argumentando que os estudos apresentados pela petroleira são insuficientes. A ministra Marina Silva bancou a decisão, dizendo que “em um governo republicano democrático, a decisão técnica é cumprida e é respeitada com base em evidência”. Em resposta, o ministro de Minas e Energia afirmou no Senado que as exigências no instituto são “uma incoerência e um absurdo”.

Até agora, a única coisa que se ouviu de Lula foi: Se tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado”. Mas que ele acha difícil não ser, “porque é a 530 quilômetros de distância”.

É nesse clima que o Congresso votará a Medida Provisória que cria a nova estrutura de funcionamento da Esplanada dos Ministérios — sim, só agora —, com emendas que esvaziam os poderes do Meio Ambiente e passam a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) do Ministério dos Povos Indígenas para o Ministério da Justiça, sem que ninguém saiba ao certo até que ponto elas são ou não avalizadas por Lula.

Tudo isso está rolando às vésperas do anúncio de um programa de subsídios para a venda de carros populares pelo presidente da República na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Tal programa pode até servir ao reaquecimento da economia, mas nada tem a ver com a transição para uma matriz energética mais limpa.

Também não dá para entender muito bem como se combina com a meta de Fernando Haddad — que até outro dia denunciava a “caixa-preta dos incentivos fiscais”de cortar R$ 150 bilhões em “gastos tributários” com setores ineficientes. Ou, ainda, se casa com a política industrial inovadora prometida pelo BNDES, porque ela ainda não é conhecida.

Disputas e desencontros são normais em qualquer governo, especialmente quando há muitos ministérios e um amplo leque de caciques políticos. Mas é impossível arbitrá-los e colocar o time para jogar na mesma direção sem o comando do técnico.

Reside aí talvez o único consenso entre vários auxiliares-chave de Lula com quem conversei nos últimos dias: o técnico anda sumido, mais preocupado com a guerra na Ucrânia do que com acertar o rumo do governo.

Ministros, parlamentares e até magistrados se queixam de que o presidente não os atende e não os recebe. Reclamam ainda que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a quem caberia ajudar a orientar o time, atua como um “governador do Palácio”, interferindo em detalhes e atrapalhando a ação dos colegas.

Tudo somado, há no ambiente o sentimento de falta de norte que já deveria ter acendido o alerta no Palácio do Planalto. 
Afinal, uma das máximas de Brasília, que Lula conhece como poucos, é que em política não existe vácuo. 
Se ele não ocupar esse espaço, alguém ocupará. Lira, que trabalhou pesado pela aprovação do arcabouço fiscal, está prontinho para provar a tese.

Merval Pereira - Malu Gaspar - colunistas em O Globo

 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Pobre Nordeste - Revista Oeste

A única região do Brasil onde Lula liderou a votação coleciona os piores resultados em índices de educação, emprego formal e riqueza per capita

Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Redes Sociais 
Luiz Inácio Lula da Silva -  Foto: Montagem Revista Oeste/Redes Sociais  

No primeiro discurso depois de ser declarado eleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez agradecimentos especiais ao Nordeste. A Região foi a única em que o petista conseguiu mais votos que Jair Bolsonaro. A diferença que compensou o resultado no restante do país veio dos brasileiros que convivem com os piores indicadores sociais da nação.

“Obrigado, Nordeste maravilhoso, que nos deu mais uma vitória na vida”, disse Lula, no domingo 30, em um discurso para apoiadores na capital paulista. Comparando ao resultado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista conseguiu 12,5 milhões de eleitores nordestinos a mais — quase 70% dos votos válidos locais.

Os baixos desempenhos socioeconômicos ocorrem apesar das belezas naturais e de todo o potencial da região. Contrastando com algumas das mais belas praias do mundo, paisagens exuberantes no interior e um agronegócio pujante no cerrado local, o Nordeste tem a menor produção de riqueza por habitante em todo o território nacional. A comparação entre a quantidade de habitantes e a produção econômica da região mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita local bateu pouco mais de R$ 18 mil por ano.

Muito potencial na mão esquerda
O PT conseguiu liderar a corrida à Presidência em todos os Estados nordestinos. As únicas quatro disputas por governos estaduais que a sigla conseguiu vencer neste ano são dessa região do Brasil. Na lista, Bahia (Jerônimo Rodrigues), Ceará (Elmano de Freitas), Piauí (Rafael Fonteles) e Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra).
Esse pedaço do país também é o único em que a maior parte dos governos estaduais segue controlada por partidos de esquerda. Fora os quatro Estados petistas, Paraíba e Maranhão estão com o PSB. Nos outros, a escolha foi por MDB (Alagoas), PSDB (Pernambuco) e PSD (Sergipe).  
Nas urnas maranhenses, estado que registrou o pior índice de riqueza por habitante (pouco menos de R$ 14 mil por ano), Lula teve uma de suas melhores votações: 71% dos votos.
Paralelamente, o Centro-Oeste, com quase R$ 45 mil de PIB per capita, teve o melhor índice do Brasil em 2019. Famosa pelo agronegócio, a região despejou 60% dos votos em Bolsonaro. [fácil perceber que os estados sob administração petista, se destacam por colocar sua população em péssimas condições de vida.]

Campeão no Auxílio Brasil
Na primeira posição do ranking de pobreza, o Nordeste lidera a quantidade de famílias que recebem o Auxílio Brasil. Apenas em outubro, foram enviados R$ 6 bilhões à população local por meio do benefício. O valor se aproximou da metade dos cerca de R$ 13 bilhões distribuídos em todo o território nacional em igual período.

Praticamente 10 milhões de famílias nordestinas precisaram do programa para sobreviver no mês passado. Pelas estimativas da Secretaria Nacional de Renda e Cidadania, são quase 25 milhões de habitantes, ou seja, 45% da população local depende do governo.

Ao mesmo tempo, no Centro-Oeste, menos de 20% dos habitantes receberam o Auxílio Brasil.  
No Sul do país, que tem a menor dependência do programa, a proporção de beneficiários não chegou a 13%. 
O PIB per capita sulista ficou em cerca de R$ 42 mil por ano em 2019. Outra vez, mais que o dobro do nordestino. [a manutenção da população nordestina nessas condições miseráveis e de dependência total de programas assistenciais, é essencial para que coisas como o descondenado, não inocentado, sobrevivam politicamente.]

Proporcionalmente, os eleitores sulistas deram o melhor desempenho a Bolsonaro: praticamente, 62% dos votos válidos locais. Tanto no Centro-Oeste quanto no Sul, o presidente em exercício ganhou em todos os Estados.

Para votar na eleição para a Presidência do Brasil, é preciso ter 16 anos ou mais de idade. No Nordeste, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada equivale a cerca de 16,5% do número de eleitores. Fazendo a mesma comparação no Sul, a proporção da mão de obra em empregos formais mais do que dobra, atingindo 35% — o melhor índice nacional. A segunda posição ficou para o Sudeste: praticamente 33%.

População analfabeta
De acordo com o IBGE, as Regiões Sul e Sudeste têm a menor taxa de analfabetismo do país: 3,3%. 
Na sequência, aparece o Centro-Oeste, com pouco menos de 5%. 
Mais uma vez, o pior resultado é do Nordeste, onde quase 14% dos moradores com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever. 
É mais que o dobro da média nacional: 6,6%
Com esses números, a região conseguiu concentrar sozinha mais da metade dos analfabetos brasileiros.

O levantamento revelou que três em cada cinco adultos que moram nessa parte do país não completaram o ensino médio, o que corresponde a 60% do total

“A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais no Brasil ficou em 6,6% em 2019, o que corresponde a 11 milhões de pessoas”, informa o instituto. “Mais da metade (56,2%, ou 6,2 milhões) vive na Região Nordeste.”

Além disso, o levantamento revelou que três em cada cinco adultos que moram nessa parte do país não completaram o ensino médio, o que corresponde a 60% do total. No restante do Brasil, mais da metade da população nessa faixa etária concluiu esse ciclo educacional.

A pesquisa mostrou ainda que os nordestinos com mais de 25 anos tinham pouco menos de nove anos de estudo formal — o mais baixo nível entre as regiões do país. O Sudeste teve o melhor resultado: pouco mais de 10 anos.

Um vizinho menos pobre
Apenas o Norte tem números próximos aos do Nordeste em temas como educação, PIB per capita e empregos. Ainda assim, com indicadores levemente melhores. E apesar de Bolsonaro também ter conseguido melhores resultados que Lula entre na região, a diferença ficou em apenas 2 pontos porcentuais.

No Norte, a média de anos de estudos formais de um adulto também não chega a nove, parando em 8,9. Nas demais regiões, o número fica mais próximo de dez. O PIB per capita do Norte em 2019 ficou em cerca de R$ 22 mil. Desse modo, ele foi capaz de superar apenas o resultado nordestino e está bem distante dos valores encontrados no restante do país. E a relação entre eleitorado e empregos formais é praticamente a mesma da Região Nordeste.

Apesar de atuais, esses números não ilustram uma realidade que nasceu recentemente. Quando Dilma Rousseff (PT) encerrou o primeiro mandato, o Nordeste também tinha a maior população analfabeta do país e já concentrava mais da metade dos brasileiros que não sabiam ler nem escrever
A pergunta que fica é se Lula fará na região em quatro anos o que ele próprio e sua sucessora não fizeram em 14.

Leia também “Retomando o caminho para a miséria”

Redação - Revista Oeste


quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Aqui jaz um instituto de pesquisa - Revista Oeste

Silvio Navarro

O primeiro turno das eleições é marcado pela desmoralização dos institutos de pesquisa que alimentaram o consórcio de imprensa a favor de Lula 

 O fim dos institutos de pesquisa | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O fim dos institutos de pesquisa | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock 

Desde 2020, quando a Revista Oeste começou a ser publicada, foram produzidas cinco reportagens sobre a indústria das pesquisas de intenções de voto no Brasil. A última delas, na edição 126, em agosto, dizia: os questionários das sondagens registradas na Justiça Eleitoral explicam o favoritismo de Lula — mas será que o eleitor ainda confia nelas? O resultado do primeiro turno no domingo, 2, não deixa mais dúvidas.

Pesquisa estimulada

O objetivo dessas reportagens nunca foi desconfiar da ciência estatística. Mas entender por que as pesquisas eleitorais erram tanto. Uma das respostas possíveis encontrada é a manipulação dos questionários, elaborados para induzir o entrevistado a responder aquilo que o instituto foi buscar nas ruas — em alguns casos, pelo telefone ou até pela internet. Por essa razão, Oeste escolheu não publicar nenhuma pesquisa desde as eleições municipais.

Capa da Revista Oeste, edição 96
-  Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
A campanha eleitoral deste ano foi marcada por uma profusão de sondagens jamais vista. Ao menos 22 empresas forneceram serviços a veículos de comunicação, bancos, agências de publicidade, ramo imobiliário e associações de lojistas ou supermercados
Com o fim das manchetes da covid, as porcentagens sobre a corrida eleitoral passaram a inundar o noticiário do consórcio da imprensa. Todas elas apontavam para o mesmo norte: a dianteira de Lula para Jair Bolsonaro era tão grande que a eleição poderia ser resolvida no primeiro turno.

Na véspera das urnas, a vantagem do petista variava de 7 a 14 pontos. O placar final registrou 5 pontos. Todos os institutos erram — alguns, erraram feio. Dessa lista, dois casos desafiam a ciência estatística: o Datafolha, que pertence ao grupo Folha de S.Paulo/UOL/Piauí, e o Ipec (ex-Ibope), contratado pela Rede Globo. Ambos afirmaram que Lula tinha 14 pontos a mais do que Bolsonaro. No caso do Datafolha, o levantamento foi classificado como infalível pelos colunistas do consórcio porque ouviu 12.800 pessoas em 310 cidades, com margem de erro de 2 pontos percentuais.

Um fato é inequívoco nesse cenário: nenhuma empresa produziria tantos números sobre o falso favoritismo de Lula sem a certeza de que eles seriam publicados. Mais do que publicados, os dados foram analisados em tom de seriedade por analistas nas redações. Abasteceram centenas de peças de campanha eleitoral na TV, no rádio e nas redes sociais. Aliás, houve patrulha do consórcio contra quem achou que os números não correspondiam, por exemplo, às multidões que pintaram as ruas de verde e amarelo no 7 de Setembro. As imagens de cartazes com dizeres como “Datafolha, estou aqui”  rodaram o mundo.

Outro detalhe importante é que, neste ano, a velha mídia também decidiu quais pesquisas poderiam ou não ser utilizadas em defesa do “jornalismo profissional”. O UOL criou um selo de confiança — os editores escolheram as extremamente confiáveis, como o Datafolha, as mais ou menos confiáveis e as que são proibidas de ser divulgadascuriosamente, as que mostravam Bolsonaro empatado ou até à frente de Lula.

O consórcio também fechou o cerco ao Instituto Paraná. Como o resultado destoava do Datafolha e do Ipec, o grupo publicou uma reportagem em tom de denúncia afirmando que o concorrente recebeu R$ 2,7 milhões do PL, partido de Bolsonaro. O dono da Paraná, Murilo Hidalgo, afirmou que sua empresa oferece serviços para partidos e governos, independentemente de corrente ideológica. Ele apresentou a lista de clientes. A Folha, contudo, reclamou, porque, como podem os dados não baterem com os do Datafolha, Ipec e Quaest? Alguns colunistas acusaram o Instituto Paraná de ser “bolsonarista”, algo inadmissível nas redações “progressistas”.

Além do selo de garantia do UOL, o jornal O Estado de S. Paulo criou um agregador de pesquisa. Trata-se de uma espécie de liquidificador de porcentagens coletadas em diferentes sondagens que resultam num placar final. O resultado dava 51% a 36% para Lula, que seria eleito já no domingo.

O principal problema na receita ilógica do Estadão é que não se podem consolidar números feitos por empresas diferentes, com metodologias diferentes, amostragens diferentes e questionários de perguntas diferentes. É algo como tentar fazer um consolidado dos resultados do Brasileirão; ou somar os gols de um mesmo time na Libertadores com os da Copa do Brasil.

Isso fica ainda mais claro quando se analisa o roteiro das perguntas apresentado ao eleitor. Foi esse o tema da edição 62 de Oeste, já em maio do ano passado. Naquela época, as intenções de voto em Lula em cinco empresas variavam de 29 a 41 pontos, e as de Bolsonaro de 23 a 37 pontos. Os institutos funcionavam como birutas de aeroporto, até que alguns se uniram ao pool das redações da velha imprensa — o que explica a calibragem de Datafolha, Ipec e Quaest na reta final.

Erros grotescos também ocorreram nas corridas estaduais. O trio cinco-estrelas (Datafolha-Ipec-Quaest) dos institutos, que têm nota máxima de confiabilidade, não disse em nenhum momento que Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) liderava em São Paulo.  
Pelo contrário, revelou que ele estava atrás de Fernando Haddad (PT). Segundo o Datafolha da véspera, o petista vencia: 39% a 31%. O resultado foi 42% a 35% a favor de Tarcísio.

No Rio Grande do Sul, também houve falha. O Ipec disse que Eduardo Leite (PSDB) liderava com 36%, ante 27% de Onyx Lorenzoni (PL). O resultado foi 37% a 26% a favor de Onyx. Detalhe: Leite passou para o segundo turno por 2.441 votos de vantagem para o terceiro colocado — algo como alguns quarteirões de Porto Alegre ou Caxias do Sul.

Por que as pesquisas erram tanto

Lula agradece pelo apoio
Visivelmente abatido depois do susto das urnas, Lula fez questão de agradecer pelo apoio do consórcio da imprensa nos últimos meses. 
 
(...)

Nesta eleição, contudo, Lula provavelmente não teria chegado tão longe sem o apoio da militância de esquerda que tomou as redações. Junte-se a isso a necessidade da Rede Globo de renovar sua concessão pública, o que explica a postura de William Bonner ao anunciar que Lula “não deve nada à Justiça” na sabatina do Jornal Nacional. Outros jornais também têm sofrido sem as verbas polpudas da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República).

Jair Bolsonaro também comentou o papel do consórcio de imprensa depois do primeiro turno. Disse que, talvez, o resultado seria outro sem o empenho das redações.

“Vencemos a mentira, o Datafolha dava 50% a 36%. Desmoralizou de vez os institutos. A diferença foi outra, isso ajuda a levar votos para o outro lado e vai deixar de existir (…) “Acho que não vão continuar fazendo pesquisa” (Jair Bolsonaro)

É provável que os institutos continuem oferecendo seus serviços. O consórcio de imprensa deve continuar comprando. Mas o eleitor brasileiro respondeu que não quer mais. A fábrica de pesquisas faliu. É melhor mudar de negócio.

Leia também “Adolfo Sachsida: ‘Os marcos legais de mineração são ultrapassados'”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 28 de agosto de 2022

Artistas: ponham-se em seus lugares! - Hiago Rebello

 

 [NÃO SE ASSUSTEM !!! é a arte da esquerda, dos comunistas, do progressistas, do maldito politicamente correto, da NOM e de tudo que não presta.]

Ao que tudo indica, a arte ganhou uma aura mágica e irracional de proteção social. Fazer crianças assistirem e tocarem em adultos nus? Arte. Sexo ou nudez pública? Arte! Mutilação ou atentado contra a propriedade pública? Arte de novo… 
Subir em um orelhão no meio da avenida e chorar quando um guarda o tira à força do lugar que qualquer imbecil consegue perceber que não foi feito para subidas? Arte!

Com arte, você pode fazer tudo. Você pode exigir tudo. Dou um exemplo: verba para um filme de 16h feito com cenas monótonas dentro de uma ruela? [ou para ofender Jesus Cristo e milhões e milhões de cristãos - tem um anormal que já 'produziu' - melhor dizendo "expeliu" no sentido não teológico de escatológico - várias 'artes' blasfemas.] Se não der para o artista… ele chora e nos chama fascista. 

Pelo visto, através do prisma da arte, você perde o direito de ser ofendido – o que é irônico, vindo de progressistas… –, pois a arte, pelo visto, foi resumida ao papel de chocar. O choque feito pela classe artística atual, claro, serve majoritariamente para impressionar sujeitos do século XIX. Gordas na praia, travestis, homossexuais, mulheres feias, gritos sem nexo… tudo perfeitamente encaixado para escandalizar a rainha Vitória… se não fosse pela parte que ainda nos choca.  
Seja em público ou em um evento aberto a este, uma miríade de performances, na busca desesperada para o único norte que lhes restou, tenta a todo custo ofender a população, seus costumes, crenças e valores. Se você passar por alguma rua e notar um “ato artístico” onde uma mulher fique com os seios à mostra, errado é você se por acaso se sentiu ofendido ou se achou o ato errado. 
 
Isso mesmo: também possuem o elemento mágico de escolherem os culpados. 
Se vocês forem contra suas performances, serão contra a arte em si. Aprendam isso, leitores! 
Perderam o direito de discernir logicamente a parte do todo: um desempenho vexatório se torna (através de uma força inexplicável, como um milagre intercedido pelo próprio Moisés, contudo, sem ter o sentido de ser feito pelo Criador da matéria) a própria Arte quando você questiona se aquilo deveria existir ou se deveria ser exibido ao ar livre; as coisas, evidentemente, também não param por aí. Perdem o direito de se expressarem, leitores. Se incomodar o artista… você é um fascista!
 
Mas “fascismo” é uma palavra interessante. O artista não o xinga de sindicalista, nacionalista, antiliberal, corporativista… nada do que realmente compõe o fascismo, a não ser uma única coisa: autoritário. Como alguém pode ousar ser contra a arte do artista questionador? 
Como podemos cogitar questionar a autoridade do questionador? Seria um disparate! 

Devemos, claro, no máximo não nos importar, pois sempre temos que abaixar nossas cabeças para a autoridade que nos salvaguarda dos autoritarismos, uma tão alta, tão inquestionável, límpida, perfeita, pura, que impera sobre todos nós… porque caso contrário… seremos fascistas.

Ó, o terrível infortúnio contra o artista atual! Quando escuta, do alto de sua torre subjetivista, a opinião de alguém que não entende, acredita ou receia que sua obra, ou a corrente à qual está relacionado, “não é arte”, o artífice do subjetivismo não se aguenta! 
Dos fortes do Relativo, ele estoura bombas axiológicas contra a opinião da plebe que, como é óbvio, “não sabe o que é arte”. Então, com o bastião de sua relativa opinião, explica ao seu adversário que arte não tem definição, que ela não pode ser contida em nada, mas ainda assim, através de seus parâmetros, mostra que o reles campônio cultural está… errado. A arte moderna encaixa a todos para todos não encaixarem ninguém – são os guardiões das definições!
 
A arte atual, claro, sem forma ou coesão, é um grito contra o sistema. Todos os arquitetos medievais, os escultores gregos, os poetas romanos, os pintores renascentistas e os romancistas românticos… se não perceberam isso, é porque, claro, não sabiam o que era arte e para que esta realmente servia. 
Replicavam apenas os discursos de poder e os lugares de fala das elites aristocráticas, burguesas e religiosas de seus tempos! 
Depois de seis mil anos de Civilização, depois de oitenta mil anos de cultura e de duzentos mil anos de humanidade, apenas agora os críticos sociais descobriram o que é arte! 

Do seu domínio e poder nada sai, nada foge de seus relativismos absolutos, nada pode os perturbar e ninguém ouse os questionar… Pois se irritar o artista… você só pode ser um fascista.

Publicado originalmente em 26/11/2019 no site do Instituto Liberal.

Graduado e Mestrando em História pela Universidade Federal Fluminense.


terça-feira, 19 de abril de 2022

Bolsonaro diz que Forças Armadas 'sabem como proceder' e que não pode haver 'suspeição' sobre eleições

Presidente participou de cerimônia do Dia do Exército ao lado de Lira, Pacheco e Fux


O presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia do Dia do Exército, em Brasília Foto: Reprodução/TV Brasil
O presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia do Dia do Exército, em Brasília Foto: Reprodução/TV Brasil

Em uma cerimônia para celebrar o Dia do Exército, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que as Forças Armadas "sabem como proceder" e "sabem o que é melhor para o seu povo". Dirigindo-se aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Bolsonaro também disse que não pode haver um "manto da suspeição" no sistema eleitoral.

Em 2020, também no Dia do Exército, Bolsonaro compareceu a um protesto em frente ao Quartel-General do Exército no qual manifestantes carregavam faixas com pedidos de intervenção militar. A participação de deputados no ato motivou a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), arquivado no ano passado.

Neste ano, foi realizada uma cerimônia, também no Quartel-General. Além de Lira e Pacheco, também compareceu o presidente do STF, Luiz Fux, entre outras autoridades. — As Forças Armadas não dão recados. Elas estão presentes. Elas sabem como proceder. Sabem o que é melhor para o seu povo, o que é melhor para seu país — discursou Bolsonaro.

Dirigindo-se aos presidentes da Câmara e do Senado, Bolsonaro afirmou que a "alma da democracia" depende da transparência do sistema eleitoral. O presidente já fez diversos ataques infundados às urnas eletrônicas, o que levou ele a ser investigado no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (STF).

Todos sabem, prezado deputado Arthur Lira, prezado senador Rodrigo Pacheco, que a alma da democracia repousa na tranquilidade e na transparência do sistema eleitoral, sistema esse que deve ser cada vez mais zelado por todos nós. E quem dá o norte para nós são as urnas, que ali fazem surgir não só presidente da República bem como a composição do nosso parlamento

Em seguida, Bolsonaro disse que todos os presidentes de Poderes devem ter compromisso com a segurança das eleições.

— Não podemos jamais ter eleições no Brasil que sob ela paire o manto da suspeição. E esse compromisso é de todos nós, presidentes dos Poderes, comandantes de Força, aqui obviamente direcionado ao trabalho do senhor ministro da Defesa.

Leia: Arthur Lira ignora parecer pela suspensão do mandato de Daniel Silveira há 9 meses

Elogio a Villas Bôas
Bolsonaro disse que o Exército participou de todos os "momentos difíceis" da história brasileira citando entre eles o golpe militar [sic] de 1964 e a transição para a democracia.

Quando se fala em Exército brasileiro, vem à nossa mente que em todos os momentos difíceis que a nossa nação atravessou, as Forças Armadas, o nosso Exército sempre esteve presente. Assim foi em 22, em 35, em 64 e em 86, com a transição, onde (com) a participação ativa do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a transição foi feita com os militares, e não contra os militares.

Em seguida, afirmou que o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas "marcou a nossa história" em 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment. Villas Bôas, que sofre de uma doença degenerativa, estava presente. — Também agora em 2016, em mais outro momento difícil da nossa nação, a participação do então comandante do Exército Villas Bôas marcou a nossa história.

Antes do impeachment, Villas Bôas teve algumas reuniões com o então vice-presidente, Michel Temer, como os dois relataram em livros de entrevistas. 

Política - O Globo


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Fachin e a 'Rússia' - J.R.Guzzo

Por que a ‘Rússia’ estaria atacando os computadores do TSE? Fachin não diz nada

Os brasileiros devem ao ministro Edson Fachin, mais que a qualquer autoridade pública deste país, uma situação que não existe em nenhuma sociedade democrática do mundo – a candidatura para a Presidência da República de um ladrão condenado pela Justiça em três instâncias sucessivas e por nove magistrados diferentes, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.  

 Fachin anulou com um único golpe de caneta, sem discutir absolutamente nada sobre culpa, provas de crime ou qualquer fato relevante, as quatro ações penais que condenaram o ex-presidente Lula à pena de prisão fechada. Pronto, eis aí o milagre: um cidadão que a Justiça brasileira declarou oficialmente corrupto, e expulsou da vida pública, é candidato ao cargo mais elevado do Brasil. 

É um portento para encher qualquer biografia, mas Fachin está longe de se mostrar satisfeito. Não basta ser o pai e a mãe da candidatura Lula. Ele também quer, na sua posição no “Tribunal Superior Eleitoral”, que Lula ganhe a eleição – e acaba de dar um passo que ele julga importante nesta direção, ao criar um tumulto inédito, deliberado e grosseiro em torno da limpeza das eleições.

Segundo Fachin, o sistema eleitoral brasileiro “pode estar”, já neste momento, sob ataque da “Rússia” – não dos russos em geral, ou de um grupo de malfeitores russos, mas da “Rússia”, assim mesmo. Por que raios a “Rússia” estaria atacando os computadores do TSE? Fachin não diz nada. O ministro não apresentou um átomo de prova para a acusação que fez em público, nem um raciocínio lógico, nada; falou apenas em “relatórios internacionais”, sem citar nenhum. A única coisa certa é que fez a sua acusação justamente durante a visita do presidente da República à Rússia.

Fachin falou também sobre hackers da “Macedônia do Norte”. E da Macedônia do Sul, o que ele acha? Não se sabe qual o grau de conhecimento do ministro sobre qualquer Macedônia, do Norte ou do Sul, e muito menos por que ele resolveu dizer o exato contrário do que seu colega Barroso vem dizendo, sem parar, com a mesma fé que o papa tem no Padre Nosso: o sistema eleitoral brasileiro é “inviolável” e, se alguém duvida disso, é acusado na hora de querer “o golpe militar”. Cada vez que o presidente cobra “mais segurança do sistema”, anota-se automaticamente que ele falou “sem apresentar provas”. E Fachin? 
Pode falar uma barbaridade dessas sem prova nenhuma, num ataque primitivo a uma nação que mantém relações perfeitamente normais com o Brasil, e pretender ser um juiz imparcial das eleições de 2022?

A acusação de Fachin não é apenas um ato de vadiagem mental. É uma convocação à desordem.

J.R. Guzzo - O Estado de S.Paulo - MATÉRIA COMPLETA


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Josias de Souza