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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Recordações de certo dia de abril - Percival Puggina

Era o dia 7 de abril e o sol se aninhava no horizonte quando Lula entrou no veículo da Polícia Federal estacionado junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Momentos antes, aquela alma serena e genuflexa, espírito de peregrino, com a pureza da “purinha, falara à militância ali reunida.

Naquela mesma noite, registrei em breve texto meus sentimentos a respeito daquele instante. Imaginei que havíamos assistido ao ápice de um evento apocalíptico. No entanto, o sol não se fizera mais escuro, a terra não tremera e o véu do templo permanecera incólume. “O sol, a terra e o véu devem ser três incuráveis fascistas”, escrevi, ironizando minhas divagações. E acrescentei: “Enfim presenciamos o fracasso dos falsos profetas e a perda de força dos tutores da História”.

Relendo aquele texto percebo quanto, influenciado pelo clima da hora, fui otimista. Subestimei a força das potências que movem e promovem a impunidade quando digitei, literalmente: “Não há como reescrever – não para esta geração – o que todos testemunhamos. Não há como desgravar, desfilmar, desdizer; e não é possível desmaterializar os fatos”...

Eu estava enganado. A impunidade é uma imposição dos donos do poder para não ficarem amuados, para que se cumpra o anseio de Romero Jucá e a sangria seja estancada. Mais do que isso, aliás: é preciso desmaterializar os fatos, é preciso que alguém como William Bonner afirme: “O senhor nada deve à justiça”.

Sim, tudo isso eles fizeram. No entanto, o maligno plano tem uma falha essencial: os brasileiros sabem que há quatro anos as realizações do governo só têm espaço nas redes sociais, sabem que agem contra Bolsonaro os inconformados donos do poder, as ratazanas habituadas à beira do erário, os signatários de manifestos da USP, os ideólogos da destruição, os ativistas judiciais e os fascinados com os efeitos que a truculência do poder proporciona quando abusado
Os brasileiros sabem que cada conservador e cada liberal deste país é o inimigo que a esquerda mundial quer ver derrotado e destruído nas eleições de outubro.

Esse povo, nos dias que correm, está a dizer a si mesmo: agora isso é comigo; farei minha parte para construir essa vitória. Nós já sabemos do que são capazes. [também já os vencemos em 35 e 64 e o venceremos sempre que necessário = as armas eles escolhem.]

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.