Morador de Chapecó, Santa Catarina, mantinha rotina de uma hora diária de treino para ataque à distância, depois de ter viajado para o Estado Islâmico
A Polícia Federal indiciou por três crimes um morador
de Chapecó, Santa Catarina, suspeito de planejar um atentado terrorista
no Brasil após morar numa cidade controlada pelo Estado Islâmico,
na Síria. Esta é a primeira vez que a PF identifica uma pessoa que saiu
do Brasil, foi à Síria e voltou ao país para planejar ações suspeitas.
Trata-se de Ibrahim Chaiboun Darwiche, dono de um restaurante na cidade. A PF descobriu que ele produziu um vídeo defendendo os ataques do Estado Islâmico no jornal Charlie Hebdo, em Paris. Ele foi indiciado por incitação ao crime, preconceito religioso e pela lei de segurança nacional. Somadas, as penas podem chegar a dez anos.
A situação de Ibrahim poderia ser ainda mais grave se a lei que
tipifica o terrorismo já estivesse em vigor. Nesse caso, a pena poderia
dobrar.
Divulgado na internet, esse vídeo foi o ponto de partida para uma
investigação do núcleo de combate ao terrorismo da Polícia Federal. Os
investigadores descobriram que Ibrahim se preparava para um ataque no
Brasil, com uma rotina de treinamentos durante a madrugada.
Na casa de Ibrahim, a PF descobriu uma anotação manuscrita com os horários de cada atividade: “1h a 2h: estudo da prática de tiro (sniper); 2h a 3h: leitura do Alcorão; 3h a 5h: divulgação do islã; 5h a 5h30: oração; 7h a 8h: atividade física”. Ibrahim ainda tinha desenhos com diversos pontos de tiro na coluna vertebral de um alvo.
Na casa de Ibrahim, a PF descobriu uma anotação manuscrita com os horários de cada atividade: “1h a 2h: estudo da prática de tiro (sniper); 2h a 3h: leitura do Alcorão; 3h a 5h: divulgação do islã; 5h a 5h30: oração; 7h a 8h: atividade física”. Ibrahim ainda tinha desenhos com diversos pontos de tiro na coluna vertebral de um alvo.
A PF descobriu ainda que Ibrahim havia passado 87 dias na cidade Dar Ta
Izzah, controlada pelo Estado Islâmico, entre janeiro e abril de 2013. A
PF suspeita que ele foi orientado pelo Estado Islâmico. “É plausível e
bastante provável que Ibrahim tenha tido contato com jihadistas
extremistas do Estado Islâmico e recebido doutrinação religiosa e
treinamento militar”, diz a PF.
Como foi relevado pelo jornal Folha de S.Paulo, a situação de Ibrahim foi considerada “diferente” pela Justiça Federal de Santa Catarina e, por isso, a PF o monitora 24 horas por dia, com tornozeleira até o encerramento da Olimpíada. Procurado, Ibrahim desligou o telefone após a reportagem ter se identificado. À PF, ele negou autoria do vídeo e disse que não esteve em região controlada pelo Estado Islâmico.
Como foi relevado pelo jornal Folha de S.Paulo, a situação de Ibrahim foi considerada “diferente” pela Justiça Federal de Santa Catarina e, por isso, a PF o monitora 24 horas por dia, com tornozeleira até o encerramento da Olimpíada. Procurado, Ibrahim desligou o telefone após a reportagem ter se identificado. À PF, ele negou autoria do vídeo e disse que não esteve em região controlada pelo Estado Islâmico.
Fonte: Revista Época