Tiros em caravana de Lula e ameaça a Fachin atingem a democracia
Protestar é parte do jogo democrático. Atirar, ameaçar de violência extrema, inaceitável
Se a
violência no Rio chega a requerer a intervenção federal, ela avança também em
outras regiões. Nada resta a não ser enfrentá-la por todos os meios legais e,
tanto quanto isso, impedir que se alastre pelo tecido social.
Neste
sentido, é preocupante e potencialmente muito perigosa a coincidência de ser
este um momento também de paixões político-partidárias e ideológicas, quando se
aproxima uma campanha eleitoral decisiva para o país e com enorme fragmentação
de candidatos.
Tiros na
caravana de Lula no Sul e ameaças à família do ministro do Supremo Edson
Fachin, relator na Corte de processos da Lava-Jato, entre eles um em que o
ex-presidente está condenado já em duas instâncias, são atos repulsivos,
antidemocráticos. Protestar é parte do jogo democrático. Jogar pedras, um
crime. Atirar, ameaçar de violência extrema, inaceitável. [só ao PT, unicamente ao PT, interessa posar de vítima; quadrilheiros contumazes em agressões, resolvem denunciar que caravana escoltada por bandidos inclusive da Via Campesina - destruidores de pesquisas realizadas por instituições federais - foi atacada e de pronto todos acreditam.
Só interessa ao PT juntar ao papel de perseguido político que apregoa aos quatro cantos do Brasil o de vítima de violência.
Quem pregou e continua pregando a violência, fazendo ameaças, é o sentenciado Lula e a presidente do PT, cujo currículo, melhor dizendo, folha corrida, junta à condição de senadora e ré em ação penal.]
Precisam,
por óbvio, de rápida e incisiva investigação. O Brasil atravessou boa parcela
de seu período republicano sob governos autoritários. Mas já completa 30 anos
no estado democrático de direito, cuja pedra fundamental é a Constituição de
88. Estas três décadas são o mais extenso ciclo de equilíbrio institucional da
democracia representativa no país. O Brasil
tem passado por campanhas disputadas, mas dentro dos marcos legais. Nos
desvios, as instituições atuam e restabelecem a legalidade. Inaceitável será
que haja algum acidente nesta trajetória, por descaso da sociedade e do próprio
Estado.
Editorial - O Globo