Ex-presidente diz verdadeiras boçalidades no Twitter: desrespeitam a matemática e a evidência dos fatos
Quase R$ 9 bilhões em um dia. Isso foi o
que ganhou a Eletrobras, em valor de mercado, com anúncio feito pelo
governo de que pretende vender o controle acionário da empresa, embora
pense num mecanismo que lhe garanta manter o controle estratégico da
holding. Mais mercado, menos Estado. Não é que essa ideia funciona?
Agora começa, como afirmei nesta manhã, a guerrilha cultural. Não
adianta negar o óbvio: o amor ao estatismo é parte da nossa cultura, e
essa memória é antiga se quisermos voltar no tempo.
Não tardou para que as vozes das trevas
se levantassem, não? Dilma Rousseff, aquela ex-presidente que quebrou o
setor elétrico com uma determinação como nunca se viu, no Twitter, com
uma irresponsabilidade assombrosa para quem foi presidente da República,
escreveu: “Vender a Eletrobras é abrir mão da segurança energética.
Como ocorreu em 2001, no governo FHC, significa deixar o País sujeito a
apagões”.
De todas as coisas estúpidas que
poderiam ser ditas por esta senhora, essa é certamente a maior. A
verdade está rigorosamente no contrário. O “apagão” só aconteceu porque
faltava iniciativa privada no setor, e o Estado não tinha condições de
investir. Casaram-se uma bolha de crescimento da economia em 2000 (4.1%)
— e, pois, de consumo de energia — com falta de chuvas, e a vaca foi
para o leito seco do Rio. Vieram o apagão de 2001 e a eleição de Lula em
2002. No ano do apagão, o crescimento despencou para 1,39%.
Assim, foi a falta de investimento que
conduziu o país à crise, este mesmo que tende a se multiplicar. E foi
além: “O resultado é um só: o consumidor vai pagar uma conta de luz
estratosférica por uma energia que não terá fornecimento garantido”. Por que a privatização conduziria à
elevação de preço quando todas as regras da economia apontam para o
contrário? Ora, dirá Dilma, é que o investidor vai querer o retorno
daquilo que investiu. Certo! Bem, querendo o dito-cujo, então
investimento haverá; sendo isso verdade, e é, por que haveria, então,
risco de apagão. Eis a cabeça de Dilma. Há as pessoas que pensam em
círculos, correndo eternamente atrás do próprio rabo conceitual. E há as
que raciocinam em espiral — no caso, para baixo. E essa é Dilma
Rousseff.
Estamos diante de uma manifestação
grosseiramente política, que não guarda qualquer intimidade com a
verdade dos fatos. A privatização da Eletrobras só será possível porque o
governo Temer reestruturou um setor que Dilma havia quebrado com a sua
política irresponsável de redução das tarifas e com a renovação
antecipada das concessões. O curioso é lembrar que esta senhora só se
tornou figura de proa do governo Lula porque conservada a fama de
especialista na área de energia e petróleo. Nem diga!
Deixou o poder pela porta dos fundos,
com a Petrobras, que agora se recupera, na lona e o setor elétrico numa
crise inédita de financiamento. Dilma deveria ser uma pouco mais modesta na ignorância, na incompetência e na arrogância.
Por: Blog do Reinaldo Azevedo