A mulher
de Sérgio Moro, a advogada Rosangela Wolff Moro, é tão, vamos dizer
assim, buliçosa como o marido, cujo espaço de atuação é o tribunal, mais
especificamente a 13ª Vara Federal de Curitiba, um verdadeiro palco de
seus heterodoxias jurídicas — e da Lava Jato — se o vivente decide levar
em conta irrelevâncias como a Constituição, o Código Penal e o Código
de Processo Penal, esses diplomas legais que, a levar a sério os zurros
da direita xucra, existem apenas para atrapalhar a verdadeira Justiça. O
PT também já chegou a achar isso quando vivia seus dias de glória.
Fascistas de esquerda e de direita só divergem quanto aos fins, mas
jamais quanto aos meios. Se o marido é um astro na 13ª Vara, Rosangela
Wolff é uma “causona”, como diz a molecada, nas redes sociais.
Ela tinha
uma página no Facebook de apoio ao marido, onde emitia algumas opiniões
políticas, especialmente retransmitindo mensagens de terceiros que
endeusavam o “esposo” e sentavam a pua na política e nos políticos.
Decidiu fechá-la em novembro. Chamava-se: “Eu MORO com ele”. O “moro”
era escrito todo em maiúsculas para chamar a nossa atenção para o duplo
sentido. Ao extingui-la, temos um trocadilho a menos no mundo, o que faz
bem à sanidade intelectual. Gosto, em particular, do “ele” para se
referir ao marido porque é como Deus é chamado na linguagem bíblica:
“Ele”. Afinal, dar um nome a Deus é reduzir o seu poder. Daí que seja o
Altíssimo, por perífrase, “Aquele que não tem nome”. Como esquecer as
camisetas “IN MORO WE TRUST”? Em suma, Deus! E, ora vejam, Deus chegou
até a gravar alguns vídeos para a página de sua senhora.
A
opiniática Rosangela Wolff Moro tinha ainda um perfil no Instagram.
Nesta terça, decidiu fechá-lo também, depois de ter feito uma malcriação
com a imprensa.
Who’s afraid of wolf?
Wh’os afraid of Rosangela Wolff?
Na peça de Edward Albee, sobrava um “o”: “Who’s afraid of Virginia Woolf?”
Nem todo trocadilho lustra a infâmia, rsss.
Doutora
Rosangela sempre deu ampla divulgação nas redes sociais às mesuras que a
imprensa costuma dispensar ao marido. Afinal, como sabemos, os
jornalistas “trust in Moro”, siga ele a lei ou não. “Trust in Moro”,
condene ele com provas ou sem provas. “Trust in moro”, mas nem tanto na
Constituição, no Código Penal e no Código de Processo Penal. Quando o
juiz, então, trata advogados de defesa aos tapas e pontapés, a crença
atinge aquele ar de devoção de Santa Teresa de Ávila diante do Cristo.
Já li textos em que os colunistas consideram insultuoso que o defensor
de um réu conteste o juiz.
Pois bem!
Rosangela Wolff estava acostumada com a imprensa como um verdadeiro
cordeiro do seu Deus. Bastou que esta noticiasse que seu marido recebe
auxílio-moradia, embora more com ela num confortabilíssimo apartamento
próprio, e a senhora Wolff passou a ver os jornalistas como um bando de
lobos. Em sua conta no Instagram, publicou a imagem de um jornal
amassado embrulhando um cacho de bananas. Desfocado, vê-se o logotipo de
Folha de S. Paulo, veículo que primeiro publicou a informação.