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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Quem tem medo do Lobo Mau? Mulher de Moro deixa Instagram depois de expressar inconformismo com liberdade de imprensa

A mulher de Sérgio Moro, a advogada Rosangela Wolff Moro, é tão, vamos dizer assim, buliçosa como o marido, cujo espaço de atuação é o tribunal, mais especificamente a 13ª Vara Federal de Curitiba, um verdadeiro palco de seus heterodoxias jurídicas e da Lava Jato se o vivente decide levar em conta irrelevâncias como a Constituição, o Código Penal e o Código de Processo Penal, esses diplomas legais que, a levar a sério os zurros da direita xucra, existem apenas para atrapalhar a verdadeira Justiça. O PT também já chegou a achar isso quando vivia seus dias de glória. Fascistas de esquerda e de direita só divergem quanto aos fins, mas jamais quanto aos meios. Se o marido é um astro na 13ª Vara, Rosangela Wolff é uma “causona”, como diz a molecada, nas redes sociais.

Ela tinha uma página no Facebook de apoio ao marido, onde emitia algumas opiniões políticas, especialmente retransmitindo mensagens de terceiros que endeusavam o “esposo” e sentavam a pua na política e nos políticos. Decidiu fechá-la em novembro. Chamava-se: “Eu MORO com ele”. O “moro” era escrito todo em maiúsculas para chamar a nossa atenção para o duplo sentido. Ao extingui-la, temos um trocadilho a menos no mundo, o que faz bem à sanidade intelectual. Gosto, em particular, do “ele” para se referir ao marido porque é como Deus é chamado na linguagem bíblica: “Ele”. Afinal, dar um nome a Deus é reduzir o seu poder. Daí que seja o Altíssimo, por perífrase, “Aquele que não tem nome”. Como esquecer as camisetas “IN MORO WE TRUST”? Em suma, Deus! E, ora vejam, Deus chegou até a gravar alguns vídeos para a página de sua senhora.

A opiniática Rosangela Wolff Moro tinha ainda um perfil no Instagram. Nesta terça, decidiu fechá-lo também, depois de ter feito uma malcriação com a imprensa.
Who’s afraid of wolf?
Wh’os afraid of Rosangela Wolff?
Na peça de Edward Albee, sobrava um “o”: “Who’s afraid of Virginia Woolf?”
Nem todo trocadilho lustra a infâmia, rsss.

Doutora Rosangela sempre deu ampla divulgação nas redes sociais às mesuras que a imprensa costuma dispensar ao marido. Afinal, como sabemos, os jornalistas “trust in Moro”, siga ele a lei ou não. “Trust in Moro”, condene ele com provas ou sem provas. “Trust in moro”, mas nem tanto na Constituição, no Código Penal e no Código de Processo Penal. Quando o juiz, então, trata advogados de defesa aos tapas e pontapés, a crença atinge aquele ar de devoção de Santa Teresa de Ávila diante do Cristo. Já li textos em que os colunistas consideram insultuoso que o defensor de um réu conteste o juiz.

Pois bem! Rosangela Wolff estava acostumada com a imprensa como um verdadeiro cordeiro do seu Deus. Bastou que esta noticiasse que seu marido recebe auxílio-moradia, embora more com ela num confortabilíssimo apartamento próprio, e a senhora Wolff passou a ver os jornalistas como um bando de lobos. Em sua conta no Instagram, publicou a imagem de um jornal amassado embrulhando um cacho de bananas. Desfocado, vê-se o logotipo de Folha de S. Paulo, veículo que primeiro publicou a informação.


LEIA TAMBÉM:O É DA COISA: Um puxão de orelha no grande FHC. Para lembrar: democracia dispensa os feiticeiros antigos e os novos

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Enterrar de novo o populismo

Os governos petistas sempre tiveram como meta fortalecer as estatais como o melhor meio de combater as propostas de privatização, reais ou imaginárias. Importante esta última ressalva porque, a rigor, privatizar a Petrobras nunca entrou na pauta política brasileira.

Mas isso não importava. Defender as estatais, eis o discurso básico do PT. O partido também procurou desmontar a tese implantada no governo FH, segundo a qual as companhias públicas deveriam ser administradas profissionalmente, quase como se fossem privadas, por executivos e quadros técnicos do setor.

Isso, dizia Lula, era neoliberalismo. Seria colocar as estatais a serviço do mercado e dos interesses privados. Vai daí, as estatais deveriam ser administradas pelos quadros partidários, pelos companheiros, para que fossem encaminhadas na direção correta. Essa direção era: ampliar as atividades e o alcance das estatais; objetivos políticos e sociais eram mais importantes que lucros ou valor de mercado; comprar e contratar no mercado nacional, mesmo que a preços mais caros.

Fizeram isso, com requintes de populismo, como o de entregar a administração de recursos humanos da Petrobras a representantes dos sindicatos de petroleiros. Quebraram a estatal. Vamos falar francamente: a Petrobras só não está em pedido de recuperação judicial porque é estatal. Todo mundo espera que, em algum momento, o governo imprima dinheiro para capitalizar a empresa.

A companhia tem problemas em todos os lados, inclusive de excesso de pessoal e de pessoal mais bem remunerado que no mercado. (Aliás, a ideia era exatamente essa). A Petrobras não quebrou apenas por corrupção. A causa maior é a péssima administração, consequência daqueles “princípios” estatistas.

Por isso estamos falando do assunto. O estatismo tem sido dominante entre nós. E ainda hoje, muita gente partilha daquelas ideias implantadas pelo PT. Diz esse pessoal: a coisa saiu mal por causa da incompetência dos governos Lula e Dilma, e não porque a tese seja errada. Esse é o grande risco que corremos. O modelo populista está errado, a doutrina estatista é origem do fracasso. Nem um gênio da gestão empresarial conseguiria evitar o desastre da Petrobras nesse processo em que foi lançada por Lula.

Vai daí que será preciso aproveitar a oportunidade para fazer o contrário, em tudo. Citamos mais a Petrobras porque é o caso mais notável. Imaginemos uma teoria conspirativa: um presidente neoliberal que tivesse a ideia macabra de quebrar a Petrobras para poder fechá-la e, assim, coloca-se uma equipe talhada para produzir o desastre. Pois não teria conseguido fazer o que a gestão petista aprontou.

Hoje, por exemplo, seria impossível privatizar a Petrobras — a menos que se vendesse a preço de banana. E por falar nisso, a ação da Petrobras não está mesmo valendo menos que um cacho de bananas?  Mas é possível — e absolutamente necessário — vender pedaços da Petrobras e privatizar um monte de ativos. E o que sobrar deve, sim, ser administrado por quadros do mercado, com regras de gestão privada.

O presidente da companhia também deveria ser procurado no mercado, inclusive no mercado internacional. Qual o problema de se colocar um executivo chinês ou norueguês tomando conta da Petrobras, conforme programas aprovados pelos conselhos? Isso vale para as demais estatais quebradas, como a Eletrobras.

E mais um programa de privatização não envergonhada. Quando percebeu que não tinha mais dinheiro nem competência para arrumar aeroportos, estradas, portos etc., o governo petista resolveu concedê-los à iniciativa privada. Mas como era feio privatizar, colocaram um monte de regras que tornaram o negócio menos atraente e mais caro para os concessionários.

Por isso, isso andou mal.  Fazendo o contrário, aqui há uma hipótese de rápida retomada de negócios. Muitas empresas médias, nacionais e estrangeiras, estão prontas para tomar o negócio das empreiteiras apanhadas na Lava-Jato. O que não funciona é privatizar e dizer que o concessionário não pode ganhar dinheiro ou só pode ganhar quanto o governo autorizar.

Tudo isso vale também para os bancos públicos. Todo o mercado desconfia que estão em situação pior do que no final dos anos 90, quando o governo FH precisou colocar um monte de dinheiro no BB e na Caixa.  A contrapartida foi a gestão profissional nesses bancos, também desmontada pelos governos petistas. Quebraram de novo.


A tristeza disso é que os governos Lula/Dilma estragaram o que estava pronto e funcionando. O que traz um certo ânimo é que sabemos o que precisa fazer: é só repetir a combinação privatização/profissionalização/equilíbrio das contas públicas. O país já havia conseguido enterrar o populismo estatizante. Ressuscitou. Agora é preciso corrigir o desastre e colocar esse populismo numa cova bem profunda, em algum cemitério privado, claro.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - http://www.sardenberg.com.br/