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quarta-feira, 23 de maio de 2018

JK privilegiou as rodovias e FHC - confundiu privatizar com desativar, na prática acabou com o transporte ferroviário, quando o ideal seria aumentar a malha


Caminhão desgovernado - Crise do preço dos combustíveis não terá solução fácil - Miriam Leitão

Por erros antigos do nosso rodoviarismo, o Brasil é excessivamente vulnerável a uma paralisação de caminhões 


Nos primeiros minutos da reunião, na manhã de ontem, sobre o preço dos combustíveis, os ministros Moreira Franco e Eduardo Guardia avisaram que o governo nunca havia pensado em interferir na Petrobras. O dia terminou com Guardia informando que fechara um acordo com os presidentes do Congresso para reonerar a folha salarial e eliminar a Cide. Os caminhoneiros disseram que a greve continua.

Greve de caminhoneiro assusta por razões práticas e memória política. Elas sempre estiveram presentes em momentos de instabilidade de governos na América Latina. O caso emblemático é o do Chile de Salvador Allende. O atual governo brasileiro não poderia desprezar o sinal das estradas. Por erros antigos do nosso rodoviarismo, o Brasil é excessivamente vulnerável a uma paralisação de caminhões. Tudo se transporta por eles. Em países de grandes dimensões, o modal ferroviário há muito tempo foi implantado porque é mais econômico, lógico e sustentável. Por atrasos recentes na adoção de novas energias e novas tecnologias, os caminhões movidos a diesel são dominantes. A consequência prática disso é que combustível fóssil é carregado queimando-se combustível fóssil. E ontem à tarde o risco era de parar do aeroporto de Brasília aos ônibus do Rio.

O governo resistiu à tentação fácil de culpar a Petrobras pelos preços. O que sobra? Os impostos. O problema é que a tendência é mesmo de taxar mais os combustíveis fósseis, neste tempo de combate às emissões de gases de efeito estufa. Uma redução de tributos pura e simples poderia acabar provocando distorções, como já ocorreu no passado, com o produto menos poluente sendo mais taxado do que o fóssil.  De tarde, o deputado Rodrigo Maia anunciou pelo Twitter a solução encontrada com o governo, de que a Cide será zerada. E disse mais: “Eu e o presidente do Senado combinamos com o governo federal: os recursos da reoneração serão todos utilizados para reduzir o impacto do aumento do diesel.” No fim do dia, o ministro Guardia confirmou os detalhes desse acordo. Só será reduzida a Cide do diesel depois que o Congresso votar a reoneração e até 2020 nenhum setor terá o benefício da desoneração.

Parece uma solução engenhosa, mas vamos entendê-la: no governo passado, vários setores foram desonerados, ou seja, passaram a pagar menos de contribuição previdenciária sobre a folha salarial. O governo atual propôs reonerar, ou seja, elevar de novo a contribuição, mas o projeto não andou no Congresso. Agora andará, mas, em vez de o dinheiro pago pelos empregadores ir para a Previdência, vai para subsidiar o uso do diesel.

Pelas contas do economista Fábio Klein, da Tendências Consultoria, a perda de receitas com a Cide seria mais do que compensada pelo aumento de arrecadação provocado pela alta do preço do petróleo. Olhando para estados e municípios, o ganho com royalties poderia chegar a R$ 7 bilhões este ano, com uma perda em torno de R$ 1,2 bilhão de junho a dezembro, com a Cide. — A Cide arrecada R$ 6 bilhões por ano e um terço disso é de estados e municípios. Se a redução entrar em vigor em junho, a perda será de R$ 3,5 bilhões. O impacto fiscal não é grande. Difícil mesmo seria mexer no PIS/Cofins, que vai todo para a União, e no ICMS, que é inteiramente dos estados — explicou.

Também se discutiu na reunião sobre os combustíveis a distorção criada pelo ICMS. Ao contrário de PIS/Cofins e Cide, que são cobrados em um valor fixo pelo volume de vendas, o ICMS é ad valorem, ou seja, incide sobre o preço final. Como a alíquota chega a superar 30% em alguns estados, como o Rio de Janeiro, o imposto acaba elevando o preço final. Desta forma, ele faz parte do agravamento do problema.  Há pouca chance de o petróleo cair no mercado internacional. A política usada em inúmeros países é de automaticamente repassar a alta da cotação para o preço na bomba. O governo garantiu que não está pensando em intervir na política de preços da Petrobras, por isso só sobraram mesmo os impostos, e dentre eles o olho maior está sobre o ICMS, que é da conta dos estados e não do governo federal. Enfim, o problema continua e não será fácil resolver.

Coluna da Miriam Leitão -   com Alvaro Gribel, de São Paulo - O Globo


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Produção de veículos encolheu 3,4% em maio e 19,1% no ano



Resultado é reflexo das medidas de corte de produção adotadas pelas montadoras nos últimos meses para tentar diminuir estoques e adequar o nível de produção à baixa demanda do mercado
A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro em maio caiu 3,4% na comparação com abril e recuou 25,3% ante o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No quinto mês do ano, foram produzidos 210.086 veículos no País. Com o resultado, a produção acumula queda de 19,1% no ano até maio, na comparação com igual período de 2014.

O resultado é reflexo das medidas de corte de produção adotadas pelas montadoras nos últimos meses para tentar diminuir estoques e adequar o nível de produção à baixa demanda do mercado. No mês passado, fábricas como Fiat, GM e Mercedes concederam férias coletivas e licenças remuneradas, colocaram grupos de metalúrgicos em lay-off (suspensão temporária dos contratos) ou promoveram paradas técnicas estratégicas.

Segmentos
 Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em maio chegou a 201.598 unidades, o equivalente a queda de 3,4% em relação a abril e recuo de 24% ante maio de 2014. No mês passado, foram produzidos 176.104 automóveis e 25.494 comerciais leves. Com isso, a produção de autos e leves juntos acumula queda de 17,5% nos primeiros cinco meses de 2015 frente o mesmo período do ano passado.

A produção de caminhões, por sua vez, caiu 10,1% em maio na comparação com abril e recuou 51,4% ante maio de 2014. Ao todo, a produção de caminhões atingiu 6.169 unidades no quinto mês deste ano. Após o resultado, a fabricação de pesados acumula queda de 46,4% em 2015 até maio em relação aos cinco primeiros meses do ano passado.  No caso dos ônibus, foram produzidas 2.319 unidades em maio, alta de 12,5% na comparação com abril, mas recuo de 31,6% ante maio do ano passado. Com o desempenho de maio, a fabricação de ônibus acumula queda de 27,6% em 2015 até agora ante igual período do ano passado.

Apenas no mês de maio indústria automotiva fechou 1.380 vagas
A indústria automotiva brasileira eliminou 1.380 vagas apenas no mês de maio, divulgou há pouco pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Após as recentes medidas de ajuste da produção à baixa demanda, o setor encerrou o quinto mês do ano com 138.200 empregados, 1% a menos do que em abril e 9,2% menor do que o contingente de trabalhadores de maio do ano passado. Com esses cortes, a indústria automotiva já demitiu 6,3 mil empregados em 2015.

Somente o segmento de autoveículos registrou retração de 0,9% no número de empregados em maio na comparação mensal, ao totalizar 121.085 funcionários. Em relação a maio de 2014, a queda foi ainda maior, de 7,7%. Já o segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 1,5% no número de empregados em maio ante abril e retração de 18,8% na variação anual, ao somar 17.115 funcionários.