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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Tabela maluca


O governo se atrapalhou ao divulgar a tabela que define o custo mínimo do frete rodoviário no país. A ANTT fará novos cálculos porque há absurdos assim: transportar carga perigosa ou refrigerada está mais barato do que levar cargas a granel. “Do jeito que está, é melhor transportar aço em um caminhão refrigerado. Ficará mais barato”, se espanta Maurício Lima, diretor-geral do Instituto Ilos de Logística. A tabela custará R$ 80 bilhões.

Desde a divulgação da Medida Provisória, no último dia 30, as empresas contratantes estão fazendo e refazendo contas para saber o quanto pagarão a mais pelo transporte. Segundo Lima, o tabelamento torna o frete impraticável para vários setores e representa um forte aumento no custo logístico do país.  — Alguns setores estão com aumento de 50%, o que inviabiliza o frete. O pior é que a tabela já está valendo, porque foi feita via Medida Provisória. Os caminhoneiros estão com ela nas mãos e os contratantes não sabem o que fazer. O custo rodoviário subirá R$ 80 bilhões — explicou.

A situação é tão estranha, diz Lima, que até as ações das empresas de transporte, que deveriam se beneficiar com a medida, estão em queda na bolsa. Isso porque elas também terão aumento de gastos ao terceirizar o serviço com a contratação de motoristas autônomos. Além disso, há o risco jurídico.  A ANTT disse que fará mudanças na tabela, mas os caminhoneiros estão ameaçando uma nova paralisação se ela cair.  O governo terá que optar entre correr o risco de uma nova greve ou impor um forte aumento de custos que tornará a economia brasileira ainda menos competitiva.

[obviamente que o governo tem que rever a tabela - contém absurdos impossíveis e que envergonham até os seus autores;

 o Brasil não pode viver sob ameaça de greve - seja de caminhoreiro ou qualquer categoria - e o remédio para exemplar os possíveis futuros grevistas (ou chantagistas) é simples:

- NÃO ANISTIAR AS MULTAS - tanto as aplicadas à caminhoneiros quanto à empresas transportadoras; 

- INICIAR IMEDIATAMENTE A COBRANÇA DAS MULTAS -  utilizando todos os recursos que o Código de Trânsito, Código Civil e legislação pertinente, permite. (cumpre destacar que as multas aplicadas em função da decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, não podem ser objeto de recurso administrativo - decisão judicial prevalece sobre qualquer tipo de recurso administrativo; 

só podem ser objeto de recurso as aplicadas com base no Código de Trânsito.]

Mais importante: se os caminhoneiros começarem qualquer movimento, jogar duro tanto na desobstrução de estradas quanto a só aceitar negociar com as  estradas desbloqueadas. ] 


Não é comigo
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, que representa as montadoras de veículos, negou a tese de que a venda subsidiada de caminhões no governo Dilma seja uma das causas para a paralisação dos caminhoneiros. “Este ano, as vendas de caminhões estão em alta de 52% de janeiro a maio. Se houvesse excesso de oferta, isso não aconteceria”, afirmou. No auge do PSI, que incentivou o setor, a venda de caminhões chegou a 68 mil unidades, de janeiro a maio de 2011. Este ano, foi a 26 mil. Ele é contra subsídio ao diesel.


Andar para trás
Na primeira semana após o fim da greve, o economista-chefe para América Latina do banco BNP Paribas, Marcelo Carvalho, avalia que os impactos sobre o PIB serão limitados. O problema, diz, é que o governo ficou mais vulnerável às pautas setoriais, com riscos de aumento de gastos. “O governo tem menos força para resistir. Isso é mais preocupante do que a parada na economia por uma semana. Podemos ter mais interferência nas estatais, houve tabelamento de frete, a privatização da Eletrobras ficou mais difícil. O receio é como isso vai afetar a confiança dos consumidores e dos empresários”, explicou.


Gás da indústria
O consumo industrial de gás subiu 3,2% em abril, segundo levantamento inédito da Abegás. No acumulado do ano, o aumento é de 5,8%. Poderia ser melhor, se não houvesse monopólio da Petrobras. “O país precisa aumentar o número de ofertantes de gás natural, cuja comercialização é feita hoje exclusivamente pela Petrobras”, afirma o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.


DESCONFIANÇA
Os juros com vencimento em 2021 foram a 9,39%, o maior patamar desde novembro de 2017, segundo Pablo Spyer, da corretora Mirae Asset.


Miriam Leitão - O Globo

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Greve de caminhoneiros deixa rastro de prejuízos bilionários em todo o País

Com protestos no fim, crise de desabastecimento começa a ser revertida, mas efeitos na economia ainda vão perdurar por muito tempo; perdas com a greve superam R$ 75 bi



Apesar de alguns pontos de manifestação ainda espalhados pelo País, a paralisação dos caminhoneiros dá claros sinais de que chegou ao fim. Em todos os Estados, a vida começa a voltar ao ritmo normal. O quadro de desabastecimento inicia sua reversão: o combustível está chegando aos postos, os alimentos voltam aos supermercados. Os reflexos da crise provocada pelos protestos, porém, ainda devem perdurar por bastante tempo. Nem todos os setores têm um levantamento das perdas. Quem já fez essas contas mostra que o prejuízo será contabilizado na casa dos bilhões. O número dos setores consultados pelo Estado já chega a pelo menos R$ 75 bilhões em perdas.
Mas o impacto na economia será bem maior. Economistas já levam em conta os efeitos da greve nas revisões, para baixo, que vêm fazendo para o desempenho do PIB. O número, que era próximo de 3% no início do ano, agora é de 2%. E há outros efeitos. O governo teme que a paralisação dos motoristas abra caminho para outras greves de forte impacto no País. Os petroleiros já seguiram esse caminho. [atualizando: petroleiros amarelaram e suspenderam o motivo por tempo indeterminado - o 'indeterminado' tem o sentido mais de ano que vem do que próximos dias.].]

Perdas. As projeções preliminares de diversos segmentos da economia após dez dias de greve dos caminhoneiros apontam para perdas de mais de R$ 75 bilhões. Em alguns casos, os prejuízos ainda podem aumentar mesmo após o fim do movimento, pois, dependendo do tipo de atividade, a retomada poderá levar de uma semana a 20 dias.
Também há preocupação sobre como será a volta das atividades. “Não sabemos ainda, por exemplo, como será precificado o aumento do frete”, afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “Dá arrepios só de pensar.”  O setor calcula que deixou de gerar, até agora, R$ 3,8 bilhões, e precisará de duas a três semanas para retomar totalmente as atividades.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que as áreas de comércio e serviços deixaram de faturar cerca de R$ 27 bilhões entre os dias 21 e 28.  “São nítidos os transtornos causados pelo desabastecimento generalizado, que pode provocar danos ainda maiores ao País, como aumento do desemprego, falta de gêneros alimentícios, estoques, baixo fluxo de vendas e prejuízo ao desenvolvimento econômico”, diz o presidente da Fecomércio de Minas Gerais, Lúcio Emílio de Faria Júnior.  Os supermercados contabilizam R$ 2,7 bilhões em prejuízos. Para os distribuidores de combustível, as perdas já atingem R$ 11,5 bilhões.

Volta lenta
Com menos bloqueios nas estradas e a volta, lentamente, do abastecimento de combustíveis, algumas empresas estão retomando operações. Das 167 unidades produtoras de aves, ovos e suínos que estavam paradas em todo o País, 46 reiniciaram atividades nesta quarta-feira, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As empresas do setor acumulam prejuízos de R$ 3 bilhões e perderam 70 milhões de aves, mortas por falta de ração. Com parte do abastecimento retomado, a mortandade deve acabar.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a cadeia produtiva da pecuária de corte deixou de movimentar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. Os produtores de leite perderam R$ 1 bilhão, parte disso com o descarte de mais de 300 milhões de litros de leite. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) calcula que produtores em geral devem levar de seis meses a um ano para se reestruturarem.

O setor têxtil estima perdas de R$ 1,8 bilhão e, até quarta-feira, ainda tinha cerca de 70% das empresas paradas ou prestes a parar. A previsão da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) é de que serão necessários pelo menos 20 dias para que a situação seja normalizada.  Carros. Na indústria automobilística quase todas as fábricas estão paradas desde sexta-feira. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, diz que “a maioria retomará a produção, de maneira gradual, a partir de segunda-feira”. As unidades da Fiat em Minas Gerais e da Jeep em Pernambuco voltam a operar nesta quinta-feira.

A Anfavea não divulgou prejuízos, mas, com base na produção média de veículos em abril, cerca de 51 mil veículos deixaram de ser fabricados. O resultado deste mês poderá interromper uma sequência de 18 meses de alta na comparação interanual.  Até terça-feira as vendas do setor tinham caído 11% em relação a abril (para 192,8 mil unidades), mas ainda devem superar o volume de maio de 2017, de 195,6 mil unidades.
A indústria química soma R$ 2,5 bilhões em perda de faturamento e calcula em dez dias o período para retomada de atividades. 

Economia - O Estado de S. Paulo 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Ministério Público considera estranha a origem do dinheiro para a empresa do filho de Lula – empresa de ‘marketing esportivo’ fazendo lobby para redução de impostos para automóveis?



MP considera estranha origem de dinheiro para a empresa de filho de Lula
O Ministério Público Federal (MPF) sustentou ser “muito suspeito” a empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, receber valores “expressivos” de uma firma que mantém “contatos” com o governo.

A juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília, que autorizou a deflagração da nova etapa da Zelotes, destacou que o filho de Lula foi o segundo maior beneficiário de pagamentos supostamente ilícitos realizados pelo setor automotivo. Os valores teriam sido repassados em troca da aprovação da Medida Provisória 471. “Tem razão o Ministério Público Federal ao afirmar ser ‘muito suspeito uma empresa de marketing esportivo receber valor tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a administração pública (Marcondes e Mautoni)’, o que justifica a execução de busca e apreensão na sede da empresa”, escreveu ela ao justificar a medida cumprida pela Polícia Federal nesta segunda-feira.

Os argumentos da Procuradoria embasaram a busca e apreensão na sede da LFT, nesta segunda-feira, 26, em São Paulo, autorizada pela juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília. Conforme a decisão, obtida pela reportagem, uma empresa de Mauro Marcondes Machado, um dos lobistas presos por suspeita de “comprar” medidas provisórias no governo, recebeu da MMC Automotores, que fabrica veículos Mitsubishi, e da CAOA, que monta modelos Hyundai, um total de R$ 16,8 milhões.

As duas montadoras dividiram o valor pago. O objetivo seria emplacar a MP 627/2013, que trata de incentivos fiscais, editada e convertida em lei no governo da presidente Dilma Rousseff. Os valores pagos foram declarados ao Fisco pela Marcondes e Mautoni Empreendimentos, que pertence a Mauro Marcondes, em 2014 No mesmo ano, a empresa pagou R$ 1,5 milhão à LFT, de Luís Cláudio. Ainda receberam valores a mulher e sócia de Marcondes, Cristina Mautoni (R$ 1 milhão), que também foi presa nesta segunda-feira, na nova etapa da Zelotes. Segundo a investigação, a SGR Consultoria, do lobista José Ricardo da Silva ficou com R$ 200 mil, – ele também foi detido -, e o próprio Marcondes (R$ 3 milhões).

A LFT recebeu pagamentos da Marcondes e Mautoni. A empresa de Luís Cláudio confirmou, em nota, que o valor das transações entre 2014 e 2015 alcançou R$ 2,4 milhões e foi “declarado”.

Segundo investigadores ouvidos pela reportagem, além da MP 623/2013, estão sob suspeita as MPs 471 e 512, editadas entre 2009 e 2010, sobre as quais já há mais elementos de irregularidades, além da 638/2014. Todas tratam de incentivos fiscais para montadoras. A nova fase da Zelotes foi deflagrada nesta segunda pela Polícia Federal, Receita e Ministério Público Federal.

Afastamento – A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) suspendeu nesta segunda-feira, 26, por prazo indeterminado, o vice-presidente tesoureiro da entidade, Mauro Marcondes. O executivo foi preso nesta manhã pela Polícia Federal, em mais uma fase da Operações Zelotes.

De acordo com a Anfavea, a decisão foi tomada pelo presidente da associação, Luiz Moan, após as reportagens publicadas nesta segunda-feira sobre a Operação Zelotes. Em nota assinada por Moan, a entidade informou que a suspensão se dará “pelo período necessário para defesa e conclusão do processo investigativo pelos órgãos institucionais”.

Na Anfavea, Marcondes representava a MMC Automotores do Brasil, responsável pela produção de veículos da Mitsubishi no País. Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo com exclusividade no início do mês, o executivo é investigado pela PF por suposto lobby para compra de Medida Provisória por parte de montadoras no segundo governo Lula.

Veja a nota:
“Tendo em vista as reportagens publicadas hoje pela imprensa sobre a Operação Zelotes, reiteramos que tratam-se de casos particulares dos citados. Contudo, em defesa da coletividade e dos interesses de nossas associadas, a entidade está suspendendo temporariamente o atual representante da MMC Automotores do Brasil Ltda. de sua Diretoria pelo período necessário para defesa e conclusão do processo investigativo pelos órgãos institucionais”.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Filho de Lula, Lulinha, recebeu dinheiro de escritório investigado na Zelotes - TAL PAI, TAL FILHO



[o Lulinha do título é só para deixar o Lula PT da vida – ele detesta que chamem seus filhos de Lulinha. 
Embora o apelido, pertença por direito, ao Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, o fenomenal – nas palavras do próprio Lula – que conseguiu a proeza de passar de um salário de R$600,00, quando era monitor do Jardim Zoológico de São Paulo, em 2003, ano em que o pai iniciou o primeiro mandato como presidente da República, para proprietário de um patrimônio superior a R$1.000.000.000,00.

 O outro Lulinha, Luiz Cláudio, é o  filho mais novo do Lula e tentou manter na marra a posse de um passaporte diplomático, que a muito custo foi cancelado pelo Itamaraty devido pressões do MPDFT.] especialista em ficar multimilionário.]

Consultoria suspeita de atuar em prol de MP que favoreceu montadoras pagou 2,4 milhões de reais a empresa de Luís Cláudio Lula da Silva

Uma empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, recebeu pagamentos de uma das consultorias suspeitas de atuar pela Medida Provisória 471, que prorrogou benefícios fiscais de montadoras de veículos. A Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em março de 2011 por Luís Cláudio. Os valores alcançam 2,4 milhões de reais e foram transferidos em parcelas de 400.000 reais. Naquele mesmo ano, a medida provisória começou a vigorar.

Luís Cláudio confirma os pagamentos. Ele informou, por meio de seus advogados, em nota, que a LFT prestou serviços à Marcondes & Mautoni na área de "marketing esportivo", mas não os especificou. "O referido valor foi devidamente contabilizado e declarado", disse. O empresário argumenta que seu ramo de trabalho "sempre foi o esporte, exclusivamente na esfera privada". Luís Cláudio afirma que sua empresa realizou "projetos" para a Marcondes & Mautoni, "sempre na sua área de atuação".

Aberta em agosto de 1998, a Marcondes & Mautoni atua como representante de montadoras em entidades do setor, como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) e o Sindicato Nacional da Indústria de Veículos (Sinfavea). Nos registros da Receita Federal, não há nenhuma referência ao esporte entre as atividades econômicas da empresa.

O dono do escritório, Mauro Marcondes Machado, atua há décadas como representante de montadoras nas entidades do segmento automotivo. "Há quase quarenta anos ele é vice-presidente e tem cargos dentro da Anfavea. É uma pessoa que tem profundo conhecimento do setor", justificou o presidente da MMC Automotores, representante da Mitsubishi, Robert Rittscher, em depoimento à CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) no Senado.

Os repasses para a empresa de Luís Cláudio foram identificados em investigação sobre transações financeiras da Marcondes & Mautoni. A empresa está na mira da Operação Zelotes, que apura esquema de corrupção no Carf, realizada conjuntamente pela Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Corregedoria do Ministério da Fazenda. Ela é suspeita de ter operado para reduzir, irregularmente, uma multa aplicada pelo "tribunal da Receita" à MMC Automotores.

Procurada, a Marcondes & Mautoni informou jamais ter feito "qualquer repasse a qualquer empresa ou pessoa". Em nota, sustentou que "jamais houve qualquer gestão de quem quer que seja em nome da M&M, ou a seu pedido, ou para qualquer de seus clientes, no ambiente de governo, sendo um despautério qualquer ilação em sentido contrário". E afirmou que faz "todos os seus negócios sempre com observância à legislação".  

A empresa não deu explicações sobre serviços prestados à empresa de Luís Cláudio.


Fonte: Revista Veja

sábado, 5 de setembro de 2015

Mais dois recordes negativos para Dilma em agosto: Saques superam depósitos na poupança em R$ 7,5 bilhões, no pior agosto – produção de veículos cai 18% em agosto



Poupança: É o oitavo mês consecutivo em que o investimento fica no vermelho; no ano, a perda chega a R$ 48,497 bilhões

- O combo "recessão e juros altos" fizeram com
Recuo foi frente ao mesmo mês de 2014. No ano, queda acumulada é de 16,9%
A produção de veículos no país caiu 18,2% em agosto desde ano em que a caderneta de poupança tivesse o pior resultado em meses de agosto da série histórica, iniciada em 1995. Os saques na aplicação mais popular do país superaram os depósitos em R$ 7,5 bilhões no mês passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central. Além de ser o pior agosto, é a segunda maior fuga já registrada em qualquer mês. A saída líquida foi ainda maior em março deste ano, quando os brasileiros retiraram nada menos que R$ 11,4 bilhões.

Dos oito meses do ano, a poupança ficou no vermelho os oito meses. Com a renda mais apertada por causa da inflação ou até para honrar as despesas em casos de demissão, as famílias sacam suas economias. Há ainda outro motivo para a saída em massa da aplicação: a alta dos juros.  O Comitê de Política Monetária (Copom) começou a subir a taxa básica de juros da economia desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro do ano passado. Isso fez com que os fundos de investimento ficassem cada vez mais atrativos. A Selic está em 14,25% ao ano, enquanto a poupança rende menos que a inflação.

Pequenos investidores, que não têm acesso às taxas diferenciadas, mantém as economias na aplicação. Ao todo, a caderneta de poupança perdeu nada menos R$ 48,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, a captação era de R$ 14,2 bilhões. Atualmente, o brasileiro guarda R$ 645,1 bilhões na aplicação mais popular do país. Sobre esse dinheiro, os bancos pagaram R$ 30,9 bilhões de rendimentos apenas neste ano.

Produção de veículos cai 18% em agosto e atinge menor patamar desde 2007
comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta sexta-feira a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Frente a julho a queda foi de 3,5%. O setor produziu 216,5 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em agosto, menor volume para o mês desde pelo menos 2007. A produção acumulada do ano ficou em 1,73 milhão de unidades, 16,9% abaixo dos oito primeiros meses de 2014.

A venda de veículos novos no mês passado recuou 8,9% contra julho e registrou queda de 23,9% sobre agosto de 2014, também atingindo o nível mais baixo para o mês desde pelo menos 2007.

Em relação aos emplacamentos nos oito meses do ano, o declínio foi de 21,4%, passando de 2,23 milhões para 1,75 milhão.  — Continuamos em um momento bastante difícil de mercado, especialmente em caminhões, com queda de 40% (nas vendas) disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan, ao comentar que a média diária de vendas de veículos em agosto foi semelhante à de julho.

Ele acrescentou que a associação também espera queda na produção de veículos do Brasil em setembro e em outubro. Moan disse que, com o desempenho negativo do mercado, o nível de estoque aumentou para 358 mil veiculos, o que representou 52 dias de vendas. No mês passado, eram 345 mil unidades em estoque.  — Temos duas maneiras para regular o estoque: estimulando o mercado ou reduzindo a produção. Como o mercado depende da economia e estamos em recessão, isso será difícil de acontecer. Por isso, as empresas devem reduzir a produção em setembro e em outubro — disse Moan.

Segundo ele, somente no mês de setembro serão 27,4 mil funcionários em casa por meio de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) e férias coletivas. Hoje, a indústria automobilística emprega 134,3 mil pessoas, queda de 9,8% sobre um ano antes. Em julho eram 135,7 mil empregados. Já a exportação de veículos e máquinas agrícolas subiu 12,3% em agosto contra julho.

Fonte: O Globo


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Produção de veículos encolheu 3,4% em maio e 19,1% no ano



Resultado é reflexo das medidas de corte de produção adotadas pelas montadoras nos últimos meses para tentar diminuir estoques e adequar o nível de produção à baixa demanda do mercado
A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro em maio caiu 3,4% na comparação com abril e recuou 25,3% ante o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No quinto mês do ano, foram produzidos 210.086 veículos no País. Com o resultado, a produção acumula queda de 19,1% no ano até maio, na comparação com igual período de 2014.

O resultado é reflexo das medidas de corte de produção adotadas pelas montadoras nos últimos meses para tentar diminuir estoques e adequar o nível de produção à baixa demanda do mercado. No mês passado, fábricas como Fiat, GM e Mercedes concederam férias coletivas e licenças remuneradas, colocaram grupos de metalúrgicos em lay-off (suspensão temporária dos contratos) ou promoveram paradas técnicas estratégicas.

Segmentos
 Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em maio chegou a 201.598 unidades, o equivalente a queda de 3,4% em relação a abril e recuo de 24% ante maio de 2014. No mês passado, foram produzidos 176.104 automóveis e 25.494 comerciais leves. Com isso, a produção de autos e leves juntos acumula queda de 17,5% nos primeiros cinco meses de 2015 frente o mesmo período do ano passado.

A produção de caminhões, por sua vez, caiu 10,1% em maio na comparação com abril e recuou 51,4% ante maio de 2014. Ao todo, a produção de caminhões atingiu 6.169 unidades no quinto mês deste ano. Após o resultado, a fabricação de pesados acumula queda de 46,4% em 2015 até maio em relação aos cinco primeiros meses do ano passado.  No caso dos ônibus, foram produzidas 2.319 unidades em maio, alta de 12,5% na comparação com abril, mas recuo de 31,6% ante maio do ano passado. Com o desempenho de maio, a fabricação de ônibus acumula queda de 27,6% em 2015 até agora ante igual período do ano passado.

Apenas no mês de maio indústria automotiva fechou 1.380 vagas
A indústria automotiva brasileira eliminou 1.380 vagas apenas no mês de maio, divulgou há pouco pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Após as recentes medidas de ajuste da produção à baixa demanda, o setor encerrou o quinto mês do ano com 138.200 empregados, 1% a menos do que em abril e 9,2% menor do que o contingente de trabalhadores de maio do ano passado. Com esses cortes, a indústria automotiva já demitiu 6,3 mil empregados em 2015.

Somente o segmento de autoveículos registrou retração de 0,9% no número de empregados em maio na comparação mensal, ao totalizar 121.085 funcionários. Em relação a maio de 2014, a queda foi ainda maior, de 7,7%. Já o segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 1,5% no número de empregados em maio ante abril e retração de 18,8% na variação anual, ao somar 17.115 funcionários.