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terça-feira, 17 de julho de 2018

O PT vai mesmo insistir na estratégia doida de indicar um poste para substituir Lula só na última hora; vai dar errado até se der certo…

A estratégia do PT, que anunciei aqui desde a prisão de Lula, segue a mesma. A ala do partido que queria uma aliança com Ciro Gomes (PDT) perdeu. Triunfou a insensatez, com as bênçãos do próprio chefão petista. Certamente ficou com receio de ser abandonado na cadeia, ciente de que a política e os políticos têm suas próprias necessidades. O partido vai mesmo esticar a corda. Manterá o ex-presidente como candidato, vai denunciar a ilegitimidade do pleito sem o nome daquele que venceria a eleição se a disputasse, deve esperar a declaração formal da sua inelegibilidade e, então, apontar um substituto que será “sinônimo de Lula”. Lembrem-se de que, em 2010, o então presidente afirmou que seu nome, na urna, apareceria como “Dilma”. O partido jogará suas fichas na transferência de voto.

Será que o PT consegue ser bem-sucedido no esforço de fazer um nome qualquer valer por um Lula? Se aqueles que dizem seguir ou poder seguir uma orientação do ex-presidente realmente o fizerem, não é impossível um poste qualquer ir para o segundo turno numa eleição fragmentada. Nesse caso, por óbvio, estaremos, em princípio, diante de um candidato-fantoche. Costuma dar errado mesmo quando dá certo. Dilma foi uma invenção de Lula. Mas decidiu, no poder, ter ideias próprias. Deu no que deu. 

Mesmo quando já restava evidente que um eventual segundo mandato seu era o flerte com o desastre, ela não desistiu. O Presidencialismo brasileiro é imperial demais para ser exercido por um pau mandado. A tentação cesarista logo vem à tona. Se Lula, que não será candidato, eleger um títere, vai vê-lo, de novo, escapar de seu controle. E notem: isso não seria necessariamente positivo. Dilma, que conduziu o país ao buraco, é o melhor exemplo.

Blog do Reinaldo Azevedo