A
estratégia do PT, que anunciei aqui desde a prisão de Lula, segue a
mesma. A ala do partido que queria uma aliança com Ciro Gomes (PDT)
perdeu. Triunfou a insensatez, com as bênçãos do próprio chefão petista.
Certamente ficou com receio de ser abandonado na cadeia, ciente de que a
política e os políticos têm suas próprias necessidades. O partido vai
mesmo esticar a corda. Manterá o ex-presidente como candidato, vai
denunciar a ilegitimidade do pleito sem o nome daquele que venceria a
eleição se a disputasse, deve esperar a declaração formal da sua
inelegibilidade e, então, apontar um substituto que será “sinônimo de
Lula”. Lembrem-se de que, em 2010, o então presidente afirmou que seu
nome, na urna, apareceria como “Dilma”. O partido jogará suas fichas na
transferência de voto.
Será que o
PT consegue ser bem-sucedido no esforço de fazer um nome qualquer valer
por um Lula? Se aqueles que dizem seguir ou poder seguir uma orientação
do ex-presidente realmente o fizerem, não é impossível um poste
qualquer ir para o segundo turno numa eleição fragmentada. Nesse caso,
por óbvio, estaremos, em princípio, diante de um candidato-fantoche.
Costuma dar errado mesmo quando dá certo. Dilma foi uma invenção de
Lula. Mas decidiu, no poder, ter ideias próprias. Deu no que deu.
Mesmo
quando já restava evidente que um eventual segundo mandato seu era o
flerte com o desastre, ela não desistiu. O Presidencialismo brasileiro é
imperial demais para ser exercido por um pau mandado. A tentação
cesarista logo vem à tona. Se Lula, que não será candidato, eleger um
títere, vai vê-lo, de novo, escapar de seu controle. E notem: isso não
seria necessariamente positivo. Dilma, que conduziu o país ao buraco, é o
melhor exemplo.
Blog do Reinaldo Azevedo