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segunda-feira, 6 de junho de 2022

O único (quase) acerto de Lula - Rodrigo Constantino

O ex-presidiário Luís Inácio Lula da Silva só diz bobagem, mente que nem sente, inventa números, distorce a realidade e abusa da retórica sensacionalista. Mas ele quase acertou o alvo pela primeira vez. Foi quando disse que o PSDB acabou, morreu. Claro que, em essência, não é bem assim. Mas a ideia vai na direção certa: os tucanos derreteram, não só com Doria, mas com sua postura em geral.

A farsa da estratégia das tesouras chegou ao fim. Na pandemia, governadores e prefeitos tucanos se mostraram tão autoritários quanto os petistas. Na defesa do liberalismo econômico, os tucanos parecem tímidos demais. Nas pautas de costumes, eles aderiram em peso ao credo "progressista". E quando o tucano mais "conservador", que alertou que Lula pretendia voltar à cena do crime, acabou fechando chapa com o próprio larápio, o descrédito do tucanato foi no limbo.

Claro que há bons quadros no PSDB, gente mais liberal, alguns antipetistas de fato. Mas as lideranças, como o ex-presidente FHC, adoram incensar Lula, elogiar o corrupto, enquanto demonizam Bolsonaro. É uma esquerda acovardada, sem coragem de sair do armário, e que se vende como muito diferente porque usa terno melhor e perfume francês. Não engana mais tanta gente assim.

Quem não gostou da fala de Lula, porém, foi o jornalismo tucano. O Estadão, o jornal mais tucano de todos, publicou seu editorial de hoje condenando a fala "antidemocrata" de Lula. Diz o jornal: "Lula pretende se apresentar como ‘salvador da democracia’ no País, mas sua natureza autoritária se impõe, ao debochar do PSDB e da inteligência do eleitor. O chefão petista diz e repete que pretende ser líder de um amplo movimento suprapartidário para nada menos que “salvar a democracia”, mas, quando está entre os seus, deixa claro o que entende por “democracia”: um regime em que o PT governa sem oposição.

Em seguida, o jornal passa a elogiar as gestões tucanas, e alfineta Lula: "O perigo de uma eventual vitória de Lula não se manifesta somente nos momentos em que reafirma sua vocação autoritária. Preocupa igualmente sua visão tacanha de mundo. Em vários momentos, Lula parece que está disputando a direção de um centro acadêmico, não a Presidência da República". E conclui: "Esse é o Lula – irredutível demagogo e incorrigível autoritário – que quer ser visto como o redentor do Brasil".

O Estadão está certo sobre Lula, claro, mas chega a ser patética a defesa apaixonada que faz do PSDB. No fundo, o que os tucanos não aceitam é o desprezo de Lula por eles, que no fundo tentam tanto formar essa "frente ampla" contra Bolsonaro. Se ao menos Lula fosse mais tolerante com a turma da social-democracia, que não enxerga tanto defeito assim no socialismo ideológico do PT, mas que fica desesperada com o egoísmo e a gula de seu líder. Poxa, era só Lula elogiar um pouco o PSDB que todos os parentes esquerdistas seriam tão felizes juntos...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Litigância de má fé



Perspectiva de mais uma derrota da defesa de Lula na luta incansável e inglória de soltar o presidiário não basta, é preciso que a 2.ª turma do STF pare insanidade e processe autores por desrespeito à Justiça

O envio pelo relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, do recurso de Lula pedindo liberdade e cancelamento dos processos em que ele foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, por este ter sido nomeado ministro da Justiça pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, tratado como mero “adversário” do chefão petista, deverá fazer jus à frase de Einstein de que repetir sempre o mesmo esperando resultados diferentes é sinal de insanidade. 

E arquivá-la. Afinal, já passou da hora de os tribunais superiores deste País pararem de dar guarida a chicanas do tipo e, em vez de simplesmente, negar pedidos e permitir que novos sejam feitos, começarem a processar seus causídicos e o réu por litigância de má fé. Este foi um dos comentários que fiz no Estadão às 5, ancorado por Emanuel Bomfim e retransmitido pela TV Estadão de seu estúdio na redação do jornal por Youtube, Twitter e Facebook na terça-feira 6 de novembro de 2018, às 17 horas.


 

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Lula prefere perder a eleição 'nestepaiz' a perder o controle do PT


Se Lula tivesse seguido o combinado, seu candidato seria Ciro Gomes (PDT) 

Se Leonel Brizola estivesse vivo, diria que o Sapo Barbudo pula por necessidade, não por boniteza. Já escrevi há muito que a estratégia de Lula é esticar a corda até o dia 17 de setembro, limite para a Justiça Eleitoral bater o martelo sobre as inelegibilidades.
Não! O objetivo não é preservar a hegemonia da centro-esquerda. O PT será sempre o centro de gravitação dos esquerdismos porque controla a máquina sindical. A escolha de Lula busca manter, isto sim, seu poder absoluto e absolutista no PT.

Ele será declarado inelegível. O contrário implicaria usar o corredor da Justiça para tirá-lo da cadeia e instalá-lo no Palácio do Planalto. Não vai acontecer. A sentença de Sergio Moro é mero truque retórico. Do ponto de vista do direito, trata-se de uma aberração. Observem que nunca debato inocência ou culpa como categorias ontológicas. Isso é coisa de sociedades totalitárias. Para o diabo as “convicções” de um juiz! Numa democracia, interessa saber se há provas ou não. No caso do apartamento de Guarujá, não há. Mesmo assim, o réu foi condenado em segunda instância e está preso. No caso da inelegibilidade, no entanto, nem é preciso violar a ordem legal para bater o martelo. A Lei da Ficha Limpa é burra, mas é clara. Lula não será candidato.

Então por que o líder petista não troca o duvidoso pelo eficaz? Se indicasse agora o nome de seu substituto —não vejo como possa ser outro que não Fernando Haddad—, dá-se como certo, e esta também é a minha avaliação, que o ungido estaria no segundo turno. Mas o chefão petista optou pelo perigo. Vai esperar até 17 de setembro. Haverá apenas 20 dias para deixar claro ao eleitorado: “Haddad é Lula; Lula é Haddad. Vote 13”. Não sendo o ex-prefeito de São Paulo, que seja o poste.

Para Lula, mais grave do que seu partido perder a disputa pela Presidência é ele próprio perder o controle do PT. O que lhe confere existência política não é o cargo eletivo —foi derrotado três vezes antes de vencer quatro...—, mas o comando de uma legenda ainda gigantesca, com múltiplos tentáculos.  Mais vale a certeza do controle do aparelho, que é um lugar de poder, mesmo na oposição, do que a faixa no peito de um correligionário que, a depender das circunstâncias, pode sacar um De Gaulle da algibeira: “O primeiro dever de um estadista é a ingratidão”. Ou a traição.

Se Lula indicasse agora um substituto, é evidente que este assumiria o comando das articulações políticas. Seria o escolhido a negociar alianças e palanques, a dar o tom da campanha, a ajustar o discurso ideológico ao real, a matizar posições, a definir horizontes, a falar com os potentados da indústria e com os banqueiros. O grande líder de agora passaria a ser só um ex-presidente mofando na cadeia.  O chefão petista decidiu entrelaçar o destino de sua legenda —e, em certa medida, o do país— com a sua própria sorte. E isso não é novidade. Se o PT ficar fora da disputa final, restará a retórica da ilegitimidade de um pleito que excluiu o favorito.

Se a transferência de votos se operar em 20 dias, Lula se torna um protagonista da luta política como nunca antes da história “destepaiz”. Se o ungido se eleger, será o ex-presidente, por óbvio, a governar o Brasil. Da cadeia! Não restará ao eleito a licença da ingratidão.  A conversa de que o petista mantém sua candidatura para assegurar palanques regionais é bobagem. A verdade está precisamente no contrário: um candidato do PT que se tornasse viável desde já facilitaria a composição nos estados. Não fosse assim, Rui Costa, por exemplo, governador da Bahia, não se mostraria tão aflito por uma solução mais rápida.

De resto, informe-se: se Lula tivesse seguido o combinado, seu candidato seria Ciro Gomes (PDT). Era o que estava pactuado na palavra. E o mundo político estaria se engalfinhando agora pela outra vaga no segundo turno.   Ocorre que o “estadistaprovou a Ciro, e não foi a primeira vez!, o valor da... ingratidão! Já escrevi nesta coluna: o PT divide com mais facilidade ministérios e propinas do que o poder. E, no PT, o poder é Lula.




Coluna do Reinaldo Azevedo - Folha de S. Paulo

 

terça-feira, 17 de julho de 2018

O PT vai mesmo insistir na estratégia doida de indicar um poste para substituir Lula só na última hora; vai dar errado até se der certo…

A estratégia do PT, que anunciei aqui desde a prisão de Lula, segue a mesma. A ala do partido que queria uma aliança com Ciro Gomes (PDT) perdeu. Triunfou a insensatez, com as bênçãos do próprio chefão petista. Certamente ficou com receio de ser abandonado na cadeia, ciente de que a política e os políticos têm suas próprias necessidades. O partido vai mesmo esticar a corda. Manterá o ex-presidente como candidato, vai denunciar a ilegitimidade do pleito sem o nome daquele que venceria a eleição se a disputasse, deve esperar a declaração formal da sua inelegibilidade e, então, apontar um substituto que será “sinônimo de Lula”. Lembrem-se de que, em 2010, o então presidente afirmou que seu nome, na urna, apareceria como “Dilma”. O partido jogará suas fichas na transferência de voto.

Será que o PT consegue ser bem-sucedido no esforço de fazer um nome qualquer valer por um Lula? Se aqueles que dizem seguir ou poder seguir uma orientação do ex-presidente realmente o fizerem, não é impossível um poste qualquer ir para o segundo turno numa eleição fragmentada. Nesse caso, por óbvio, estaremos, em princípio, diante de um candidato-fantoche. Costuma dar errado mesmo quando dá certo. Dilma foi uma invenção de Lula. Mas decidiu, no poder, ter ideias próprias. Deu no que deu. 

Mesmo quando já restava evidente que um eventual segundo mandato seu era o flerte com o desastre, ela não desistiu. O Presidencialismo brasileiro é imperial demais para ser exercido por um pau mandado. A tentação cesarista logo vem à tona. Se Lula, que não será candidato, eleger um títere, vai vê-lo, de novo, escapar de seu controle. E notem: isso não seria necessariamente positivo. Dilma, que conduziu o país ao buraco, é o melhor exemplo.

Blog do Reinaldo Azevedo



sexta-feira, 14 de julho de 2017

Lula diz só aceitar um tribunal: o povo! E as ameaças de Gleisi Hoffmann e Tarso Genro

Chefão petista faz comício contra sentença de Sérgio Moro e aproveita o evento para dizer que está no jogo e quer, de novo, a Presidência

Luiz Inácio Lula da Silva, condenado no dia anterior pelo juiz Sérgio Moro a nove ano e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, discursou nesta quinta no Diretório Nacional do PT, em São Paulo.  Criticou a sentença do juiz Sérgio Moro, disse “estar no jogo” e aproveitou para lançar sua candidatura à Presidência da República em 2018. No costumeiro estilo palanqueiro, bravateou: “Se alguém pensa que, com essa sentença, me tiraram do jogo, pode saber que eu tô no jogo (…) E quero dizer ao meu partido que, até agora, não tinha reivindicado, mas vou reivindicar, me colocar como postulante à Presidência da República em 2018.” 


Uma das Irmãs Cajazeiras enxuga o suor do rosto de Lula (Foto: Edilson Dantas/ Agência O Globo

[o condenado Lula, mais uma vez age como o falastrão que é ;
felizmente para o Brasil e os brasileiros do BEM o infeliz antes, bem antes, das eleições 2018, estará encarcerado, com mais duas ou três condenações, e pelo menos duas já transitadas em julgado - o que o impedirá de ser candidato.
Disse, felizmente, porque não fosse as condenações que sofrerá até 2018, .o reeducando seria candidato com chances de ser eleito - o que ainda tem de brasileiro idiota, armado com um título de eleitor e pronto a ferrar o Brasil, seria suficiente para elegê-lo, especialmente pelo sistema vigente em que um candidato é declarado, em segundo turno, mesmo recebendo menos da metade dos votos do eleitorado.]  Alguém tinha alguma dúvida a respeito? Vamos ver.
Embora vazada naquele habitual tom condoreiro, a frase encerra mais a sua melancolia do que a sua força.
De fato, a sentença de Moro ainda não o tira do jogo eleitoral. Mas a que vem a seguir, do Tribunal Regional Federal da Quarta Região, pode tirar. Tanto o petista sabe disso que já fez o primeiro comício condenação, ao lado da senadora Gleisi Hoffmann, senadora do PT (PR), ré e “presidenta” (como ela quer) da legenda. Para não variar, a fala que realmente ficou fora de tom foi a de Gleisi.

Estima-se, tão logo o apelo chegue à aquela corte, que os três desembargadores encarregados do caso hão de se desincumbir da tarefa em um ano — a tempo, portanto, caso Lula realmente se torne candidato e tenha confirmada a condenação, de o partido escolher um novo nome ou aderir a uma das candidaturas que estiverem na praça.
Vocês sabem o que penso da sentença de Sérgio Moro — eu, que sou apenas um jornalista, e a quase unanimidade dos especialistas em direito: trata-se de uma peça fraca, ancorada numa investigação que não logrou chegar ao “é da coisa”. Isso não quer dizer, no entanto, que o TRF vá rejeitá-la. E a chance de a condenação ser confirmada é, obviamente, grande.

Mas será que isso autoriza Lula, Gleisi e ex-ministro Tarso Genro a falar besteira pelos cotovelos? Obviamente, não. O ex-presidente deu a seguinte pérola ao público presente: “Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara. Quem tem o direito de decretar o meu fim é o povo brasileiro”.

Pois é… Não há interpretação virtuosa para isso. É evidente que ele está a dizer que não reconhece outra instância para julgar seus atos que não o tal “povo brasileiro”. A fala, com certeza, ecoou também no TRF4. O chefão petista está a afirmar que só um voto é legítimo no seu caso: a absolvição. A condenação seria uma afronta à soberania do povo.
E coube, então, à ré Gleisi Hoffmann a frase de lapidar estupidez. Segundo a preclara, quem tentar impedir Lula de ser candidato “vai responder pela instabilidade política no país”. Eu estou enganado, ou há aí um tom de ameaça? E ela foi adiante: “Não vamos admitir uma eleição sem Lula”.

É mesmo, Gleisi?
Ou é isso ou é o quê? Luta armada? Guerra de guerrilha?
Sim, a sentença de Moro é forte na pena que impõe e fraca nos argumentos que desfia. Mas é evidente que um ex-presidente da República, ainda assim, não pode se dizer acima das vicissitudes da lei. Há uma diferença abismal, senhora Gleisi Hoffmann, entre criticar a decisão de um juiz e dar um pé no traseiro das instituições.

Esse é, aliás, um comportamento muito típico de alguns membros da Lava Jato. Eu diria que estamos diante do confronto de duas forças que reivindicam a soberania, pisoteando, se necessário, o Estado de Direito: refiro-me a setores do Ministério Público e aos sequazes de Lula.
Tarso Genro também não se fez de rogado e afirmou sobre Lula: “Ele é a única liderança, com apelo popular e capacidade política, para encaminhar uma saída não violenta para a crise”.
Parece que o Valente está a nos dizer que, além de ser absolvido, Lula também tem de ser eleito para evitar “uma saída violenta para a crise”.
Tudo é, em suma, inaceitável e incompatível com a democracia. É claro que Lula e os petistas têm o direito de reclamar, de não gostar da sentença, de propor mobilizações. Mas a ninguém se faculta a licença de ameaçar a ordem democrática porque contrariado.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Por Lula, PT difama o Brasil

O chefão petista demonstra estar cada vez mais atemorizado com a possibilidade de fazer companhia aos ex-dirigentes do PT

A “mais violenta campanha de difamação contra um homem público em toda a história do País”, da qual Lula da Silva se diz vítima, é denunciada por uma “cartilha” impressa em quatro línguas – português, inglês, francês e espanhol – que o PT vai distribuir a personalidades e órgãos de comunicação no exterior. Para compensar o fato de, segundo alegam, Lula estar sendo difamado no Brasil, os petistas decidiram ampliar a campanha de difamação do Brasil no exterior, apresentando seu líder máximo como vítima de toda sorte de violência por parte das autoridades policiais e judiciais que, no cumprimento de suas responsabilidades constitucionais, estão há mais de dois anos expondo as entranhas do maior esquema de corrupção da história do País, armado por Lula e seus asseclas.  

O chefão petista, que já apelou ao comitê de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sergio Moro, demonstra estar cada vez mais atemorizado com a possibilidade de fazer companhia aos ex-dirigentes do PT – até agora, dois ex-presidentes e três ex-tesoureiros do partido. No mesmo dia em que o PT anunciou o lançamento da publicação A caçada judicial ao ex-presidente Lula – que reproduz material divulgado pelo site do Instituto Lula, no dia 20 de julho –, o empresário José Carlos Bumlai, réu condenado da Lava Jato, colocou mais um cravo na coroa de espinhos do amigo do peito ao declarar, em depoimento à Polícia Federal em São Paulo, que recebeu da ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva, em fins de 2010 último ano do segundo mandato presidencial de Lula , insistente pedido para que ajudasse a acelerar as obras então em andamento no famoso sítio de Atibaia, que os Da Silva negam de pés juntos ser de sua propriedade, mas que passaram a frequentar regularmente a partir de 2011.

É difícil saber o que é mais cínica, se a campanha que o PT tem promovido no exterior para difamar as instituições brasileiras depois que se viu desmoralizado no próprio País ou se a tentativa de Lula de garantir que não existe no Brasil ninguém mais honesto do que ele próprio. O fato é que denegrir a imagem do País na tentativa de criar a pressão externa para beneficiar os interesses políticos do lulopetismo e promover a imunidade criminal de seus líderes é um comportamento sórdido e irresponsável. Mas era o que se podia esperar dos inspiradores e autores materiais do mensalão, do petrolão e de outros delitos.

Durante os anos em que seu governo surfava na onda de prosperidade internacional e dispunha de recursos para propagandear índices econômico-sociais positivos e fazer marketing político no exterior, Lula acabou granjeando, principalmente nos círculos da esquerda terceiro-mundista e bolivariano, algum prestígio. Isso explica as manifestações de apoio ao lulopetismo por parte de quem acompanha a crise brasileira a distância e tende a, por afinidade ideológica, considerar com indulgência as tropelias de Lula & Cia.

Com a causa perdida, o PT não se peja de tentar vender no exterior a falácia de que Lula é vítima de agentes do Estado brasileiro que tentam usar as instituições para atingi-lo: “Agentes partidarizados do Estado, no Ministério Público, na Polícia Federal e no Poder Judiciário, mobilizam-se com objetivo de encontrar um crime – qualquer um – para acusar Lula e levá-lo aos tribunais”. Ou seja, a Operação Lava Jato, que conquistou o apoio e a admiração dos brasileiros pela importância da colaboração que está dando para o saneamento da vida pública, para o PT não passa de uma conspiração para impedir a volta de Lula ao poder. Enquanto a operação atingia apenas dirigentes do partido de segundo plano, os petistas se permitiam encenar manifestações de apoio ao combate à corrupção.

Agora, porém, a Lava Jato virou conspiração. Com o apoio do STF, está definitivamente nos calcanhares do ex-presidente, o que significa a possibilidade de ferir de morte o PT com a cassação dos direitos políticos de seu maior líder e símbolo. Risco que passa a ser real quando até os amigos do peito de Lula resolvem contar a verdade. [o risco é o Janot, Teori ou Lewandowski atrapalharem. Afinal, um ou outro deles sempre encontra formas de manter Lula fora da cadeia.]
 
Fonte: Editorial - Estadão 

 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Lula agora é um denunciado

OS ÚLTIMOS DIAS – E Janot pede mesmo o inquérito específico para Dilma, Lula e Cardozo

Procurador-geral pede que se investiguem fatos que têm como centro a nomeação de Lula para o ministério: desvio de finalidade para a obstrução da Justiça

Não perca a conta aí, caro leitor. O passado está começando a bater à porta de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e de José Eduardo Cardozo, hoje advogado-geral da União.

Falemos do grande demiurgo, do Babalorixá de Banânia. Agora ele já é um denunciado. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, pediu a inclusão de seu nome no inquérito que apura a tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró. Se a Segunda Turma do Supremo aceitar, ele se torna réu. A decisão está nas mãos dos ministros Teori Zavascki, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia, Dias Toffoli e Celso de Mello.

O procurador-geral também quer Lula investigado no grande inquérito que apura múltiplos crimes cometidos pela organização criminosa na Petrobras. Ao todo, Janot quer incluir 31 novos nomes no grupo: além de Lula, os petistaços Jaques Wagner, Edinho Silva, Ricardo Berzoini e José Sérgio Gabrielli.

A reversão da fortuna continua para Lula. A Procuradoria-Geral da República pede a abertura de um segundo inquérito contra Lula — aí em companhia de Dilma e Cardozo. Ao nomear Lula para a Casa Civil, Dilma teria praticado desvio de finalidade com o objetivo de obstruir o trabalho da Justiça. Gravações que vieram a público revelaram que a intenção era mesmo tirar o chefão petista da alçada da 13ª Vara Federal de Curitiba, protegendo-o de uma eventual ação de Sérgio Moro.

O pedido de Janot leva em conta a delação de Delcídio, segundo quem o governo teria iniciado gestões junto a tribunais superiores para interferir na Lava Jato. Entre elas, estaria a nomeação do ministro Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça. O pedido de inquérito deve incluir também o ministro Aloizio Mercadante (Educação). Em conversa gravada com um assessor de Delcidio, ele oferece ajuda ao senador em troca, tudo indica, do seu silêncio.

Como o caso envolve a presidente da República, Janot pode apelar ao pleno do Supremo para decidir se abre ou não o inquérito contra Dilma.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 

 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Realidade evidencia que PSOL e Rede são esbirros do PT - Esbirro de Lula diz que tudo não passa de complô para impedir a candidatura do Apedeuta em 2018.



As duas legendas atuam como linha auxiliar do oficialismo: Marina está de olho em 2018; o PSOL no de sempre...
O cenário que temos aí demonstra a importância de o governo contar com esbirros que lhe façam aparente oposição de esquerda. A denúncia contra Cunha, que ajudou a tirar Dilma, o PT e o governo do noticiário, foi protocolada pelo PSOL e pela Rede.

Até aí, vá lá. As duas legendas poderiam estar empenhadas em fazer Cunha responder pelo que fez — mas poderiam, igualmente, cobrar que Dilma também fosse responsabilizada.
Que nada! Marina Silva não quer nem ouvir falar no impeachment agora por interesses puramente eleitoreiros. É candidata em 2018, e a ela interessa uma Dilma pedindo água no fim do mandato. A rede sonha herdar a militância de esquerda petista, que estará em busca de um novo guia, de um novo demiurgo. Como Luiz Inácio Lula da Silva está morto, Marina se oferece para ser a Silva em seu lugar, também ela portadora de supostos dons demiúrgicos.

O PSOL é o que sempre foi: linha auxiliar do PT, militando pela esquerda, buscando conservar certa, e suposta apenas!, aura de pureza que a nave-mãe perdeu faz tempo. Tenta se fingir de oposição, mas não consegue. Ao PSOL, é confortável que o PT seja, vamos dizer, a esquerda possível no poder para que ele, PSOL, possa, então, ser a esquerda impossível…

Com a devida vênia, as duas legendas são intelectualmente mais desonestas do que o PT, que assume com clareza que não quer o impeachment. Afinal, não é do seu interesse. Ou por outra: os petistas ao menos não alegam a pureza que o PSOL e a Rede pretendem ter. E que, obviamente, não têm.

Ora vejam… Dois terços do país querem o impeachment de Dilma, mas as duas legendas se lançaram de corpo e alma no esforço para derrubar Eduardo Cunha. Deve ser a isso que Marina chama não ser nem de direita nem de esquerda, nem de oposição nem de situação. A síntese poderia ser essa: o pecar mais conduz ao perdão; o pecar menos, ao inferno.

Não tendo como se defender, PT ataca
A vigarice intelectual e política de Gilberto Carvalho em entrevista é algo sem paralelo na imprensa em muitos anos
Gilberto Carvalho concede uma entrevista à Folha deste sábado. A vigarice intelectual e política do secretário-geral da Presidência das duas gestões Lula e homem mais poderoso do PT depois do Babalorixá de Banânia é coisa sem par em muitos anos na imprensa. Não há uma só resposta que pare de pé, e dá para desmontar a cascata palavra a palavra. Mas é tempo demais para Carvalho. Sintetizemos, então, a contestação.

Já está mais do que caracterizado que o PT resolveu tentar fazer a limonada com o limão. O samba de uma nota só do partido, agora, é o suposto complô contra Lula para impedi-lo de chegar à Presidência em 2018. Isso desobriga os petistas de responder às acusações que lhes são feitas e lhes permite atacar.

Querem ver? Na entrevista, Carvalho nega que tenha relações especiais com o tal lobista Mauro Marcondes e que este tenha interferido na edição de uma MP em favor do setor automobilístico. Mas não explica como e por que o dito cujo pagou R$ 2,4 milhões a uma empresa de marketing esportivo de Luís Cláudio, filho de Lula.

Tudo, diz Carvalho, é complô para minar a credibilidade do chefão petista e impedi-lo de se candidatar em 2018. Mas e a Lava-Jato? Carvalho acha importante, claro!, e coisa e tal. Mas, de novo, acredita que só querem pegar o PT e pergunta por que não se investigam as doações à campanha de Aécio Neves…  Entenderam? Carvalho tenta fingir que a Lava Jato se resume a um mero sistema de financiamento de campanha. Logo, se assim fosse, então todos poderiam ser investigados. É mesmo? Que poder tinha Aécio na Petrobras? De que modo ele podia interferir nos destinos da empresa? Quem, dentro da estatal, negociava em seu nome? Que ameaças Aécio podia fazer às empreiteiras, no que dizia respeito a obras públicas, caso não pagassem a propina?

A  entrevista de Carvalho chega a ser nojenta porque, em seguida, ele critica o ministro Gilmar Mendes, do STF, por não ser contra o financiamento privado de campanhas. Viram só? Eis a tese do partido de novo. Eis o petismo tentando impor goela abaixo da sociedade o financiamento público, fingindo que mensalão, petróleo e o escândalo investigado na Operação Acrônimoque tem o petista Fernando Pimentel no centro – só existem por causa das campanhas eleitorais.

Carvalho finge ignorar que tanto o mensalão como o petróleo eram parte de um sistema contínuo de assalto aos cofres públicos em benefício do grupo que está no poder – e que, claro!, serviu para enriquecer muito vagabundo.

Segundo Carvalho, o que querem é prender Lula, embora não diga por quais caminhos isso seria feito e quem são as pessoas que têm essa pretensão. Tudo não passa, em suma, de uma tentativa de intimidar a Polícia Federal, o Ministério Público e, como sempre, a imprensa.

Na entrevista, Carvalho, braços, olhos, boca e ouvidos de Lula, faz uma defesa meramente protocolar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e o entrega às cobras. 

Diz:
“Acho que ele [Cunha] não tem condição de deflagrar um impeachment porque não tem nenhum pedido sustentado em mínimas condições adequadas. Segundo que, politicamente, ele perdeu qualquer credibilidade para conduzir qualquer processo. Se eu fosse o presidente da Câmara, teria pedido afastamento do cargo porque ele sabe o que ele fez e os dados que estão aparecendo, muito concretos, a cada dia derrotam a tese dele.”

Insisto: Carvalho não existe como ser autônomo. Ele só fala o que combina com Lula. O ex-presidente, por sua vez, anda ensaiando um Claudinho & Buchecha com Cunha, na linha “Só love, só love”. Resta saber se a canelada foi previamente combinada com a dupla ou se Carvalho anda mesmo desconfiado de que o presidente da Câmara pode aceitar a denúncia.
Ah, em tempo: enquanto estiver no cargo, Cunha tem a competência legal de conduzir qualquer processo que seja prerrogativa do cargo que ocupa.

Sabem o que permite a Carvalho dar uma entrevista absurda como essa a que me refiro? O fato de que, para escândalo dos escândalos, Cunha se tornou a principal figura do petrolão, embora o PT comande a máquina do governo, e de não haver uma só figura do Executivo sob investigação.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Lula, Cunha, Trotsky, o amoralismo do PT e o impeachment



Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília para, vamos dizer, botar ordem no PT — a ordem lulista, naturalmente. Ninguém como este senhor entende com precisão a ética do troca-troca político, do “faz pra mim que faço pra você”, do toma-lá-dá-cá. Lula é professor onde qualquer outro é amador. E não é de hoje. Desde os tempos em que era sindicalista e negociava uma coisa com os empresários e outra com os trabalhadores para prevalecer depois o que tinha combinado com os patrões —, ele não tem limites. Sua ética têm franjas a perder de vista. Isso lhe vale a fama de gênio político. Não! Ele não é gênio. É só um homem sem princípios.

Lula se encontrou com 12 deputados graduados do PT nesta quinta. Deu a orientação: o objetivo número um é barrar o impeachment, e, pois, a ordem é manter, e não depor, Eduardo Cunha. Ele demonstrou clara insatisfação com os 34 deputados petistas (inicialmente, 32; depois, outros dois se juntaram), de um total de 62, que resolveram endossar a denúncia contra Cunha enviada ao Conselho de Ética. Lula não quer saber dessa conversa. Ele tem um objetivo estratégico: impedir que o presidente da Câmara aceite a denúncia contra Dilma. E, em nome disso, tudo é permitido.

Lula deixa pruridos morais para a oposição. Ele sabe que, ainda que Cunha se livre de um processo de cassação na Câmara, a sua situação no STF será muito difícil caso se comprovem as acusações de que mantém contas na Suíça. Os petistas não precisam aparecer derrubando Cunhaos ministros do Supremo, um dia, poderão fazê-lo. Então, por quê?

O ex-presidente certamente sabe que a tendência é que o STF mantenha a liminar que proíbe a oposição de recorrer ao plenário da Câmara para que se instale a comissão especial que vai avaliar a denúncia contra Dilma. Tudo, assim, depende de Cunha. Então por que brigar com o deputado? Isso, pondera o chefão petista, é para a oposição…

Lula não leu o livro, porque não lê nada, “Moral e Revolução”, de Trotsky, mas ele o conhece na prática. Desenvolveu aquela deformação na luta política. Tivesse recebido a lição literal, o Apedeuta diria, como Trotsky, que não existem normas morais universalmente válidas. Ou, para ser literal, conforme ensina o revolucionário socialista: “Em todas as circunstâncias importantes, os homens têm um senso muito mais imediato e profundo de seu pertencer a uma classe do que de seu pertencer à sociedade. As normas morais obrigatórias para todos adquirem, dentro da realidade, um conteúdo de classe”.

Lula não pensa exatamente em termos de classe porque ele nem sabe direito o que é isso. Pensa no PT. Assim, ele tem claro que as normas morais que empurraram os oposicionistas para se manifestar contra Cunha, para cobrar que se afaste da presidência da Câmara, não devem valer para o PT.
 
Para Trostky, evocar uma norma moral abstrata era só uma das tramoias a que recorria a burguesa para garantir seus privilégios na luta de classes. O Babalorixá de Banânia pensa a mesma coisa em relação a seu partido: não existe um Cunha bom nem um Cunha mau; existe o que interessa e o que não interessa ao PT.

Para Lula, é fácil evocar esse amoralismo porque sabe que a moral de seus adversários é outra. É um clássico do esquerdismo contar com os pruridos dos adversários e inimigos para, então, não ter prurido nenhum.

Lula, em suma, se esforça para que os petistas possam oferecer a Cunha aquilo que as oposições, constrangidas, já não podem fazê-lo, vendo-se, inclusive, compelidas — em nome do tal “moralismo abstrato” — a dar declarações contra Cunha. Não ele! O chefão petista mediu a realidade e viu que, tudo o mais constante, com a colaboração de ministros do STF, o impeachment, para prosperar, depende de um ato inaugural. E esse ato inaugural é de Cunha, que tem de aceitar a denúncia. Sem isso, nada feito!

O chefão petista, em suma, desembarcou em Brasília para lembrar que a vantagem do PT está em não ter limites. E é isso que distingue a sua moral da alheia.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo