Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador caso Dreyfus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador caso Dreyfus. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

CONSPIRAÇÕES – Lula e Janot logo vão ressuscitar os Protocolos, o Plano Cohen e a traição de Dreyfus…

Nem existe um plano maligno para destruir Lula nem existe uma urdidura diabólica para pôr fim à Lava Jato

Minha coluna na Folha desta sexta trata do embate entre duas teorias conspiratórias: de um lado, haveria um complô para destruir o PT e impedir a candidatura de Lula; de outro, estaria uma armação para destruir a Lava Jato. O mais curioso é que os que quereriam solapar a operação não seriam os mesmos que gostariam de proteger Lula e o PT.

O que isso significa? Que estão em curso duas mistificações, duas tolices, duas armações, duas mentiras. Nem existem os que querem destruir Lula nem existem os que querem destruir a Lava Jato. A verdade é que o chefão petista ambiciona a inimputabilidade e a impunidade, e alguns membros da Lava Jato ambicionam o poder absoluto.

Se você é absolutista de um lado ou de outro, escolha a teoria que o faz feliz. Eu, como sou um liberal, nego as duas coisas por uma simples razão: são duas mentiras. Naquele evento de nome exótico “Por um Brasil justo para todos e para Lula” —, que faz dele um verdadeiro Deus (o que está acima de todos), o chefão petista acusou a existência de um pacto diabólico para destruí-lo: juntaria imprensa, procuradores, juízes, sei lá quem. Entendi: como todo discurso que remete à conspiração, este também é redondo: Lula é Deus; logo, seu inimigo é o diabo.

Rodrigo Janot respondeu num café da manhã com jornalistas. Disse que todo mundo é livre para externar a sua opinião e que não é religioso. Resolveu, em suma, ser irônico com Lula. É possível que, de fato, a assertiva não peça muito mais do que isso.  Mas Janot também resolveu vender a sua barata teoria da conspiração: estaria em curso uma tramoia para acabar com a Lava Jato. Evidências disso? Ora, o projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade e o relatório do deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS) sobre as medidas contra a corrupção.

Janot insistiu que um procurador ou um juiz estariam ameaçados apenas porque a sua interpretação não prevaleceu numa instância superior. Bem, como respondo a isso? Simples! Trata-se de uma mentira.  Mais uma vez, o procurador fala fora dos autos e faz política. É por isso que acho que ele deve aceitar o convite que lhe fez Renan Calheiros e debater o assunto no Congresso. Até agora, nenhum dos críticos do projeto de abuso de autoridade disse qual trecho do texto ameaçaria a Lava Jato. E sei por que não fazem isso: porque não há trecho nenhum.

O projeto pune, sim, juízes e procuradores, mas só os que faltarem com seus deveres funcionais. Há legislação parecida em todo o mundo democrático. Quando um e outro falam, formam-se imediatamente as duas correntes: a do “Lula está inteiramente certo” e a do “Janot está inteiramente certo”. Pois eu digo que os dois estão inteiramente errados. E essa questão nada tem a ver, na essência, com a Lava Jato.

Nem Lula pode se achar inimputável, considerando conspiração a atuação da Justiça e do Ministério Público, nem os membros do MP e da Justiça podem achar que tudo aquilo que não atende a seus anseios é só uma forma de desmoralizar a Lava Jato.  Daqui a pouco vai ter gente ressuscitando “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, “O Plano Cohen” e o “Caso Dreyfus”


Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA

sábado, 7 de maio de 2016

A história prova que Dilma Rousseff está saindo pela porta dos fundos

Dilma, a rampa e a porta dos fundos

Há exemplos notáveis na história de farsas judiciais; será que estamos diante de uma?

No dia da aprovação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) por esperados 15 votos a 5, José Eduardo Cardozo, este impressionante advogado-geral da União, voltou ao Senado para vociferar: “É golpe, é golpe!!!”. E demonstrou que seu ânimo para a inovação é grande: “É golpe mesmo com direito de defesa”.

Hummm… Tá bom! Conhecemos exemplos históricos de grandes farsas judiciais, como o caso Dreyfus, na França, em 1894 e 1897, ou os Processos de Moscou, por meio dos quais Stalin eliminou toda a elite bolchevique da União Soviética, entre 1936 e 1938. Era um instrumento para consolidar o poder absoluto.

A França vivia sob um regime autoritário; a União Soviética era uma tirania. Nos dois casos, houve, sim, direito de defesa. Mas se tratava de farsas judiciais. Antes do julgamento, já se conheciam os condenados. Mas será esse o caso do Brasil? O nosso país vive, por acaso, sob um regime de exceção? Por aqui, não são livres os tribunais para decidir segundo a consciência dos juízes? Se mais livres não são, é só porque um ou outro, infelizmente, aceitam se comportar como esbirros de partido.

Vivemos sob a vigência de uma Constituição democrática, oriunda de um processo constituinte que não criou vetos a nenhuma força política. Todas as correntes de opinião disputaram o mercado de ideias no país, mesmo aquelas que refutam a democracia por princípio. Então cabe a pergunta: onde está o regime de exceção? Que a presidente atentou contra a Lei Fiscal, isso resta cristalino. Ao governo, sobra uma saída: “Ah, não foi por dolo”. A questão é saber se houve cálculo ou não; se ela tinha consciência do que estava fazendo. E tinha! A própria Dilma já disse em palanque que recorreu a tais instrumentos para garantir programas sociais. Nem é exatamente verdade. Mas a confissão também está feita.

Um grupo de deputados pretende acionar a presidente na Justiça em razão da sua permanente acusação de que está em curso um golpe no Brasil. Sim, é o caso. Não se pode permitir ao chefe do Executivo que faça pouco caso das instituições e que chame de golpe o funcionamento regular das leis e dos Poderes da República. Trata-se, obviamente, de uma agressão.

Mais: o golpe é um crime, não é mesmo?, que prevê punição. A presidente está ao menos obrigada a nominar os que estão sendo caluniados. Seriam, por exemplo, golpistas os 367 deputados que votaram em favor do envio do processo ao Senado? São golpistas os 15 senadores que disseram “sim” ao relatório? Dilma diz que pretende descer a rampa do Palácio quando for apeada. Cada com a sua pantomima. A história prova que está saindo pela porta dos fundos.'

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo