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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Quem são os católicos ultraconservadores que vão às ruas por Bolsonaro

Monarquistas, anti comunistas e radicais, eles são pouco numerosos, mas mobilizam um eleitorado fiel ao presidente da República 

 católicos conservadores

Conservadorismo em alta: apoio a Bolsonaro e contra a pauta progressista Evandro Éboli/VEJA

O radicalismo religioso segue como uma anomalia que resiste aos ventos modernizantes do século XXI, freando as liberdades individuais onde germina e revelando seu lado mais sombrio quando desemboca na política. Ele se pronuncia em diversos pontos do globo com as nuances de cada cenário. No Brasil, grupos radicais de variadas vertentes religiosas, que andavam num segundo plano desde os anos de 1980, pós-ditadura militar, despertaram com renovada capacidade de articulação quando o então candidato à presidência Jair Bolsonaro surgiu no cenário, abraçando a pauta conservadora posta à mesa por essas lideranças. Aglutinadas dentro e fora da igreja neste caso, em torno de organizações e institutos -, elas são adversárias da agenda progressista, rechaçando educação sexual nas escolas e direito ao aborto, entre outros tópicos.

Bolsonaro elegeu-se impulsionado por esta mescla de política e religião, tendo aí os evangélicos proeminência incomparável e ascendente. Mas outra força menos vistosa vem avançando a passos largos, ganhando ousadia e é essencial para embalar Bolsonaro nas eleições de 2022: são os chamados católicos fundamentalistas (terminologia adotada na academia). “Esse estrato do catolicismo tem enorme capacidade para orientar e fidelizar o voto, e o presidente o quer por perto”, avalia o especialista Victor Gama, da PUC-MG. Neste sete de setembro, eles estão nas ruas organizando atos públicos, como rezas, e gritando palavras de ordem contra o progressismo que consideram “marxismo cultural”.

VEJA identificou 43 desses grupos, alguns constituídos antes, outros bem recentemente, durante a era Bolsonaro – todos fora das igrejas, embora com laços umbilicais com elas e contando com a crescente inclusão de quadros religiosos que recrutam nos seminários. No passado nem tão distante assim, funcionava cada um por si, mas agora formam uma rede que extrapola até as fronteiras nacionais, dão cursos aos montes e tem canais no YouTube com milhões de seguidores e visualizações, onde disparam com verve raivosa sua visão ultra conservadora e francamente bolsonarista, com direito a pitadas de fake news.

Os vídeos, de linguagem didática, se manifestam a favor do voto impresso e disseminam a inaceitável balela antivacina, engrossando as milícias digitais do bolsonarismo, com as quais mantêm proximidade. Um dos porta-vozes desta corrente que exerce maior magnetismo é o padre Paulo Ricardo, da paróquia Cristo Rei, no Mato Grosso: ele é a favor de armar a população e já posou empunhando um fuzil ao lado de Olavo de Carvalho (astrólogo e guru do bolsonarismo a quem outros da turma são chegados). Eles começaram a aparecer na internet depois dos protestos de 2013, mas foi no atual governo que ganharam envergadura”, diz o historiador Rodrigo Coppe.

O alvo dos ataques são sempre figuras avessas ao seu ideário, parte delas egressa de hostes mais progressistas da própria igreja católica. Após recomendar a seus fieis o livro Teologia e os LGBT+, do jesuíta Luís Oliveira Lima, o padre Júlio Lancelotti conheceu a fúria fundamentalista em uma enxurrada de mensagens que o classificavam de comunista, herege e clamavam por sua expulsão da igreja. [Respeitosamente, recomendamos ao padre Julio Lancelotti a leitura da Carta de São Paulo aos Romanos, (cf. 1, 24-32), (cf. 1, 26-28), 1Cor 5, 11.13),  (1Cor 6, 9-10),  e de   (Mt 5, 28) (Mt 25, 11-13;25, 27-29;  25, 41-46) ( Mt 15, 19-20 Mc 17, 21-22;), (Lc 18, 11), e fechando com CHAVE DE OURO esta Catequese, por favor leiam: Estes seis pecados ficaram “fora de moda”...]

Há pouco mais de um mês, representantes desses grupos escalaram um novo e perigoso degrau, fora das redes. Descontentes com a pregação de um padre de Fortaleza, Lino Allegri, que durante a missa cutucou a gestão bolsonarista da pandemia, decidiram comparecer à paróquia de camiseta da Seleção Brasileira, interrompendo a homília aos gritos de “comunista!”. “Eles são incapazes de conviver com a diversidade de pensamento”, lamenta o padre Lino. em seguida, policiais militares foram convocados para garantir a segurança na porta da igreja.

Faróis do conservadorismo católico, o Centro Dom Bosco (CDB), baseado no Rio de Janeiro, e o Instituto Plinio Correia de Oliveira, a antiga TFP, em São Paulo, formam gente e lançam livros para divulgar seu pensamento país afora. No Dia da Consciência Negra, o Dom Bosco mobilizou sua tropa para encerrar uma missa de tradições africanas em uma paróquia do Rio. “Por definição, não existe catolicismo moderno ou progressista, ele é sempre conservador. Essas vertentes atuais não passam de falsificações”, desfia sua filosofia o presidente do CDB, Pedro Affonseca.

Monarquistas, os católicos radicais vêm se enfronhando nos gabinetes. Apoiaram com sucesso a eleição de dois deputados do PSL fluminense (Márcio Gualberto, estadual, e Chris Tonietto, federal) e se fazem ouvir por meio da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, que costuma conduzir padres ao Planalto para benzer o presidente da República. A maioria se opõe ao Concílio Vaticano II, instituído na década de 60 com o objetivo de atualizar e aproximar a Igreja Católica de um mundo em transformação. Para os radicais, a cátedra de Pedro está vazia desde Pio XII, o último dos papas antes do Concílio, e não é bem representada por Francisco.

O recrutamento de novos adeptos tem se profissionalizado nos últimos tempos, com alto poder de atração sobretudo entre jovens seminaristas. “Eles atuam como uma espécie de escola subterrânea”, define Dom Joaquim Mol, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “Os seminaristas se submetem ao processo formativo normal, enquanto deixam-se moldar por esse pessoal para, depois de ordenados, aplicarem o tradicionalismo e o fundamentalismo”. Esses grupos em geral orbitam em torno de uma mesma organização conservadora internacional, a Leadership Internacional, nos Estados Unidos, e têm laços com Steve Bannon, o enrolado ex-estrategista chefe da Casa Branca de Donald Trump que transformou um mosteiro fincado em uma gigantesca propriedade em Trisulti, perto de Roma, em quartel-general e escola de formação da extrema direita católica.

Acolhe ali ordens conservadoras como a de Malta e a do Santo Sepulcro. Dia desses, Bannon, que apelidou o presidente brasileiro de “Trump dos trópicos”, encontrou, em uma conferência conservadora no Texas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), seu fã de carteirinha, aproveitando a oportunidade para desancar as urnas eletrônicas. No pleito perdido por Trump, aliás, católicos integrantes do grupo católico se plantaram em frente à embaixada americana em Brasília para rezar por sua reeleição, que não vingou. Religião e política, tudo junto e perigosamente misturado.

Política - Revista VEJA


domingo, 31 de outubro de 2021

Davi Alcolumbre insiste em Aras para substituir André Mendonça e trava pauta da CCJ

O Globo

Ex-AGU já aguarda há mais de cem dias para ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado   

Enquanto articula para tentar viabilizar a indicação do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), mantém o colegiado inoperante há um mês. A última reunião da comissão ocorreu no dia 29 de setembro. 
[Senhores guardiões da democracia,  senhores vigilantes dos atos antidemocráticos, por favor respondam: 
- É democrático um regime que permite que um  único senador da República mantenha inoperante, sem dar explicações nem citar em qual norma legal se ampara, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado da República?
- tal conduta não configura um atentado à democracia, ao 'estado democrático de direito', oferecendo substanciais riscos à democracia?
-cabe também perguntar: com sua conduta o senador que preside a CCJ impede o funcionamento NORMAL de um dos poderes da República também impede que o presidente da  República exerça uma competência que a Constituição lhe confere - agir desta forma é atentar contra a Constituição?]

Leia:Provar impacto eleitoral de disparos em massa será o desafio do TSE em 2022, dizem especialistas

Com os trabalhos parados, o escolhido pelo governo para ocupar a cadeira na Corte, o ex-advogado-geral da União André Mendonça, aguarda há mais de cem dias para ser sabatinado pela CCJ. Além disso, projetos importantes para o país, como a reforma tributária, seguem parados nos escaninhos da comissão. Hoje, há 214 matérias prontas para serem votadas pelo colegiado, entre elas indicações de autoridades para órgãos como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Há também impactos no Judiciário: o STF vem funcionando com dez ministros, o que prejudica os julgamentos em casos de empate.

Responsável pela pauta da CCJ, Alcolumbre se recusa a marcar a sabatina de Mendonça e, com isso, trava uma guerra fria com o Palácio do Planalto, do qual virou inimigo político. Sua postura, contudo, também irritou integrantes da comissão. Numa das últimas vezes em que a CCJ se reuniu, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), por exemplo, fez duras cobranças para que o colega desse andamento ao processo do escolhido de Bolsonaro, o que expôs Alcolumbre a um constrangimento público. Os problemas do parlamentar amapaense, porém, não se limitam à condução do colegiado.

Ontem, uma reportagem da “Veja” revelou um esquema de manutenção de funcionários-fantasmas e de “rachadinha” que seria comandado por Alcolumbre. Mulheres que foram lotadas no gabinete dele contaram à revista que eram obrigadas a devolver parte dos salários e, em troca, não precisariam trabalhar.

Reflexo da resistência do senador, outros nomes que almejam a vaga aberta no STF com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello intensificaram as articulações para ocupar a prateleira de plano B de Bolsonaro, caso ele decida recuar da indicação de Mendonça e enviar outro nome ao Senado. O presidente diz fazer questão de que seu escolhido seja um evangélico e, desde sempre, afirma que não cogita voltar atrás na escolha do ex-advogado-geral da União.

Reação a PP e PL: Republicanos tenta atrair ministros de Bolsonaro

Cotado inicialmente para a vaga, o desembargador William Douglas voltou a circular em Brasília — assim como Mendonça, ele é pastor. O preferido de Alcolumbre e de outros senadores, Augusto Aras, o único da lista que não se declara religioso, mantém viva a esperança de chegar ao tribunal durante o atual governo, embora não admita publicamente que trabalhe para tal. O deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), outro evangélico, também não esconde de aliados o sonho de virar ministro do STF. Considerado um azarão, ele próprio costuma dizer em reservado ter 1% de chance de ser indicado.

Na quarta-feira, Bolsonaro voltou a criticar Alcolumbre pela demora:

Não vou desistir. Não vou mandar outro nome para lá (ao Senado). Espero que o André seja aprovado. Está há mais de três meses esperando. Isso é uma tortura, é um desapreço para com o presidente da República. O que ele fez de errado? O que ele defendeu que é indefensável?

A afirmação vem uma semana depois de o presidente elogiar publicamente o presidente da CCJ, dizendo que “com o Davi Alcolumbre, não tive problemas no Senado”. O gesto, inclusive, partiu de uma demanda do próprio senador. Ele fez chegar a interlocutores de Bolsonaro que gostaria de um reconhecimento público de seu trabalho como presidente do Senado, de 2019 a 2020.

O GLOBO apurou que Alcolumbre tem mantido conversas frequentes com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, sobre a sabatina de Mendonça. Tanto adversários quanto colegas próximos se queixam de que, nas últimas semanas, Alcolumbre passou a não retornar as ligações e que a situação está gerando um desgaste para ele. Senadores têm buscado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para se queixar da paralisação da comissão.

Esforço concentrado
A interlocutores, Pacheco disse que fará um “esforço concentrado” no final de novembro, em acordo com Alcolumbre, para sabatinar autoridades que estão na fila da CCJ. O processo de Mendonça, porém, ainda é um impasse.

A comissão é considerada a mais importante do Senado, por ter a função de analisar a constitucionalidade e legalidade dos projetos. O prejuízo da paralisação só não é maior porque, como a Casa está funcionando em sistema semipresencial, as propostas que teriam de passar pelas comissões podem ser votadas diretamente pelo plenário. Não há perspectiva de retorno presencial neste ano.

Bela Megale: Aras submete relatório da CPI à análise prévia para ganhar tempo e se blindar com Bolsonaro e Senado

Líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM) afirmou que, quando houver o “esforço concentrado”, Alcolumbre deverá pautar todas as sabatinas, incluindo a de Mendonça, e que está “muito difícil” conversar com o colega, embora tenham falado rapidamente recentemente. — Se o Senado não estivesse trabalhando nesse sistema semipresencial, travaria a pauta do plenário. Acho que Davi está no limite. Se (o esforço concentrado) acontecer, vai ter que fazer tudo, não vai poder fazer só de alguns. Vai ter que fazer do Mendonça — disse ao GLOBO.

Política  - O Globo


terça-feira, 28 de setembro de 2021

Dom José Freire Falcão: um religioso com mais de 70 anos a serviço de Deus

Dom José Freire Falcão deixa legado de ordenações e construções de igrejas no DF. Amigos destacam o acolhimento do líder religioso. Ele morreu no último domingo (26/9), aos 95 anos, em decorrência da covid-19. O corpo do arcebispo emérito foi sepultado na Cripta da Catedral 

 O velório do Cardeal Dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, na Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida. - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A. Press)

Humildade, dedicação e fé. Essas são algumas palavras que os amigos do cardeal Dom José Freire Falcão usaram para descrevê-lo. Com um trabalho de 20 anos à frente da Arquidiocese de Brasília, a morte do líder religioso, no último domingo (26/9), aos 95 anos, deixou saudade nos devotos da capital do país. Em uma cerimônia íntima, restrita ao clero e aos familiares, o corpo de Dom Falcão foi velado às 13h, nessa segunda-feira (27/9), na Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida. A homenagem ao arcebispo emérito contou com uma missa de corpo presente, celebrada pelo arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar, e transmitida ao vivo pelo Facebook da Arquidiocese.

Devido às restrições sanitárias da pandemia, o caixão estava lacrado. O corpo foi sepultado na Cripta da Catedral de Brasília, e, nesta quarta-feira (29/9), das 8h às 14h, o local estará aberto à visitação do público. Dom Falcão foi o terceiro bispo a ser sepultado no local, precedido de Dom José Newton de Almeida Batista, primeiro arcebispo; e Dom Francisco de Paula Vitor, que foi bispo auxiliar de Brasília.

Dom Falcão morreu no último domingo, às 22h40. Ele estava internado, no Hospital Santa Lúcia, da Asa Sul, desde 17 de setembro, como medida preventiva após ser diagnosticado com covid-19. Na madrugada de 24 de setembro, sofreu uma piora no quadro respiratório e renal, e foi intubado. Ele morreu devido às complicações provocadas pela infecção do novo coronavírus. Em nota, a Arquidiocese de Brasília lamentou a partida de Dom Falcão. “Sua ausência é sentida profundamente por toda a Arquidiocese de Brasília, amigos e fiéis.”

Amigo de Dom Falcão, padre Edvaldo Batalha, 57 anos, da Paróquia São João Paulo II, em Águas Claras, destaca que o cardeal era um homem simples e querido. “Uma pessoa muito bondosa com o Clero. Mesmo quando se tornou cardeal, continuou a mesma pessoa trabalhadora, respeitosa e responsável. Ele era muito comprometido com os serviços pastorais e muito bondoso. Era presente na vida dos padres, embora fosse um homem tímido, sempre foi afetuoso”, conta. “Somente o tempo nos encarrega de aceitar o sofrimento, mas ele viveu seus 95 anos e partiu na graça e no amor de Deus, com a certeza de que fez a sua parte, foi um bom pastor para o povo, e agora, foi atender o chamado da vida eterna”, salienta.

Correio Braziliense

 

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Bolsonaro ameaça STF: ‘temos que acabar com as prisões políticas’ - Quem são os católicos ultraconservadores que vão às ruas por Bolsonaro

Veja - Política

Sem citar nomes, presidente pede que Luiz Fux 'enquadre' ministro Alexandre de Moraes

O presidente Jair Bolsonaro subiu muitos decibéis no discurso político neste feriado de Sete de Setembro e a milhares de apoiadores na Esplanada dos Ministérios ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) e exigiu que o presidente da Corte, Luiz Fux, “enquadre” o ministro Alexandre de Moraes, relator de barulhentos inquéritos que atingem a base bolsonarista, investigada pelo suposto financiamento de atos antidemocráticos e por divulgação massiva de fake news. A manifestantes que ocupam desde cedo a região em frente ao Congresso Nacional, Bolsonaro atacou o que chamou deprisões políticasdeterminadas pelo Poder Judiciário e disse que, se Moraes não for contido, a Suprema Corte “pode sofrer aquilo que nós não queremos” – sem explicar exatamente o que seria o que “nós não queremos”.

“Nós não mais aceitaremos que qualquer autoridade, usando a força do poder, passe por cima da nossa Constituição. 

Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição. 

Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população”, discursou ele, sem mencionar nominalmente nem Fux nem Moraes. Além de conduzir investigações que assombram o governo, Alexandre de Moraes também foi o responsável por decretar a prisão de aliados bolsonaristas como o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e o ex-deputado e mensaleiro Roberto Jefferson (PTB-RJ), ambos por ataques e ameaças à integridade física de juízes do Supremo. 

Jair Bolsonaro voltou a falar em ‘ultimato” e disse que “não podemos admitir que uma pessoa turve a nossa democracia. Não podemos admitir que uma pessoa coloque risco à nossa liberdade”.

“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República. Nós todos na Praça dos Três poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede para sair”, completou o presidente de cima de um caminhão de som.

Enquanto proferia seus ataques, o ex-capitão recebia da plateia gritos de ‘fora Alexandre’, ‘fora STF’ e ‘eu autorizo’, uma interpretação enviesada do artigo 142, da Constituição. Este artigo, interpretado erroneamente por apoiadores do presidente como um aval para que as Forças Armadas intervenham em outros poderes, afirma que “as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

“Temos em nossa bandeira escrito ordem e progresso. Não queremos ruptura, não queremos brigar com poder nenhum. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”, continuou. Aos seus apoiadores, o presidente disse, sem citar nome, que um ministro “perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal” e anunciou que nesta quarta-feira pretende se reunir com o Conselho da República, colegiado responsável por pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio e “questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas”. “Amanhã [quarta] estarei no Conselho da República, juntamente com ministros, juntamente com o presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, com essa fotografia de vocês para mostrar para onde nós todos devemos ir”, afirmou.

Durante o rápido trajeto entre o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, e a Esplanada dos Ministérios, local das manifestações, Bolsonaro fez uma transmissão em suas redes sociais e disse que o povo precisaria lutar para que o futuro político brasileiro não se iguale a ditaduras da América Latina. “Tenho certeza que cada um de vocês tudo fará para que sua liberdade seja garantida. Exemplo nós temos aqui na América Latina, onde relaxaram nesse quesito, achando que a sanha ditatorial daqueles que ocupavam o poder naquele momento nunca iam chegar até vocês. Chegou lá. Não vai chegar aqui. Bora, p…”, afirmou de cima da carroceria de uma caminhonete.


 

Bolsonaro chegou aos atos de Sete de Setembro depois de ter sobrevoado o local das manifestações de Sete de Setembro em um helicóptero. No momento do sobrevoo, houve gritos de apoio ao presidente e um buzinaço de caminhoneiros, que tiveram autorização para estacionar os veículos ao longo de uma via próxima. Milhares de manifestantes em favor do presidente estão concentrados na região, mas o local mais disputado é o último alambrado que impede a passagem dos manifestantes para o Supremo Tribunal Federal.

Quem são os católicos ultraconservadores que vão às ruas por Bolsonaro

Monarquistas, anti comunistas e radicais, eles são pouco numerosos, mas mobilizam um eleitorado fiel ao presidente da República 

O radicalismo religioso segue como uma anomalia que resiste aos ventos modernizantes do século XXI, freando as liberdades individuais onde germina e revelando seu lado mais sombrio quando desemboca na política. Ele se pronuncia em diversos pontos do globo com as nuances de cada cenário. No Brasil, grupos radicais de variadas vertentes religiosas, que andavam num segundo plano desde os anos de 1980, pós-ditadura militar, despertaram com renovada capacidade de articulação quando o então candidato à presidência Jair Bolsonaro surgiu no cenário, abraçando a pauta conservadora posta à mesa por essas lideranças. Aglutinadas dentro e fora da igreja neste caso, em torno de organizações e institutos -, elas são adversárias da agenda progressista, rechaçando educação sexual nas escolas e direito ao aborto, entre outros tópicos.

Bolsonaro elegeu-se impulsionado por esta mescla de política e religião, tendo aí os evangélicos proeminência incomparável e ascendente. Mas outra força menos vistosa vem avançando a passos largos, ganhando ousadia e é essencial para embalar Bolsonaro nas eleições de 2022: são os chamados católicos fundamentalistas (terminologia adotada na academia). “Esse estrato do catolicismo tem enorme capacidade para orientar e fidelizar o voto, e o presidente o quer por perto”, avalia o especialista Victor Gama, da PUC-MG. Neste sete de setembro, eles estão nas ruas organizando atos públicos, como rezas, e gritando palavras de ordem contra o progressismo que consideram “marxismo cultural”.

VEJA identificou 43 desses grupos, alguns constituídos antes, outros bem recentemente, durante a era Bolsonaro – todos fora das igrejas, embora com laços umbilicais com elas e contando com a crescente inclusão de quadros religiosos que recrutam nos seminários. No passado nem tão distante assim, funcionava cada um por si, mas agora formam uma rede que extrapola até as fronteiras nacionais, dão cursos aos montes e tem canais no YouTube com milhões de seguidores e visualizações, onde disparam com verve raivosa sua visão ultra conservadora e francamente bolsonarista, com direito a pitadas de fake news.

Os vídeos, de linguagem didática, se manifestam a favor do voto impresso e disseminam a inaceitável balela antivacina, engrossando as milícias digitais do bolsonarismo, com as quais mantêm proximidade. Um dos porta-vozes desta corrente que exerce maior magnetismo é o padre Paulo Ricardo, da paróquia Cristo Rei, no Mato Grosso: ele é a favor de armar a população e já posou empunhando um fuzil ao lado de Olavo de Carvalho (astrólogo e guru do bolsonarismo a quem outros da turma são chegados). Eles começaram a aparecer na internet depois dos protestos de 2013, mas foi no atual governo que ganharam envergadura”, diz o historiador Rodrigo Coppe.

O alvo dos ataques são sempre figuras avessas ao seu ideário, parte delas egressa de hostes mais progressistas da própria igreja católica. Após recomendar a seus fieis o livro Teologia e os LGBT+, do jesuíta Luís Oliveira Lima, o padre Júlio Lancelotti conheceu a fúria fundamentalista em uma enxurrada de mensagens que o classificavam de comunista, herege e clamavam por sua expulsão da igreja. [Respeitosamente, recomendamos ao padre Julio Lancelotti a leitura da Carta de São Paulo aos Romanos, (cf. 1, 24-32), (cf. 1, 26-28), 1Cor 5, 11.13),  (1Cor 6, 9-10),  e de   (Mt 5, 28) (Mt 25, 11-13;25, 27-29;  25, 41-46) ( Mt 15, 19-20 Mc 17, 21-22;), (Lc 18, 11), e fechando com CHAVE DE OURO esta Catequese, por favor leiam: Estes seis pecados ficaram “fora de moda”...]

Há pouco mais de um mês, representantes desses grupos escalaram um novo e perigoso degrau, fora das redes. Descontentes com a pregação de um padre de Fortaleza, Lino Allegri, que durante a missa cutucou a gestão bolsonarista da pandemia, decidiram comparecer à paróquia de camiseta da Seleção Brasileira, interrompendo a homília aos gritos de “comunista!”. “Eles são incapazes de conviver com a diversidade de pensamento”, lamenta o padre Lino. em seguida, policiais militares foram convocados para garantir a segurança na porta da igreja.

Faróis do conservadorismo católico, o Centro Dom Bosco (CDB), baseado no Rio de Janeiro, e o Instituto Plinio Correia de Oliveira, a antiga TFP, em São Paulo, formam gente e lançam livros para divulgar seu pensamento país afora. No Dia da Consciência Negra, o Dom Bosco mobilizou sua tropa para encerrar uma missa de tradições africanas em uma paróquia do Rio. “Por definição, não existe catolicismo moderno ou progressista, ele é sempre conservador. Essas vertentes atuais não passam de falsificações”, desfia sua filosofia o presidente do CDB, Pedro Affonseca.

Monarquistas, os católicos radicais vêm se enfronhando nos gabinetes. Apoiaram com sucesso a eleição de dois deputados do PSL fluminense (Márcio Gualberto, estadual, e Chris Tonietto, federal) e se fazem ouvir por meio da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, que costuma conduzir padres ao Planalto para benzer o presidente da República. A maioria se opõe ao Concílio Vaticano II, instituído na década de 60 com o objetivo de atualizar e aproximar a Igreja Católica de um mundo em transformação. Para os radicais, a cátedra de Pedro está vazia desde Pio XII, o último dos papas antes do Concílio, e não é bem representada por Francisco.

O recrutamento de novos adeptos tem se profissionalizado nos últimos tempos, com alto poder de atração sobretudo entre jovens seminaristas. “Eles atuam como uma espécie de escola subterrânea”, define Dom Joaquim Mol, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “Os seminaristas se submetem ao processo formativo normal, enquanto deixam-se moldar por esse pessoal para, depois de ordenados, aplicarem o tradicionalismo e o fundamentalismo”. Esses grupos em geral orbitam em torno de uma mesma organização conservadora internacional, a Leadership Internacional, nos Estados Unidos, e têm laços com Steve Bannon, o enrolado ex-estrategista chefe da Casa Branca de Donald Trump que transformou um mosteiro fincado em uma gigantesca propriedade em Trisulti, perto de Roma, em quartel-general e escola de formação da extrema direita católica.

Acolhe ali ordens conservadoras como a de Malta e a do Santo Sepulcro. Dia desses, Bannon, que apelidou o presidente brasileiro de “Trump dos trópicos”, encontrou, em uma conferência conservadora no Texas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), seu fã de carteirinha, aproveitando a oportunidade para desancar as urnas eletrônicas. No pleito perdido por Trump, aliás, católicos integrantes do grupo católico se plantaram em frente à embaixada americana em Brasília para rezar por sua reeleição, que não vingou. Religião e política, tudo junto e perigosamente misturado.

VEJA - Política


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Padre será punido por interromper um crime? - Religioso obteve habeas corpus e impediu o procedimento quando jovem já estava no hospital

Mônica Bergamo

[STF !!! Tem coisa errada! o religioso estava amparado por uma decisão judicial]

STF determina que padre pague R$ 398 mil por ter interrompido aborto legal de uma jovem 

O STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que determina que um padre pague R$ 398 mil a um casal de Goiás por ter interrompido um aborto autorizado pela Justiça.

[não se trata de discutir o aborto ser um crime ou não - na nossa opinião é CRIME HEDIONDO, mas não cabe discutir tal aspecto agora.
E sim o de ser um cidadão punido por ter obtido uma autorização judicial -´habeas corpus' - autorizando a interrupção do procedimento.
Registre-se que a mãe não sofreu nenhuma consequência advinda do cumprimento - pelo padre e médicos - de uma ordem judicial.
Estaremos diante de um processo de cristofobia?
Clique aqui e/ou aqui e confira.]

O DIA DA CULPA
Em 2005, uma jovem de 19 anos descobriu que o feto tinha uma síndrome que impedia o desenvolvimento de órgãos como pulmão e tórax. Conseguiu autorização para interromper a gravidez. Mas o religioso obteve habeas corpus e impediu o procedimento quando ela já estava no hospital tomando medicamentos para induzir o aborto.

TEMPO
A jovem foi para casa. Dias depois, deu à luz um feto que morreu em pouco tempo.

Mônica Bergamo, colunista - Folha de S. Paulo - MATÉRIA COMPLETA




domingo, 1 de dezembro de 2019

Novo partido de Bolsonaro se aproxima ideologicamente de siglas conservadoras estrangeiras - O Globo

Análise dos manifestos partidários e avaliação de estudiosos mostra onde está a proximidade do Aliança pelo Brasil com siglas de direita de países como Espanha e Hungria e conservadoras como os republicanos dos EUA 


Logomarca do partido Aliança pelo Brasil Foto: Reprodução
Conservadorismo, nacionalismo religioso e populismo. Com esse tripé, segundo estudiosos, o partido Aliança pelo Brasil, lançado no último mês pelo presidente Jair Bolsonaro e dissidentes do PSL, se aproxima ideologicamente de outras siglas conservadoras ou da extrema direita internacional. O partido não está oficialmente criado, mas uma análise de seu programa o coloca na mesma família do documento fundador da sigla espanhola Vox e da húngara Jobbik, além de guardar também semelhanças com a plataforma da ala do Partido Republicano mais ligada ao presidente dos EUA, Donald Trump. [nos causa espanto - talvez por nos faltar o notório saber político, nunca fomos reprovados em provas sobre o tema, também nunca as fizemos - que sendo o ALIANÇA PELO BRASIL, os estudiosos destacarem o fato de um partido conservador, de extrema direita, - que tem como principio, sem que signifique limite,  os três pontos citado no inicio da matéria - pertencer a mesma família do Vox, Jobbik e Partido Republicano dos EUA.]

Leia : Contra doença e em busca da reeleição, Covas resiste em São Paulo
 
Fundado em 2013, o Vox cultiva uma retórica contra as elites políticas e intelectuais, além de defender políticas migratórias mais duras e não poupar de críticas à União Europeia. Santiago Abascal, líder do partido, tem um discurso parecido com o de Bolsonaro, principalmente contra o que chama de “ditadura progressista”, com ataques à comunidade LGBTI.

Assim como Bolsonaro, Abascal defende a posse de arma: “Tenho uma (pistola) Smith & Wesson em casa. A princípio, era para proteger meu pai do ETA. Agora, meus filhos. Defendo que todo mundo possa ter uma arma”, disse ele.
Inspiração estrangeira
Recém-lançado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil tem forte viés religioso e anti-esquerda, e reclama para si o posto de único partido conservador do Brasil. O programa da legenda mantém forte convergência com outras siglas conservadoras pelo mundo, como o espanhol Vox, o húngaro Jobbik e o Partido Republicano, dos EUA.
Já o Jobbik, criado em 2003, é o principal partido da direita nacionalista radical da Hungria, visto por especialistas com a característica de imprimir um populismo com viés autoritário.
Ao se inspirar no partido de Trump, Bolsonaro reforça justamente o lado conservador com que pretende administrar o Aliança. A cada quatro anos, antes da disputa presidencial, os republicanos elegem uma nova plataforma. A última, de 2016, deu uma guinada ainda mais à direita do que a anterior ao se opor ao casamento gay, direito garantido pelo Suprema Corte, e ao defender a inclusão da Bíblia no currículo escolar.
— Há, sim, similaridades com algumas propostas de partidos conservadores da Europa. Nos Estados Unidos, a inspiração maior foi o Partido Republicano —afirma o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança, um dos autores do estatuto do Aliança.

Contra o “sistema”
Há uma iniciativa defendida pelo Vox já implementada por Bolsonaro. O partido prega, por exemplo, a criação de um Ministério da Família na Espanha, já colocada em prática no Brasil. Referência internacional em estudo sobre populismo, o cientista político holandês Cas Mudde diz que um traço singular de Bolsonaro é o fato de ele ter ascendido ao poder sem uma plataforma política estruturada.
— A extrema direita é cada vez mais generalizada e normalizada, com partidos dessa linha no poder nos principais países (por exemplo, Brasil, Índia, EUA) ou considerados parceiros normais da coalizão em vários outros (por exemplo, Áustria, Dinamarca, Itália). Seus problemas, quadros e posições são frequentemente compartilhados pela mídia e pelos políticos, o que leva os partidos de extrema direita a superarem seu peso eleitoral— analisa Mudde.

O documento do Aliança traz uma enfática defesa de Deus, da religião, do armamentismo e do livre mercado. Assim como partidos da direita populista internacional, a sigla faz uma exaltação do povo contra o “sistema”, visto como corrompido, e contra uma elite cultural, intelectual e burocrática — chamada no programa de “burocratas não eleitos”.

Para David Magalhães, professor de Relações Internacionais da PUC-SP e fundador do Observatório da Extrema Direita, trata-se de uma crítica à democracia parlamentar, que seria uma espécie de obstáculo para uma representação mais direta entre o líder e a massa:
A direita radical não rejeita completamente as regras da democracia, mas busca combater ou atacar as instituições liberais democráticas e os direitos fundamentais de minorias. 

Para Bragança, a inspiração do Aliança vem da direita conservadora americana, mas reconhece similaridades com o Vox. Ambos pregam a exaltação de símbolos e “heróis nacionais”, criticam a “politização” da Justiça, atacam bandeiras progressistas e apoiam a redução da participação da sociedade civil em conselhos estatais.
 

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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Se for honesto e terrivelmente competente, evangélico no STF será bem-vindo



[se o 'terrivelmente' tiver sido utilizado no título deste Post como sinônimo de 'extremamente', com certeza não será uma condição indispensável.] 
Blog do Josias de Souza
 

Jair Bolsonaro reafirmou nesta quarta-feira sua intenção de acomodar um evangélico no Supremo Tribunal Federal. Em maio, fizera uma indagação: "Será que não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?" Agora, soou categórico: "Eu poderei indicar dois ministros ao Supremo Tribunal Federal. Um deles será terrivelmente evangélico", disse.

O que diz a Constituição? O escolhido precisa ter mais de 35 anos e menos de 75 anos. De resto, é preciso ostentar duas qualidades: "notável saber jurídico" e "reputação ilibada". [reputação ilibada pode ser aferida com precisão quase total, quanto ao notável saber jurídico depende bem mais do prestígio do presidente - que tem a competência constitucional para indicar o futuro ministro - e também do indicado. 
Tal prestígio, junto ao Senado Federal, que é o responsável por promover a sabatina, cujo resultado expressará ser o indicado possuidor, ou não, do saber jurídico em questão.  
Quanto os requisitos que o presidente exige para indicar alguém - que não precisam ser declinados - depende de sua vontade soberana, desde que o indicado atenda aos dois requisitos impostos pela Constituição.]  Não há no texto constitucional vestígio de condicionantes religiosas. Quer dizer: se for honesto e terrivelmente competente no manuseio das leis, o evangélico a ser indicado por Bolsonaro será muito bem-vindo. Num colegiado de 11 ministros, um evangélico só talvez não seja suficiente para fazer verão. Em matéria de costumes, a Suprema Corte é avançada. [muito avançada; para impor sua vontade suprema, os ministros não vacilam em fazer um interpretação virtual do texto constitucional, totalmente diversa do que o texto escrito permite.
E as vezes até convalida assassinatos - destaque para o de seres humanos inocentes e indefesos.
Muitas vezes o Supremo até autoriza determinada prática que contraria de forma expressa o texto constitucional - que continua vigente, embora não possa ser invocado para defesa de quem ousar contrariar a suprema decisão - e até mesmo o Código Penal.] O presidente queixou-se de que o Supremo estaria "legislando". A crítica soou esquisita nos lábios de alguém que invadiu a competência do legislativo ao baixar por decreto regras sobre armas que dependeriam da aprovação de projeto de lei.

No plano pessoal, a filosofia de vida do evangélico a ser prestigiado por Bolsonaro não interessa a ninguém. Numa poltrona do Supremo, o pensamento do futuro magistrado interessará ao país. Ali, o religioso será apenas um servidor público de um Estado laico. [o Estado laico não tem o poder de tomar decisões contrárias à Constituição e as leis.]


(...)

Não se deve esquecer que o escolhido do presidente depende de aprovação do Senado. No mais, resta rezar para que Bolsonaro, declaradamente católico, se inspire no papa Francisco. [Bolsonaro não é católico, pode até se declarar mas não é; sua postura é de evangélico, recentemente foi batizado segundo rito evangélico e por um pastor e assiste costumeiramente cultos

 evangélicos.
A definição da tendencia religiosa do presidente Bolsonaro é que ele é cristão - definição que comporta evangélicos e católicos.]O pontífice já declarou que a Igreja deve perdão aos homossexuais por tê-los marginalizado. "Se uma pessoa que tem essa condição tem boa vontade e procura por Deus, quem somos nós para julgar?", disse o papa [sendo o Papa,  por Dogma Católico, INFALÍVEL, fica dificil até comentar suas manifestações. 
Temos que partir da certeza que DEUS é MISERICORDIOSO e sempre perdoa o pecador arrependido - o arrependimento verdadeiro, sincero e que inclui o se arrepender do que praticou de errado e o propósito de não mais pecar.

Uma das práticas comuns ao homossexualismo é uma cuja denominação deriva  do nome da cidade de Sodoma, destruída pelo fogo, exatamente pela prática de atos abomináveis, entre eles a prática referido no inicio deste parágrafo.
Nos parece haver uma certa contradição entre procurar por Deus sem o arrependimento sincero e procurar por Deus com o arrependimento sincero, autêntico e o firme propósito de abdicar de certas práticas.]

Em sentido oposto, se um brasileiro que tem algum direito violado bate às portas do Supremo, cabe aos magistrados julgar. E o livro de consulta no templo do Supremo é a Constituição, não a Bíblia. [nos parece que muitas vezes, os ministros não seguem nem a Constituição ou a Bíblia, ou mesmo qualquer lei.]


https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/07/10/se-for-honesto-e-terrivelmente-competente-evangelico-no-stf-sera-bem-vindo/