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domingo, 20 de outubro de 2019

VAZAMENTO DE ÓLEO - Omissão frente à tragédia - O Globo

Bernardo Mello Franco

Tragédia e omissão no litoral do Nordeste 

[desculpem sermos recorrentes, mas: este POST e outros do tipo, nos leva a pensar e imaginar: qual seria o tamanho do CAOS CAÓTICO,  se o  Brasil fosse atingido por um tufão, o que ocorreu no Japão há poucos dias, e além da destruição causado pelo tufão, ocorreram vários efeitos colaterais, entre eles arrastado pelas águas revoltas grande quantidade de dejetos radioativos da  usina nuclear de Fukushima - destruída  por um tsunami - (em plena radiação, altamente mortífera e com efeitos que se manifestam por anos e anos) com elevado risco de morte de milhares de pessoas e consequências que perdurarão por longo tempo.

Que são manchas de óleo diante da catástrofe japonesa?

Lá o objetivo maior é reduzir o efeitos do escape dos resíduos nuclear, ninguém pensa em indenização, antecipar período de defeso, governo multar governo e outras providências desnecessárias e inócuas - por carecerem de base técnica.]





É o maior desastre ambiental registrado na costa brasileira. As manchas de óleo que começaram a aparecer em setembro já se espalham por nove estados e 2.200 quilômetros de litoral. Devastam a vida marinha, ameaçam o sustento de pescadores e atingem paraísos ecológicos como a Praia dos Carneiros, em Pernambuco, e a Praia do Forte, na Bahia.

Depois de quase dois meses, o poder público ainda parece imóvel diante da tragédia. “O governo não sabe absolutamente nada. Não conhece a origem do óleo, não tem ideia de como recolhê-lo e não apresenta medidas para mitigar os danos”, afirma o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Fabiano Contarato (Rede-ES).
Na quinta-feira, ele comandou uma audiência pública com representantes da Marinha e dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Ficou frustrado com a falta de informações e de planos de ação. “Saímos com mais perguntas do que respostas”, resume.

Para o senador, o presidente tem se omitido diante do caso. “Ele já deveria ter decretado estado de emergência ambiental há muito tempo. Até hoje, ele nem sequer se dignou a visitar ou sobrevoar a região”, critica. Na sexta-feira, Jair Bolsonaro insinuou que o vazamento teria sido uma “ação criminosa” para prejudicar o próximo leilão do pré-sal. “Com base em que ele afirmou isso? É uma precipitação irresponsável. Parece que o presidente tem mania de perseguição”, reage Contarato. [a lógica isenta  leva qualquer pessoa sensata, imparcial, a considerar uma ação criminosa, extremamente vantajosa para os inimigos do Brasil que, por extensão, são inimigos do presidente Bolsonaro.

Além de jogar nas largas costas do presidente mais uma acusação infundada, ajuda a sustentar o discurso dos que querem a internacionalização da Amazônia e, de carona, do litoral brasileiro - o que nos leva a sentir saudades dos BONS TEMPOS das 200 MILHAS.

Salvo engano, o partido do senador, a Rede, tem como candidato permanente aquela 'ambientalista', evangélica a favor do aborto e que é candidata nata do partido ao cargo de presidente da República - escalada para perder.
assim, nada de surpreender o senador acusar o presidente da República.]
Ele diz que o fato de o óleo ter características semelhantes ao extraído na Venezuela não resolve o enigma. “Isso não quer dizer nada, porque os venezuelanos exportam para vários países”, afirma.  O Ministério Público Federal acusa a União de se omitir diante da gravidade do problema. Na sexta-feira, uma juíza de Sergipe determinou que o Ibama aumente o número de funcionários envolvidos na limpeza das praias. Em abril, Bolsonaro extinguiu dois comitês ligados ao plano de ação contra vazamentos de óleo. [a extinção dos dois comitês reduziu em muito o gasto com energia elétrica  = houve um pequeno decréscimo nos gastos com ar condicionado para manter as salas refrigeradas, caso algum membro do comitê decidisse aparecer.] Em outra frente, o governo tem reduzido investimentos em preservação e fiscalização ambiental.
“O Brasil não aprende com as tragédias. O desastre de Mariana vai fazer quatro anos. Não mudamos as leis e não reforçamos a fiscalização. Pelo contrário: o país só enfraquece os órgãos de controle”, diz Contarato. O senador vê um clima de indiferença sobre o assunto. “O país não se mobiliza contra o desmonte dos órgãos ambientais. O mundo está preocupado, mas nós não estamos”, observa.

O desinteresse também contamina o Senado. Na quarta-feira, o presidente da Comissão de Meio Ambiente precisou cancelar a sessão porque nenhum dos 34 colegas marcou presença. [quando deixam o presidente Bolsonaro extinguir uma comissão, um comitê, ainda reclamam - pena que ele não possa extinguir a Comissão de Meio Ambiente do Senado.]  No dia seguinte, a audiência sobre o vazamento de óleo teve poucas testemunhas. Dos 27 senadores do Nordeste, só quatro deram as caras.
“O Legislativo também está sendo omisso e conivente”, diz Comparato, que se licenciou do cargo de delegado de polícia para assumir o primeiro mandato eletivo. “Quando ocorre uma tragédia, os políticos querem aparecer. Na hora de discutir o que fazer, a maioria some”, protesta.


Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo