Durante a madrugada, houve grande temor de
que o fogo pudesse se espalhar para os seis reatores da central e
provocar um vazamento nuclear. Monitores internacionais disseram na
manhã de sexta-feira, no entanto, que não há nenhum sinal imediato de
mudança nos níveis de radiação registrados.
De acordo com a AIEA, o
incêndio foi apagado sem se espalhar, nenhum reator nuclear ou
equipamento essencial foi danificado e os níveis de radiação são
normais. A equipe ucraniana da fábrica continua a operar as instalações e
os sistemas de segurança estão funcionando. [vamos deixar os líderes mundiais com seu palavrório inútil - Biden é um deles, o que diminui o valor do apelido - e expressar nossa modéstia opinião de que não há, nem houve risco de acidente nuclear.
Nos parece que o risco aumentou apenas no tocante a que agora além de ter condições, basta querer, para reduzir em 40% o fornecimento de gás para a Europa, os russos podem desligar a usina nuclear - desligamento que aumentará a níveis altíssimos a carência de energia na Europa.
Situação que em nossa opinião leiga, apresenta risco zero de radiação.]
Líderes mundiais condenaram o ataque “imprudente” à usina de
Zaporíjia, que danificou um prédio. Enquanto isso, o Ministério da
Defesa da Rússia acusou as forças ucranianas de iniciar o incêndio e
realizar uma “provocação monstruosa”.
Leia mais: Em nova ofensiva contra a Rússia, EUA anunciam sanções contra oligarcas e o porta-voz do Kremlin
As
forças russas avançam em várias frentes na Ucrânia, com uma estratégia
de cercar cidades e tentar controlar portos e infraestrutura crucial,
enquanto organizam cadeias de suprimentos e lentamente conduzem um cerco
a Kiev, em preparação para uma ofensiva. A situação está
especialmente grave em Mariupol, a 220 km a leste da usina, onde a
população de 460 mil pessoas sofre escassez de comida, água e energia
elétrica em função do cerco em andamento.
Bombardeio em Marioupol
O
Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia pediu para outros países
adotarem medidas punitivas decisivas contra a Rússia, acusando-a de
gerar o perigo de um desastre nuclear sem precedentes. O
ministério disse que qualquer dano a uma instalação de armazenamento de
combustível nuclear usado pode liberar radiação nuclear. "Como
resultado, um desastre nuclear dessa escala pode exceder todos os
acidentes anteriores em usinas nucleares", afirmou em comunicado.
A usina atualmente opera com apenas uma pequena fração de sua
capacidade máxima. Dois membros da equipe de segurança da instalação
ficaram feridos após um projétil atingi-la durante a noite, enquanto
ocorria uma batalha entre forças russas e ucranianas em seus arredores. O
diretor geral da AIEA, Rafael Grossi, se ofereceu para viajar à central
de Chernobyl e negociar com Ucrânia e Rússia garantias para a segurança
das instalações nucleares ucranianas.
Grossi mostrou uma foto
aérea da instalação de Zaporíjia. O prédio que foi atingido, que abriga
laboratórios e unidades de treinamento, fica perto, mas claramente
separada da fileira de edifícios dos reatores. — O que entendemos é que este projétil veio das forças russas. Não temos detalhes sobre o tipo de projétil — disse Grossi.
Grossi
sugeriu um encontro com autoridades russas e ucranianas na extinta
usina de Chernobyl, onde nos primeiros dias da ofensiva a Rússia assumiu
o controle das imediações da região onde ocorreu o pior acidente
nuclear do mundo, em 1986. A equipe de plantão em Chernobyl não foi
trocada desde que foi apreendida na semana passada, apesar dos repetidos
apelos de Grossi.
A situação em Zaporíjia é semelhante, pois a Rússia a controla, mas a equipe ucraniana continua a operá-la.
O
presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou o incidente para pedir
um endurecimento maior contra a Rússia. Ele disse que conversou com
vários líderes mundiais nas primeiras horas de sexta-feira, acusando a
Rússia de atacar deliberadamente os reatores. — É necessário
endurecer imediatamente as sanções contra o Estado terrorista nuclear —
declarou Zelensky em um vídeo. — É necessário impedir que a Europa
morra de um desastre nuclear. [ao nosso entendimento,só tem um endurecimento que favorecerá o povo ucraniano e a própria Europa = a remoção imediato do ainda presidente ucraniano. Aquele cidadão já teve tempo amais que suficiente para entender que palavrório, falação e coisas do tipo, não resolverão o problema. Enquanto ele permanecer na presidência o sofrimento do povo ucraniano só vai aumentar.]
Um
porta-voz do Ministério da Defesa russo descreveu os eventos em uma
versão inteiramente oposta à ucraniana. Ele disse que a usina nuclear
está operando normalmente e que a área está sob controle russo desde 28
de fevereiro. — No entanto, ontem à noite, no território adjacente
à usina, foi feita uma tentativa do regime nacionalista de Kiev de
realizar uma provocação monstruosa — disse o porta-voz Igor Konashenkov.
— Por volta das 2 da manhã, durante uma patrulha do território vigiado
adjacente à usina nuclear, uma patrulha móvel da Guarda Nacional foi
atacada por um grupo de sabotagem ucraniano. Para provocar um
contra-ataque no prédio, disparos pesados de armas leves foram lançados
contra militares da Guarda Nacional Russa das janelas de vários andares
de um complexo de treinamento localizado fora da usina.
Ele disse que a patrulha russa respondeu ao fogo para reprimir o
ataque, e o "grupo de sabotagem" abandonou o complexo de treinamento,
incendiando-o ao sair.
Condenação de líderes
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com Zelensky e classificou a ação como uma “irresponsabilidade” da Rússia, mesma definição usada pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.Boris
Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, condenou as “ações
imprudentes” de Putin e disse que pedirá uma reunião emergencial do
Conselho de Segurança da ONU. Já Justin Trudeau, do Canadá, pediu que os
“ataques horríveis” cessassem imediatamente.
Na hora do ataque,
quatro dos seis reatores da usina estavam sendo resfriados de acordo com
procedimentos operacionais seguros, informou a inspetoria nuclear da
Ucrânia. O órgão advertiu que impedir a resfriação das unidades de
energia pode levar a “liberações radioativas significativas".
Oleksandr
Kharchenko, consultor do ministro da Energia ucraniano, disse que o
maior risco seria uma possível interrupção no fornecimento de energia da
usina e nos geradores de reserva. — Se estes também fossem
cortados, isso afetaria o sistema de resfriamento do reator — afirmou,
citado pelo Financial Times. — Se isso for danificado, ninguém pode
prever as consequências.
A central nuclear de Zaporíjia fica no Sul da Ucrânia, às margens do
rio Dnieper, a 525 km de Chernobyl. Ela tem uma capacidade total de
quase 6.000 megawatts, suficiente para abastecer quatro milhões de
residências. Em
um período normal, a usina produzia 20% da energia elétrica do país e
quase metade de sua energia nuclear. A construção do primeiro reator
começou em 1979 e o último entrou em operação em 1995. O local tem seis
reatores VVER-1000 de concepção soviética. Estes reatores têm duração
média de entre 40 e 60 anos, e possivelmente mais, caso passe por
ajustes tecnológicos.
Embora o ministro das Relações Exteriores da
Ucrânia, Dmytro Kuleba, tenha alertado para um desastre “10 vezes
maior” do que Chernobyl, analistas disseram que isso era improvável. Os
reatores nucleares em Zaporíjia têm um design diferente, com uma concha
de contenção, e desde então foram atualizados para novos regulamentos. —
Se não houver danos militares significativos em seus múltiplos sistemas
de segurança redundantes, os reatores devem permanecer em um estado
seguro e estável — disse à Bloomberg Lake Barrett, ex-funcionário da
Comissão Reguladora Nuclear dos EUA que esteve envolvido na limpeza da
usina nuclear de Three Mile Island, nos EUA, onde houve um acidente em
1979.
Nos dias que antecederam o ataque, a AIEA considerou uma zona de
exclusão de 30 quilômetros ao redor de todos os reatores da Ucrânia,
reconhecendo a natureza sem precedentes de combates dentro e ao redor
das instalações. Nunca houve um ataque militar a uma usina nuclear em
operação, disseram analistas.
A
informação sobre o fogo na usina foi divulgada primeiramente pelo
prefeito da cidade de Energodar, Dmytro Orlov, em um vídeo postado em
seu canal no Telegram. Ele citou o que chamou de ameaça à segurança
mundial, mas sem dar detalhes. Mais cedo, Orlov já tinha afirmado
que uma coluna de soldados russas se direcionava para a usina nuclear,
relatando que "tiros altos podiam ser ouvidos na cidade".
Mundo - O Globo