Alexandre Garcia
Mudança de entendimento?
Eu queria começar com uma reflexão. Durante a manifestação a favor do governo no domingo, houve uma denúncia de que haveria um grupo extremista acusado de integrar milícias, ameaças e porte de arma, em uma chácara perto de Brasília. A Polícia Civil, então, organizou uma operação.
Estavam envolvidas as divisões de operações
aéreas e especiais e a Coordenadoria Especial de Combate à Corrupção e
ao Crime Organizado. Chegaram no local 30 policiais armados com fuzis.
Eles invadiram a chácara e encontraram dois senhores. Os
policiais encontraram uma faca de cozinha, uma caixa com uma dúzia de
fogos de artifícios, várias camisetas da seleção brasileira amarelas,
uma faixa contra políticos e uma máscara de ursinho.
Aparentemente
ser extremista aqui no Brasil não é jogar bomba, cortar garganta,
sequestrar pessoas, assaltar banco, jogar banco em porta de quartel.
Hoje, extremismo é, provavelmente, manifestante que xinga o STF. Como
disse o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo,
desembargador Ivan Sartori, nós todos temos que ter muito cuidado porque
estão acontecendo atentados a liberdades fundamentais.
Direitos
como os de manifestação e liberdade de expressão, imprensa e opinião.
Outro direito que está sendo atingido é o da imunidade parlamentar. É
uma espécie de fanatismo que afirma estar lutando pela democracia e ser
antifascistas, mas usam os mesmos métodos da época da Alemanha de
Hitler.
Há
uma preocupação cada vez maior entre os médicos que eu conheço de terem
à disposição a hidroxicloroquina para medicar os pacientes com
coronavírus logo no início da doença. O uso da
cloroquina pode evitar a internação e, consequentemente, a lotação dos
leitos de UTI. Depois de um tempo, a Covid-19 toma o pulmão da pessoa e o
paciente precisa tomar corticóide e anticoagulantes.
O
comentarista Renato Worm, da rádio de Lajeado – onde eu tive o meu
primeiro emprego –, fez um desafio para os partidos políticos da região:
investigassem se os seus candidatos das eleições 2020 se inscreveram
para receber o auxílio emergencial.
O
presidente do PTB nacional, Roberto Jefferson, ouviu o desafio da rádio
e pediu para população avisar ao diretório estadual se souber de
qualquer candidato que tiver recebido o auxílio.
Roberto
Jefferson disse que o candidato que receber o auxílio será impedido de
participar das eleições, porque ele está se aproveitando do dinheiro de
pessoas que realmente precisam de forma imoral.
Um
grupo de estudantes de Brasília chegou a postar nas redes sociais que
estava desfrutando do auxílio de R$ 600 para fazer uma grande
churrascada. É uma confissão de imoralidade com o dinheiro do povo.
Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo