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terça-feira, 20 de agosto de 2019
Bolsonaro admite rever indicação de Eduardo para embaixada em Washington - O Globo
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segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Na onda da Lava Jato, policiais federais planejam se candidatar em 18 Estados
Pesquisa do Ibope apontou que entre 20 entidades, a PF foi apontada como a terceira mais confiável, atrás apenas da igreja e dos bombeiros. Por isso muitos candidatos usarão o título "delegado" antes do nome.
Comento mais tarde. Vejam o que segue na Folha:
A fotografia do ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) caminhando com o semblante preocupado em direção
ao avião que o levaria para Curitiba, em 19 de outubro de 2016, pode
ser o registro em imagem da morte da sua carreira política. Graças a uma decisão do juiz federal
Sergio Moro, o ex-deputado trocaria naquele momento os gabinetes de
Brasília por uma cela de cadeia do Paraná.
Um passo atrás aparece no retrato o agente da Polícia Federal Lucas Valença. A pinta de galã despertou curiosidade. O coque amarrado no topo da cabeça, no
estilo samurai, e a barba cerrada renderam os apelidos de Lenhador da
Federal e Hipster da Federal –estrangeirismo inglês que define a pessoa
que inventa moda. A cena no aeroporto da capital pode ser a certidão de
nascimento da sua carreira política. O hipster pensa em ser deputado.
Assim como Valença, cerca de 30 agentes e delegados da PF pretendem se aventurar nas eleições de 2018. A Fenapef (Federação Nacional dos
Policiais Federais), que representa todas as carreiras da PF, já
contabilizou 24 pré-candidatos ligados à instituição em 18 Estados.
A Folha encontrou outros que não estão na lista da federação.
Curiosamente é o Paraná, berço da Lava
Jato, o Estado que vai ter o maior número de concorrentes policiais
federais. Até agora cinco delegados e agentes já manifestaram a intenção
de concorrer. Se depender da federação, a lista ainda vai aumentar.
Os sindicalistas tentam convencer Newton
Ishii, que ficou célebre como o “Japonês da Federal”, a competir por
uma vaga na Câmara. Como Ishii foi condenado em última instância por
facilitação ao contrabando, a entidade consultou dois escritórios
especializados em legislação eleitoral para saber se ele seria
enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Segundo os advogados, até o início da
campanha ele já terá cumprido toda a pena e estaria livre para tentar
carreira em Brasília. O agente, no entanto, resiste à ideia. [faz bem: os ilustres advogados consultados esqueceram que o STF decretou que a Lei da Ficha Limpa pode retroagir até o momento que os SUPREMOS MINISTROS estabelecerem - cada caso é um caso, impessoalidade é algo que fica bem no artigo 37 da CF - ajuda a formar o 'LIMPE'.]
Sem o Japonês da Federal na disputa, nenhum outro candidato terá trabalhado diretamente na Lava Jato. Isso não quer dizer que a operação não vá ser tema de campanha. O delegado e deputado federal Fernando Francischini (SD-PR), pretende concorrer ao Senado. O mote de sua propaganda? “A minha defesa da PF e da Lava Jato no mandato é meu maior patrimônio”, diz Francischini.
O eleitor de 2018 terá passado quatro
anos assistindo aos policiais da Lava Jato prendendo magnatas por
corrupção. O efeito é duplo: fomenta o descrédito na classe política e
turbina a reputação da polícia. Equação perfeita para os candidatos da
PF. “As operações de combate à corrupção,
principalmente a Lava Jato, deram visibilidade e prestígio para a
Polícia Federal. É uma vantagem para um concorrente se associar a uma
das instituições com maior credibilidade no país no momento”, diz o
cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da FGV-SP
(Fundação Getúlio Vargas).
Pesquisa do Ibope apontou que entre 20
entidades, a PF foi apontada como a terceira mais confiável, atrás
apenas da igreja e dos bombeiros. Cientes disso, candidatos buscam
explicitar a ligação com o órgão. Boa parte usará o cargo antes do nome.
Nas urnas haverá Delegado Francischini, Delegado Gastão e Delegado
Federal Mikalovski.
BANCADA DA BALA
O sucesso das candidaturas de policiais
deve significar o aumento da bancada da bala no Congresso. A maior parte
deles comunga da ideia de que é preciso facilitar o acesso do cidadão
às armas de fogo. Um expoente desse pensamento é o
[delegado da PF] e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do pré-candidato à
Presidência Jair Bolsonaro, que repete a exaustão que “bandido só
respeita o cidadão armado”. A proposta de reduzir maioridade penal
também anima a maioria dos policiais.
Apesar da afinidade com essas pautas,
não há um partido que concentre esses candidatos. O leque das legendas
escolhidas pelos policiais é amplo e inclui siglas atingidas em cheio
pela Lava Jato. O agente André Salineiro elegeu-se
vereador de Campo Grande (MS) e agora cogita tentar vaga na Assembleia.
Nas redes sociais posa heroico, de braços cruzados, vestindo a camisa
preta da PF. Na vida política, porém, a camisa que veste é a do PSDB,
ainda presidido pelo mineiro Aécio Neves, conhecido alvo dos policiais
da Lava Jato.
Blog do Reinaldo Azevedo
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