Quando o impeachment era apenas uma possibilidade remota no
horizonte, a estratégia petista
consistia em desqualifica-lo dizendo ser uma tentativa de forçar um imaginário
terceiro turno das eleições por parte daqueles que supostamente não aceitaram a
derrota eleitoral. Tratava-se obviamente de uma construção fantasiosa que atribuía aos
tucanos um tutano político que eles nunca tiveram. Quando
o impeachment se tornou uma possibilidade real, o petismo passou a chantagear a
sociedade e as instituições, com ameaças de incendiar o país, promover caos social e até mesmo
guerra civil, valendo-se de suas
milícias de delinquentes disfarçadas de movimentos sociais. Muitos se intimidaram ou ao menos levaram em consideração essas
ameaças.
De nossa parte,
nunca demos crédito a essas bravatas
petistas e sempre afirmamos que elas não passavam de um blefe. Um blefe
consistente com a história de blefes do petismo, como mostramos nesseartigo aqui e em outros.
Tais ameaças nunca foram reais porque, embora o petismo na sua
origem tenha se constituído como um partido de militantes de esquerda nos
moldes clássicos, desde sua ascensão ao
poder ele perdeu essa característica, se tornando
uma agremiação de comunistas, corruptos e arrivistas sem qualquer inserção
social real. O que o discurso
fantasioso petista apresenta há anos como sua base social supostamente mobilizável
não passa de algumas dezenas de milhares
de delinquentes e miseráveis arregimentados de ocasião, que se juntam à
burocracia de quinto escalão de seus aparelhos sindicais e entidades
congêneres.
Esse conjunto disforme de mortadelos e carregadores de bandeira
jamais iria nem irá promover caos
social na dimensão capaz de reverter uma disputa real de poder, podendo no máximo causar desordem pública e danos a patrimônios em ações de delinquência que são controladas e contidas facilmente
pelas polícias militares.
Portanto, a promessa
petista de reverter a disputa de poder por meio de pressão social nunca passou
de um blefe. Ao contrário, quem tem real
capacidade de exercer pressão política por meio de mobilização social é o campo
antipetista, que levou milhões de pessoas às ruas e foi decisivo para o
sucesso do impeachment. O petismo com seus aparelhos milionários colocou no
máximo um pouco mais de uma centena de milhares de pessoas nas ruas, pagando um grande número delas para isso.
A bem a
verdade, o blefe petista a respeito de
provocar caos social serviu não apenas para instigar sua milícias, mas
principalmente para ocultar a real estratégia que os petistas adotariam após a
aprovação do impeachment, que eles já sabiam que seria aprovado. E essa estratégia está se revelando agora:
o petismo está
usando de seus prepostos no aparelho de estado, incluindo a Procuradoria Geral da República e instâncias do judiciário,
para tentar desestabilizar o novo governo.
E essa tentativa de desestabilização não é para barrar o
impeachment e trazer Dilma de volta, pois o próprio petismo sabe
que ela não irá governar mais. Mas sim para criar o ambiente necessário para que a crise
político institucional se radicalize a ponto de viabilizar uma saída negociada
por meio de novas eleições imediatas. E caso prospere a proposta de novas eleições, o que por ora acreditamos ser quase impossível, ela teria grande apelo
popular, pois não seria fácil “explicar”
às pessoas porque ser contra a realização de eleições.
Estes são
alguns dos elementos com os quais o petismo vem agindo e fazendo a guerra
política desde a aprovação do impeachment. A aposta do
petismo não é e nunca foi na pressão social das ruas, pois ele sabe que não possui
força para atuar nessa esfera com densidade política. A aposta petista é na ação institucional, a partir de seus agentes e
prepostos no estado e na imprensa.
E um trunfo do petismo nesse momento é
que ele atua praticamente sozinho nessa esfera institucional da luta política, pois todo o campo antipetista, incluindo a
direita conservadora, até agora não exibiu estratégia alguma de ação. E
esse mesmo campo também às vezes comete a ingenuidade de cair no jogo que
interessa ao petismo, como por exemplo o de aplaudir a tentativa de implodir o
núcleo peemedebista, sem perceber que
isso agora significa na prática detonar um dos pilares de governabilidade de
Michel Temer.
Por: Paulo Eneas – Critica Nacional - https://criticanacional.wordpress.com/
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segunda-feira, 27 de junho de 2016
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