Um governo de repressão
O governo Lula
começa com repressão – hipócrita, ilegal e disfarçada em “defesa da
democracia”, mas repressão do mesmo jeito. É este o “Brasil Feliz” que o
novo presidente prometeu em sua campanha. É esta a “festa da
democracia” que a coligação STF-PT-assaltantes do erário em geral
oferece ao País.
O ministro Alexandre de Moraes
expede ordens de prisão contra dezenas de pessoas. O futuro ministro da
Justiça faz incitação aberta à violência – ao insistir em suas
exigências de uso da polícia, da pancada e da bomba de gás lacrimogêneo
para dissolver as manifestações anti-Lula que há dois meses estão na
frente dos quartéis. O novo presidente ameaça os brasileiros que votaram
contra ele: “Quem perdeu que fique quietinho”, disse numa de suas
últimas aparições – é assim que ele estende a mão a “todos”, como disse
logo após ser declarado vencedor pelo TSE. Como nas ditaduras
comunistas, em que o pretexto para jogar a polícia contra qualquer tipo
de oposição é a denúncia-padrão de “atos antirrevolucionários”, aqui se
reprime a discordância com a acusação de 'atos antidemocráticos'.
Os
cidadãos não sabem por que estão sendo presos, os delegados que fazem
as prisões não sabem por que estão prendendo e os advogados das vítimas
não sabem do que os seus clientes são acusados.
Não há processo legal de
nenhum tipo; o ministro Moraes, que pela lei tem de julgar causas
levadas ao STF, e não prender cidadãos, comanda a repressão por meio de
um inquérito perpétuo absolutamente ilegal. Transformou o Brasil numa
delegacia de polícia de ditadura.
Não responde a ninguém por nada do que
decide.
Quem é preso, multado, calado ou de alguma forma perseguido por
ele só tem uma pessoa a quem reclamar – ele mesmo.
Lula e o seu
“primeiro escalão”, que a partir do dia 1.º de janeiro recebem a chave
do Tesouro Nacional, ganham a certeza de que vão mandar no Brasil sob a
proteção integral deste tipo de justiça.
A repressão é essencial
para garantir a segurança do governo que se anuncia por aí, e que mostra
a sua cara nas prodigiosas nomeações para o Ministério e os outros
galhos de cima da árvore estatal.
Não foi aberta praticamente nenhuma
exceção: só nas penitenciárias, possivelmente, se encontra uma
concentração tão alta de gente enrolada com a justiça criminal como no
Ministério escolhido por Lula para governar o Brasil. Têm ao seu dispor
uma arrecadação de R$ 2 trilhões só em impostos federais, mais os R$ 250
bilhões de lucro que as estatais tiveram este ano, mais os R$ 145 bi da
“PEC”.
Não dá, realmente, para permitir que esses horríveis atos
“antidemocráticos” continuem a perturbar a tranquilidade do “Brasil
Feliz”.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo