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sábado, 18 de novembro de 2023

Por miopia, ignorância e preconceito, esquerda apoia ditaduras - Carlos Alberto Sardenberg

domingo, 5 de novembro de 2023

Por que Lula sabota a economia brasileira - Leandro Ruschel

         A Folha afirma em editorial que Lula sabota o país, ao anunciar que o governo deixará de cumprir a meta fiscal, uma postura "incompreensível", segundo o jornal.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar do papel da Folha, e de praticamente toda a "imprensa", que se transformou em mero aparelho de esquerda, cujo único propósito é militar pela agenda socialista, ao mesmo tempo que promove a censura e a perseguição aos não alinhados.

Fazem isso por ideologia, já que os jornalistas são formados em universidades dominadas pela esquerda há décadas, e por incentivos econômicos, pois recebem gordas verbas publicitárias dos governos esquerdistas, enquanto passaram fome durante o governo Bolsonaro.

Por conta disso, a militância de redação de Globo, Folha, Estadão e afins atacaram sistematicamente o governo anterior, e chancelaram a operação de retirada de Lula da cadeia, alçando o descondenado pelo maior escândalo de corrupção da história à presidência, sob o absurdo argumento de "defesa da democracia".

Ora, o grande promotor de ditaduras pela América Latina é o próprio Lula. Em parceria com o carniceiro Fidel Castro, ele fundou o Foro de São Paulo, cujo objetivo manifesto é recriar no continente "o que foi perdido no Leste Europeu", ou seja, ditaduras socialistas.

Cuba é o modelo, exportado com sucesso para países como Venezuela e Nicarágua, e parcialmente implementado em outros países, como Bolívia e Argentina.

Não fosse o suporte diplomático, político e econômico do Brasil, durante os governos petistas, não haveria o desastre venezuelano, que produziu a maior crise imigratória da história da América Latina, com 7 milhões de pessoas deixando o país (de uma população total de 30 milhões). Já os que ficaram, enfrentam o inferno, menos os integrantes do partido e seus parceiros, enriquecidos além da imaginação.

Essa é a deixa para ajudar a Folha a entender a postura do descondenado Lula. 
O objetivo de qualquer socialista não é promover o bem do povo, ou mesmo de redistribuir a riqueza entre os pobres. 
Infelizmente, muitos militantes de redação acreditam nessa falácia, além de outros idiotas úteis na esquerda.
 
O objetivo do movimento socialista é EMPOBRECER a população, para facilitar o controle político absoluto. 
É muito mais fácil se eternizar no poder quando a população é dependente do estado. 
É exatamente por isso que a esquerda domina o Nordeste, por exemplo.
Só que esse movimento de empobrecer completamente a população não é fácil de ser promovido, especialmente num país de dimensões continentais, como o Brasil. 
Na Argentina, em que o processo está bem avançado, surgiu Javier Milei como resposta, arriscando colocar água no chopp peronista.
 
A última tentativa do PT nesse sentido foi rechaçada pelo povo, resultando na queda da Dilma, e na prisão "do chefe do esquema", segundo o Ministério Público.  
Com ajuda determinante da militância de redação, a operação Lava-Jato foi desfeita, e o descondenado está "de volta à cena do crime", junto com Alckmin, que cunhou a frase durante a campanha em que fazia de conta que era oposição, no famigerado Teatro das Tesouras que envolveu a cena política brasileira desde a redemocratização.
 
Seguro de que NUNCA mais acontecerá nada parecido com a Lava-Jato, Lula acredita que o país está pronto para que o projeto socialista avance. Logo, ele acha que conseguirá destruir parcialmente a economia brasileira para eternizar seu grupo no poder. 
Esse sempre foi o projeto de longo prazo, apesar de eventual aceitação estratégica das regras de mercado, pelas circunstâncias favoráveis.

Para fazer avançar o processo, o PT apresenta o jogo dialético, a especialidade da esquerda. Enquanto o companheiro Haddad faz o jogo de "amigo do mercado", fazendo de conta que busca a responsabilidade fiscal, Lula joga para a galera, dinamitando as contas do governo, sob a desculpa de "ajudar os pobres", contra "a ganância do mercado".

Assim, vai se criando uma dinâmica em que Lula empurra o país para o desastre planejado, enquanto o companheiro Haddad promove os dois passos para trás, quando há exageros, evitando que a corda arrebente e seja produzido um novo desfecho Dilma.

A coisa só não avança tão rápido porque o Centrão, que faz o contra-peso à busca da hegemonia política petista, não embarcou no projeto.  
Não por falta de interesse numa ditadura chavista à la brasileira, mas porque não confia que o PT iria de fato dividir o poder num arranjo desses.

O Centrão, diferentemente do PT, enxerga um certo nível de liberdade econômica como a galinha dos ovos de ouro para alimentar os cofres públicos, mantendo de pé os milhares esquemas de corrupção que opera, evitando assim uma revolta das massas, como ocorreu durante o desastre econômico de Dilma, que colocou todo o sistema corrompido sob risco de morte.

Por sua vez, o grande empresariado faz um jogo duplo, em que mantém certo apoio ao governo petista, enquanto pressiona pela manutenção dos pilares da economia, entre eles, a responsabilidade fiscal. Esse grande empresariado depende, direta ou indiretamente, do governo, seja por receita direta, seja por regulações que podem fazer seus negócios prosperarem, ou serem destruídos.

Todos os agentes citados concordam em apenas um aspecto da agenda totalitária em curso no Brasil: a necessidade de criminalizar a direita, cuja agenda moralizante, e de diminuição do estado obeso, representa a grande ameaça ao establishment corrupto.  
Já em relação à economia, há profunda discordância e oposição à agenda petista de destruir para conquistar.

Logo, o cenário mais provável é a manutenção de um processo de diminuição das liberdades políticas, e de perseguição aos não alinhados, enquanto a economia ficará em banho-maria, pois, ao mesmo tempo que os petistas não tem força para promover a terra arrasada, proponentes do liberalismo econômico (meia bomba) tampouco tem meios de impor essa agenda.

Resumindo, o Brasil está entre o chavismo sonhado pelos petistas, e o capitalismo de estado chinês, em que o traço em comum é o fim das liberdades individuais, com o segundo oferecendo algum nível de prosperidade financeira. A esperança é que os agentes de poder sigam discordando.

Não é nada animador, mas é o que temos para o momento.

*         Enviado pelo autor. Original em https://leandroruschel.substack.com/p/por-que-lula-sabota-a-economia-brasileira

Transcrito do site Percival Puggina


quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Um golpe que não acaba nunca: chilenos ainda discutem a ditadura

Com um presidente de esquerda e um congresso de direita, o passado se torna motivo de discussões que refletem contradições do presente

 O ditador chileno Augusto Pinochet, em 1983, no aniversário de dez anos do golpe militar no país

 O ditador chileno Augusto Pinochet, em 1983, no aniversário de dez anos do golpe militar no país (ILA AGENCIA/Gamma-Rapho/Getty Images)

Cinquenta anos depois do golpe militar de 11 de setembro de 1973, deveria predominar no Chile um amplo consenso sobre as vantagens da democracia, das decisões consensuais e do respeito pelas minorias e, obviamente, pelos direitos humanos.

Esse consenso valioso, que permitiu a redemocratização pacífica do país, hoje dá lugar a uma discussão azeda sobre quem foi responsável pela derrocada democrática de 1973. Em grande parte, isso é resultado de uma situação atípica do Chile: depois de eleger, surpreendentemente, um presidente de extrema esquerda, Gabriel Boric, a maioria dos chilenos derrubou um novo e radical projeto de constituição e elegeu um congresso de direita para fazer outra reforma.

Por causa disso, o debate ficou mais azedo e internacional. Inclusive sobre o golpe. Em vez de um documento comum em defesa da democracia, os três partidos de direita pura sim, existe isso no Chile, e ninguém espera cargos no governo para aderir — não aceitaram o chamado Compromisso de Santiago e lançaram seu próprio documento. Nem a intervenção do ex-presidente Sebastián Piñera em favor do consenso, bastante moderado, proposto por Boric adiantou.

O documento da direita também é equilibrado, mas evoca um passado que a esquerda quer fazer de conta que não existe, incluindo os graves abusos cometidos pelo presidente Salvador Allende em seu projeto nada menos que revolucionário.  “A vivência que cada pessoa experimentou e suas severas consequências nos obrigam a refletir sobre essas cinco décadas, tomar consciência das aprendizagens e dos erros cometidos por todos os setores, e olhar para a futuro”, diz o documento. Em outro trecho, condena “toda expressão, movimento ou conclamação que se valha da violência ou do terrorismo para a promoção de suas ideias ou a conquista de seus objetivos”.

São, obviamente, referências a abusos praticados pela esquerda numa época de extrema radicalização, com grupos armados autodenominados revolucionários já agindo mesmo durante o governo Allende e atos hediondos como o assassinato de proprietários rurais.

Outra reação da direita que não quer ver a glorificação oficial do presidente que se suicidou no Palácio de la Moneda, sob bombardeio das Forças Armadas, foi ler na Câmara de Deputados um documento datado de poucos dias antes do golpe em que Allende era acusado de grave quebra da ordem constitucional.

O fato de que muitos chilenos apoiaram o golpe e até hoje, nada menos que 36% achem que houve motivos para a intervenção ditatorial — ainda é um tabu para a esquerda. 
Cinquenta anos depois, o país ainda é dividido, embora uma ampla maioria condene o bárbaro método de prisões em massa, torturas e execuções praticado sistematicamente pelo regime militar.

A falta de autocrítica da esquerda também voltou a ser assunto na Argentina, principalmente depois que a candidata a vice na chapa do ultralibertário Javier Milei, Victoria Villaruel, convocou um ato na Assembleia Nacional em memória das “vítimas do terrorismo” — ou seja, as feitas pelas organizações armadas de esquerda.

Dizer que houve abusos hediondos dos dois lados, embora os detentores do poder do estado tenham responsabilidades redobradas, provoca surtos irracionais nos setores para os quais a Argentina se divide entre os bons e os maus. Victoria Villaruel, que é filha de militar, despertou manifestações de protesto com o ato e com suas declarações sobre a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto.  “A verdade é que Carlotto tem sido uma personagem bastante sinistra para nosso país porque, com este semblante de vovó boazinha, justificou o terrorismo”, disse ela. “Faz política desde sempre e tem a família toda empregada pelo Estado”

A filha de Estella, Laura, era militante dos Montoneros, foi presa, torturada e morta. Estava grávida e os torturadores esperaram a criança nascer. O neto, dado a uma família favorável ao regime, foi identificado por iniciativa própria em 2014.

Histórias assim deveriam fazer todos nós pensarmos “nunca mais” tanto para as monstruosidades praticadas nos porões das ditaduras quanto para grupos armados como os Montoneros, que mataram, sequestraram, explodiram e executaram, inclusive quem não tinha nada a ver com o regime, porque achavam que agiam em nome do Bem e tudo era justificado.

O passado ainda assombra países como o Chile e a Argentina, onde a repressão foi infinitamente maior do que no Brasil. Propor nuances, conhecimento dos fatos e distanciamento histórico perturba quem se acha portador da verdade e da superioridade moral — de qualquer lado que seja.

Gabriel Boric prometeu e está cumprindo lançar um plano nacional para buscar os 1 162 mortos durante a ditadura cujos corpos não foram recuperados. É justo fazer essa busca. Mas é inevitável que reabra feridas.

Vilma Gryzinski, Mundialista - Revista VEJA

 


sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Como nas ditaduras, “Sistema L” quer reescrever a história – e fazer de Dilma uma mártir - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo - VOZES

 Lula agora quer devolver, simbolicamente, o mandato presidencial de Dilma, destituída em 2016.Lula agora quer devolver, simbolicamente, o mandato presidencial de Dilma, destituída em 2016.| Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert  

Como fazem o tempo todo, Lula, o PT e a esquerda em geral estão querendo, mais uma vez, transformar a História do Brasil num despacho a ser publicado no Diário Oficial da União.

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O que vale não tem nada a ver com o que aconteceu na vida real. Para o presidente e seu “sistema”, história é unicamente aquilo que o governo conta, como manda fazer o catecismo básico das ditaduras – desde a Rússia de Stalin até essas cópias bananeiras que há na Venezuela, Nicarágua, Cuba e coisas parecidas.

A fraude da vez é a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, deposta da Presidência da República por ter praticado crime de responsabilidade. No mundo dos fatos, a decisão foi tomada livremente, e com a supervisão do STF, pelos votos de 367 deputados federais contra 157, e de 55 senadores contra 22; foi uma das maiorias mais arrasadoras que já se formou no Congresso Nacional. No mundo do “Sistema L”, Dilma sofreu um “golpe de Estado”.

O projeto é fabricar uma decisão “oficial” qualquer declarando que o impeachment não existiu, ou que a decisão do Congresso foi “ilegal”.

Essa ficção vem sendo sustentada há sete anos pela esquerda nacional, estrelas de Hollywood, ou pelo menos do Projac, e o papa Francisco. É como dizer que Pilatos foi condenado por Jesus Cristo, mas a regra deles é essa mesmo: diante de qualquer crime cometido pelo nosso lado, temos de inventar que toda a culpa é de quem aplicou a lei contra nós.

Não é só uma mentira. Com Lula, o PT e suas polícias no governo já cassaram um deputado federal que os acusou, como promotor, na Operação Lava Jato
Querem cassar o juiz que condenou Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Não apenas livraram todos os milionários corruptos que confessaram seus crimes e devolveram dinheiro roubado – agora querem abrir de novo o Tesouro Nacional para eles.

Nessa balada, é claro, vão criar um passado novinho em folha para o próprio Lula.

Dilma Rousseff se transformou numa ideia fixa para a esquerda brasileira em geral e para Lula em particular. O presidente se refere sistematicamente a uma decisão constitucional do Poder Legislativo deste país, plenamente sancionada pelo STF, como um “golpe” – como se ela fosse uma reencarnação de João Goulart, ou algo assim.

No mundo de Lula e do PT, naturalmente, não se perde viagem – assim que algum peixe gordo recebe o selo de mártir, ganha junto a entrada para o paraíso do Erário Público. Dilma já levou a sua: um emprego na presidência do Banco dos “BRICS”, com pelo menos 300.000 dólares de salário anual, na vez de o Brasil indicar o ocupante do cargo.

É um fenômeno: a capacidade real de Dilma para administrar um banco é a mesma que teria para guiar uma nave espacial. 
Não vão deixar que decida nada de relevante, é claro, mas os 300.000 estão garantidos. Só que isso ainda não está bom – o projeto, agora, é fabricar uma decisão “oficial” qualquer declarando que o impeachment não existiu, ou que a decisão do Congresso foi “ilegal”, ou alguma outra miragem da mesma família.

Nessa balada, é claro, vão criar um passado novinho em folha para o próprio Lula. A ideia é eliminar os fatos e ficar socando em cima da população a doutrina suprema da sociedade PT-Rede Globo: “O senhor não deve nada à justiça”. História, para o “campo democrático”, é isso.

 

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Nunca o Brasil viu uma infâmia tão grande quanto as prisões políticas em massa feitas pelo STF - Gazeta do Povo

Vozes - J.R. Guzzo

Pessoas detidas Brasília
Polícia tenta conter manifestante durante protesto em Brasília realizado no dia 8 de janeiro.| Foto: André Borges/EFE

Não há hoje no Brasil um escândalo que possa se comparar, em matéria de sordidez, de perversidade e de pura e simples violação maciça da lei, com o campo de concentração montado há seis meses em Brasília pelo ministro Alexandre de Moraes e seus colegas do STF.  
 
É a pior, mais extensa e mais prolongada agressão à Constituição Federal, ao Código Penal, às leis processuais e aos direitos essenciais do cidadão que jamais foi cometida na história do Brasil – nenhuma tirania, militar ou civil, durante a Colônia ou a República, cometeu uma infâmia tão maligna quanto a que está sendo cometida com as prisões políticas em massa feitas no dia 8 de janeiro, ou mesmo depois, pelo Poder Judiciário.

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São, sim, prisões políticas, apesar do vasto esforço feito para escondê-las como atos de “defesa da democracia”. É simples: se as prisões só são mantidas porque os carcereiros usam a força armada para violar de maneira sistemática as leis em vigor no país, então elas são políticas. 
As pessoas não estão presas porque a autoridade pública conseguiu provar que cometeram crimes. 
Estão presas porque o regime, tal como ele é hoje, quer que fiquem presas. 
São inimigos políticos; têm de ser castigados. É assim que se faz nas ditaduras. É assim que se faz no Brasil de hoje.

    Lá fora denunciam, com horror, a “destruição da Amazônia pelo agronegócio” e outros delitos imaginários. Sobre as prisões políticas em massa, não se diz uma palavra.

Esse escândalo gera um outro escândalo o silêncio, pusilânime ou cúmplice, com que está sendo ocultado no mundo e no Brasil
Lá fora denunciam, com horror, a “destruição da Amazônia pelo agronegócio” e outros delitos imaginários. 
Sobre as prisões políticas em massa, não se diz uma palavra. Aqui dentro é pior. Salvo a Gazeta do Povo, que cobre os fatos com profissionalismo, respeito à técnica jornalística e destemor, e mais algumas poucas exceções, a imprensa brasileira não diz nada, ou praticamente nada, sobre os horrores da Papuda. 
É como querer encontrar, no Pravda da Rússia soviética, notícias sobre os campos de concentração para presos políticos.
 
Mais: a mídia não apenas esconde os fatos do público, mas quando diz alguma coisa a respeito é para ficar a favor dos atos de repressão. 
É um momento único na história da imprensa brasileira – os jornalistas são hoje os defensores mais indignados da perseguição política e da violação às leis pelas polícias do STF. 
O mundo político também se cala; está fixado nas suas emendas do orçamento, e outros interesses do mesmo tipo.


    As pessoas não estão presas porque a autoridade pública conseguiu provar que cometeram crimes. Estão presas porque o regime, tal como ele é hoje, quer que fiquem presas.


Pior de todos é a Ordem dos Advogados do Brasil, que tem o dever mínimo de dar apoio aos advogados, quando as suas prerrogativas legais são rasgadas em público, e o direito de defesa dos cidadãos é eliminado pelo STF. A OAB já foi notificada cinco vezes pelos advogados dos presos a respeito das ilegalidades seriais cometidas contra seus clientes. Não respondeu nada até hoje. Está contra os advogados e a favor dos carcereiros.

As vítimas, enquanto isso, seguem sendo massacradas. Há 250 presos no presídio da Papuda; no total, foram detidas cerca de 2.000 pessoas, muitas delas sofrendo hoje a tortura legal das tornozeleiras eletrônicas. É um cenário de pesadelo.  
Os presos foram denunciados, mas nenhum deles é réu, e nenhum deveria estar sendo julgado pelo STF, e sim pela Justiça comum.  
Já estouraram todos os prazos para que possam estar detidos. 
Quase todos são acusados primários, que pela lei tinham de estar soltos há muito tempo.
 
Há pessoas que foram presas depois das depredações do 8 de janeiro – uma, pelo menos, chegou a Brasília no dia seguinte. 
Entre os presos há um homem com câncer, uma senhora de 70 anos e mães com crianças menores de idade. 
Recebem uma assistência médica miserável – não têm acesso real aos remédios de que precisam. 
No caso dos diabéticos, estão morrendo aos poucos dentro de suas celas. As denúncias não são individualizadas, e não se apresentam provas da conduta delituosa dos presos; são acusados em lotes.
 
O ministro Moraes diz que tem de ser assim mesmo, como ocorre, segundo ele, nos crimes de rixa – mas os presos (descritos pela imprensa como “golpistas” ou “terroristas”, embora não tenha acontecido nenhum golpe ou ato de terror) estão sendo acusados de “associação criminosa armada” e “golpe de Estado”. 
Que armas? Não foi apreendido nem um estilingue. É o pior momento da Justiça brasileira.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 11 de maio de 2023

Ah, se fosse apenas um homem! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Sim, Alexandre de Moraes está descontrolado e passou de qualquer limite aceitável - faz tempo. O ministro todo-poderoso do STF vem usando sua "caneta mágica" para congelar contas bancárias de jornalistas, censurar dezenas de pessoas nas redes sociais e punir plataformas que ousam defender a liberdade
Ele age como um tirano autoritário, não resta mais a menor dúvida. 
Mas ele não está sozinho...
 
Nenhum regime de exceção é imposto a um povo por desejo de uma só pessoa. 
Estudei bastante sobre totalitarismos para compreender como eles se instauram numa sociedade, e não fosse o lado trágico para o povo brasileiro e para mim mesmo, que sou alvo desse arbítrio, chega a ser fascinante intelectualmente falando poder observar in loco, do epicentro do furacão, a chegada de uma ditadura dessas em nosso país. 
A práxis corrobora a teoria.

Jamais Alexandre chegaria a esse grau de descaso para com a Constituição não fossem muitos e muitos cúmplices. Para começar, todos os seus pares no STF, inclusive aqueles que votam eventualmente contra o colega, mas são incapazes de apontar para a completa perda de legitimidade da Corte como um todo.

Também tem culpa no cartório o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, que senta em cima de vários processos de impeachment para proteger os ministros supremos mais abusados. Sua pusilanimidade, a serviço de seus próprios interesses, condena toda uma nação ao puro arbítrio supremo, que agora persegue até quem busca respirar ares rarefeitos por meio de uma VPN para driblar a censura.

A PGR faz tempo tem sido conivente com esse estado de exceção que atropela inclusive suas prerrogativas ou ignora seus raros alertas. A PGR chegou, agora, a pedir ao STF a investigação contra diretores do Google e do Telegram. Agem como cúmplices de Alexandre, em vez de saírem em defesa da liberdade.

Poucas vozes se mantêm com coragem de condenar tanto abuso de poder. É o caso da Gazeta do Povo, cujo editorial de hoje toca no cerne da questão: "Mais uma vez Moraes age como se coubesse ao Poder Judiciário decidir o que é ou não correto ou verdadeiro, tutelando assim um debate que deve ser livre". O jornal acrescenta: "Ser contrário a um projeto de lei não é crime, e tampouco o é apresentar os argumentos que embasam essa oposição; se tais argumentos são ou não razoáveis, cabe à sociedade dizer, não a um juiz".

Mas argumentos, ainda que óbvios, não importam mais nada. O Brasil foi dominado por tiranos, togados ou não, e nada disso seria possível sem a conivência de muita gente, da própria imprensa. O Estadão ousa uma ou outra crítica pontual agora, mas até aqui aplaudiu o abuso para perseguir bolsonaristas e "proteger a democracia". E é exatamente essa premissa que está na raiz do mal.

Nenhuma ditadura se instalou em nome do mal, mas sempre para libertar o povo, resguardar a democracia etc
As ditaduras comunistas se chamam repúblicas democráticas para manter as aparências. 
Com o "nobre" intuito de impedir o suposto golpe bolsonarista, muita gente se calou ou aplaudiu o avanço do arbítrio supremo
Para se livrar de Bolsonaro valia tudo, tudo mesmo!

Se o Brasil tivesse mergulhado nesse caos institucional por conta de um só homem, tudo seria mais simples e também mais fácil para consertar. Não é o caso, nem de perto. Não faltam filhotes da tirania nas redes sociais vibrando com cada nova canetada autoritária e ilegal do ministro, pois eles têm sede de vingança e querem destruir a direita.

Quando o Brasil virar de vez uma Venezuela - e caminha a passos largos nessa direção - saibam que não será justo culpar apenas Alexandre ou mesmo Lula.  
Aquele seu vizinho que "fez o L" e demonizou Bolsonaro, e que sorriu um sorriso mefistofélico a cada nova cacetada do STF em nossas liberdades, a cada medida absurda contra um de nós, conservadores, também terá suas impressões digitais na cena do crime. [o proceder leniente dos que venceram, em 35 e 64  foi o que animou a esquerda a uma nova tentativa de tomar o poder - MAS , NÃO VENCERÃO - perderam em 35, 64 e perderão quantas vezes tentarem.]

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 3 de maio de 2023

Paraguaios perceberam que governos de esquerda não andam bem

Alexandre Garcia

O povo paraguaio acaba de eleger novo presidente. Santiago Peña, de 44 anos, sucede a seu correligionário do Partido Colorado, Mário "Marito" Abdo, amigo paraquedista do ex-presidente Jair Bolsonaro. Peña fez 43% dos votos, superando a coligação centro-esquerda, com 27%
Foi também uma derrota da igreja progressista, que apoiou o perdedor.
 
 É a maior vitória da centro-direita, porque elegeu 15 dos 17 governadores e a maioria da Câmara e do Senado.  
Mais do que isso, o vitorioso em confiabilidade foi o sistema eleitoral eletrônico com comprovante impresso. 
Em duas horas, resultado confiável. Um modelo para o Brasil.
 
O eleitor paraguaio parece estar bem informado. Percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem.  
O da Argentina é um fiasco.  
No câmbio livre, são necessários 300 pesos para comprar um dólar. E pensar que o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, [vulgo 'poste'.] queria moeda única com o Mercosul…[e, aproximadamente 60 pesos para comprar um Real e o genial 'poste' queria o sur;  em outras palavras = 1 sur valeria um real. É o pt, a esquerda,  tentando pensar  governar.]

Financiamento
No entanto, o governo do Brasil quer ajudar com financiamentos, pois lá é ano eleitoral. O problema é achar garantias.
O chileno Gustavo Boric, depois que um plebiscito recusou sua constituição neoesquerdista, perdeu o rumo e já não sabe o que fazer. [uma coisa é certa: o apedeuta que preside o Brasil também está sem rumo - ele e seu séquito. 
Sob o Desgoverno Lula o Brasil não aguenta nem até o  final deste ano.
Lula vai pedir para sair ou sairá sob impeachment.] 
Na Bolívia, a vitória de Luis Arce parecia dar força a Evo Morales, mas o país ficou capenga com a hostilidade ao investimento privado e o câmbio fixo. Sem reservas, está com dificuldades de importar.

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro perde maioria no Congresso e ganha protestos nas ruas. No Peru, acabou na prisão o presidente esquerdista Pedro Castillo e a vice, Dina Boluarte, anda perdida — os protestos nas ruas já deixaram 39 mortos. No México, Manuel López Obrador tentou restringir a oposição numa lei eleitoral e, agora, enfrenta as ruas.

Quando não produz apenas fracassos, a esquerda latino-americana tem sucesso ao implantar ditaduras, como é de sua ideologia. Cuba é a mais antiga delas — além de antiga, antiquada.  
Nicarágua e Venezuela seguem-lhe os passos. É de sua natureza: censura, prisões, autoritarismo. Uma vitrina para os brasileiros mirarem, com espelhos ao fundo. Votamos assim, teremos um destino assim.

Deixamos de amar a Constituição, que nos garante como Estado Democrático de Direito. O descumprimento de leis é corrente, a existência de Três Poderes é lesada pela hegemonia do Supremo Tribunal Federal (STF) — o único poder sem a chancela do voto popular.

O Paraguai atrai investimentos brasileiros com um sistema tributário sensato e segurança jurídica. No Brasil, há fuga de capitais e de gente, por insegurança pessoal, patrimonial e jurídica
Se tivéssemos o comprovante do voto eletrônico, como no Paraguai, poderíamos garantir mais a vontade dos eleitores.
 
Por enquanto, vivemos mais um degrau para o totalitarismo: o projeto para censurar as redes sociais, sem respeitar Constituição, que em 1988 baniu "toda e qualquer censura". 
 A História nos conta que ganhamos a Guerra do Paraguai. Mas foi em 1870. Agora eles estão ganhando.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


terça-feira, 2 de maio de 2023

Liberdade de expressão - Lula quer controlar as redes sociais - Sergio Moro

VOZES - Gazeta do Povo 


O presidente Lula e o PT estão entre os apoiadores do PL 2.630.| Foto: EFE/Andre Borges

Escrevo sob a sombra do PL 2.630, com o qual o governo Lula pretende obter o controle sobre o que se posta nas redes sociais.
No fim, superadas as discussões técnicas e os detalhes, é disso que trata o projeto.

A boa notícia que o início de semana nos traz é que o risco de aprovação do projeto aparenta ser declinante. 
Placares informais dos votos dos parlamentares apontam para a rejeição do projeto. O mais provável é que não seja colocado em votação diante das chances de rejeição.
 
Favoráveis ao projeto estão apenas o PT, partidos satélites e outros partidos que se aproximam sempre de qualquer governo.  
Como o PT não vê qualquer problema em ditaduras como Cuba, Venezuela e Nicarágua, é natural que não tenha óbices ao PL 2.630.
 
Faço aqui uma confissão. Gostaria muito de só ler coisas boas nas redes sociais. Seria um sonho não ver nelas postagens agressivas ou grosseiras e poder confiar em tudo o que nelas se posta. Se elas fossem uma fonte dinâmica de informação verdadeira e confiável, seria o melhor dos mundos. Aliás, desde 2014, sou uma das principais vítimas de fake news espalhadas pelo PT e por seus aliados
A lista é gigantesca, passando do negacionismo da corrupção na Petrobras às acusações falsas de ligações com a CIA ou o governo norte-americano. Apesar disso, mesmo quando ocupava a posição de ministro da Justiça, jamais defendi conceder ao governo que integrava um poder de censura sobre as redes.

    Desde 2014, sou uma das principais vítimas de fake news espalhadas pelo PT e por seus aliados. A lista é gigantesca

Não discordo de que as redes sociais precisam de alguma regulação. Há uma disputa comercial entre elas e a imprensa. 
O jornalismo profissional se ressente de produzir material e nada receber financeiramente por sua veiculação nas redes sociais ou na internet.  
Há bons argumentos para ambos os lados e defendo que a questão seja debatida em projeto de lei próprio e específico para que ela não seja contaminada pelo debate sobre a censura nas redes sociais.
 
Discordo da utilização das redes sociais para disseminar pornografia infanto-juvenil, veicular ameaças ilegais e golpes financeiros ou incitar a prática de violência
Com falhas, as redes sociais já atuam para excluir conteúdos da espécie e reputo razoável que a lei preveja mecanismos para garantir que sejam excluídos. 
Em relação a este tipo de postagem, é mais improvável termos divergências quanto à sua caracterização como impróprio ou mesmo para reconhecê-lo.

Já ofensas, calúnias e difamações são um problema nas redes, mas essas condutas são criminosas e a legislação penal já as trata como crimes, sendo de se questionar a necessidade de regras especiais aplicáveis às redes sociais.
Veja Também:

    Todo corrupto é um ladrão

    Dobrando a aposta

    Contra o domínio do crime e da mentira 

Os filhos de Putin

Também sou favorável à ampla transparência das redes sociais. Conteúdo promovido ou patrocinado deve ser identificado. 
Contas automatizadas, inautênticas ou mecanismos artificiais de disseminação deveriam ser suprimidos ou completamente identificados.
 As regras de automoderação e autocontrole já utilizadas pelas plataformas deveriam ser publicizadas e deve haver mecanismos que promovessem a transparência de sua aplicação. 
Às plataformas ainda deveriam ser impostas regras que garantissem o espaço para o livre debate público, com respeito à pluralidade de opiniões e com a proibição de concessão de vantagens a conteúdos por motivos político-partidários ou por preferências ideológicas. Nesses aspectos, o PL 2.630 é bem falho. [o objetivo do PL é apenas um: impedir que as mentiras do Lula sejam apontadas, assim como roubos, má conduta dos seus ministros e outras trapaças que bem caracterizam o PresiMENTE.
Querem silêncio total sobre tudo de ruim que cerca e integra o atual presidente. 
Basta terem conta, que  um ministro do presidente apedeuta  agrediu até a GRAMÁTICA quando quis impedir que dito elemento fosse chamado de ex-presidiário, quando é pacífico que quem foi alguma coisa sempre será EX, exceto se voltar a ser o que foi.]

Mas o grande problema é a pretensão do PL 2.630 de retirar das redes sociais as assim denominadas fake news, ainda que a pretexto de proteger a democracia e o debate público. 
Em última análise, alguém terá de ser encarregado de definir se uma informação divulgada na rede é ou não verdadeira.  
O PL 2.630 pretendia resolver isso criando uma misteriosa “entidade autônoma de supervisão” vinculada ao governo, com a atribuição de vigiar as redes sociais e as grandes plataformas. 
Diante de uma reação negativa da sociedade, o relator do projeto, na última versão, suprimiu o artigo que criava tal entidade. 
Ao incauto, o problema pode parecer superado, mas na prática o projeto tem um sujeito oculto e indefinido ao qual caberá a tarefa de censurar as redes sociais. Quem será ele?  
Nem o relator sabe dizer, o que já diz muito sobre o açodamento e a falta de técnica da proposta.  [o relator não entende nada do assunto, o que ele entende e bem, é comer tapioca - quando paga com cartão corporativo = dinheiro público.]


    Nenhum governo é confiável para dizer o que é verdade e o que é mentira. Para isso não cabe solução fácil, não existe uma solução milagrosa ou um Deus ex machina. Essa tarefa cabe a cada um, a nós mesmos

Temos um presidente da República campeão em produzir fake news. Destaco apenas algumas pérolas mais recentes. Segundo ele: - a Ucrânia é tão culpada pela guerra como a Rússia
- os Estados Unidos e a União Europeia incentivam a guerra ao ajudar a Ucrânia a se defender;  
- Cuba, Venezuela e Nicarágua não são ditaduras e a primeira é um paraíso social; 
- os Estados Unidos fomentaram a Lava Jato no Brasil pois as empresas brasileiras estavam ficando competitivas internacionalmente
- o autor deste artigo teria ligações com a CIA ou com o FBI e teria “armado” um plano do PCC para figurar como vítima de um sequestro. 
 
Pois bem, este mesmo presidente quer criar um órgão vinculado ao seu governo ao qual caberá o poder de dizer o que é verdade e o que é mentira. Dá para confiar? Eu diria que não, que esse governo com um histórico vinculado a tentativas autoritárias de controlar a imprensa – recordemos da tentativa frustrada de criação do Conselho Federal de Jornalismo – não é confiável.
 
A questão, porém, é ainda mais profunda: nenhum governo é confiável para dizer o que é verdade e o que é mentira
Para isso não cabe solução fácil, não existe uma solução milagrosa ou um Deus ex machina. Essa tarefa cabe a cada um, a nós mesmos. 
A melhor solução encontrada pela humanidade, em jogo de tentativa e erro, foi o livre intercâmbio de ideias, sem censura estatal, por meio do qual as informações e opiniões puderam ser testadas no grande palco da humanidade e aquelas ruins ou falsas, como a teoria de que o Sol girava em torno da Terra ou de que o comunismo traria liberdade e igualdade para todos, foram jogadas fora. 
 Agora, está na hora de jogar fora o PL 2.630 e sepultar em definitivo a ideia falsa e autoritária de que o governo deve ter algum papel em dizer o que é verdade ou mentira nas redes sociais, na imprensa ou em qualquer meio de comunicação.
 
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
 
Sérgio Moro, senador da República - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

quinta-feira, 27 de abril de 2023

PL da Censura é manual para montagem de ditaduras - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Todas as vezes que se faz alguma lei sobre a liberdade, sem exceção, a liberdade acaba ficando menor do que era, ou some de vez

O Brasil acaba de dar um dos passos fundamentais que o manual para a montagem de ditaduras apresenta já na sua primeira página – encaminhou, em mais dessas trapaças que colocam as mesas do Congresso entre as coisas mais desmoralizadas da sociedade brasileira, um projeto de censura.  
Não perca seu tempo achando que não é bem isso, porque é exatamente isso. 
Dizem, é claro, que se trata de uma lei para “combater a desinformação”, acabar com “notícias falsas”, “banir as mentiras da internet” ou do “noticiário”, e outros disparates. 
É pura tapeação – aí sim, notícia falsa em estado integral. 
O projeto, no mundo dos fatos concretos, cria e entrega para o governo um mecanismo de censura no Brasil; através dele, o “Estado” passa a dar ordens a respeito do que o cidadão pode ou não pode dizer na internet, ganha o direito de punir quem se manifesta nas redes sociais e transforma num conjunto de palavras inúteis, para todo e qualquer efeito prático, o artigo da Constituição Federal que estabelece a liberdade de expressão neste país.
 
A lei que se propõe para aprovação não quer “por ordem nessa baderna da internet”, proibir que as pessoas “mintam” ou reprimir a imprensa ela se destina a calar o cidadão que quer manifestar o que pensa através das redes sociais. 
Não pune, como em toda sociedade civilizada, os atos que uma pessoa pratica como em toda ditadura, reprime o que ela pensa. 
Não tem o propósito de tornar a sociedade brasileira mais limpa, ou mais justa, ou mais organizada, nem de combater os crimes que podem ser cometidos através da palavra livre.  
O seu único propósito é entregar ao governo uma ferramenta de repressão, para censurar a circulação de pontos de vista ou informações que ele, governo, não quer que circulem. Não tem nada a ver com a ideia de ordem.
Essa ordem já é plenamente garantida pelo Código Penal e outras leis em vigor, que punem todos os delitos que podem ser praticados com o uso da liberdade de expressão – calúnia, difamação, injúria, golpe de Estado, incitação ao crime, racismo, ameaça.  
Está tudo lá; não há nada de fora. O cidadão brasileiro é responsável, sim, por tudo o que diz em público, e não só do ponto de vista penal. Está sujeito, o tempo todo, a pagar indenizações e a ressarcir prejuízos, se a justiça assim decidir. 
É falso, simplesmente, afirmar que “a liberdade de expressão não pode ser exercida sem limites” ou “ferir o direito de outros” – ela tem limites claramente marcados na lei, e pune quem violar quaisquer direitos do demais cidadãos.
 
A lei dá a si própria o título de “Lei da Liberdade (...) na Internet”, o que já diz tudo. Todas as vezes que se faz alguma lei sobre a liberdade, sem exceção, a liberdade acaba ficando menor do que era, ou some de vez; todas as ditaduras, de Cuba à China, estão repletas de lei sobre a “liberdade”
No caso brasileiro, não há no projeto uma única palavra que sustente objetivamente a liberdade de expressão; é o exato contrário, o tempo todo. O fato essencial é que a nova lei cria um “Conselho”, a ser formado por 21 membros da “sociedade civil”, com o poder explícito de fazer censura – uma aberração que nunca houve no Brasil, nem no tempo do AI-5. Alguém acha que esse Conselho, a ser montado pelo governo Lula, vai buscar a verdade, ser imparcial e garantir “a liberdade na internet”?
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

terça-feira, 7 de março de 2023

A política externa do governo Lula é digna de um grêmio estudantil: só apoia ditaduras - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - Vozes

Lula é aliado antigo do ditador nicaraguense Daniel Ortega| Foto: EFE / Fernando Bizerra Jr.

O governo Lula está fornecendo ao país pelo menos um tipo muito claro de segurança: erra em tudo o que faz.  
Essa é uma certeza que se pode ter, no meio do mar de instabilidade, de dúvidas e de decisões irresponsáveis que marcam esse começo de caminhada. 
O governo decidiu alguma coisa? Então ninguém precisa ter trabalho pensando a respeito: a decisão, com certeza, foi errada.

Não vai perder o cartaz que lhe deram lá fora, porque não têm ninguém para pôr no seu lugar. Com a sua “política externa” quem sofre é apenas o Brasil.
Foto de perfil de J.R. Guzzo
J.R. GuzzoA política externa”, ou a conduta de grêmio estudantil que passa por diplomacia no Brasil atual, é uma demonstração a mais dessa incapacidade estrutural de acertar que faz o Lula-3 estar sendo o que é. Seu último acesso de inépcia é exemplar.

    É a terceira vez seguida, em apenas dois meses, que a política externa do Brasil se põe em posição frontalmente contrária a das democracias modernas.

O Brasil recusou-se a assinar um documento, promovido pelas mais sagradas democracias do mundo, no qual se denuncia e reprova a ditadura cada vez mais grosseira da Nicarágua. Era uma escolha fácil – até os governos de esquerda do Chile e da Colômbia, para ficar só na América Latina, assinaram o documento de condenação, por acharem que a Nicarágua passou dos limites em matéria de abjeção. Era também uma oportunidade para o Brasil se alinhar com as democracias de Primeiro Mundo que vivem encantadas com Lula e com o que imaginam ser as suas virtudes de “democrata”. O Itamaraty fez a escolha errada: ficou, na prática, do lado da ditadura.

É a terceira vez seguida, em apenas dois meses, que a política externa do Brasil se põe em posição frontalmente contrária a das democracias modernas, civilizadas e anticarbono do mundo; começa a virar uma opção permanente pelo conflito com a gente “de bem” da comunidade internacional.    Lula sempre foi uma figura de sonho para o político intelectual europeu – o nativo que foi catequisado, e transformado num boneco que só emite sons politicamente corretos.

O Brasil já tinha se recusado a atender um pedido do governo da Alemanha, um dos maiores puxa-sacos internacionais de Lula e do PT, para enviar tanques brasileiros fabricados com tecnologia alemã ao teatro de guerra na Ucrânia. Também permitiu, de forma ostensiva e militante, a entrada de navios de guerra do Irã no porto do Rio de Janeiro. Negou-se, aí, a atender um pedido expresso dos Estados Unidos.

Também violou um preceito básico das democracias mundiais, que consideram o regime iraniano um incentivador ativo do terrorismo internacional e não permitem que mande navios para os seus portos. Para que isso? Para mostrar o que os diplomatas de Lula chamam de “independência”.

Seu recado para o mundo é aquela coisa terceiro mundista de 70 anos atrás, burra, obtusa, com prazo de validade vencido e, mais do que tudo, diretamente contrária aos interesses do Brasil: “Gostamos do Irã, da Palestina, das ditaduras bananeiras, do terrorismo, do subdesenvolvimento. Não gostamos dos países que deram certo”.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


domingo, 26 de fevereiro de 2023

Isso é democracia? - O Estado de S.Paulo

Só as ditaduras mais abjetas do mundo fazem coisas parecidas às que o Brasil faz hoje 

A prisão de mais de 900 cidadãos numa penitenciária de Brasília, sob acusação de terem participado da invasão e depredação dos edifícios dos três Poderes, é uma vergonha nacional. 
 Nunca houve na história da República prisões políticas em massa como as do dia 8 de janeiro, nem o massacre da legalidade que está sendo cometido contra os acusados pela máquina oficial de repressão; só as ditaduras mais abjetas do mundo fazem coisas parecidas às que o Brasil faz hoje. 
 
As pessoas estão na cadeia, em condições que os grupos de defesa dos “direitos humanos” achariam intoleráveis para criminosos comuns, há quase dois meses. Até agora o aparelho judiciário do Estado, com polícia, Ministério Público, juízes, STF, etc., etc., não foi capaz de dizer, entre os 900, quem cometeu qual crime – ou mesmo quem não cometeu crime nenhum.  
Como não sabe, mantém todos presos. Por quanto mais tempo? 
Como nos campos de concentração, não há prazos, nem informação, nem nada.

É um insulto espetacular à lei. O passo mais elementar da ação penal, sem o qual não se pode ter processo nenhum, é acusar um indivíduo determinado, com identidade estabelecida além de qualquer dúvida, por ter cometido este ou aquele crime previsto no Código Penal.  

É a tão falada “individualização” da “conduta criminosa”.
 Sem isso não se vai a lugar nenhum; a obrigação mínima da autoridade pública, ao prender alguém, é dizer o que ele fez, ou do que é acusado. Não existe no Brasil o crime coletivo, algo a ser praticado por uma massa de gente. 
A acusação tem, obrigatoriamente, de se dirigir a um indivíduo específico, e por um ato específico. E se o crime foi praticado por 20 pessoas? Cada uma das 20 tem de ser denunciada, individualmente. 
Também não é crime estar perto do crime, ou de criminosos – da mesma forma como não é crime estar dentro de um estádio de futebol quando bandos de marginais brigam entre si nas torcidas organizadas. 
Nada disso está valendo para os presos de Brasília. Eles são de direita – por isso não têm direitos.
 
É chocante o ex-governador Sérgio Cabral, condenado a 400 anos por corrupção, estar solto enquanto centenas de brasileiros estão presos sem o devido processo legal
O mesmo espanto ocorre quando assassinos, assaltantes ou estupradores presos em flagrante saem da cadeia assim que chega o advogado ou quando o MST, em mais um ato de terrorismo no campo nas proximidades de Brasília, agride selvagemente um cidadão, e os criminosos são soltos cinco minutos depois de assinar um pedaço de papel numa delegacia. 
É simplesmente incompreensível, para o brasileiro comum. Isso é justiça? Isso é democracia? 
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo