O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono
da UTC Engenharia, deve prestar depoimento até o fim desta semana à Justiça Eleitoral
na ação de investigação judicial eleitoral que apura
irregularidades na arrecadação da campanha de Dilma
Rousseff no ano passado e que pode levar a argumentos que abram caminho
para a cassação da petista. Pessoa fechou um acordo de delação premiada e afirmou
aos investigadores da Operação Lava Jato que usou dinheiro do petrolão para
bancar despesas de 18 políticos, incluindo a campanha à reeleição da presidente
Dilma. Segundo o delator, o caixa para a campanha eleitoral da presidente foi
abastecida por ele com 7,5 milhões de reais por haver temor de retaliação em contratos com a Petrobras.
O
depoimento de Ricardo Pessoa chegou a ser agendado para julho, mas ele não prestou
esclarecimentos na época. Em despacho encaminhado ao corregedor-geral da
Justiça Eleitoral, João Otávio de Noronha, o ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não precisava
autorizar a convocação do empreiteiro e que ele, como testemunha, tem o direito de permanecer em silêncio para não se
autoincriminar. "A
homologação de colaboração premiada não inibe a convocação de testemunha por
outro órgão judiciário de investigação, nem a condiciona a prévia autorização
do juízo que homologa, sem prejuízo, evidentemente, do exercício do direito de
não se autoincriminar, se for o caso", declarou.
Fonte: Laryssa Borges – VEJA de
Brasília