Presidente telefona para uma jovem de 16 anos, líder de uma escola invadida no Paraná, para fazer baixo proselitismo
A situação
política de Luiz Inácio Lula da Silva, que fez 71 anos nesta
quinta-feira, é tão miserável que ele resolveu agora molestar
politicamente os adolescentes. Está pedindo socorro a garotas e garotos
de 16 anos que integram grupos que invadiram escolas públicas, movimento
obviamente liderado pelo PT e seus satélites de extrema esquerda.
Setores da
imprensa decidiram transformar em heroína a estudante Ana Júlia Pires
Ribeiro, que integra o grupelho de invasores de uma escola pública no
Paraná. Num discurso na Assembleia, essa garota acusou os deputados de
estarem “com as mãos sujas de sangue”. Foi interrompida, e com razão,
pelo presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), que afirmou que não
toleraria ofensa aos deputados.
É chato ter
de afirmar que uma jovem de 16 anos disse uma mentira e uma bobagem. Mas
foi o que ela fez. Já chego lá. Rápida no gatilho, a moça replicou com
outra besteira: “Eu peço desculpas, mas o Estatuto da Criança e do
Adolescente nos diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes e
estudantes é da sociedade, da família e do Estado”. Foi
ovacionada, como se tivesse dito coisa com coisa e está sendo tratada
como uma espécie de Schopenhauer da fase pós-aleitamento materno.
Vamos ver.
Ao falar em mãos sujas se sangue, ela se referia à morte de Lucas
Eduardo Araújo Mota, morto a facadas na escola Santa Felicidade por um
outro estudante. Os dois eram invasores [e consumiram drogas, disponível com abundância na escola invadida.]. Aqueles que passam a se
considerar os donos do patrimônio público não permitem a entrada da
polícia ou de pais nas áreas invadidas porque consideram que a sua
assembleia é soberana — como, aliás, esta nova Kant das invasões deixa
claro em entrevista à Folha.
De fato, o
ECA atribui a esses entes a tarefa de proteger a criança e o
adolescente, mas supor que o responsável pela morte de Lucas é a
sociedade, a família ou o Estado é uma pérola da militância mais
estúpida. Dentro da Santa Felicidade, quando o rapaz foi assassinado,
não havia representação da sociedade, não havia família, não havia
Estado. Só havia invasores. [em sua maioria consumidores de drogas e não pode ser olvidado a existência de grande quantidade de drogas nas dependências da Santa Felicidade durante a invasão.]
A resposta
dessa garota é coisa de militante política. Se ela é ou não, pouco
importa. Não me interessa saber se ela está convicta do que diz ou só
repete os chavões dos militantes de esquerda que comandam o ato. Na
entrevista à Folha, diz coisas espantosas como: “A legalidade do movimento é bem clara
para mim. A escola é nossa. E, se a gente está lutando por algo que é
nosso, a gente pode ocupar”.
Alguém
poderia dizer: “Pô, Reinaldo, vai agora contestar uma menina de 16
anos?”. Em primeiro lugar, sim! Ela tem o direito de aprender. Ela tem o
direito de saber que está falando uma besteira. Em segundo lugar, não
sou eu quem está fazendo de Ana Júlia uma pensadora… Considero, na
verdade, suas respostas fracas mesmo para uma adolescente da sua idade.
Quem, a esta altura, não sabe que o bem público é aquilo que a todos
pertence — e não ao grupelho que dele decide se apoderar — não vai
aprender tão cedo. Tende a falar bobagem por muitos anos.
Embora a mocinha negue a doutrinação, esta se evidencia de forma solar nesta resposta:
“Eu não acho que a ocupação afronta a
Constituição, até porque ela também tem o apoio da Constituição. Sim,
eles têm direito à educação, mas a ocupação foi decidida no coletivo. A
gente vive num estado democrático”.
Como a gente
nota, se ela acha que não afronta, então “não”. Ela reconhece o direito
à educação dos demais estudantes, que ela chama de “eles”, mas ora
vejam, alega que a ocupação foi decidida pelo “coletivo”. O tal
coletivo, que é o grupelho que ela integra, impõe, então, na marra, a
sua vontade aos outros. É o que ela entende por “estado democrático”. Se
o governo do Paraná, que foi eleito, resolver entrar na escola e tirar
de lá a minoria de invasores, que impede a maioria de estudar, é certo
que Ana Júlia vai achar que isso é coisa de ditadura.
De volta a Lula
Mas e Lula? Pois é… A Folha informa que,
depois da performance da moça, respondendo heroicamente a um deputado
com uma questão falsa como nota de R$ 3, recebeu um telefonema de Lula.
Sim, ele se disse emocionado com o discurso da menina. É evidente que o
ex-presidente sabia que isso seria noticiado na imprensa. Está mais do
que claro que o Apedeuta pretende, com esse gesto, ver se consegue fazer
com que o movimento, que está em declínio do Paraná, retome a sua
força.
Lula está na
lona. Isso nada tem a ver com seus 71 anos. A sua fantasia política é
que foi nocauteada. Como um Nosferatu desesperado, ele está em busca de
sangue novo. Está pedindo socorro a jovens militantes para ver se
consegue sobreviver. Os brasileiros, como as eleições deixaram claro, não querem mais saber dele e de seu partido. O
telefonema, dada a motivação tornada pública, é só a contribuição que um
velho político, no seu ocaso, dá à irresponsabilidade.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo