“A libertação do ex-presidente e seu ex-ministro desanuvia as
tensões com o MDB, mas vai acirrar os ânimos no Congresso em relação à
CPI do Judiciário, batizada de Lava-Toga”
O desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2)
Antonio Ivan Athié revogou a prisão preventiva do ex-presidente Michel
Temer (MDB), do ex-ministro Moreira Franco e dos outros seis
investigados que estavam presos desde a quinta-feira (21) por decisão do
juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava-Jato no Rio
de Janeiro. Com base em jurisprudencial dos tribunais superiores,
alegou que houve violação de garantias constitucionais na decisão de
primeira instância. O desembargador marcara para amanhã o julgamento dos
pedidos de liberdade, mas antecipou sua decisão.
Athié é presidente da primeira turma especializada em direito penal,
previdenciário e da propriedade industrial, à qual o Ministério Público
deverá recorrer. A primeira turma é formada também pelos desembargadores
federais Paulo Espírito Santo e Abel Gomes. O caso de Temer caiu nas
mãos de um gato escaldado: Athié ficou afastado do cargo durante sete
anos por ter sido alvo de uma ação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
em 2004, sob acusação de estelionato e formação de quadrilha. O
inquérito contra ele foi arquivado em 2008 pelo próprio STJ, a pedido do
Ministério Público Federal, que alegou não ter encontrado provas de que
Athié teria proferido sentenças em conluio com advogados.
Na sua decisão, Athié elogiou Bretas (“notável juiz, seguro,
competente, corretíssimo”), mas discordou do juiz federal em relação aos
argumentos utilizados para decretar a prisão preventiva de Temer e dos
outros suspeitos, por considerar que não respeitaram o devido processo
legal. Bretas recorreu à Convenção da ONU Contra a Corrupção para
justificar as restrições de liberdade, o que não foi aceito por Athié:
“Não se vá dizer que outro órgão, outra pessoa, ou quem quer que seja,
afora o Judiciário em processo regular, possa validamente declarar
alguém culpado de algum delito, para fins penais”.
Tensões
A libertação de Temer e Moreira Franco desanuvia as tensões com o MDB,
mas vai acirrar os ânimos no Congresso em relação à CPI do Judiciário,
batizada de Lava-Toga, que une setores de esquerda e a base mais radical
do presidente Bolsonaro. Autor do requerimento, o senador Alessandro
Vieira (PPS-SE) minimiza os riscos de uma crise institucional: “O Brasil
não vai virar um caos e não vai parar com a Lava-Toga. O Brasil prendeu
o presidente da República mais popular da história, denunciou duas
vezes um presidente no exercício do mandato, colocou na cadeia
ex-governadores, prefeitos, deputados, e não entrou em crise coisa
alguma. A democracia brasileira está sólida o suficiente para passar por
mais essa etapa”. A cúpula do Senado, porém, não concorda com isso:
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Casa, já disse que a CPI
dificilmente será instalada, porque os principais partidos não apoiam. [comentando: o presidente do Senado está amarelando, não quer se indispor com o Poder Judiciário;
mas, nada impede que seja instalada uma CPI para investigar o Poder Judiciário - que não deveria ser contra qualquer investigação, afinal vale o dito popular: ' quem não deve, não teme'.]
Na Câmara, um grupo de parlamentares está em campanha aberta contra o
Supremo Tribunal Federal (STF), por razões claramente ideológicas. Na
semana passada, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) protocolou um pedido de
impeachment dos quatro ministros do STF que já votaram a favor da
equiparação da homofobia ao racismo nas duas ações que discutem o tema
no tribunal: Celso de Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís
Roberto Barroso. Do grupo fazem parte, entre outros, Alexandre Frota
(PSL), Kim Kataguiri (DEM) e Luiz Philippe Orleans e Bragança (PSL),
descendente da família real brasileira.
É nesse ambiente que a turma do deixa disso tenta apagar o incêndio
nas relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que andaram se estranhando no fim de semana.
Ontem, Bolsonaro pediu aos ministros “foco na pacificação” e escalou o
chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para negociar a votação da reforma
da Previdência com os líderes partidários. Em nenhum momento, porém,
admitiu um encontro com Maia, para restabelecer o diálogo. No
estado-maior de Bolsonaro, caiu a ficha de que a não aprovação da
reforma da Previdência pode levar o governo ao fracasso econômico.
Entretanto, a lógica do “meu pirão primeiro” ainda prevalece entre os
generais do governo, que querem aprovar a reestruturação da carreira dos
militares a qualquer preço, embaralhando as negociações sobre a reforma
no Congresso.
Nas entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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terça-feira, 26 de março de 2019
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