Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador ex-ministro Jaques Wagner. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ex-ministro Jaques Wagner. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Ventos policiais

Os palanques eleitorais para a eleição presidencial deste ano estão sendo montados aos trancos e barrancos, mais ao sabor dos ventos policiais do que dos políticos. E numa eleição casada, onde estarão em jogo nada menos que sete cargos eletivos – Presidente da República, governadores, dois senadores, deputados estadual, distrital e federal -, quem tiver as melhores alianças partidárias terá o maior tempo de propaganda na televisão, mas com o advento das redes sociais no mercado eleitoral, e o encurtamento da campanha oficial, não é possível garantir que o tempo de televisão seja mais importante.

Até que se prove o contrário, as alianças políticas regionais serão fundamentais para a captação de votos, mais até que o curto espaço que sobrará para a campanha de propaganda oficial de rádio e televisão, que terá a duração de apenas 35 dias, a partir de 31 de agosto.  A Bahia entrou ontem na lista dos estados que serão afetados pelas investigações da Operação Lava Jato, que ao mesmo tempo em que dificultou a campanha regional do PT, atingiu em cheio a opção mais palatável eleitoralmente para substituir Lula como candidato presidencial. [qualquer opção petista para substituir o condenado Lula é inviável - tendo em conta que a quase totalidade dos políticos petistas é formada por corruptos, incompetentes e boquirrotos.]

O ex-governador e ex-ministro Jaques Wagner buscava na eleição quase certa para o Senado o foro especial que o protegeria justamente dessa investigação, que já fora arquivada no âmbito da Justiça eleitoral local, normalmente mais exposta à influência do poder político incumbente. Mas era a melhor bala de prata petista para substituir Lula na campanha presidencial, apesar de não querer assumir essa missão. Mesmo que o enfraquecimento da situação petista tenha beneficiado seu maior adversário político, o prefeito de Salvador ACM Neto do DEM, o governador paulista Geraldo Alckmin, virtual candidato tucano à presidência, não compensa com essa revigorada em fundamental estado nordestino a perda que pode vir a ter com as descobertas sobre o dinheiro guardado no exterior pelo ex-presidente da Dersa paulista Paulo Preto.

O desvendamento da rota dos pagamentos clandestinos para obras viárias dos diversos governos tucanos em São Paulo necessariamente revelará o esquema que vem alimentando as vitórias do PSDB no Estado pelos últimos 20 anos. Mesmo que recursos judiciais consigam retardar o processo ao ponto de os eventuais crimes descobertos prescreverem, politicamente o estrago está feito, e Alckmin fará uma campanha presidencial mais difícil do que normalmente se desenhava. [Alckmin antes mesmo da descoberta dos pagamentos clandestinos já era o derrotado na eleição para presidente; governador estadual até que Alckmin tira de letra, mas  para presidente da República entra para perder.]

A busca por palanques regionais fez também com que o governador paulista oferecesse a legenda do PSDB ao ex-prefeito do Rio Eduardo Paes, que por sua vez luta para livrar-se o estigma do PMDB do Rio. Embora até agora nada tenha surgido contra ele nas investigações locais da Lava Jato, a relação política estreita com o ex-governador Sérgio Cabral cobrará seu preço na campanha para o governo do Estado, onde Paes, mesmo assim, aparece como uma força política de peso.  Outro tucano importante na estrutura partidária que se encontra em situação limite é o ex-governador mineiro Aécio Neves, derrubado politicamente por vídeos e áudios que registram negociação em dinheiro vivo com o empresário Joesley Batista.

Mesmo que, como pretende, consiga anular o processo contra ele depois que ficou constatado que o ex-procurador do Ministério Público Marcelo Miller participou do esquema montado para flagrar o presidente Temer e Aécio Neves, os áudios e os vídeos não se apagarão da mente de quem os viu e ouviu.  O PSDB busca reconquistar o poder político em Minas, e a pressão para que Aécio Neves seja candidato a governador está grande, o que demonstra o desespero diante da falta de opção. O senador Antonio Anastasia recusa-se a aceitar a missão de tentar novamente o governo de Minas, e as opções tucanas são raras e arriscadas politicamente, mesmo que o governador petista Fernando Pimentel também esteja às voltas com diversas investigações. Esses problemas que assolam PT e PSDB, os dois partidos que se acostumaram a dividir o poder político-partidário no país nos últimos 25 anos, mostram bem que eleição teremos dentro de pouco mais de sete meses, sem que se saiba hoje ao certo quais serão os candidatos que sobreviverão. 


Merval Pereira - O Globo


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Lula chega à reunião do PT para se defender de denúncia da Lava-Jato, apresentada pelo MPF



Petistas vão transformar reunião em SP, previsto para as 13h, em ato de desagravo a Lula; para o ex-ministro Jaques Wagner, 'fizeram um circo'

A reunião do diretório nacional do PT, em que o ex-presidente Lula fará um pronunciamento na tarde desta quinta-feira em São Paulo se transformará num ato de desagravo ao líder petista. Lula já está no local. A militância do partido foi convocada para acompanhar o encontro. Ao chegar, o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner criticou os procuradores da força-tarefa da Lava-jato pela denúncia de quarta-feira e defendeu que Lula assuma a presidência do PT. Lula chegou na reunião, num hotel no centro de São Paulo, por volta das 11h15, por uma entrada secreta

A fala de Lula, seguida de entrevista, está prevista para começar às 13h. — Entramos na terra do “deu a louca no mundo”. Tocaram fogo em tudo. É uma coisa desrespeitosa com um ex-presidente da República. Não que qualquer autoridade esteja afastada de investigação, mas essa coisa de chefe de não sei o que é um desserviço. O país é visto lá fora de forma bastante desconfiada. Eu conheci o Lula na mesma casa que ele continua morando, no mesmo apartamento de São Bernardo. É estranho porque os alcapones da vida, o Cunha, por exemplo, vejam onde ele mora — disse Wagner.

O ex-ministro acredita que o clima no país pode piorar porque o número de pessoas indignadas com a atuação do MPF tem aumentado: — O espetáculo de ontem foi um espetáculo grotesco e draconiano. Fizeram um circo. [a militância petista, ou militontos, são cães desdentados que apenas ladram, não mordem.]

Para o ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, o Ministério Público Federal colocou a sua credibilidade em risco:  — Tudo vira uma palhaçada. É isso que está acontecendo no Brasil. Tenho muito apreço pelo Ministério Público, mas várias vezes disse a alguns deles: vocês têm que tomar cuidado para não passar de uma instituição respeitada para uma instituição temida e odiada. A imagem lá fora vai virando a de um país em que a democracia é um farrapo.

Wagner afirma que ainda é cedo para considerar Lula carta fora do baralho para eleição presidencial de 2018. — Se não tiver nenhum tipo de condenação, e eu creio que não terá, o Lula tende a ser o nosso candidato — afirmou o ex-ministro.

Cotado para assumir a presidência do PT, o ex-ministro disse que só aceitaria o posto caso Lula não aceite — Ele deve aceitar nem que fosse como uma missão. No fundo, ele é o presidente de honra, mas pelo peso político, pela experiência, pelo relacionamento dentro e fora do PT, todo mundo migra para fazer a consulta com ele. Então, acaba sendo um presidente paralelo. Era melhor ele estar no papel de presidente — argumentou Jaques Wagner.

O mandato do presidente do PT, Rui Falcão, acaba em novembro do ano que vem, mas ele próprio defende que a escolha de um novo comando seja antecipada para maio.

LULA VAI ELEVAR TOM CONTRA PROCURADORES
Apontado nesta quarta-feira pela força-tarefa da Lava-Jato como “comandante máximo” do esquema de corrupção, o ex-presidente Lula aproveitará a reunião do diretório nacional do PT, nesta quinta, para elevar o tom contra os procuradores e reforçar o discurso de que as ações contra ele na esfera judicial têm como objetivo afastá-lo da disputa presidencial de 2018. O próprio ex-presidente alterna seus discursos públicos entre o afastamento absoluto da ideia de concorrer a uma nova eleição e a tese de que tudo dependerá do quadro político na ocasião.

Também disposto a bater na tecla de que vem sofrendo perseguição política, o petista pretende colocar a denúncia apresentada contra ele no mesmo pacote de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os dois fatos fariam, na versão do Lula, parte de uma reação das elites contra as conquistas da população mais pobre promovidas pelos governos do PT. [conquistas que a própria população já perdeu; tanto que os que Lula e Dilma tiraram das classes D e E para C já voltaram às classes originais.]

Fonte: O Globo