Em
mensagem aos senadores e ao “povo brasileiro”, a afastada se comporta como se
fosse candidata à Presidência da República
Segue
abaixo a íntegra da carta que Dilma Rousseff enviou aos senadores e, como ela
disse, “ao
povo brasileiro”.
Trata-se uma das
peças mais patéticas da história política do Brasil. É claro que ainda
voltarei ao assunto.
As falácias:
– Dilma insiste na tese do golpe;
– Dilma afirma que há ruptura institucional no Brasil;
– Dilma nega que tenha cometido crime de responsabilidade.
Os delírios
– Dilma faz uma carta de candidata à Presidência;
– Dilma insiste na tese do plebiscito (inconstitucional e impossível se
constitucional fosse);
– Dilma Insiste na tese surrada do… pacto nacional!
“Mensagem da presidente da República Dilma Rousseff ao Senado Federal e
ao povo brasileiro:
Dirijo-me à população brasileira e às Senhoras Senadoras e aos Senhores
Senadores para manifestar mais uma vez meu compromisso com a democracia e com
as medidas necessárias à superação do impasse político que tantos prejuízos já
causou ao País. Meu retorno à Presidência, por decisão do Senado Federal,
significará a afirmação do Estado Democrático de Direito e poderá contribuir
decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política.
Minha responsabilidade é grande. Na jornada para me defender do
impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir seu
reconhecimento, de receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu
governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram
adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos
construir um novo caminho. Precisamos fortalecer a democracia em nosso País e,
para isto, será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em
curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis, que não houve crime de
responsabilidade. Que eu sou inocente.
No presidencialismo previsto em nossa Constituição, não basta a
desconfiança política para afastar um Presidente. Há que se configurar crime de
responsabilidade. E está claro que não houve tal crime. Não é legítimo, como
querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo
“conjunto da obra”. Quem afasta o Presidente pelo “conjunto da obra” é o povo
e, só o povo, nas eleições. Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment
sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado.
O colégio eleitoral
de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação
constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco
golpe seguido de eleição indireta. Ao invés disso, entendo que a solução para
as crises política e econômica que enfrentamos passa pelo voto popular em
eleições diretas. A democracia é o único caminho para a construção de um Pacto
pela Unidade Nacional, o Desenvolvimento e a Justiça Social. É o único caminho
para sairmos da crise.