A ditadura cercou e até fechou o Congresso por um tempo. Mas não o invadiu! Mais respeito!
Digamos que o
comando da Polícia do Senado estivesse mesmo cometendo crime — não acho
que tenha no caso em questão —, quem, afinal de contas, deveria atuar,
uma vez que, então, o chefe da dita-cuja não iria prender a si mesmo em
caso de ordem judicial? A resposta é simples: a Polícia Federal, a mesma
que baixou lá nesta sexta.
Então onde está o problema?
Para quem ainda não entendeu:
a: nos motivos alegados, que são, entendo, falaciosos, já disse por quê;
b: no fato de a determinação ter partido de um juiz de primeira instância.
Ainda que as
transgressões atribuídas aos policiais do Senado não tivessem nenhuma
relação com os senadores investigados (O QUE, POR SI, JÁ DESLOCAVA A
QUESTÃO PARA O SUPREMO) e estivessem relacionados a crime comuns, ainda
assim, entendo, por coerência, o pedido deveria ter sido apresentado ao
STF. Afinal, o departamento está diretamente subordinado à Mesa Diretora
da Casa. “Ah, mas o
presidente é Renan Calheiros!!!” E daí? Enquanto ele for o presidente,
presidente será. Eu estou me lixando pra ele. O que me interessa é a
Presidência do Senado e do Congresso Nacional.
Que é que
há? Um juiz de primeira instância não manda a Polícia Federal entrar no
coração do Poder Legislativo com essa ligeireza. Sim, a PF vasculhou o
gabinete de Eduardo Cunha quando era presidente da Câmara: com
autorização de Teori Zavascki. Dizer o quê? A ditadura cercou o Congresso.
Mas a ditadura não invadiu o Congresso. Não, nós não estamos numa ditadura. Vivemos uma democracia. Então que os entes todos se comportem nos limites da lei.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo