Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador fator Lula. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fator Lula. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de junho de 2022

‘Fator Lula’ incentiva adesão de militares para questionar urnas - Bela Megale

O Globo

‘Fator Lula’ é apontado como motivo de atuação de militares com Bolsonaro para questionar urnas

Para integrantes do governo Bolsonaro, a crescente investida dos militares sobre as eleições tem relação com a volta de Lula à disputa pela Presidência. A avaliação de membros do Palácio do Planalto é de que a escalada dos militares sobre as urnas, em sintonia com Bolsonaro, tem, entre seus motivos, a rejeição que parte da caserna ainda nutre contra o PT.

A leitura feita por esses ministros é de que a entrada de Lula no pleito aproximou ainda mais os militares de Bolsonaro. Eles apontam que os questionamentos das Forças Armadas sobre o processo eleitoral só começaram no fim de 2021, quando a candidatura de Lula já estava consolidada e pesquisas mostravam o petista quase 30 pontos percentuais à frente de Bolsonaro nas intenções de voto do segundo turno.

Como informou o jornal “Folha de S. Paulo”, desde o ano passado, os militares fizeram quase 90 questionamentos sobre o sistema eleitoral, além de propostas no âmbito da comissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar as regras das eleições. 

Para membros do governo, o único caminho para o presidente arrefecer a guerra que trava contra a corte eleitoral é que as medidas colocadas pelo Ministério da Defesa sejam acatadas para as eleições deste ano. Já o TSE não vê possibilidade de mudar as regras do processo a quatro meses do pleito. [O TSE se considera DONO das eleições - esquece que é apenas uma repartição pública que tem atribuições de promover as eleições conforme as NORMAS EMANADAS DO PODER LEGISLATIVO.]  A corte já acolheu total ou parcialmente dez das 15 propostas feitas pelos representantes das Forças Armadas no âmbito de sua Comissão de Transparência. Outras quatro recomendações são analisadas para 2024. 

Até o momento, Lula tem descartado fazer uma aproximação efetiva com militares. [O descondenado petista não merece nenhuma atenção das Forças Armadas, tem que ser ignorado, desprezado.] Parte de seus aliados, no entanto, tem conversado com integrantes das Forças Armadas com os quais já tinha relação.

Bela Megale, colunista - O Globo


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O fator Lula - Ele vai ser preso? Vai. Ele tem que ser preso. Crimes não faltam

O fator Lula 

Todo mundo pergunta: será que ele vai ser preso? Isso, claro,terminaria de enterrar o PT e todos seus aparelhos

Esqueçam o impeachment, ao menos por ora. Há uma questão anterior: quais as chances de a presidente Dilma governar com um mínimo de eficácia? Se ela não conseguir, não apenas volta a ameaça de impeachment, como surgirão articulações para algo como uma renúncia mais ou menos forçada — que ocorre quando o presidente fica inteiramente isolado, sem a menor capacidade de governar.

Pois essa situação pode estar mais perto do que muitos pensam, por dois motivos. O primeiro: o governo é ruim e está muito difícil recuperar eficácia. O segundo é Lula. Se a Lava-Jato apanhar o ex-presidente, derrete toda a estrutura construída em torno dele, incluindo Dilma e sua presidência.

É uma especulação, claro, mas... enfim, eis a coisa.  No dia a dia, todo governo funciona no automático. A burocracia mantém os programas existentes, até consegue tocar algumas obras. Mas não é disso que se trata. Não estamos em um período normal. A presidente e seu pessoal precisam apagar o incêndio e, ao mesmo tempo, desenhar e refazer o edifício. Para a crise imediata, Dilma precisa arranjar dinheiro para fechar as contas deste ano. É como se estivesse no meio da tarde ainda sem o dinheiro da janta. 

Para isso, a presidente conta, publicamente, com a CPMF, que precisa ser votada até maio. Fora do Congresso, ela conta também com a venda de prédios e outros ativos, coisa que depende da eficácia do governo e, claro, da disposição do mercado. Na Câmara e no Senado, não existe a maioria de três quintos exigida para a aprovação da CPMF. E não existirá enquanto o governo não der provas de que está vivo, atuante e com perspectivas. O que depende, e muito, do dinheiro da CPMF...

A venda de ativos e leilões de rodovias, aeroportos e outros serviços é uma privatização meio avacalhada, feita em um momento ruim. Aliás, como a privatização patrocinada pela Petrobras. Está torrando patrimônio para tapar o caixa e tudo com base em decisões exclusivas da diretoria. Mas, enfim, quando falta dinheiro, parece que vale tudo.
Precisa de competência, porém.

Está em falta. Na mensagem ao Congresso em 2015, Dilma prometeu leilões de rodovias e a terceira fase do Minha Casa Minha Vida. Está prometendo de novo, igualzinho.
Resumo: não vai conseguir debelar o incêndio, as contas públicas continuarão no buraco.
Acabou?

Ainda não. O país pode estar na pior, o governo meio parado, mas se há um presidente respeitado e que aponte um caminho crível, as expectativas melhoram imediatamente. A Argentina de hoje, por exemplo.

No nosso caso, a presidente Dilma precisa apontar um caminho que leve a três destinos: uma reforma estrutural das contas públicas; o controle da inflação; a retomada do crescimento e do emprego. É muita coisa ao mesmo tempo. E Dilma só tem proposta para o primeiro destino: a reforma da Previdência. Mesmo assim, trata-se de uma proposta ainda secreta, não especificada. A presidente e seu ministro da Fazenda apontaram alguns temas gerais, que contam com forte, e explícita, oposição dentro do governo, do PT e da base aliada.

Para a inflação, o Banco Central perdeu a autoridade. Para a retomada do crescimento, tudo que o governo conseguiu foi juntar uns R$ 80 bilhões para novos créditos. É pouco dinheiro e, ainda assim, não há tomadores dispostos a pegar os recursos. Aliás, parte daqueles 80 bilhões está parada faz tempo nos cofres do FGTS. Resumo: continua o ambiente de recessão e inflação alta.  

Em cima disso, vem o fator Lula. Todo mundo pergunta: será que ele vai ser preso? Isso, claro, terminaria de enterrar o PT e todos seus aparelhos. Mas a prisão não é uma condição essencial. Bastaria Lula tornar-se réu na Lava-Jato, em Curitiba, em um processo consistente, com provas fortes e de fácil entendimento da população, tipo ganhar um sítio, um apartamento em troca de favores com dinheiro público.

Mesmo sem isso, à medida que as investigações e denúncias aparecem, o ex-presidente fica cada vez mais isolado. Não por acaso, parlamentares do PT e ministros de Dilma saíram em campanha por Lula nos últimos dias. Sabem que aí está uma questão de vida ou morte. Suponhamos agora que ocorra tudo isso: o governo não sai do buraco, a economia patina e Lula é apanhado. Todo mundo, na política, vai querer se afastar do PT, do ex-presidente e, pois, de Dilma. Aliás, ela também pode querer se afastar, mas para ficar de que lado, com quem?

Nesse momento, volta a ameaça do impeachment e aparece a articulação para se encontrar algum meio de substituir a presidente. Por quem? Aí já estão querendo especular demais — mas que aparece alguém, aparece. Tudo considerado, o fator Lula é o decisivo. É a peça que falta para fechar um quadro de insustentabilidade do governo Dilma. Para variar, a história está também aqui com a Lava-Jato.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - O Globo