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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Novo presidente da Petrobras foi posto ali para blindar Dilma



Frase do dia
A indicação de Bendine para a presidência da Petrobras é um desrespeito à inteligência do brasileiro. A presidente quer nos vender um homem do PT como sendo um homem do mercado
Deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder das oposições na Câmara
Pensei em escrever uma nota que diria assim: "Um prodígio, essa Dilma. A escolha dela de Aldemir Bendine, o Dida, até aqui presidente do Banco do Brasil, para presidir a Petrobras desagradou ao mesmo tempo o mercado, os funcionários da empresa e mais quem tenha juízo."

A nota está certa. Mas o relevante seria dizer, como digo agora, que Dida substituirá a Graça Foster com o mesmo objetivo que Graça tinha - o de blindar Dilma.  Arrumar a empresa, obedecendo à orientação de Dilma, tudo bem. Como um pau mandado, Dida tentará fazê-lo. Mas cuidando acima de tudo de evitar que coisas salpiquem em Dilma. Sabe como é. 

Dida é como é conhecido o novo presidente da Petrobras. Que tem por hábito guardar em casa dinheiro vivo.

Com os aliados que tem, Dilma só irá para o buraco
Enquanto o mundo desabava, ontem, sobre a cabeça do PT e, por extensão, sobre a de Lula, com mais uma fase da Operação Lava-Jato que apura corrupção na Petrobras, a presidente Dilma Rousseff, uma vez apresentada ao país por seu antecessor como melhor gestora do que ele,  deu posse ao filósofo Mangabeira Unger como ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Por viver há muitos anos nos Estados Unidos, onde ensina, Unger é considerado o brasileiro que melhor fala o português com sotaque americano. É um espanto. Vale a pena escutá-lo.  Vale a pena também lê-lo. É autor de um artigo famoso na Folha de S. Paulo onde chamou o governo Lula de o mais corrupto da história do Brasil. Nem por isso recusou um convite de Lula para ser ministro.

De volta a Dilma: desde dezembro último ninguém mais do que ela parece estar vivendo em outro planeta depois que decidiu não responder a perguntas de jornalistas. Ontem não foi diferente.  O tesoureiro do PT foi obrigado a depor sobre a roubalheira na Petrobras. Repercutiu a delação de um ex-gerente da empresa sobre propina paga ao PT. A Petrobras continuava sem direção. E Dilma...

Bem, ela disse na posse de Unger: "Acredito que fazer do Brasil uma pátria educadora é investir muito na qualidade da nossa educação. É transformar, como sempre dissemos, o nosso passaporte do pré-sal em qualidade educacional".

E nada mais disse de relevante. Recebeu os recém-eleitos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Posou para fotos com eles. Para em seguida ocupar seu tempo pensando sobre o que deveria fazer hoje.  Ela havia se comprometido a comparecer à abertura dos festejos em Belo Horizonte pelos 35 anos do PT. Ali falaria para a direção do partido e se reuniria com Lula.

Mas não seria melhor se ficasse em Brasília? Por que se misturar com o PT, seu partido, se ele está em crise e ela, não? O PT pensa o contrário. Acha que o governo de Dilma é quem está em crise, ele não. A viajar a Belo Horizonte...  A ter que viajar, o mais aconselhável seria que passasse pouco tempo entre petistas. Os mais ligados a Lula já não escondem a sua decepção com ela.  Certamente esconderiam se Lula preferisse assim, mas ele não prefere. Ou se prefere não censura quem pensa o contrário. A verdade é que Dilma enfrenta uma tempestade quase perfeita de críticas, e seus aliados são os maiores responsáveis por ela.

Fonte: Blog do Noblat