Estado Islâmico reivindica massacre em boate de Istambul
Ataque deixou 39 pessoas mortas e 65 feridas; autor continua foragido
O Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta segunda-feira o ataque contra
uma boate de Istambul na madrugada de domingo, na passagem do Ano Novo,
no qual 39 pessoas morreram e 65 ficaram feridas.
Flores são colocadas em frente a uma barreira policial na entrada da boate Reina, alvo de ataque, em Istambul - UMIT BEKTAS / REUTERS
Em um comunicado divulgado nas redes sociais, o grupo
extremista afirmou que um dos "soldados do califado" cometeu o massacre
na boate Reina, uma exclusiva casa noturna situada às margens do
Bósforo.
O autor do massacre, que segue foragido, utilizou granadas e
uma arma de fogo para atirar contra os clientes da boate, disse o
texto. Dos 39 mortos, mais de 20 eram estrangeiros. O comunicado acusa a Turquia, um país de maioria muçulmana,
de ter se aliado aos cristãos, em alusão à incursão do Exército turco há
quatro meses no Norte da Síria para combater o EI e as milícias curdas.
A emissora NTV noticiou que o atirador havia disparado entre
120 e 180 vezes durante sete minutos semeando pânico, fazendo com que
algumas pessoas se jogassem nas geladas águas do Estreito de Bósforo
para escapar do massacre. O primeiro-ministro turco, Binali Yildrim, qualificou como
"infundadas" as informações da imprensa de que o autor do massacre
estaria fantasiado de Papai Noel. Ele explicou que o atirador havia
deixado a arma no local e que havia se aproveitado do caos na boate para
fugir.
Entre as vítimas fatais estrangeiras haveria, segundo as
autoridades de cada país, pelo menos um cidadão belga-turco, uma
israelense, três jordanianos, três libaneses, vários sauditas, um líbio,
dois indianos, dois marroquinos, uma franco-tunisiana e um tunisiano.
Entre os feridos estariam pelo menos quatro franceses e outros quatro
marroquinos.
Em decorrência de uma série de atentados nos últimos meses,
cerca de 17 mil policiais estavam de prontidão em Istambul durante o ano
novo para prevenir atentados.
Chacina durante festa de fim de ano deixa 13 mortos em Campinas
Homem invade casa, mata ex-mulher, filho e parentes e se mata em SP
Crime ocorreu na Rua Pompílio Morandi, na Vila Prost de Souza, próximo ao Shopping Unimart
- Reprodução EPTV
[o famigerado 'estatuto do desarmamento' possibilita que apenas os assassinos portem armas - excluindo policiais, militares e agentes de segurança;
fosse o porte de armas livre, certamente o louco Sidnei não tentaria o massacre em massa, por saber que não seria o único armado e encontraria reação.]
O técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos,
aproveitou a queima de fogos durante a virada do ano, pulou o muro de
uma casa em Campinas (interior de SP) e matou 12 pessoas, entre elas sua
ex-mulher Isamara Filier, de 41 anos, e o filho. Ele invadiu a casa
disparando uma pistola 9 mm pouco antes da meia-noite, depois atirou
contra a própria cabeça. O motivo do crime seria a separação do casal e
uma disputa pela guarda do filho, João Victor Filier de Araújo, de 8
anos.
Poucos antes de ser morta, Isamara desejou um ano de felicidade.
"Para 2017...saúde paz prosperidade e muitas alegrias", postou ela em
uma rede social ontem à noite, horas antes do crime. Com os disparos feitos por Sidnei, uma das vítimas, que festejavam a
passagem do ano em família, chegou a pensar que estava ouvindo o barulho
de fogos. Ela percebeu o que estava acontecendo ao ver uma das vítimas
caindo ao chão. Só sobreviveu porque correu e se escondeu em um banheiro
da casa, segundo a polícia.
Isamara Filier e o filho, João Victor Filier de Araújo
- Reprodução do Facebook
Sidnei planejou o crime e chegou a gravar um áudio, cujo conteúdo
ainda não foi divulgado, pouco antes da chacina. A gravação foi
encontrada em seu carro, estacionado perto da casa invadida, no Jardim
Aurélia, bairro de classe média de Campinas. Além da pistola usada na
chacina, o técnico estava com dois carregadores, munições, um canivete e
dez artefatos, aparentemente explosivos, segundo a polícia. O material
passará por análise.
Das vítimas, 11 morreram na casa. Uma outra pessoa morreu a caminho
do hospital e três estão internadas, segundo a Secretaria de Segurança
Pública de São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência, quatro
pessoas que estavam na festa não foram atingidas pelos disparos. As investigações iniciais apontam que pelo menos 30 tiros foram
disparados, que vizinhos também chegaram a confundir com fogos de
artifício em comemoração ao Ano Novo. A polícia foi chamada após uma das
vítimas, baleada na perna, conseguir pedir ajuda a vizinhos.
De
acordo com informação dada pela família de Sidnei à Polícia Militar, o
atirador sofria problemas psicológicos desde a separação da mulher.
Segundo dados de processos judiciais, eles travavam uma disputa sobre as
visitas do técnico ao filho pelo menos desde 2013. Sidnei trabalhava desde 1991 no Centro Nacional de Pesquisa em
Energia e Materiais, em Campinas. Ele tinha em seu histórico
profissional vários trabalhos publicados, além de participação em
congressos e cursos feitos nos Estados Unidos, Holanda e Inglaterra.
Veja a lista de vítimas fatais da tragédia:
Isamara Filier, 41 anos, ex-mulher
João Victor Filier de Araújo, 8 anos,
Liliane Ferreira Donato, 44 anos;
Antonia Dalva Ferreira de Freitas, 62 anos;
Ana Luiza Ferreira, 52 anos;
Rafael Filier, 33 anos;
Abadia das Graças Ferreira, 56 anos;
Paulo de Almeida, 61 anos;
Larissa Ferreira de Almeida, 24 anos;
Carolina de Oliveira Batista, 26 anos;
Alessandra Ferreira de Freitas, 40 anos;
Luzia Maia Ferreira, 85 anos.
Fonte: O Globo