Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o país quer manter o controle de segurança do território palestino
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, revelou um plano na noite de quinta-feira 4 para o futuro da Faixa de Gaza após o fim da guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas, que governa o território há quase vinte anos. A medida ocorre após pressão de seu principal aliado, os Estados Unidos, por propostas concretas para a região
Entre os principais pontos do plano divulgado por Gallant estão:
O controle de segurança de Gaza ficaria nas mãos de Israel após o Hamas ser derrotado, com a presença de soldados israelenses, mas não civis, no território;
Um órgão palestino, ainda indefinido, mas guiado por Israel, seria responsável por gerir a administração diária do enclave, com funcionários públicos locais ou líderes comunitários;
Os Estados Unidos, a União Europeia e outros parceiros regionais assumiriam a responsabilidade pela reconstrução do território, hoje praticamente reduzido a ruínas.
Além disso, o plano, que não é uma política oficial e ainda não foi aprovado por outros ministros, determina que a ofensiva de Israel em Gaza continuará até que os reféns, sequestrados em 7 de outubro, sejam libertados e as “capacidades militares e governativas” do Hamas, desmanteladas. Só depois começaria uma nova fase, durante a qual “o Hamas não controlará Gaza e não representará uma ameaça à segurança dos cidadãos de Israel”.
[Comentário: iniciamos destacando que não comentamos narrativas e sim fatos.
Ao nosso entendimento os fatos da presente matéria e outros, não deixam dúvidas que a matança contínua de civis palestinos, especialmente crianças e mulheres, somada ao radicalismo israelense, não deixam dúvidas que as Forças Armadas de Israel promovem um genocídio contra o povo palestino, o que mais fortalece sua posição contrária a criação de um Estado Palestino]
Pressão americana As propostas vieram a público logo antes de uma visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, diplomata com duas missões no Oriente Médio:
- evitar que a guerra transborde para outros países,
- vire um conflito regional, e desenhar um futuro pós-guerra que inclua tanto os judeus quanto os palestinos.
O quadro delineado por Gallant difere totalmente das propostas dos Estados Unidos, que desejam ver uma Autoridade Palestina revitalizada – que governa a Cisjordânia,embora enfraquecida por crises de representatividade e de corrupção – no poder de Gaza.
Além disso, Washington pleiteia novas negociações para a criação de um Estado palestino ao lado de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou a proposta dos Estados Unidos.
Governos ampliam definição de “terrorismo” para perseguir opositores políticos
Manchetes de jornais com o termo "terrorista", em referência aos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
De todas as sandices de uma imprensa que já deixou de fazer jornalismo há muito tempo,uma das mais vergonhosas foi a adoção do termo “terrorista” para descrever as mais de mil pessoas detidas em Brasília, no dia 8 de janeiro.
E, de todos os poucos assuntos sobre os quais eu posso falar com suficiente autoridade, terrorismo é exatamente um deles.
Sou a única mulher do mundo a ter entrevistado com exclusividade Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, grupo oficialmente designado como terrorista desde 1997 por vários governos,particularmente o dos Estados Unidos.
Eu entrevistei também o outro lado desse desamor mútuo: Shabtai Shavit, ex-chefe do Mossad, por sua vez acusado de “terrorismo de Estado” por vários grupos armados.
Eu também entrevistei para a mesma revista israelense a primeira mulher a sequestrar um avião de carreira, Leila Khaled, membro da Frente Popular de Libertação da Palestina.
Cito esses trabalhos para dizer, com toda convicção e conhecimento, que o que aconteceu em Brasília não foi terrorismo, e dizer o contrário é de uma ignorância extrema — ou desonestidade vexaminosa.
O ator, diplomata e escritor Peter Ustinov é autor de uma frase que sintetiza o paradoxo da definição de terrorismo:“Terrorismo é a guerra dos pobres; e a guerra é o terrorismo dos ricos”. Essa questão não é menor, e eu já tive o desprazer de uma briga pública com a Folha por causa dessa e de outras definições, quando um editor do jornal se achou no direito de quebrar nosso acordo e alterar minhas palavras (o Observatório da Imprensa cobriu esta questão na época.)Mas uma definição de terrorismo que nunca vi na vida — nem como piada — é aquela descrita pela destruição de prédios públicos com hora marcada, cometida por uma turba de vândalos.
Para que não reste dúvida: quem destrói patrimônio, público ou privado deve pagar por isso. Depredação é crime, e sempre me manifestei contra ela: desde a derrubada de “estátuas terroristas” (feitas por agitadores se fazendo passar por manifestantes), quanto à depredação de lojas por arruaceiros de aluguel, que em vários lugares dos EUA destruíram o trabalho suado de microempresários negros ao se manifestar contra a “opressão branca,” como mostra essa reportagem da NPR. O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação.
Aqui, neste vídeo,é possível ver uma manifestante filmando o que parece ser um agitador, ou infiltrado, tentando causar um incêndio contra a vontade de quem estava à sua volta. Aqui, aqui, aquie aqui, vídeos sem edição, feitos no calor do momento, deixam claro que a maioria das pessoas presentes não tinha intenção nenhuma de causar estrago ao patrimônio público. Alguns dos vídeos chegam a mostrar infiltrados sendo perseguidos e capturados pelos manifestantes.
É possível ouvir alguns reclamando que, se o agitador for entregue à polícia, sua identidade jamais será revelada. Aqui, neste outro vídeo,feito por uma câmera de segurança interna, um homem vestindo uma camiseta com o rosto de Bolsonaro destrói um relógio antigo, inexplicavelmente posando para a câmera e assim garantindo que sua camiseta seja devidamente filmada.
Esse vídeo é especialmente interessante porque o vândalo está usando uma calça caída abaixo da bunda, expondo todo o seu traseiro, algo que nem nos devaneios mais delirantes eu imaginaria ver num protesto de pessoas de direita.
Essa exposição descomedida, frequentemente vista como uma imitação de rappers ou criminosos, é uma moda inspirada nas prisões norte-americanas.
Alguns acreditam que isso começou como uma espécie de sinalização de “disponibilidade,” uma comunicação não verbal feita por prisioneiros que se ofereciam para ser sodomizados. A teoria mais aceita, no entanto, parece ser que os uniformes na prisão às vezes são largos demais, e as calças caem porque cintos aumentam a chance de suicídio, e portanto não são distribuídos junto com o uniforme de presidiário.
Não foi infiltrado. O homem que quebrou o relógio do século 17 dado pela Corte Francesa ao Dom Joao VI usava uma camiseta do Bolsonaro. Imagem obtida pelo Fantástico pic.twitter.com/t5hkniBNvh
[a estupidez desse 'murakawa' excede até a capacidade ignorante do mais estúpido dos esquerdistas; sou flamenguista, odeio o Corinthians e os corintianos, mas pela ótica idiotizada do 'murakawa' caso vista uma camisa daquele tipo viro corintiano.]
Parece existir uma certa confusão sobre qual lei enquadraria os crimes cometidos contra o patrimônio público no dia 8 de janeiro. Em casos anteriores similares, ou até mais dramáticos e violentos, ninguém foi preso por terrorismo, e os crimes foram tratados pela imprensa como vandalismo, arruaça, baderna. [CONFIRA casos protagonizados pela esquerda, que não geraram punições nem mesmo multas - AQUI, MAIS UM.]
O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação
A definição de“terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição.
Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”.
Crianças, a mídia em geral e pessoas menos inteligentes e mais facilmente impressionáveis são alvos fáceis para esse tipo de propaganda. Existe ainda uma outra vantagem: o combate ao terrorismo justifica muita coisa, principalmente coisas injustificáveis.
No livro A Fábrica do Terror, o jornalista investigativo Trevor Aaronson conta como oFBI — a força responsável pelo combate ao terrorismo em solo norte-americano — “criou e financiou mais planos terroristas nos EUA do que qualquer outro grupo”.
Aaronson analisou todos os 508 casos federais de terrorismo nos EUA desde os ataques de 11 de setembro até 2011. Desses casos, 250 envolviam pessoas acusadas apenas de mentir ou violar regras de imigração.
Outros 150 acusados foram pegos em arapucas policiais que, segundo o autor, foram “totalmente criadas pelo FBI ou um agente infiltrado que encontrou alvos potenciais em homens sem antecedentes criminais, frequentemente com problemas mentais ou em situação econômica desesperadora, e forneceu a eles todo o necessário para cometer o crime: os parceiros, o pagamento em dinheiro, o equipamento, e às vezes até a ideia. De fato, apenas seis das 508 pessoas processadas tinham conexão com o terrorismo ou possuíam armas adquiridas por conta própria, sem a ajuda do FBI”.
O detalhe mais chocante e embaraçoso é o seguinte: nenhuma dessas seis pessoas genuinamente culpadas foi pega pelo FBI antes do ataque.
O terrorismo, em sua definição mais costumeira e acadêmica, requer uma coisa crucial: que o medo se espalhe.
Para isso, é necessário que o alvo não seja conhecido de antemão.
O que aconteceu em Brasília foi o oposto: uma manifestação anunciada, com data e local marcados, e sem uma única vítima.
O terrorismo prefere alvos imprevisíveis, com datas inesperadas, porque assim qualquer um pode ser vítima, e portanto todos ficam potencialmente aterrorizados, presos pelo medo.
Em 2005, enquanto eu participava de uma conversa entre alunos e o professor Tarif Khalidi, na Universidade Americana de Beirute, onde fazia meu mestrado em ciências políticas, o vidro da janela da sala se estilhaçou. Naquele momento, a menos de 2 quilômetros da universidade, mais de 1 tonelada de explosivos matou o ex-primeiro-ministro Rafic Hariri e outras 22 pessoas.
Aquilo foi assustador, e certamente amedrontou muita gente por muito tempo.
Mas nem aquele ataque é um ato de terrorismo, na sua acepção mais exata, e sim um assassinato político. Sim, várias pessoas morreram, mas o alvo era um: Rafic Hariri.
A definição de “terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição. Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”
Outros carros-bombas explodiram nos anos seguintes, mas esses tampouco se enquadram na definição mais estrita de ataque terrorista, porque seus alvos eram específicos. Esses crimes são conhecidos em inglês como “targeted assassinations” ou “assassinatos direcionados.”
Por certo eles espalharam o terror, e eu mesma tive medo de que algum carro explodisse enquanto eu estivesse passando por algum alvo.
Essa incerteza sobre o próximo ataque, e a quase certeza de vítimas ocasionais, talvez possa enquadrar esses crimes na classificação de terrorismo.
Mas o objetivo principal desses ataques não era espalhar o terror, ou obrigar o governo a ceder a alguma demanda política — o objetivo era essencialmente matar inimigos de um certo grupo político ou inimigos de algum governo estrangeiro.
O terrorismo se vale principalmente da incerteza, e da noção de que ninguém está protegido dele. Por isso explosões em restaurantes, igrejas, prédios comerciais são ataques tipicamente terroristas: porque ninguém e todo mundo são alvo.
A guerra de julho de 2006 entre Israel e Líbano, que eu cobri para o SBT e a Radio France Internationale, também não foi terrorismo, porque até guerra tem regras.
O truque do terrorismo é convencer a todos que ele não segue regra nenhuma, e assim deixar todas as possibilidades abertas, e o medo devidamente espalhado em todas as dimensões.
O terrorismo aterroriza o cidadão pela imprevisibilidade, e a certeza de que não importa o que você faz, por onde anda, com quem está: ele sempre vai poder te alcançar — tipo um juiz que não cumpre mais a lei, e não tem nenhum limite legal, e assim passa a ser uma ameaça à liberdade de todos, porque todos — e qualquer um — podem ser seus alvos.
Quando deu no rádio que um soldado brasileiro ainda não identificado morrera num combate em Rafah, na região do Canal de Suez,
no Oriente Médio,a gaúcha Alzira Ilha de Macedo escondeu o rosto com
as mãos. Ela tinha certeza de que era seu filho. Um pouco mais tarde,
veio a confirmação: o cabo Carlos Adalberto Ilha, de 20 anos, era o
praça abatido numa ofensiva israelense contra guarnições árabes no
começo da Guerra dos Seis Dias, em 5 de junho de 1967. Aos gritos, dona Alzira se abraçou a Leda Maria, sua filha que se casaria no dia seguinte.
O militar nascido no município de Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul,
foi um dos cerca de 6 mil brasileiros que serviram no chamado Batalhão
de Suez,enviado pelo Exército ao Oriente Médio como parte das Forças de
Emergência das Nações Unidas, estas, por sua vez, criadas para dar
garantir a paz na região do canal.
Ilha estava em seu posto quando, na madrugada daquela segunda-feira,
foi supreendido pelo ataque de tropas de Israel que, antecipando-se a um
cerco de forças árabes, deu início à Guerra dos Seis Dias. Na
artilharia contra os egípcios, os israelenses acabaram abatendo,
acidentalmente, vários"capacetes azuis"(como são chamadas as tropas da
ONU) em missão de paz na Faixa de Gaza. Entre os feridos, estava o
filho de dona Alzira, baleado mortalmente no pescoço, uma semana depois
de enviar uma carta a sua irmã dando parabéns pelo casamento.
Uma das principais rotas comerciais do mundo, que liga o Mar Vermelho
ao Mar Mediterrâneo, o canal era controlado por britânicos e franceses.
Ao mesmo tempo, Nasser bloqueou o Estreito de Tiran,hidrovia que dá a
Israel o acesso ao Mar Vermelho. Em 29 de outubro de 1956, tropas
israelenses com apoio de Reino Unido e França reagiram com uma invasão à
Península do Sinai, no Egito.
Quatro dias depois, forças inglesas e francesas atacaram posições no país árabe. Estava instalado mais um
conflito no conturbado Oriente Médio.
Com a bênçãodo governo americano, que estava mais preocupado com a crescente influência soviética no Egito em plenaGuerra Fria,
as Nações Unidas criaram as Forças de Emergência para acalmar os
ânimos. O exercito da paz chegou à região do Suez a tempo de garantir um "cessar fogo" e supervisionar a saída das tropas invasoras, [destacando que as tropas invasoras eram forças de Israel com apoio dos ingleses e franceses.] que
começaram a deixar o Egito antes do fim daquele ano.
Os capacetes azuis,
porém, ainda manteriam presença na Península do Sinai por mais de uma
década. Instaladas na fronteira entre Israel e Egito, as guarnições da
ONU atuavam como um tampão entre as forças adversárias na zona do
armstício, monitorando quaisquer violação de ambos os lados.
As Forças de Emergência eram formadas por militares de países como
Colômbia, Canadá, Dinamarca, Índia e Suécia. O primeiro contingente de
brasileiro zarpou rumo a Suez em janeiro de 1957, desembarcando em Rafah
no mês seguinte. A partir de então, até meados de 1967, 20 contingentes
do país, revezando-se a cada sete meses, estiveram na região do canal,
na tentativa de controlar a tensão entre Israel, apoiado pelo Ocidente,e
os países árabes, como Egito, Síria e Jordânia, sob influência da União
Soviética.
Durante esses dez anos, a situação oscilou entre relativa
tranquilidade e conflitos ocasionais, principalmente ao Norte de Israel,
na fronteira com a Síria. Em abril de 1967, o país judeu lançou uma
grande ofensiva contra posições sírias nas Colinas de Golã, o que
acirrou os ânimos na região. Nos meses seguintes, os governos árabes
formaram um cerco contra o inimigo, e Nasser pediu que as Nações Unidas
removessem do Sinai os seus capacetes azuis. A partir daí, o começo de
uma nova guerra tornou-se apenas questão de tempo.
Carlos Adalberto Ilha integrava o vigésimo e último contingente
brasileiro na região do Canal de Suez.Quando Israel começou seu ataque
contra as forças egípcias no Sinai, restavam mais de 400 soldados
brasileiros. Não evacuados após o pedido de Abdel Nasser, foram pegos
pelo fogo cruzado entre os lados inimigos do conflito que, mais tarde,
ficou conhecido como a Guerra dos Seis Dias. O enfrentamento terminou
com uma grande derrota para os países árabes, que tiveram cerca de 18
mil baixas e uma expressiva perda de equipamentos militares.
Ao longo de dez anos da Força de Emergência, seis outros soldados
brasileiros morreram no Sinai,mas todos estes abatidos por "fogo
amigo". Em 7 de junho de 1967, O GLOBO publicou uma reportagem sobre o
cabo Ilha. Segundo o texto, ele tinha perdido um irmão mais velho que
morrera ainda jovem por problemas cardíacos. Ainda tinha uma irmã de 15
anos e um irmão de 5 anos, ambos filhos do segundo casamento da mãe,
Alzira. Na mesma matéria, o jornal reproduziu uma carta enviada pelo
militar a sua irmã, dias antes de morrer. Leia, abaixo:
"Querida mana Ledinha, primeiramente vou te dar meus parabéns pelo
teu noivado, e em segundo lugar vou te pedir uma coisa: deves ser melhor
filha para nossa mãe, pois ser mãe é a coisa mais sublime do mundo. Tu
não podes imaginar como faz falta uma mãe. Eu, por exempio, estou
afastado de todos, sinto saudades de todos, mas quando penso em minha
querida mãe, eu choro, pois estou longe dela, sem seu carinho, sem suas
broncas. Tudo que ela fala e faz é para nosso bem. Lembra-te disso, pois
ser mãe qualquer uma é, mas como a nossa mãe não existe nenhuma no
mundo. Deves ser melhor para ela, pois ela precisa de teu carinho e
agora mais do que nunca, pois és a única filha, e que pensa um pouco, a
que está perto dela, pois o Carlinhos ainda não sabe o valor de uma mãe.
Bem, querida maninha, espero que penses melhor e que trates melhor
nossa mãe, pois agora já és uma, mocinha, e muito bonita. Lembra-te dos
sacrifícios que ela passou por nós. Espero ser atendido. Encerro esta,
enviando-te milhões de felicidades. Que todos teus sonhos se realizem, é
o que te deseja teu irmão que muito te quer".
Há uma obsessão fálica com o assunto
“Inteligência” em parte da mídia (ligada ao Juiz Sérgio Moro) e no
Supremo Tribunal Federal.
Os motivos são vários, podendo ser listados:
- A Famosa interferência do
Presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal e o impedimento doeste de
nomear o próprio diretor Geral. Assim como a tentativa de obstruir a
ação da ABIN.
- Ação de do Ministro Moraes de proteger a equipe de Moro na
Polícia Federal. Esta equipe foi treinada e praticamente responde aos
interesses do Departamento de Justiça do Estados Unidos assim como o
ex-Ministro Moro.
- Outro ponto importante é a ação de tentar cegar o Governo Brasileiro.
Entre outras questões que DefesaNet tratará oportunamente.
Infelizmente este artigo tem uma base na área de Guerra Eletrônica
do Exército Brasileiro, que tem sistematicamente negado-se a dar
seguimento à implementação de sistemas compatíveis para o Governo
Federal de enfrentar o espectro de Guerra Eletrônica atual no Planalto
Central.
O Editor
Fábio Leite
Patrick Camporez
Crusoé
15 Outubro 2021
Na onda do desejo de Jair Bolsonaro de
ter um sistema de inteligência eficiente a seu serviço, os órgãos
oficiais registram investimentos recordes na área e se equipam com
tecnologia de ponta que inclui até satélites de vigilância e software
invasivos
A obsessão de Jair Bolsonaro com o aparato de inteligência do governo
ficou escancarada na fatídica reunião ministerial de abril do ano
passado, aquela mesma que levou à demissão do então ministro Sergio
Moro, em meio à pressão do presidente para interferir na Polícia
Federal. Naquele dia, Bolsonaro cobrou mais eficiência dos serviços
oficiais de informações. Disse que eles deveriam municiá-lo, seguindo o
padrão de seu “sistema particular de informações”. A intenção estava
clara. Enquanto Bolsonaro pedia mais empenho, uma parte do sistema já funcionava de acordo com as suas conveniências.
A Agência Brasileira de Inteligência, vinculada ao gabinete
presidencial e comandada por um fiel aliado, por exemplo, movia-se para
tentar livrar o senador Flávio Bolsonaro das acusações de desvio de
dinheiro na Assembleia Legislativa fluminense.
A ação em favor do filho 01 do presidente levou parlamentares a questionar no Supremo Tribunal Federal a atuação da chamada “ABIN paralela”,
como ficou conhecido o aparato informal montado nas franjas dos órgãos
oficiais por auxiliares da confiança de Bolsonaro. Em resposta, a
corte deu nas últimas semanas um duro recado contra o uso político dos
serviços de informação do governo, que, como o leitor verá nesta
reportagem, tiveram seus orçamentos turbinados na atual administração.
Desde a posse de
Bolsonaro, em 2019, onze órgãos públicos foram incluídos no Sisbin, o
sistema criado juntamente com a ABIN, há 21 anos, para compartilhamento
de dados de inteligência.
Entre os órgãos que passaram a integrá-lo estão a Agência Nacional de
Telecomunicações, a Anatel, o Departamento Nacional de Trânsito, o
Denatran, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o
ICMBio, o Ministério da Educação, e a Secretaria de Operações Integradas
do Ministério da Justiça, criada em 2019 por Sergio Moro para facilitar
a cooperação entre as polícias no combate a organizações criminosas – o
setor é o mesmo que, na gestão de André Mendonça no Ministério da
Justiça, foi usado para elaborar um dossiê sobre professores de
universidades públicas que se opõem ao governo.[detalhe curioso: vários órgãos que nada tem a ver com a inteligência possuem acesso a informações sigilosas, acesso que por decisão do STF,ministra Cármen Lúcia, é negado à ABIN, exceto mediante prévia autorização do Poder Judiciário - pouco importa que ocorra vazamento do pedido e com isso o sigilo vá para o espaço.]
Responsável por abastecer o presidente da República com informações estratégicas para proteger o estado, a
ABIN tem sido prestigiada pelo Planalto desde que o vereador Carlos
Bolsonaro, filho 02 do presidente, emplacou Alexandre Ramagem no comando
da agência, em junho de 2019.
Logo no ano seguinte, o primeiro em que orçamento foi elaborado pelo
próprio governo Bolsonaro, a ABIN desembolsou 112,5 milhões de reais nas
chamadas “ações de inteligência” – uma alta de 32% em relação à soma
empenhada em 2019, em valores corrigidos pela inflação. Isso em pleno
período de pandemia.
As vacas gordas chegaram, também, aos serviços de inteligência das
Forças Armadas, que também têm sido bastante demandados pelo governo. O
Ministério da Defesa registrou empenhos de 10,4 milhões de reais em
“ações de caráter sigiloso” – o maior gasto com esse tipo específico de
despesa desde 2014. Os gastos do serviço secreto militar extrapolam as
despesas sigilosas. Apenas em 2020, o Centro de Inteligência do Exército
empenhou 26,6 milhões de reais. Já o da Marinha assinou despesas na
ordem de 2,5 milhões de reais.
A bonança do setor de inteligência, que contrasta com os cortes nas
contas de órgãos chaves do governo, como os ministérios da Educação e da
Ciência e Tecnologia, também se refletiu nas despesas com diárias e passagens dos agentes em “ações de inteligência”.
Só a ABIN gastou 4 milhões de reais no primeiro ano da pandemia, em que
viagens em geral foram reduzidas por causa do isolamento social adotado
na maior parte do Brasil e em vários países do mundo.
No ano passado, a agência também movimentou 8,6 milhões de reais com “serviços de caráter secreto ou reservado” e mais 18 milhões com a aquisição de “equipamento e material sigiloso”
– com direito a contratos com empresas secretas no exterior. Nesses
casos, informações detalhadas sobre quem são os fornecedores contratados
ou mesmo sobre o objeto dos contratos são mantidas em segredo, sob a
justificativa de que é preciso resguardar a “segurança da sociedade e do estado”.
Com as burras cheias, e o aval do governo para gastar, o setor tem
ampliado suas ambições. Escudada sob o guarda-chuva do sigilo, a ABIN
procurou a empresa israelense NSO Group para negociar a compra do
Pegasus, um sistema de espionagem que é considerado um dos mais
invasivos do mundo, por permitir que seus operadores acessem, sem
autorização judicial, dispositivos eletrônicos de qualquer cidadão.
A tecnologia permite que telefones sejam invadidos e espionados
sem que o usuário precise clicar em algum arquivo infectado – a
despeito das tratativas, a agência garante que não chegou a adquirir o
sistema. Nas mãos de governos autoritários de outras partes do
mundo, o programa foi usado para espionar mais de 50 mil pessoas, entre
políticos, ativistas, líderes religiosos e jornalistas, segundo
reportagem publicada em julho por grandes jornais europeus e americanos.
Em 2020, os centros de inteligência das três Forças Armadas empenharam
um total de 9,3 milhões de reais em favor da empresa norte-americana
Verint, que fornece aparelhos usados na obtenção de “inteligência para dispositivos móveis”.
Os pagamentos são intermediados pela Comissão Naval Brasileira em
Londres e pela Comissão do Exército em Washington, um braço da força
militar usado para fazer aquisições de produtos e equipamentos no
exterior. Os investimentos alcançam outras áreas da inteligência
federal.
(............)
Já a Polícia Federal investiu 49 milhões de reais na
contratação de serviços da empresa americana Planet Labs, para ter
acesso a imagens de satélites pelo período de um ano. A
justificativa inicial era monitorar desmatamentos e queimadas, mas o
escopo se revelou muito maior. A teia de pequenos satélites em órbita,
que produzem imagens de altíssima resolução, também pode ser usada para
monitorar pessoas e empresas. A tecnologia pode, por exemplo, verificar,
dia após dia, o entra e sai de veículos e pessoas em uma residência
comum.
A tecnologia possibilita a cobertura de todo o planeta, desviando até
das manchas de chuva. A contratação ocorreu sem licitação, sob o
argumento de que a empresa entrega um serviço único, que nenhuma outra
oferece. O acesso ao sistema também foi disponibilizado para a ABIN. Os
agentes podem consultar as imagens de qualquer ponto de interesse,
acionando um programa em seus celulares. Peritos da PF ouvidos por
Crusoé afirmam que, “se o serviço cair em mãos erradas“, pode ser
facilmente usado para arapongagem ilegal.
Com verbas federais, órgãos de inteligência e de segurança que costumam
abastecer a ABIN com informações também vêm se fartando. No
Distrito Federal, a Polícia Civil tenta desde o ano passado modificar um
convênio firmado em 2018, com o Ministério da Justiça, para adquirir
sistema de espionagem com custo estimado de 6,3 milhões de reais.
O sistema GI2-S é usado para localizar aparelhos de celular com
precisão e permite a interceptação de ligações, mensagens de texto e até
a ativação à distância do microfone dos dispositivos do alvo, para
escuta ambiental.
“O recurso de escuta permite ao usuário do GI2 ativar o microfone do dispositivo do alvo e ouvir secretamente nas imediações”,
diz um trecho do expediente encaminhado pela corporação ao Ministério
da Justiça. A compra só não foi adiante porque tinha que ser feita
mediante licitação. A proposta observa que estados como Espírito Santo e
São Paulo já compraram o sistema e “têm feito uso bem-sucedido da ferramenta”.
(...................)
A instância que deveria fiscalizar o trabalho de espionagem do governo é
a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. O
colegiado, no entanto, pouco se reuniu desde que Bolsonaro chegou ao
poder. Em agosto, Augusto Heleno e Alexandre Ramagem chegaram a
ser ouvidos por parlamentares em audiência secreta, mas pouco foi
esclarecido, por exemplo, sobre a atuação da“ABIN paralela”
de Bolsonaro. Os dois disseram apenas que a agência executa suas
atribuições legais e que as acusações de desvio de finalidade são
“fantasiosas”.
Para Lucas Rezende, professor do programa de pós-graduação em Relações
Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina, o crescimento
sem controle da capacidade de inteligência, em um governo militarizado e
pouco transparente como o de Jair Bolsonaro, representa uma ameaça à
privacidade e às garantias individuais. “Os serviços de inteligência
brasileiros não saíram ainda da lógica da ditadura militar. Eles seguem
militarizados, sem nenhuma transparência para a sociedade e sob uma
lógica de investigação da própria população brasileira, não de ameaças
externas. Os avanços significativos que ocorreram para ampliar a
transparência retrocederam de forma muito acelerada sob o atual
governo”, afirma Rezende.
Em tempo: depois que Alexandre Ramagem e sua turma se apossaram da ABIN,
e a Polícia Federal também passou ao controle de delegados tidos como
leais a Bolsonaro, não houve mais qualquer registro de queixas do
presidente quanto ao desempenho dos serviços oficiais de informação.
Desde pasta de dente
envenenada até um ataque de alta precisão como o que detonou chefe da
Jihad Islâmica, assassinatos em nome da defesa nacional
Fabricação própria: Jihad Islâmica tem seu
próprio arsenal e consegue ser mais radical ainda do que o
Hamas (Mahmoud Issa/Getty Images)
Como um homem com a cabeça a prêmio, e justamente pelo mais
letal dos inimigos, Baha Abu Al-Ata dormia cada hora num esconderijo em
Gaza. Não é um lugar muito bom para se esconder, mas o chefão da Jihad
Islâmica Palestina, um grupo armado e bancado pelo Irã, não tinha muitas
alternativas fora ficar sempre em zonas cheias de civis , inclusive
familiares, como escudo humano. Às 4 horas da manhã de terça-feira, um único míssil de alta precisão
foi disparado através da janela do quarto onde Abu Ata dormia com a
esposa. Foram as únicas vítimas fatais, no ato.
[Israel executa um inimigo que está dormindo, com a esposa que também é assassinada. Não satisfeito, a pretexto de vingar misseis lançados contra o território israelense, atacam com aviões ultramodernos civis palestinos desarmados. É a batalha do estilingue contra aviões caça.]
Minimizar os “danos colaterais” é sempre politicamente conveniente
embora nenhum israelense tenha a menor ilusão de que o país deixaria de
ser vergastado em organizações internacionais, mesmo quando o alvo é o
dirigente de uma organização armada que prega a eliminação total de
Israel. A “morte dirigida” foi aprovada pelas mais altas instâncias jurídicas
das forças armadas, da mesma forma que acontece nos Estados Unidos,
onde o 11 de Setembro liberou os militares para a prática e o uso de
drones facilitou-a enormemente.
Só o presidente Barack Obama autorizou mais de 500 ataques com drones. A tática das “mortes dirigidas” foi endossada pela Suprema Corte de
Israel em 2006, depois de anos de debates jurídicos e com várias
restrições. Obviamente, causa enorme controvérsia, inclusive dentro de Israel, apesar do apoio quase total da opinião pública. Em especial no caso do chefe da Jihad Islâmica, um grupo que é
praticamente um poder paralelo em Gaza, competindo com o Hamas no
lançamento de foguetes contra a população civil e atentados suicidas em
território israelense. O Hamas assumiu um compromisso, negociado com o Egito, de segurar o
foguetório em troca de um alívio nas restrições que Israel impõe a Gaza
em represália pelos ataques.
O “alívio” inclui o recebimento de dinheiro vivo para a folha de
pagamento de funcionários públicos. Numa única dessas remessas, bancadas
pelo Catar, foram 15 milhões de dólares em malas, num carro de luxo. É claro que o Hamas está fazendo uma grande encenação de revolta pelo
assassinato, tem uma gritaria geral de “sangue de um, sangue de todos”,
mais uma vez chovem foguetes, mesmo depois de um novo cessar-fogo.Nos bastidores, mais de uma vez pediu a aliados que controlassem Abu
Ata e sua turma, que têm arsenal de fabricação própria próprio e total
alinhamento com os interesses do Irã.
Como toda política é local, houve reações da oposição israelense acusando interesse politiqueiro de Benjamin Netanyahu. Bibi chefia o governo em caráter temporário, visto que nenhum dos
dois blocos mais votados consegue formar maioria no Parlamento. Ele também tinha empenho especial em despachar Abu Ata desde que foi
retirado pela segurança, em cenas transmitidas ao vivo, quando a Jihad
Islâmica disparou foguetes contra o lugar onde fazia um comício, uma
semana antes da eleição de 17 de setembro.
O resultado embolado dessa eleição se prolonga até agora: nem
Netanyahu nem Benny Gantz, da frente que conseguiu um parlamentar a
mais, conseguem a maioria necessária. Gantz, que foi chefe do estado-maior das forças armadas, apoiou a
operação contra Abu Ata. Simultânea a outra, em Damasco, onde o número
dois da Jihad escapou com ferimentos. Quando a escalada atingiu um nível mais generalizado, Israel também
aproveitou para bombardear o comandante da unidade de foguetes da Jihad
Islâmica, Rasmi Abu Malhous. PRÍNCIPE VERMELHO Mas nenhum primeiro-ministro pode tomar sozinho a decisão de uma
“morte dirigida”. A palavra final é do alto comando das Forças de Defesa
de Israel, quando é uma ação militar clássica. Em várias ocasiões, o comando militar vetou o ataque contra Abu Ata,
por motivos operacionais e outros, nunca revelados. Os “astros se
alinharam”, na definição de um porta-voz, dez dias antes.
O outro modus operandi para as “mortes dirigidas” são ações
clandestinas, a cargo de uma unidade especial do Mossad. Seus agentes
recebem treinamento à parte do resto do serviço de inteligência, em
Cesareia, a cidade portuária construída por Herodes, o Grande, alguns
anos antes do advento da era cristã. Como nos filmes, jamais podem falar com ninguém sobre o “serviço” nem revelar seus nomes verdadeiros, exceto para os cônjuges. Ao contrário dos filmes e apesar da legendária eficiência do Mossad, as coisas podem dar errado. Foi assim que um garçom marroquino foi assassinado na Noruega em
1973, erroneamente identificado como Ali Hassan Salameh, o sedutor
Príncipe Vermelho, organizador do massacre de Munique, o sequestro e
execução de atletas israelenses durante as Olimpíadas.
Além de matarem o homem errado, os agentes israelenses ainda foram
identificados por um companheiro que pisou na bola por um motivo
absurdo. A missão dele era abandonar o carro usado no assassinato – com placa
anotada, como sabiam os israelenses –, pegar um trem e daí deixar o país
de avião, anonimamente. Como tinha comprado equipamentos hidráulicos, incluindo torneiras,
para sua casa, não quis carregar peso e decidiu devolver o carro na
agência onde havia sido alugado. A polícia norueguesa já estava
esperando por ele. O escândalo foi recriado em detalhes pelo jornalista Ronen Bergman no livro Rise and Kill.
O título é uma referência a um trecho do Talmude que diz: “Se alguém está vindo para te matar, erga-te e mate primeiro”. Bergman não tem nenhuma simpatia pela política que guiou, segundo
suas contas, mais de cinco mil assassinatos desde bem antes da criação
do Estado de Israel. Segundo ele, agentes do Mossad tiveram duas oportunidades de pegar
Josef Megele no Brasil, o Anjo da Morte das experiências monstruosas em
Auschwitz, mas deixaram passar. Numa dessas ocasiões, chegaram a acompanhar seus movimentos na
fazenda que tinha em Caieiras, mas receberam ordens de largar a operação
e voltar rapidamente porque uma crise maior, a dos mísseis secretos do
Egito, estava explodindo. Mengele morreu afogado em Bertioga, em 1979.
Caçar nazistas não era uma prioridade do Mossad, com exceções
notórias como o caso de Adolf Eichmann, sequestrado na Argentina e
julgado, condenado e enforcado em Israel. Motivo? Já não podiam fazer mal a Israel, ao contrário dos chefes de várias organizações armadas palestinas. O mais importante deles, Yasser Arafat, estava fora da lista por ser
uma personalidade importante demais – e a pedido dos Estados Unidos. Quando Ariel Sharon assumiu como ministro da Defesa, segundo a
reconstituição de Bergman, mandou colocar Arafat na lista de novo.
Brigou com altos comandantes que resistiram a planos de assassinato que
provocariam a morte de muitos civis inocentes.
Como praticamente todos os palestinos, Bergman mais do que dá a
entender que Sharon finalmente conseguiu seu objetivo de forma mais
sutil, aparentemente através de intoxicação por algum elemento
radiativo. Cercado em seu bunker, Arafat caiu doente, foi levado para a França e
acabou morrendo, em novembro de 2004. A coisa toda aconteceu em um mês. Em 2012, o corpo dele, enterrado em Ramallah, foi exumado para a
retirada de vestígios ósseos e devolvido à sepultura em seis horas. Mas
não houve nenhum resultado conclusivo. Sem os constrangimentos da censura militar no caso de Arafat, Bergman
dá detalhes do assassinato de Wadie Haddad, da Frente Popular de
Libertação da Palestina, em 1978.
Na época, palestinos cristãos como Haddad estavam entre os mais
radicais e se alinhavam ideologicamente com o nacionalismo árabe e o
comunismo – a onda do novo islamismo fundamentalista acabou totalmente
com isso, exceto por alguns bolsões no Líbano. Haddad foi envenenado gradualmente com uma bactéria tóxica colocada
em sua pasta de dentes. Morreu gritando de dores horríveis num hospital
militar da Alemanha Oriental. Cientistas iraquianos que viajavam para ampliar o programa nuclear
secreto de Saddam Hussein foram orientados a levar sempre escova e pasta
próprios quando viajavam para o exterior. Pelo menos dois acabaram assassinados e o programa explodiu literalmente com o bombardeio do reator de Osirak.
“JUÍZO FINAL” Vários cientistas iranianos também foram alvos das “mortes dirigidas”, mas o Irã continua avançando rumo a um arsenal nuclear. A pretexto da saída americana do acordo nuclear internacional, já
está enriquecendo urânio a 60%. Diminuiu assim radicalmente a extensão
do “corredor de tempo”necessário para produzir a bomba, que demanda
urânio enriquecido a 90%. Vai, assim, aumentando o tamanho da ameaça existencial a Israel. Apesar de imensamente complicado, um ataque preventivo às instalações nucleares iranianas é viável em termos operacionais. Existe forte oposição a uma operação assim dentro do establishment militar de Israel. Em última instância, porém, são os Estados Unidos que seguram a barra e impedem o “ataque do juízo final”.
Foram os Estados Unidos que arrancaram de Menachem Begin a promessa
de não matar Arafat quando, derrotado, teve que deixar o Líbano, de
navio, em 1982. Um atirador de elite israelense tirou uma foto com Arafat na mira de
seu fuzil e Begin deu-a de presente a Philip Habib, o embaixador
americano no Líbano, como prova da palavra cumprida. Em tempo: Ali Hassan Salameh, o mentor do massacre de Munique
confundido com o garçom marroquino na Noruega, foi morto por um
carro-bomba em Beirute, quando ia para a festa de aniversário da mãe, em
1979.
Uma agente do Mossad, com codinome de Erika Chambers, usou a
legendária queda do Príncipe Vermelho por mulheres bonitas para levantar
seus itinerários. Escapou com os outros 16 agentes do Mossad envolvidos na operação. As “mortes dirigidas” e altamente contestáveis, do ponto de vista
jurídico, político e pragmático, não mudam os fundamentos dos problemas
de Israel. Primeiro, a população palestina que vive em seu território
internacionalmente reconhecido, tendo cidadania e direitos – cerca de
20% –, embora preferisse estar de outro lado. Segundo, e acima de tudo, os palestinos dos territórios ocupados,
cujos líderes não aceitam alternativas para que tenham um Estado
próprio, como seria certo e justo. Mas “matar primeiro aquele que vem para te matar” não é uma prática que vá sumir do mapa tão cedo. Pelo menos, enquanto os inimigos de Israel desejarem este destino coletivo para o país. E, enquanto isso, as centrífugas iranianas estão funcionando a mil.
Não cabe a procuradores contestar ato legítimo do presidente da República
Assim como Bolsonaro foi para a Presidência pelo voto popular, Aras vai
para a cadeira porque a Constituição dá ao presidente esse poder
Quando Ulysses Guimarães trabalhou para transformar o Ministério Público
numa entidade independente, sonhava com uma instituição. Passados 30
anos, surgiu uma corporação. Quase um soviete, ela reclama porque o
presidente Jair Bolsonaro nomeou para a procuradoria-geral o procurador
Augusto Aras, que não entrou na lista tríplice da guilda da categoria.
Assim como Bolsonaro foi para a Presidência pelo voto popular, Aras vai
para a cadeira porque a Constituição dá ao presidente esse poder. A
Associação Nacional dos Procuradores disse que Bolsonaro interrompeu “um
costume constitucional”. Isso não existe; o que há é o texto da
Constituição, e o presidente cumpriu-o.
[desde o advento da Constituição de 88 - os blogs sequer existiam - e já defendíamos a necessidade do Ministério Público ENTENDER e ACEITAR que NÃO é o QUARTO PODER;
o desenho dado ao MP pela CF 88, deixou claro que aquela instituição não é um PODER, mas, ao mesmo tempo não deixou claro que ela está abaixo dos 3 PODERES, apesar da clareza cristalina do artigo 2º da CF:
"...Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.."
Essa pequena falta de clareza, digamos, uma inconsistência constitucional, precisa ser retificada, por deixar um ' buraco negro' que é habilmente explorado pelo MP, quando lhe convém.]
O que Aras fará no cargo, só ele e o tempo dirão. Logo logo, irá para a
sua mesa uma representação de deputados petistas contra o corregedor do
Ministério Público pela maneira como lidou com as palestras de Deltan
Dallagnol. A ver o que fará. A cadeira para a qual vai Aras já foi
ocupada por um engavetador-geral e por um exibidor-geral. Um dia antes
da escolha de Bolsonaro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
viu-se diante de uma rebeldia legítima (e legal) dos seis colegas da
equipe da Lava-Jato de Brasília, que devolveram seu cargos,
insatisfeitos com a conduta da chefe. Horas depois o sexteto ganhou a
solidariedade da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba. Nos seus grupos de bate-papos, os procuradores diziam o que queriam e
planejavam o que não deviam. Expostos pelo The Intercept Brasil,
blindaram-se, numa estratégia de absurda negativa, como se nenhuma
mensagem fosse verdadeira. Não querem explicar o que escreveram. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprova aumentos
salariais capazes de fazer inveja aos mais ativos sindicatos de
trabalhadores. Refletem o corporativismo generalizado na busca de
benefícios. O próprio doutor Aras usufruiu o direito legal de servir ao
Estado como procurador e a si mesmo como advogado. Algo como jogar com a
camisa do Barcelona no campeonato espanhol e com a do PSG no francês.
Durante o consulado tucano, os petistas inebriavam-se com um procurador
que infernizava a vida do ex-secretário-geral da Presidência, Eduardo
Jorge Caldas Pereira. Ele bateu à porta do CNMP mostrando que estava
sendo perseguido. Só em 2007 o procurador foi punido e só em 2009 o
Conselho incluiu a palavra “perseguição” no seu acórdão. Passaram-se dez anos ao longo dos quais o ministro do STF Gilmar Mendes
foi uma voz no deserto, reclamando da prepotência do Ministério Público.
Hoje, graças ao Intercept, sabe-se o que eles armavam na Lava-Jato.
Conhece-se também a expressa preferência dos doutores (e doutoras) pelo
aspecto antipetista da candidatura de Jair Bolsonaro. A sacrossanta instituição fortalecida por Ulysses Guimarães precisa se
defender de dois males dela mesma: o corporativismo e a prepotência. O
Ministério Público é independente mas não é um soviete, capaz de armar
cavilosamente investigações contra ministros do Supremo, fazendo de
conta que não via os colegas que protegiam Sérgio Cabral ou a máquina de
propinas tucanas de São Paulo. Deve entender que pode investigar
qualquer um, inclusive ele mesmo, e que não lhe cabe contestar um ato
legítimo do presidente da República.
Blindou-se tão bem que, ao gritar contra a escolha de Aras, menos gente os ouve.
Campo minado
Jair Bolsonaro precisa fazer algumas coisas para conter os murmúrios de
que está cultivando boas relações com sargentos e suboficiais das Forças
Armadas.
Pode fazer tudo por eles, menos dar essa impressão.
Ele sentiu o bafo do descontentamento quando ouviu o eco do desconforto
criado pelo governador Wilson Witzel (Harvard Fake’15) ao pretender
criar o cargo honorífico de general na Polícia Militar do Rio. Se a
ideia do governador fosse em frente, por isonomia, deveria criar o posto
de almirante honorífico para o Corpo Marítimo de Salvamento dos
bombeiros.
Yossi Shelley
Nenhum embaixador de Israel conseguiu um convívio tão próximo com um
presidente brasileiro como o de Yossi Shelley com Jair Bolsonaro.
E nenhum embaixador de Israel conseguiu criar um ambiente tão divisivo na comunidade judaica brasileira.
Nisso são irrelevantes as controvérsias da política israelense ou da
brasileira. Shelley sabe quão precipitado foi ao se meter nas operações
de resgate de vítimas de Brumadinho e na oferta de “retardantes de fogo” para as queimadas da Amazônia.
O embaixador entra em coisas em que nenhum de seus antecessores entrou.
[NÃO] pegou mal a homenagem do Exército brasileiro a major alemão condecorado por Hitler e morto por engano em 1968, no Rio
[Um dos integrantes do comando que matou o major, o ex-sargento
da FAB João Lucas Alves, é nome de rua em São Paulo e no Rio. [dar
o nome de um dos covardes assassinos, e desertor, a rua em São Paulo e
Rio, pode; mas, dar o nome de um herói, condecorado por bravura, a uma sala de aula na escola militar onde estudava, não pode? CONFIRA AQUI.]
A primeira vista parecia fake news. “Exército homenageia oficial
nazista”, deu nas redes sociais, segunda-feira passada. Mas não era
fake, era só news. E ainda mais inacreditável porque o Exército em
questão não era o alemão, mas o nosso, aquele que na 2.ª Guerra Mundial
enviou 25.700 efetivos para combater as forças armadas nazistas e ajudou
a derrotar o 3.º Reich. [as razões que levaram a Alemanha e o Eixo ao combate, são controversas;
mas, a bravura em combate do Major Otto - honrando o uniforme da sua Pátria e cumprindo os deveres de soldado, é irrefutável, indiscutível.
O motivo da guerra é discutível, mas, a bravura do oficial é incontroversa.]
Estampada no Boletim oficial do Ministério da Defesa, [também a homenagem recebeu o merecido destaque na página do Exército Brasileiro] a notícia nos dava
conta de que um antigo major do exército alemão, cujo nome completo
consome 52 caracteres no Tweeter: Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian
von Westernhagen, teria sua memória “perpetuada”, com direito a placa de
bronze, por ter sido “um oficial brilhante” e por seu “desempenho
profissional” como aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
(Eceme). [Saiba mais sobre as homenagens prestadas ao major alemão, clicando aqui.]
Motivo sobressalente:naquele dia, 1.º de julho, fazia 50 anos que ele
fora assassinado, com dez tiros à queima-roupa, perto da casa em que
morava, numa rua do Jardim Botânico, na zona sul do Rio.[o major do Exército alemão foi covardemente assassinado por porcos terroristas;
os nojentos e covardes assassinos pretendiam matar o capitão Gary Prado, do Exército Boliviano, que comandou o abate do porco guerrilheiro Ernesto Che Guevara.
Os dois oficiais cursavam a ECEME e havia grande semelhança física entre eles, o que motivou a confusão dos assassinos - que além de matarem de forma covarde, mataram um inocente;
o capitão boliviano concluiu o curso e alcançou o generalato no exército de seu país.]
O crime, na época atribuído a dois anônimos assaltantes, pela polícia, a
uma organização antinazista, pelos agentes do Dops, e ao Mossad, o
serviço de inteligência israelense, pelos militares, só seria
esclarecido 19 anos mais tarde pelo historiador e cientista social Jacob
Gorender, no livro Combate nas Trevas. O major fora morto por dois
integrantes do Comando de Libertação Nacional (Colina). Por engano. O grupo guerrilheiro de esquerda planejava vingar a morte de Che
Guevara, ocorrida um ano antes na Bolívia, mas, em vez de matar o
capitão Gary Prado, comandante das tropas que eliminaram Guevara,
confundiu-o com seu colega de curso na Eceme. Uma réplica do equivocado
atentado a Carlos Lacerda, em 1954, que terminou com a morte de outro
major, Rubem Vaz.
O Boletim militar justificou a “justa homenagem” ao major Otto por ele
ter sido o primeiro oficial da Alemanha a cursar a Eceme, o que é
verdade, um “sobrevivente da 2.ª Guerra Mundial”, outra verdade, e das
“prisões totalitárias soviéticas”, o que é lorota, ou mera propaganda
anticomunista, típica da Guerra Fria.[o major foi prisioneiros dos soviéticos, que não se destacaram por tratar seus prisioneiros com humanidade.]
Oficial da Wehrmacht, Otto comandou um pelotão de blindados na frente
oriental do conflito e acabou promovido a 1.º tenente, por bravura, em
1943. Condecorado por Hitler durante a ocupação da França, ficou ferido
quando os russos tomaram Berlim, mas, terminada a guerra, mudou-se para a
Argentina, a mais acolhedora Pasárgada de criminosos nazistas, onde
trabalhou como fazendeiro, retornando à terra natal para realistar-se no
Exército alemão.
Em 1968, chegou às mãos do general Lucídio Arruda, diretor do Dops, um
lauto dossiê sobre o major, com cartas e documentos que comprovavam suas
ligações com nazistas. Otto não era exatamente um anjo arrependido. Nem
merece ser edulcorado com os mesmos argumentos aplicados por Hannah
Arendt em seu perfil de Adolf Eichmann, como há dias tentou o diário
curitibano Gazeta do Povo.Não se discute que a vida do major “foi encurtada”, como afirma o texto
do Boletim, mas qualificar de “insano e covarde” o ato terrorista que o
vitimou é redundância retórica. Todo ato terrorista é insano e covarde –
e só parcialmente covarde se o terrorista chegar ao local do atentado e
conceder tempo hábil às suas vítimas em potencial para que deem o fora
antes de ele detonar a bomba.
Insano e covarde foi o frustrado atentado à bomba no Riocentro, na
véspera do Dia do Trabalho em 1981, executado por um capitão e um
sargento ligados à linha dura do Exército contrária à abertura política,
que miraculosamente ceifou apenas a vida do sargento e feriu o capitão,
estendendo seus danos à reputação do capitão Job Lorena de Sant’Anna,
encarregado de mentir oficialmente sobre o ocorrido, por ele imputado a
“terroristas de esquerda”. Igualmente insanas e covardes foram as torturas com soberba assumidas
pelo ídolo confesso de Bolsonaro, o coronel Brilhante Ustra, [um patriota, um herói nacional, ao qual o Brasil e os brasileiros devem muito.] por sinal
citado em epígrafe em outro boletim.
De todo modo pegou mal a homenagem. E não apenas entre os israelitas que
aqui vivem. Os descendentes dos pracinhas da FEB também se incomodaram.
Afinal, 450 deles e três pilotos da Força Aérea morreram em combate
contra os nazistas, sem contar os milhares que não resistiram com vida a
ferimentos e mutilações. [os brasileiros mortos e feridos combatendo os alemães morreram em combate, já os porcos terroristas, inclusive os que tentaram (e foram derrotados) vencer os militares em 64, matavam de forma covarde.]
Para piorar, o mimo póstumo ao major coincidiu com o depoimento do
ministro Sérgio Moro à Comissão de Justiça da Câmara, de onde o ex-juiz,
por sua tática de passar ao largo de perguntas incômodas, saiu
apelidado, nas redes sociais, de “Filinto Moro”, inequívoca referência
ao chefe da polícia política do Estado Novo, Filinto Müller. Promotor de
prisões arbitrárias e tortura de prisioneiros, sempre esquivo em suas
respostas, Müller ganhou fama internacional ao deportar a comunista
judia Olga Benário, grávida, para a Alemanha, onde morreria executada
num campo de concentração.[quem ler o livro Olga, de Fernando Moraes, vai constatar que ela fugiu da Alemanha para o Brasil. Fuga devido ter sido condenada pelo Judiciário da Alemanha por atos terroristas, foi resgatada de um tribunal alemão - tudo isto bem antes de Adolf Hitler assumir o poder na Alemanha;
criminosos fugitivos são extraditados, foi exatamente isto que o governo brasileiro fez.
A terrorista morreu, mas, sua filha sobreviveu e apareceu em muitas entrevistas, se orgulhando de ser filha do Prestes.]
A ditadura Vargas, não custa lembrar, deu mole para o nazismo. Recusou
refugiados judeus, relutou em declarar guerra ao Eixo e promoveu um
projeto de nacionalização forçada junto às comunidades de origem
teutônica no sul do País, sem no entanto evitar que filhos de alemães
que haviam viajado para a Alemanha, para estudar ou buscar trabalho, se
alistassem nas forças armadas do 3.º Reich. Cercado de generais simpatizantes de Hitler, como Dutra, Góes Monteiro e
Milton Cavalcanti, Getúlio chegou a ter seus próprios soldados
“arianos”. No final da década passada, o professor paranaense Dennison
de Oliveira publicou, pela Editora Juruá, um estudo pioneiro sobre os
“soldados alemães de Vargas”, que talvez ainda esteja em circulação. Sobre o penchant nazista dos imigrantes alemães estabelecidos no
interior do Paraná, a fonte mais rica continua sendo o filme de Sylvio
Back, Aleluia, Gretchen (1976).