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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Segurança pública - Senado tem a obrigação de acabar de vez com a saidinha dos presos - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Arma de fogo

Arma de fogo
Foi preciso que PM mineiro fosse assassinado por bandido em saidinha de Natal para presidente do Senado se mexer.| Foto: Steve Buissinne/Pixabay

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, parece que ouviu o estampido cruel dos dois disparos que atingiram a cabeça do sargento Roger Dias, da PM de Minas Gerais, em Belo Horizonte. 
Pacheco afirmou que “o Congresso Nacional atuará para mudanças na lei penal e de execuções criminais, suprimindo direitos que, a pretexto de ressocializar, estão servindo como meio de mais e mais crimes”.  
Foi na saidinha de Natal que o bandido ganhou arma e munição do Papai Noel e atirou no sargento de 29 anos, pai de um recém-nascido. 
Seu cúmplice tinha dois homicídios e 15 crimes, e estava em liberdade condicional. 
O assassino tinha 18 registros de crimes. E estava solto, como se merecesse passar o Natal em casa, convivendo com a família. 
Houve uma reclamação muito grande, você também viu aqui, e parece que Pacheco finalmente ouviu o barulho dos tiros.

Em São Paulo descobriram que 1.566 condenados soltos para a saidinha de Natal não voltaram. 
Além desses, outros 81 outros foram flagrados ou traficando, ou roubando, ou furtando, ou agredindo, ou ameaçando. 
A Câmara aprovou a extinção da saidinha por 311 votos contra 91
O relatório na Comissão de Segurança Pública do Senado já está pronto, é do senador Flávio Bolsonaro, do Rio de Janeiro; está pronto para ir à Comissão de Constituição e Justiça e ser votado em plenário.

Superávit recorde é baseado em queda preocupante na importação
O governo está fazendo propaganda, dizendo que a balança comercial teve quase US$ 100 bilhões de superávit no ano passado. 
Bonito, muito bonito, muito mais que no ano anterior. 
Mas sabem o que aconteceu? As importações diminuíram muito
Quando se importa, é porque se acredita no futuro, é porque estão investindo, produzindo, criando emprego, comprando insumos para produzir aqui no Brasil. 
A importação não é só de material de consumo: são adubos, fertilizantes, máquinas, grandes máquinas, tecnologia. 
Mas a importação caiu quase 12%, baixando para US$ 240 bilhões. 
As exportações cresceram só 1,7%, foram de US$ 339 bilhões.  
[em português claro, que até petista entende: para um crescimento  sustentável as importações não podem cair, o SUPERAVIT tem que ser obtido exportando mais, de forma crescente, especialmente a indústria, gerando valor agregado  e não reduzindo importações de itens essenciais ao crescimento.]  
A agropecuária conseguiu exportar 9% a mais; os minérios tiveram 3,5% de aumento na exportação.  
Mas a indústria exportou ainda menos que no ano passado, queda de 2,3%.
Veja Também:



 
Líderes vão decidir o que fazer com MP da reoneração da folha
Pode ser que nesta terça-feira, em reunião com líderes do Congresso, Pacheco decida o que fazer com a medida provisória que veio para anular a vontade de 438 deputados e senadores que derrubaram o veto do presidente à prorrogação da desoneração da folha para 17 setores que mais empregam
A decisão pode ser a de devolver a MP, e isso pode ser feito, a derrubada ou acolhê-la, mas assim que o ano legislativo começar derrubá-la na comissão especial. Isso também pode acontecer. [é essencial que a medida seja devolvida, o que mostrará ao presidente Da Silva que é o Congresso quem tem a competência constitucional de legislar; o Congresso Nacional tem que ser claro, duro e mostrar ao atual presidente que sua manobra de derrubar, via MP,  a derrubada de vetos em questão é OFENSIVA ao PODER LEGISLATIVO e ao POVO = representado legitimamente pelo Congresso Nacional.
Além do mais, abre a porta para que o senhor Da Silva edite uma MP para revogar decisão do Congresso sobre o 'marco temporal' e qualquer outra matéria aprovada pelo Poder Legislativo que desagrade aos interesses daquele cidadão e do seu partido. ]

Acidente na Bahia chama atenção para descuido com segurança
Por fim, para o pessoal que anda de ônibus interestadual, um ônibus bateu de frente em um caminhão na cidade de São José do Jacuípe, na Bahia. Morreram 22 passageiros do ônibus, e eu pergunto: estão exigindo que todos os passageiros estejam com cinto de segurança?
 
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Saidinhas de Natal: devem ser armas do Papai Noel que os bandidos usam para matar - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Benefício a criminosos

O ex-ministro de Lula, que foi ministro das Comunicações, o experiente político carioca Miro Teixeira, disse que os atos de 8 de janeiro de 2023 jamais podem ser chamados de golpismo, pois foi uma balbúrdia, que não tinha a menor condição de golpe. 
Que se Bolsonaro quisesse dar o golpe, daria enquanto era comandante supremo das Forças Armadas, e não depois que estava na Flórida. Ele tem razão.
 
E o ministro da Defesa de Lula, o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse mais ou menos a mesma coisa, que não havia condições de golpe.  
Era uma multidão, sem comando, sem liderança, de pessoas idosas, ninguém conduzindo, ninguém portando armas, sem nenhum apoio de forças policiais ou militares. 
E alguns, que até hoje não se sabe quem foram esses, porque os inquéritos até agora não especificaram quem quebrou o quê, e a gente não sabe quem quebrou ou se alguém entrou antes para quebrar.

Democracia para quem?
Foi lançado agora, lá em São Paulo, o livro Diário de Anne Brasil. Meio, assim, repetindo o Diário de Anne Frank, contando de uma jovem que veio do interior do Brasil no início de janeiro e que ficou acampada lá na frente do QG e que participou das manifestações e não invadiu nenhum prédio
E até hoje está com tornozeleira, e foi para prisão, foi posta no ônibus, naquele engodo, passou pelo IML, foi para a Polícia Federal e acabou no presídio. 
Pessoas que não tinham a menor condição de dar golpe de Estado, tomar o poder, destituir o presidente da República. Destituir os chefes de poder. Só para lembrar isso.

Aliás, querem lembrar isso em um museu da democracia. Eu acho que é o reconhecimento de que a democracia já é passada, já vai para o museu. Vai lá, põe a Constituição de 1988 no museu, junto com as múmias, com os quadros maravilhosos do século passado, dos impressionistas etc. Democracia, né? Se fala tanto.

Democracia é lugar em que as pessoas têm tranquilidade, agora mesmo eu vi no Estadão. A revista International Living escolheu os 10 melhores países para quem quiser morar depois de parar de trabalhar. Aposentados. Primeiro Costa Rica. Segundo Portugal, né? Aí eu vejo que França está lá. Está em sétimo, parece. Estados Unidos nem está. E Brasil, claro, não está. Imagina, a pessoa sai para a rua, encontra bandido que foi solto para a saidinha de Natal.

Benefícios aos criminosos
Foi o que aconteceu em Belo Horizonte, lá com o sargento Roger Dias,
de 29 anos, pai de recém nascido. 
Encontrou o cara da saidinha, que já estava armado. Ganhou arma do Papai Noel, né? E deu dois tiros na cabeça do sargento. 
O governador Zema está reclamando que já passou um projeto de lei pela Câmara e o Senado não bota para votar. 
Só que tem que sacudir o mineiro que representa Minas Gerais, que é o presidente do Senado. Que é o Rodrigo Pacheco. A Câmara dos Deputados aprovou por 311 a 98, o fim dessas saidinhas, desses benefícios.
 
 O sujeito que atirou no sargento já tinha 18 crimes na ficha e foi beneficiado. O cúmplice dele, que estava ao lado, já tinha dois homicídios num total de 15 crimes, que está preso também.
Aqui em Brasília o sujeito saiu na saidinha, deu cinco tiros - também ganhou a arma do Papai Noel - na mulher que não foi visitá-lo.
 
Lá no litoral paulista pegaram outro da saidinha que tava com metralhadora, uma submetralhadora - que ganhou do Papai Noel também.  
Quando será que Rodrigo Pacheco vai fazer o Senado votar o que é de interesse da nação brasileira? 
não é o interesse pessoal de cada um, é o interesse do povo, então fica o registro.
 
Falando em crime, né? Que coisa horrorosa! Essa pousada lá em Presidente Figueiredo, no Amazonas.  
Uma moça venezuelana, artista, artista de circo, palhaça de circo, ciclista que vinha percorrendo o país, se hospedou na pousada, estava na rede, e foi morta pelo casal. Primeiro estuprada, violentada, depois morta e enterrada, do lado da pousada, descobriram agora. 
Meu Deus do céu, será que o brasileiro é mesmo aquele cidadão cordato? De bom coração, do nosso sociólogo Gilberto Freyre?

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Um ano envolto em fraldas - Percival Puggina

        As antigas folhinhas de xaropes e pílulas costumavam vir ilustradas com a imagem de um ano ancião que saía, barbas brancas, encurvado sobre sua bengala e um ano novo que chegava enrolado em fraldas. Posta na parede, ali ficava como “marco temporal” de nossos planos de réveillon.

Contudo, o Sol e a Lua não contam seus giros nem dão bola para as promessas que fazemos a nós mesmos. 
O tempo é coisa que usamos, mas não nos pertence; é utilidade, convenção, relatividade. Meia hora na cadeira do dentista dura bem mais do que meia hora numa roda de amigos. 
Na infância, eternidade é o tempo decorrido entre dois Natais ou duas visitas de Papai Noel. 
Minha mãe, por seu turno, tão logo terminava um ano começava a se preocupar com o Natal vindouro “porque, meu filho, logo, logo é Natal outra vez”.

A vida familiar e a vida social se fazem, entre outras coisas, do cotidiano encontro da maturidade com a juventude. Imagine um mundo onde só haja jovens ou onde, pelo reverso, só existam idosos. Imagine, por fim, a permanente perplexidade em que viveríamos se a virada da folhinha nos trouxesse, com efeito, um tempo novo, flamante, que nos enrolasse nas fraldas da incontinência urinária, com tudo para aprender.

Felizmente não é assim, nem deve ser visto assim. O importante, em cada recomeço, é ali estarmos com a experiência que o passado legou. Aprender da História! Aprender da vida! E, principalmente, aprender da eternidade!

Quem aprende da eternidade aprende para a eternidade. Aprende lições que o tempo não desgasta nem consome, lições que não são superadas, lições para a felicidade e para o bem. 
Por isso, para os cristãos, a maior e melhor novidade de cada ano será sempre a Boa Nova, que infatigavelmente põe em marcha a História da Salvação, cumprindo o plano de amor do Pai.

Bem sei o quanto é contraditório à cultura contemporânea o que estou afirmando. E reconheço o quanto as pessoas se deixam cativar pela mensagem do hedonismo “revolucionário”, supostamente coletivista e igualitário. Mas é preciso deixar claro que tal mensagem transforma o mundo num grande seio onde, a cada novo ano, se retoma a fase oral e se trocam as fraldas da imaturidade.

A quantos lerem estas linhas desejo um 2024 de afetos vividos, aconchego familiar, realizações, vitórias, saúde e paz.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

terça-feira, 25 de julho de 2023

Tribunais torram R$ 13 bilhões com “penduricalhos” em seis anos - LúcioVaz

Vozes - Gazeta do Povo 

 
 

Fachada do Tribunal de Justiça de São Paulo.| Foto: Wikimedia Commons

Em seis anos, os tribunais de Justiça do país gastaram R$ 13,7 bilhões com “penduricalhos” – pagamentos eventuais que reforçam a renda dos juízes e desembargadores.  
A maior despesa foi com pagamentos retroativos – R$ 5,7 bilhões. Dezenas de magistrados acumularam até R$ 3 milhões – cada um – com esses pagamentos. As indenizações de férias somaram R$ 3,6 bilhões.
 
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), maior tribunal do país, com 360 desembargadores, pagou R$ 1,5 bilhão de retroativos e R$ 1,1 bilhão de indenização de férias.  
Como têm direito a 60 dias de férias, os magistrados costumam “vender férias” para aumentar a renda. Como se trata de uma indenização, a verba não sofre desconto do imposto de renda nem da Previdência. 
Essas despesas estão na planilha de “direitos eventuais”.
 
No Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), os retroativos somaram R$ 1,57 bilhão. As indenizações de férias, mais R$ 290 milhões
Mas o tribunal mineiro também pagou R$ 315 milhões de indenização de férias-prêmio e R$ 418 milhões de habeas corpus e outras medidas urgentes. Essas duas despesas, que totalizam R$ 733 milhões, estão na planilha de “indenizações”, na coluna “outras”.

Os retroativos resultam da equivalência de remuneração entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os membros do Congresso Nacional. Os pagamentos retroativos se referem às diferenças salariais (PAE e outros atrasados) não recebidas à época em que foram reconhecidas.

O levantamento foi feito pelo blog com dados a partir de setembro de 2017, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) passou a divulgar a remuneração dos juízes de todo o país numa planilha única. 
O blog considerou os penduricalhos mais dispendiosos: indenização de férias, retroativos, substituição e exercício cumulativo. 
Os dados totais foram atualizados pela inflação do período, ano a ano. 
Os valores individuais são nominais.

Veja Também:

    Cúpula da Apex gasta R$ 1,4 milhão com viagens internacionais: tem passagem de R$ 140 mil

Valores acumulados
Pelo menos 30 desembargadores do TJMG acumularam R$ 3 milhões – cada um deles – com pagamentos retroativos desde setembro de 2017. 
O desembargador aposentado Lúcio Silva Martins recebeu R$ 3,4 milhões. Foram 61 pagamentos no valor médio de R$ 56 mil, o maior deles de R$ 286 mil, em março do ano passado. 
O desembargador aposentado Murilo Pereira recebeu R$ 3,3 milhões. Em 2011, o TJMG pagou retroativos num total de R$ 408 milhões. A maior bolada naquele ano foi em agosto – R$ 120 milhões.

O blog perguntou ao TJMG quanto já foi pago e quanto falta pagar dos retroativos que resultam dos atrasados da PAE. O tribunal respondeu que “os pagamentos de equivalência são feitos conforme decisões judiciais, de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira”.

Sobre a inclusão dos valores relativos às "indenizações férias-prêmio, que estão na planilha de “indenizações”, o tribunal afirmou que “as férias, não gozadas, prêmio ou regulares, são indenizadas, o que justifica sua classificação orçamentária”.

Bolada chega com Papai Noel
No TJSP, magistrados acumularam até R$ 1 milhão em seis anos com pagamentos retroativos.  
O desembargador aposentado Silveira Paulilo juntou R$ 1,24 milhão. Egídio Jorge Giacoia, aposentado em 2019, acumulou R$ 1,13 milhão. Em 2020, os pagamentos de retroativos no tribunal somaram R$ 374 milhões. A maior bolada chegou em dezembro, junto com o Papai Noel – R$ 67 milhões.
 
O tribunal de São Paulo informou ao blog que os pagamentos efetuados de diferenças da PAE, de 2017 até hoje, somam R$ 675 milhões. E ainda falta pagar a quantia de R$ 39 milhões. 
Acrescentou que, além das diferenças da PAE, também ocorrem pagamentos de diferenças de subsídio, relativas aos anos de 2005 a 2007, cuja legitimidade foi autorizada pelo CNJ.

A fartura não ocorre apenas nos grandes tribunais. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), tribunal de médio porte, por exemplo, pagou R$ 718 milhões para compensar as diferenças apuradas na conversão do cruzeiro real para a URV no período de 1994 a 2005.  

A verba está registrada na coluna “outra”. Vários magistrados de Goiás acumularam em torno de R$ 1,8 milhão em seis anos.

O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) declarou gastos de R$ 28 milhões com retroativos em seios anos. 
Mas o tribunal gastou mais R$ 219 milhões com “outros eventos”. 
Essas despesas estão registradas na coluna “outro”, com pouca visibilidade no painel do CNJ. 
Procurado pelo blog, o TJRO afirmou que, no Grupo Outros Eventos, estão classificados vários pagamentos entre eles: Adicional de Tempo de Serviço-ATS/VPN,  Gratificação Por Acumulação de Acervos Res. 236/2022, abono Pecuniário, Gratificação Diretor de Fórum.
 
Palácio com pinturas folheadas a ouro
Dinheiro não falta para o TJSP. O tribunal tem orçamento de R$ R$ 15,5 bilhões em 2023. 
 Muito próximo do orçamento do Estado do Piauí, um dos mais pobres do país – R$ 15,7 bilhões. 
O prédio do maior tribunal do país é uma demonstração definitiva da sua riqueza. Na entrada do tribunal, destaca-se o Salão dos Passos Perdidos, que dá acesso às dependências do “Palácio da Justiça”.

A descrição do salão é do próprio tribunal: “Ladeado por escadarias revestidas em mármore de Chiampo; piso em mármore de Carrara; corrimãos em mármore amarelo português e detalhes de balaústres em mármore e bronze. No perímetro da sala, estão dispostas 16 colunas jônicas de granito vermelho polido de Itu, pesando aproximadamente 15 toneladas cada, com bases e capitéis de bronze, desenhadas pelo arquiteto ítalo-brasileiro Domiciano Rossi”.
No Salão dos Passos Perdidos, escadarias e piso revestidos em mármore


Foto: Divulgação/TJSPNo Salão dos Passos Perdidos, escadarias e piso revestidos em mármore. Foto: Divulgação/TJSP| TJSP

No quinto pavimento, está localizado o “grandioso” Salão Nobre do Palácio da Justiça, decorado com motivos clássicos gregos. Seguem as descrições: “Nesta sala, a simbologia ligada à Justiça foi ricamente representada, com pinturas folheadas a ouro nas suas paredes, arte em alto relevo no teto, além de exuberantes lustres de bronze, que reproduzem as imagens presentes em todo o salão”.  

O Salão Nobre é destinado a sessões de julgamento do Órgão Especial, além de realização de solenidades e grandes eventos.


Veja Também:

    Gabinetes de senadores abrigam servidores com renda de até R$ 48 mil

Os tribunais que mais gastaram
Tribunal    inden. férias (R$ milhão)    retroativos (R$ milhão)    total (R$ milhão)
TJSP    1.112    1.522    2.634
TJMG    337    1.576    1.917
TJRJ    318    237    961
TJRS    226    323    876
TRF1    42    56    437
TRF4    15    92    407
TRT2    44    204    383
TJSC    172    140    354
TJMS    208    48    314
TRF3    65    59    310
TJDF    141    7    306
TRT15    37    147    305
TJBA    204    3    303
TRF2    13    63    276
TJGO    78    4    275
TJPE    116    72    264
TRF4    14    52    223
TJMA    67    0    116
TJPA    41    5    95
TJCE    45    17    85
Fonte: Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Lúcio Vaz, colunista -Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 18 de dezembro de 2022

Natal - A ladainha laicista nas escolas e o cancelamento do aniversariante do Natal

Vozes - Crônicas de um Estado laico

NATAL 
 

Detalhe de “A Adoração dos Pastores”, de Gerard van Honthorst.| Foto: Wikimedia Commons/Domínio público
 
Não existe Natal sem Jesus e o Natal está chegando. Shoppings e lojas enfeitadas, luzes piscando em todo lugar. 
 O que nos incomoda em meio ao Advento é o movimento cada vez mais impositivo da secularização ou do discurso laicista de que não se pode falar de Jesus no Natal, porque seria uma afronta as outras religiões e ao Estado laico, e blablablá.

De qualquer forma, é importante deixar claro que o problema não é o Papai Noel – muitos desavisados, aliás, criticam o pobre velhinho como se fosse uma criação do sistema. Santa ignorância. O Papai Noel é fruto direto da influência cristã e representa São Nicolau de Mira. Nicolau foi monge no século 4.º e era reconhecido por sua generosidade e afinidade com crianças. É sabida sua preocupação com crianças carentes, não apenas sob o ponto de vista assistencial, mas também educacional; por isso ele é tido como padroeiro dos estudantes. Aliás, a própria aparência do atual Papai Noel é exatamente como São Nicolau é descrito: velhinho, gordinho e com longas barbas brancas.

O problema está no fato de o Papai Noel ocupar a centralidade do Natal, excluindo o dono da festa e aniversariante
Nunca é demais lembrar que o real motivo do Natal é a comemoração do nascimento do Deus Filho na plenitude dos tempos, quando o Leão de Judá, o Sempiterno Filho de Deus, o Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos se esvaziou, tornando-se uma indefesa criança, deitada em uma manjedoura, na pobre cidade de Belém.


    O problema não é o Papai Noel – que, aliás, é fruto direto da influência cristã. O problema está no fato de o Papai Noel ocupar a centralidade do Natal, excluindo o dono da festa e aniversariante

As escolas são exemplo disso, públicas ou privadas. Ensinam as crianças a celebrar o Natal na base da troca de presentes (que em si não é problema, pois representa os presentes entregues ao Menino Jesus pelos reis magos), pinheirinho de Natal e Papai Noel, sem mencionar uma única vez que o motivo da festa que mobiliza a escola, a cidade e o mundo é o nascimento de Jesus. Isso não tem nada a ver com Estado laico, escola laica e outras ladainhas, mas com um fato histórico inconteste, tanto que contamos o tempo a partir dessa data – por que o leitor acha que estamos no ano de 2022? 
Eu mesmo perguntei à minha filha de 5 anos se lhe explicaram o motivo do Natal na escola, ou, no mínimo, se comentaram algo sobre Jesus. “Não, papai, na escola só falam do Papai Noel”. É lamentável: seja por uma imposição da secularização, seja pelo mantra fake do Estado laico, nossas crianças são “desensinadas” na escola – a palavra pode até não existir no português, mas na vida prática é exatamente o que acontece.

Minha vontade é sugerir à ex-escola da minha filha (sim, já a tirei de lá) para adotar outro calendário, já que Jesus não pode ser mencionado. Mas isso daria tela azul na diretoria, pois todos os calendários têm origem religiosa. E agora, José? Não tem jeito; a religião é um fato inexorável da vida humana.

Por outro lado, não é só de secularismo ou ladainha fake de Estado laico que vive o Brasil. Lembrando da igreja sem liberdade religiosa no Natal

O advento é temporada do ano em que nós olhamos para a primeira vinda de Cristo, quando Ele se fez carne em forma de um bebê nascido em Belém. É tempo de refletirmos na história de redenção e prepararmos nosso coração para meditar e celebrar diariamente na salvação do Senhor. Como cantou a milícia dos anjos aos pastores no campo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2,14). É um tempo de lembrar e também esperar. Lembramos do nascimento de Cristo, e esperamos o dia em que ele irá retornar para buscar a sua Igreja.

Hoje, em cumprimento à grande comissão entregue por Jesus, “ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”, a Igreja de Cristo está espalhada pelo mundo todo. Contudo, Jesus alertou que, por causa de seu nome, os Seus discípulos seriam perseguidos, conforme João 15,20-21:“Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou.”

A verdade é que, enquanto festejamos livremente o Natal no Brasil, com grandes festividades em nossos lares e congregações, há muitos de nossos irmãos e irmãs em outras partes do mundo que não podem comemorar o nascimento de Cristo com a mesma abertura que temos. Na verdade, sofrem perseguição intensificada nesta época do ano. O portal cristão especializado Religion Unplugged relata que “muitos cristãos, apesar de sua fé e devoção, têm pouca oportunidade de celebrar o nascimento do menino Cristo, ou de ‘descansar à beira da desgastante estrada e ouvir os anjos cantarem’”.

O referido portal explica que no Irã o Natal é um tempo de crescente controle e perseguição, em que a junção de cristãos para celebrar é acompanhada de violentas prisões. Na Nigéria e outros países africanos, invasões e massacres durante a madrugada fazem os sobreviventes agradecerem a cada manhã que acordam porque o Senhor os guardou para viverem outro dia. Na China, igrejas são vigiadas, cultos são interrompidos, bem como líderes eclesiásticos que são levados acabam desaparecendo.

A Unigrejas, portanto, faz este desafio para nós aqui no Brasil: celebrar o nascimento de nosso Salvador neste período de advento, sem esquecer dos nossos muitos irmãos e irmãs em Cristo que não desfrutam dessa mesma liberdade de religião e crença para comemorar o nascimento de nosso Salvador. 
Oramos para que todo consolo e encorajamento estejam sobre a Igreja perseguida espalhada pelo mundo neste Natal, e que muitos deles sejam feitos livres dessas amarras. 
Ao meditar sobre a primeira vinda de Cristo, fortalecemo-nos com a esperança de sua segunda vinda, quando todos nos reuniremos livremente em Sua presença para festejar a Salvação que veio por meio de Cristo e para dar Glórias a Deus nas maiores alturas!

Conteúdo editado por: Marcio Antonio


Crônicas de um Estado laico -Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina, colunistas - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

O ['Deslize'] vacilo em foto de Lula que virou munição do bolsonarismo contra o PT

Campanha admite erro técnico na foto de ex-presidente em Salvador na qual há pessoas duplicadas [fraude agora se chama, na quadrilha petista, de 'erro técnico'; denunciamos por ser nosso DEVER alertar que o descondenado Luladrão, que sempre foi mentiroso e também ladrão, continua mentindo empenhado em voltar à cena do crime para continuar roubando o Brasil.]  

Uma foto publicada pela assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a caminhada que fez em Salvador, na Bahia, no último sábado, 2, vem sendo utilizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para acusar a campanha petista de fraude.

Isso porque a foto, que à primeira vista parece mostrar uma rua lotada, conta com algumas pessoas duplicadas. Foi o suficiente para a acusação de que o PT estaria fazendo montagens para exagerar no apoio popular que Lula recebe nas ruas.[é a conclusão que se chega quando se percebe (foto em O Globo, jornal lulista, comprova ao apontar exemplos.) muitas pessoas duplicadas - ou saíram espalhando gêmeos idênticos ao acaso. Lula e o perda total foram, continuam sendo e sempre serão fraudes.]

O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das Lojas Havan, compartilhou no domingo, 3, um vídeo no qual um homem que se diz especialista em fotografia aponta erros técnicos que comprovam que a foto não é o que parece.

Os mesmos erros foram reforçados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também no sábado. Se fazem isso publicamente para enganar a população de que tem apoio popular, imagina o que não fazem longe das câmeras?”, questionou o parlamentar no seu Twitter.

Outro militante da direita bolsonarista, o influenciador bolsonarista Kim Paim criticou até o fato de a TV Globo ter noticiado que a foto de Lula continha pessoas duplicadas, o que ele chamou de “cortina de fumaça”. Vocês acham que a Globo está criticando a foto manipulada do PT à toa (sic)? Isso é uma cortina de fumaça para as pessoas começarem a criticar o PT pela foto e esquecer o escândalo do PCC, argumentou ele, fazendo referência à delação do publicitário Marcos Valério.

O autor da foto, Ricardo Stuckert, que há anos é o fotógrafo oficial de Lula, explicou ao Portal G1 que fez nove fotos com um drone para montar a imagem panorâmica de 180 graus e, como as pessoas estavam se mexendo, algumas apareceram duplicadas. “Foi uma sobreposição”, disse o fotógrafo petista.  “Tem a outra foto que não é panorâmica, que é uma foto só, no mesmo ângulo, na mesma hora. Se fosse pra falar que tem Photoshop ou qualquer coisa, tem o vídeo que é também na mesma hora onde o drone estava. Não tem absolutamente nada de Photoshop”, se defende ele. [Pessoal, se vocês acreditarem no fotografo oficial do descondenado, lembramos que no inicio de dezembro devem escrever para Papai Noel pedindo presentes.]

Blog Maquiavel - Revista VEJA


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Especialistas veem como remotas as chances de jovens presos na Tailândia retornarem ao Brasil: 'Quase impossível'; entenda

Garota de 21 anos clamou por ajuda à família em áudio enviado antes de ser presa; advogado diz que tentará provar inocência de Mary Helen para evitar pena de morte. Conheça mais sobre a jovem

O medo e a incerteza cercam a vida de três brasileiros que desembarcaram na Tailândia há pouco mais de uma semana e foram flagrados pelas autoridades locais com 15,5 quilos de cocaína no aeroporto. No país asiático, o tráfico internacional de drogas é passível de condenações à prisão perpétua ou mesmo à pena de morte. O caso ganhou repercussão graças à voz de Mary Helen Coelho da Silva, de 21 anos, que, ainda antes da prisão, conseguiu pedir ajuda à família, em desespero, implorando para que pudesse responder pelo crime no Brasil. A situação deles, no entanto, não inspira otimismo, conforme especialistas ouvidos pelo GLOBO. A solicitação dela é vista como impossível até pela defesa. Na melhor das hipóteses, Mary Helen, por exemplo, teria que esperar todo o processo ser concluído em trânsito em julgado, para que fosse tentado algum recurso diplomático de repatriamento, o que também é visto como muito complexo por criminalistas especializados no assunto. [NÃO HÁ O QUE ALIVIAR; os brasileiros cometeram um crime grave - só aqui no Brasil, a terra da impunidade, a terra em que até criminosos com sentenças condenatórias confirmadas em várias instâncias, são descondenados - não são inocentados, porém ganham a liberdade e todos os direitos como se inocentes fossem - e tem que ser punidos com a pena imputada ao delito no país no qual foram flagrados e presos.
A gravidade do crime é tamanha que não tem sentido se cogitar da não aplicação da pena estabelecida. 
Aliás, a conduta severa e implacável da Indonésia, Tailândia e outros países, deveria ser adotada no Brasil seguida do acréscimo de pena para os viciados em drogas - são os chamados 'usuários' que sustentam o tráfico - sem usuários = sem demanda = sem tráfico.
Acertadamente, a Indonésia executou dois brasileiros na década passada e houve uma queda no tráfico para aquele País, pelo menos envolvendo brasileiros. -
Mary Helen: jovem foi presa com drogas na Tailândia e agora implora para voltar ao Brasil Foto: Reprodução
Mary Helen: jovem foi presa com drogas na Tailândia e agora implora para voltar ao Brasil Foto: Reprodução
 

Carga milionária:Cocaína encontrada em malas de brasileiros na Tailândia é avaliada em R$ 7 milhões

O advogado catarinense Telêmaco Marrace de Oliveira será o representante da defesa de Mary Helen no Brasil. Daqui, ele pretende auxiliar os advogados tailandeses que assumiram o caso com o envio de documentos e dossiê que possivelmente ajudem a provar a inocência da brasileira. Ele, que possui experiência em casos como esse envolvendo brasileiros ao redor do planeta, diz que foi contactado nesta terça-feira pela manhã por advogadas de Pouso Alegre (MG), cidade da jovem detida na Tailândia.

Ela até mandou um áudio pedindo para responder no Brasil,mas infelizmente isso é impossível. A expectativa da defesa, a priori, porque ainda não me contactei com o advogado tailandês, é de provar a inocência dela. Ela não sabia que essa droga estava na mala, e essa história precisará ser contada minuciosamente. Vão criar esse benefício da dúvida. Muitos são absolvidos lá nessa dúvida e é perfeitamente possível. Eu acredito que a Mary Helen é uma vítima, uma "mula", como os traficantes chamam, que carregava algo que não sabia —  afirma o advogado, que confirma que pode levar anos até que o processo seja concluído em trânsito em julgado. [como não sabia? transportar uma grande quantidade de drogas (quinze quilos)sem saber? é dificil de acreditar! e como explicar o súbito interesse da brasileira - trabalhando em Pouso Alegre em uma atividade que não está entre as que mais propiciam meios para turismo internacional - para fazer turismo no país asiático. É bom que o doutor Telêmaco tenha presente  que ele não está no Brasil, onde a impunidade é a regra.]

Mary Helen e homem que a acompanhava, no momento em que foram pegoscom 15kg de drogas no aeroporto Foto: Reprodução
Mary Helen e homem que a acompanhava, no momento em que foram pegos com 15kg de drogas no aeroporto - Foto:  Reprodução 

Para o advogado, Mary Helen foi vítima da prática de "angel fishing", quando jovens são atraídas e cooptadas para participar de esquemas de tráfico internacional de drogas, mesmo sem saber. — Existe nesse ramo a figura do angel fishing: o cara que está na balada, cria todo um esquema, coopta essas meninas para levar para fora do país através de Tinder, Instagram... é a velha história da namoradinha e do príncipe encantado. Até a mala da menina muitas vezes eles preparam e prometem levar para conhecer outro país. A possibilidade de que isso tenha acontecido é muito grande. Mas é algo a priori. Ainda vou me inteirar dos autos e vamos desenrolando.

'Transferência pouco provável para o Brasil'

A presidente da Comissão de Direito Internacional da OAB de Minas Gerais,  Lorena Bastianetto, explica que a  Lei da Migração, de 2017,  prevê  que brasileiros condenados no exterior possam cumprir a pena no Brasil, caso haja um acordo diplomático. No entanto, como há a possibilidade de que eles sejam condenados a penas altas ou até à morte, a diferença entre a aplicação das penas — no Brasil a punição máxima é de 40 anos de reclusão [tempo que não será cumprido - o caso do casal Nardoni, da Suzane Von Richtoffen, entre outros,  fundamentam o nosso entendimento; se for muito azarado o indivíduo fica preso entre 25 a 30 anos.] muito provavelmente brecaria qualquer aceno positivo por parte dos tailandeses.

A regra geral diz que, quando você comete um crime em um país estrangeiro, não há a possibilidade de que o julgamento ou o cumprimento de pena sejam feitos no país de nacionalidade ou residência da pessoa. Se você cometeu um crime no exterior, esse país estrangeiro tem a jurisdição sobre ele, competência para julgá-lo — afirma Lorena. —  Nós temos na Lei da Migração algumas exceções a esse princípio da territorialidade. O artigo 103 trata da possibilidade de um brasileiro condenado no exterior, em trânsito em julgado, de cumprir a pena aqui no Brasil. É um instinto humanitário, porque você coloca esse condenado perto da sua família, num local onde ele fala  a língua dele, e que lhe é familiar. Mas para que essa transferência seja possível, de acordo com a lei, seria necessário ou um tratado entre Brasil e Tailândia estabelecendo essa possibilidade, o que nós não temos, ou uma promessa de reciprocidade de que um tailandês teria o mesmo direito quando condenado aqui no país. Acredito que seja pouco provável essa transferência, justamente por conta das diferenciações na punibilidade.

A rota para a prisão

. Foto: Editoria de Arte
. Foto: Editoria de Arte

 

Especialista sobre o tema,  Lorena afirma que, por conta da superlotação carcerária na Tailândia, e também por conta de uma pressão humanitária, o país vem reformando algumas leis referentes ao tráfico de drogas e tornando-as mais brandas. [no tocante ao tráfico de drogas a Tailândia tem a solução para a superlotação = pena de morte.Punição que já é aplicada.] O tipo e a quantidade de drogas encontradas com os brasileiros e a possibilidade do enquadramento de mais de um crime, no entanto, complicam a situação deles. Ela explica que no país asiático existem diferentes níveis de punição dependendo da substância; eles levavam cocaína, que pertence ao segundo grupo considerado mais grave.

A Tailândia tem medidas restritivas severas em relação ao combate tanto ao uso quanto à venda de drogas. Nos últimos tempos, desde 2017, no entanto, têm sido feitas algumas reformas nessas leis, e são mais de 20 que tratam sobre substâncias psicotrópicas e narcóticos que foram reformadas, no sentido de torná-las mais brandas. Isso porque existe um congestionamento de população carcerária na Tailândia, que é o país com a maior população carcerária da Ásia — acrescenta. — Mas na lei tailandesa, existem categorizações das substâncias que são sujeitas de punibilidade. A categoria 1, que é a mais grave, inclui heroína, metanfetamina, entre outras. Nela, você tem somente as penas gravíssimas, de morte, prisão perpétua. A categoria que Mary Helen se enquadra é uma abaixo dessa, a categoria 2, que inclui a cocaína. O problema é que ela pode sofrer acumulações com outros crimes, como crime de conspiração, porque estava atuando com outras pessoas, e pela própria quantidade da droga, que evidencia que não era transportada para consumo próprio.

Perdão real
A advogada também citou uma possibilidade tão curiosa quanto ainda mais remota. Segundo ela, o rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, em todo aniversário, concede anistia a alguns presos estrangeiros que acabaram condenados a penas máximas. Por muita sorte, esse também poderia ser um caminho.— No ano passado, ele perdoou três pessoas por cometimento de crime de tráfico internacional de pessoas. Ou seja, ele concede indultos por ocasião da celebração do aniversário dele. Portanto, pode existir uma esperança também de que no aniversário de 70 anos ele conceda algum tipo de indulto ou perdão a presos estrangeiros.
 
'Caso quase impossível'
Quem também se mostra pouco otimista quanto às possibilidades de Mary Helen e os outros dois brasileiros é o advogado e professor de direito penal da Universidade Federal Fluminense (UFF), Daniel Raizman. Ele cita que já até houve um precedente de extradição entre os dois países, mas que não corresponde a este.

  O Brasil e a Tailândia não possuem tratado de extradição. É certo que, pelo princípio da reciprocidade, a Tailândia já extraditou um cidadão estrangeiro para ser submetido à Justiça brasileira por crime cometido no Brasil contra cidadão brasileiro. Nesse precedente, a Tailândia só entregou a pessoa sem abrir mão da sua soberania, pois o crime não tinha ocorrido no seu território —  conta. —  Porém no caso sob análise a situação é diferente: o crime foi cometido no espaço onde a Tailândia exerce a sua soberania e por esse motivo não acredito que a Tailândia esteja disposta a ceder parte da sua soberania em favor do Brasil. Isso sem contar com que as penas na Tailândia, de morte, não são admitidas no Brasil.

(...)

Eu, como presidente da comissão, posso fazer um contato com o Itamaraty para tentar ajudar, mas ainda não o fiz. Mas a gente pode auxiliar num contato de diplomacia, e é importante também dizer que existe diplomacia entre Brasil e Tailândia. As relações começaram em 1959, então temos mais de 62 anos de diplomacia, com visitas oficiais de ministros de relações exteriores de um país ao outro, então é possível que haja auxílio da OAB, até para que a porque a pena de morte no direito internacional é rechaçada, combatida por nós internacionalistas. Por mais grave que seja o crime, a comunidade internacional luta contra a pena de morte, que é capital, perpétua, não ressocializa, não dá qualquer chance de recuperação porque você paga com a vida. [em compensação garante que o condenado não cometerá novos crimes - muitas vezes tirando a vida de pessoas inocentes.Em muitos crimes, incluindo, sem limitar, o tráfico de drogas, PROVADA A CULPA a pena tem que ser severa,implacável.] É de todo o meu interesse ajudar a embaixada nessas tratativas.

(...)

Autodefinida nas redes sociais como "a dona da razão", e dona também de um temperamento forte, Mary Helen sempre procurou, em suas publicações, exaltar a força da mulher e a independência em relação aos homens. A força, no entanto, talvez já estivesse lhe faltando, mesmo tão nova. A página evidencia que ela vinha passando por dificuldades. Nos posts, é possível ver vários registros da presença dela em festas raves, assim como exaltando o uso de drogas, como num post onde "pede" um caminhão de MD-MA (variante do ecstasy) ao Papai Noel de Natal, além de outros onde aparece fumando maconha.

Há dez dias, embarcou para Curitiba (PR) para encontrar um rapaz que havia recém conhecido nas redes sociais, como conta a família. Sem qualquer tipo de aviso, foi com ele rumo à Tailândia, onde acabou pega pela polícia. Boa parte da droga apreendida estava em sua bolsa.

No perfil da jovem, agora, também é possível notar ataques de outros internautas. Vários chegam a comemorar a prisão da menina de 21 anos e a possibilidade de que ela seja morta. São mais de 450 comentários apenas na última foto postada por ela, uma imagem genérica de uma mulher segurando uma bolsa de grife em frente ao mar. "Achou que era o Brasil e se ferrou, irá conhecer o inferno mais cedo", comentou um homem que se identifica como Matheus Henrique. "Cadeira elétrica", ironizou outro identificado como Carlos Alberto Andrade. 

Arthur Leal,  jornalista - O Globo - MATÉRIA COMPLETA

 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

UMA HISTÓRIA DE NATAL - Percival Puggina

Eu já suspeitava de que o tal Papai Noel fosse uma enrolação dos adultos quando, certa noite, meus pais e tios reuniram-se e correram a porta onde, logo após, colei o ouvido de detetive para receber a má notícia: Papai Noel não existia e meu desejado carrinho de pedais não estava em cogitação. 


Papai Noel é um mito fugaz da infância, um comerciário gordo e simpático, ou um parente bem disfarçado, com touca vermelha de pompom branco, sumido nas recordações infantis referentes ao 25 de dezembro. Mas o menino Jesus, não. Ignorá-lo neste dia, notadamente numa família cristã, é embarcar na canoa furada do politicamente correto para ocultar um acontecimento real. É transformar uma data marcante da Fé e da humanidade numa festa pagã e comemorar, como em tempos remotos, o solstício de inverno no hemisfério norte... Convenhamos!

Diferentemente do velhinho de vermelho, o menino da manjedoura é o Redentor referido neste pequeno texto que há 25 anos escrevi para o Correio do Povo, com o título “Uma história de Natal”.

Numa noite assim, quando os mais nobres sentimentos varrem o pó do cotidiano e rompem a carapaça com que paradoxalmente sufocamos o bem para nos proteger do mal, inspiram-se os escritores para iluminar a literatura com páginas comoventes. São as histórias de Natal. Em cada uma delas se encontram fragmentos desse insondável mistério que é o homem, habitual espantalho de si mesmo, que cresce quando se ajoelha e se humaniza quando chora.

Entretanto, leitor amigo, por mais histórias de Natal que você tenha lido, em nenhuma delas nem em todas elas existe a força do episódio ocorrido nas cercanias de Belém, a cidade de Davi, numa noite fria da Palestina. Nasceu o Menino, o Senhor da História, o Rei dos Reis. Envolveram-no em panos e o deitaram numa manjedoura.

Penso, às vezes, sobre como escreveríamos nós se nos coubesse conceber o roteiro daqueles fatos. Certamente não escolheríamos aquele local. Nunca aquela época e, nela, nunca aquele povo. Jamais personagens assim. A humanidade já produziu ambientes melhores bem como circunstâncias e elenco mais promissores. E é exatamente por isso que não havia lugar na estalagem.

Essa história de Natal, a própria história do Natal, tecida com os fios sutis com que o divino autor urdiu sua rede de amor à humanidade, vence os séculos, se torna eterna e se impõe ao coração dos homens. É tempo de repetir: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 10 de outubro de 2021

Você acreditou que era só bondade desinteressada? Bobinho! - Gazeta do Povo

 Luciano Trigo

Como era previsível, diante do absurdo veto do ditador genocida à distribuição gratuita de absorventes íntimos, a grande mídia se apressou a pedir a opinião de especialistas em orçamento e gestão pública: as celebridades.

Famosos que exploram a empregada doméstica e nem “bom dia” dão para o porteiro – nem soltam um tostão para ajudar os pobres, porque caridade boa é aquela feita com chapéu alheio (o chapéu do dinheiro público, no caso) – ficaram em polvorosa diante de mais essa barbaridade na escalada da ditadura. Onde já se viu?

Uma atriz respondeu postando um vídeo em que aparece chorando e chamando o presidente de crápula; uma cantora se declarou chocada com o discurso do “monstro”; um youtuber afirmou, compungido, que os direitos humanos estão em risco no nosso país. Uma digital influencer entregou nos pontos: “Viver no Brasil não está fácil”.

Pois é, viver no Brasil pode estar difícil, mas nunca foi tão fácil ficar com a consciência limpinha. Cumprido o dever cívico de exibir a própria virtude, os guerreiros da justiça social podem passar o fim de semana em Noronha para aproveitar o feriadão; ou gastar em uma única balada dinheiro suficiente para resolver por um ano inteiro o problema da “pobreza menstrual” de centenas de mulheres em situação de vulnerabilidade.

Muitos desses heróis da resistência podem até ter a sincera convicção de estar fazendo a coisa certa. Acredito. Afinal de contas, eles aprenderam que dinheiro público é algo que dá em árvore ou cai do céu, e que o Estado tem obrigação de dar tudo de graça para as pessoas, inclusive artigos de higiene, porque elas têm direito. "Mas quem paga?" Cala a boca, fascista, a economia a gente deixa pra depois!

Décadas de descaso com a educação levaram a isso, à total ignorância dos princípios mais rudimentares de funcionamento da economia e da administração pública. Como escreveu Darcy Ribeiro, a crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto. A julgar pelo que se lê no Instagram e no Twitter, o projeto foi bem-sucedido. Infelizmente, como resumiu Margaret Thatcher, não existe dinheiro público, mas apenas dinheiro dos pagadores de impostos. Não serão os deputados lacradores, nem as celebridades, nem o Papai Noel, mas o povo que acorda cedo e trabalha, quem irá pagar pelos absorventes produzidos (com material sustentável) para compra e distribuição “gratuita”. Simples assim.

Matemática e responsabilidade fiscal são coisa de fascista: é claro que ninguém quis ler nem entender a fundamentação do veto, o que importa é ganhar biscoito e tacar pedra na Geni. Como observaram alguns leitores
na seção de comentários do meu artigo de ontem, o veto à farra dos absorventes foi fundamentado: o projeto de lei não explicou – ou explicou de forma vaga e preguiçosa – de onde sairia o dinheiro. A regra é clara: um presidente não pode criar, majorar ou estender qualquer benefício – muito menos uma despesa obrigatória de caráter continuado – sem especificar a fonte de custeio. Se Bolsonaro sancionasse a medida, estaria apenas violando a Constituição e cometendo crime de responsabilidade.

Não basta dizer vagamente que o dinheiro “vem do SUS”: como o orçamento não é um poço sem fundo, qualquer proposta de criação de despesa tem que explicar direitinho qual rubrica será cortada – no caso, qual medicamento deixará de ser comprado, qual serviço de manutenção dos hospitais deixará de ser feito – para que sobre dinheiro para a nova despesa criada.

É até compreensível que os famosos agarrem de forma feroz qualquer oportunidade de aparecer e ganhar likes gritando contra o monstro genocida, porque, por definição, celebridades precisam de exposição. Elas não estão interessadas em entender e analisar o assunto, apenas supõem que atacar o presidente pega bem. (Mas podem estar bastante enganados...)

Já os políticos da oposição entenderam perfeitamente o veto e sabem que o momento não é para demagogia – mas apostam na demagogia mesmo assim. Eles não estão preocupados com as estudantes carentes, nem com as mulheres em situação de vulnerabilidade, nem com as presidiárias; estão interessados apenas em atrapalhar e sabotar o governo – porque preferem ver o país destruído a ver o país dar certo com outro grupo no poder.  Mas não é apenas isso.

Jogar nos ombros do Estado o dever de arcar com a compra e distribuição gratuita de absorventes pode beneficiar mulheres pobres; mas beneficiará muito mais alguns homens ricos.  Uma coisa é certa: jogar nos ombros do Estado a responsabilidade de arca. A ação “gratuita” custaria, em uma estimativa modesta, R$ 120 milhões por ano aos cofres públicos, provavelmente muito mais. Para alegria de quem? Dos fornecedores, é claro, empresas multinacionais que fechariam contratos milionários com o governo, e que já estavam comemorando abertamente os lucros que viriam da aprovação da medida, em posts que fingiam celebrar o combate à "pobreza menstrual".

Como dizia Millôr Fernandes, desconfiem do idealista que lucra com seu ideal.

Esqueçam o discurso lacrador e os dedos em riste de parlamentares indignados com a falta de sensibilidade social do presidente. No fundo, o veto à proposta de gastar milhões em dinheiro público na compra e distribuição de absorventes provoca escândalo porque vai na contramão do estranho modelo de capitalismo que fincou raízes no Brasil: de um lado, capitalistas poderosos viciados em dinheiro público; de outro um Estado inchado e, frequentemente, corrompido; neste modelo, o papel que cabe ao governo é de mero atravessador.

Se você tem alguma dúvida, leia o excelente artigo “O sangramento coletivo e a pobreza mental”, que merece ser emoldurado. A autora traz diversas revelações interessantes sobre o tema, como nos trechos transcritos abaixo:

“(...) é um exemplo perfeito do nosso sistema vigente, essa deformidade ideológica que consegue reunir o pior de dois mundos: uma corporatocracia que inventa problemas e soluções em massa (como no comunismo), para o favorecimento de um grupo restrito de amigos (como no capitalismo de compadrio). É provavelmente por essa razão que a deputada (...) quer obrigar você, eu e todos nós a pagar pela distribuição de absorvente ­–porque existe um grupo de bilionários que pode se beneficiar enormemente dessa “caridade”.

“Uma dessas empresas é a Procter & Gamble, dona da Always, que no último relatório aos investidores declarou uma arrecadação de US$ 78 bilhões – é dinheiro que dá e sobra para financiar campanhas políticas no mundo inteiro. Aliás, olha que coincidência: a P&G está por trás de uma ONG criada explicitamente com a finalidade de resolver esse problema que até anteontem nem existia, e que agora tem até nome, graças a agências de publicidade e relações públicas. Aqui nesta página é possível ver as empresas que consideram isso uma prioridade: Caterpillar, Google, AT&T, Booz Allen Hamilton, Intel, Lenov...

Ou seja, tem muito dinheiro rolando por trás dessa bondade toda. E ainda tem gente acreditando que é só por empatia, altruísmo e preocupação desinteressada com as mulheres carentes que surgiu essa onda da "pobreza menstrual". Bobinhos.

A autora continua:


“Não duvido que existam pessoas bem-intencionadas (...) que acreditem que absorvente higiênico deve ser prioridade em um país onde crianças morrem de difteria, e onde metade da população não tem nem esgoto (...). Mas se essas pessoas realmente acreditam que absorvente menstrual deveria ser um direito, por que não entregar o dinheiro diretamente nas mãos das favorecidas, ou das mães dessas meninas?"


Ela inclui no artigo um link com fotos e reportagens sobre um encontro de um suposto patrocinador de campanhas políticas com o bilionário Scott Cook, diretor da Procter & Gamble.

E conta que perguntou à empresa citada:

"Vocês vão ser uma das empresas contempladas com dinheiro público para essa estranha prioridade? E qual o aumento de faturamento vendendo milhões de absorventes para um só cliente?”.

Conta, por fim, que perguntou a uma deputada defensora do projeto (a mesma que postou “Bolsonaro, me deixe menstruar!”): “Você vai receber financiamento de campanha de alguma empresa envolvida?”


[A menstruação e a desfaçatez da deputada Tabata: "Bolsonaro, me deixe menstruar!"]

Imagem em destaque

Segundo a autora do artigo, nem a empresa nem a deputada responderam.

Luciano Trigo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES