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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Gás da Argentina [que BNDES vai financiar] polui mais que o do Brasil; BNDES vai financiar obra no país

Banco deve desembolsar R$ 4 bilhões, segundo secretária 

Uma das bandeiras do presidente Lula, durante a campanha eleitoral de 2022, era a preservação ambiental. O petista, contudo, vai financiar um gasoduto na Argentina, cujo insumo é mais poluente que o do Brasil. A obra obra deve custar R$ 4 bilhões, conforme a secretária de Energia do país, Flavia Royón, em dezembro de 2022. Não se sabe como o dinheiro vai ser liberado aos hermanos.

A exploração de gás de xisto, na Argentina, não é regulamentada no Brasil, e já gerou problemas judiciais na Bahia e no Paraná, que suspenderam as atividades de exploração por meio do fraturamento hidráulico (método que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo) em áreas leiloadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Em julho de 2019, o governo do Paraná sancionou lei que proíbe o uso da técnica no Estado.

A reserva de Vaca Muerta, no oeste da Argentina e onde fica o gasoduto que receberá dinheiro do BNDES, é uma formação geológica rica em gás e óleo de xisto. O xisto é um tipo de rocha metamórfica que tem um aspecto folheado e pode abrigar gás e óleo em frestas. Para extrair gás desse tipo de local, usa-se o processo de fraturamento, considerado danoso ao meio ambiente, porque é necessário quebrar o solo.

Nesse tipo de processo, é necessário fazer uma perfuração vertical no solo até uma determinada profundidade. Depois, a broca muda para a direção horizontal para ir fraturando o solo, inserindo água e produtos químicos e assim liberando gás e óleo que possam estar “presos” entre as rochas.

O fraturamento, que vai ser usado na Argentina em obra financiada pelo BNDES, pode provocar gases de efeito estufa.

Procurada pelo site Poder360, sobre a questão, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse “desconhecer” o projeto do gasoduto para o qual Lula vai dar dinheiro. “Trata-se de um empreendimento complexo que envolve riscos socioambientais significativos a serem devidamente considerados”, informou a pasta.

Leia também: “Peronismo à brasileira”, reportagem publicada na Edição 121 da Revista Oeste

Redação - Revista Oeste