Ministério Público investiga esquema de concessões irregulares de registros sindicais no Ministério do Trabalho. No comando, um velho conhecido
Há três anos, ISTOÉ vem denunciando a existência de uma
indústria de criação de sindicatos no Ministério do Trabalho. Além de
produzir o milagre da multiplicação de entidades, a pasta deu guarida a
um balcão de negócios por trás da concessão de cartas sindicais. A farra
pode ter sido estancada, mas grupos comandados por velhos conhecidos do
mundo sindical permanecem em atividade. O Ministério Público Federal
recebeu recentemente uma série de denúncias de que algumas entidades
haviam furado a fila da homologação dos sindicatos graças à ajuda de
servidores do próprio ministério. Como não há almoço grátis na capital
federal, esses agentes públicos seriam bem recompensados.
Com base nas denúncias, o MPF resolveu promover um pente-fino nos pedidos de registros de sindicatos e descobriu coisas do arco da velha. Um dos operadores do esquema seria o secretário nacional de Relações de Trabalho do ministério Carlos Cavalcante de Lacerda. O secretário é ligado ao deputado Paulinho da Força (SD-SP).
Na gestão de Carlos Lupi, Paulinho era um dos pontas-de-lança da indústria de sindicatos. Representante da Associação Nacional dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras, Tiago Botelho, que tenta desde 2009 obter o registro sindical, disse à ISTOÉ que a homologação da sua entidade não ocorreu porque ele não topou fazer “o jogo” de Carlos Cavalcante de Lacerda. “Os emissários do Carlos quiseram que a gente entrasse no esquema, mas eu não jogo. Sempre (vêm com) uma conversa estranha: o que você pode fazer pela gente?”, conta ele. Os procuradores já tomaram depoimento de Carlos de Lacerda, que evidentemente negou tudo.
Fura-fila sindical
O Ministério Público Federal (MPF) quer saber qual a mágica que o PPR-SP – ligado a restaurantes, empresas e comércio – usou para ter o registro homologado pelo Ministério do Trabalho primeiro que outros 374 pedidos que estavam na frente
• Segundo denúncia enviada ao MPF, o PPR-SP protocolou pedido em 26 de dezembro do ano passado e seu pedido foi deferido em 24 de março deste ano
• Na Consulta Cronológica de Distribuição de Processos, dá para ver que havia pedidos feitos desde fevereiro do ano passado, como os da Sinticel, Sindeconbesp e Simted
• Mas o registro do PPR-SP acabou saindo na frente dos demais. Em 24 de março deste ano, o Diário Oficial da União trouxe a publicação do ato de homologação.
Com base nas denúncias, o MPF resolveu promover um pente-fino nos pedidos de registros de sindicatos e descobriu coisas do arco da velha. Um dos operadores do esquema seria o secretário nacional de Relações de Trabalho do ministério Carlos Cavalcante de Lacerda. O secretário é ligado ao deputado Paulinho da Força (SD-SP).
Na gestão de Carlos Lupi, Paulinho era um dos pontas-de-lança da indústria de sindicatos. Representante da Associação Nacional dos Servidores Efetivos das Agências Reguladoras, Tiago Botelho, que tenta desde 2009 obter o registro sindical, disse à ISTOÉ que a homologação da sua entidade não ocorreu porque ele não topou fazer “o jogo” de Carlos Cavalcante de Lacerda. “Os emissários do Carlos quiseram que a gente entrasse no esquema, mas eu não jogo. Sempre (vêm com) uma conversa estranha: o que você pode fazer pela gente?”, conta ele. Os procuradores já tomaram depoimento de Carlos de Lacerda, que evidentemente negou tudo.
Fura-fila sindical
O Ministério Público Federal (MPF) quer saber qual a mágica que o PPR-SP – ligado a restaurantes, empresas e comércio – usou para ter o registro homologado pelo Ministério do Trabalho primeiro que outros 374 pedidos que estavam na frente
• Segundo denúncia enviada ao MPF, o PPR-SP protocolou pedido em 26 de dezembro do ano passado e seu pedido foi deferido em 24 de março deste ano
• Na Consulta Cronológica de Distribuição de Processos, dá para ver que havia pedidos feitos desde fevereiro do ano passado, como os da Sinticel, Sindeconbesp e Simted
• Mas o registro do PPR-SP acabou saindo na frente dos demais. Em 24 de março deste ano, o Diário Oficial da União trouxe a publicação do ato de homologação.