O 15 de Março – O Planalto conta com Janot para tirar o povo da rua
Emissários
do governo Dilma decidiram ter um mínimo de juízo, coisa que o PT e a
CUT, como entes, definitivamente, parecem não ter. A central sindical
marcou para o dia 13 atos em defesa da Petrobras. Defesa contra quem? Só
se for contra os petistas e os cutistas, não é mesmo? É uma piada. Lula
já estrelou aquela patuscada no Rio, e todos viram no que deu a coisa:
os tontons macoutes do petismo distribuíram porradas em meia dúzia que
protestavam contra a roubalheira e só contribuíram para acirrar ainda
mais os ânimos.
Pois bem: o
Planalto quer que a CUT desista do ato por alguns bons motivos. Em
primeiro lugar, acha que será um fiasco, já que nem os esquerdistas
andam com muito ânimo para “defender a Petrobras”. Mas a razão principal
é outra: eventual manifestação do dia 13 acabaria pondo lenha da
fogueira e servindo, na verdade, como um estímulo para o ato em favor do
impeachment da presidente, que está marcado para o dia 15 em várias
cidades do país.
É
crescente a preocupação do governo com essa manifestação. A situação
política se deteriorou de tal maneira que o Palácio teme uma
manifestação gigante, para a qual não haveria resposta. Se vai mesmo
acontecer, ninguém sabe. Em 2013, os brasileiros expressaram um
sentimento difuso de mudanças. A presidente pôde então enrolar a turma
com a patranha das reformas. Em 2014, os protestos tinham como alvo os
gastos da Copa. Neste 2015, vai-se pedir é o impeachment da presidente.
Nesse caso, ela própria não teria muito a dizer.
Alguns
palacianos estão apostando todas as suas fichas na “Lista de Janot”.
Avaliam que, se ela estiver recheada com alguns nomes da oposição, a
pressão sobre o governo diminui, e o ânimo anti-Dilma arrefece. O Planalto, em suma, conta com Janot para tirar o povo da rua.