Saiba que remédios você pode ou não tomar se tiver a Covid-19 Estudos sugerem relação de medicamentos com o agravamento da doença: o que fazer nestes casos?


 Bolsonaro visita comércio e cumprimenta populares em Brasília: 'Defendo que todo mundo trabalhe'

Atitude do presidente ocorre menos de 24 horas após ministro defender o distanciamento social para evitar um colapso do sistema de saúde por causa do coronavírus 

Contrariando as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bolsonaro defendeu o fim da quarentena sob o argumento de que a crise na economia do país poderia ter consequências piores do que a Covid-19. Entre aqueles que elegeram o presidente, ninguém gostou de ouvir a comparação da pandemia, que já matou 114, com uma “gripezinha” ou “resfriado”. Mesmo diante de uma forte reação, Bolsonaro dobrou a aposta numa apresentação ao vivo numa rede social na quinta-feira e voltou a usar as mesmas expressões ao minimizar as consequências da doença e ainda acrescentou que o brasileiro tem a imunidade tão alta que “pula no esgoto e não pega nada”.

[COVID-19 não é assunto para ideologia. É sério, alta capacidade de contágio e letalidade não desprezível.
Assim, sugerimos que leiam " O dilema é real - Tentar preservar a atividade econômica não é preocupação sem sentido". A matéria é da Folha de S. Paulo

Se após ler, você tiver elementos para contestar os argumentos  apresentados pelo jornalista - que não está entre os apoiadores do presidente Bolsonaro -, continue isolacionista.
Caso contrário, pense melhor.

Na última segunda-feira, uma pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostrou que 35% dos entrevistados consideram o desempenho de Bolsonaro ótimo ou bom; 26% acham regular; e outros 33% avaliam como ruim ou péssimo. Cinco por cento não souberam responder. [a pesquisa citada, foi realizada por telefone, e ouviu menos de 2.000 pessoas.
A pesquisa por telefone é mais restritiva quanto ao alcance do que a presencial.] Os governadores, a quem o presidente culpa por prejuízos econômicos provocados pelo isolamento social, tiveram aprovação de 54% dos entrevistados.

Leia mais:Proposta do Ministério da Saúde prevê isolamento de três meses para idosos e abertura de bares com metade da lotação

Embora avaliem que haja equívocos na comunicação, apoiadores de Bolsonaro nesses setores continuam com ele e evitam críticas para “não jogarem mais lenha na fogueira”. Preocupados com o comportamento intempestivo do presidente, dizem que o país precisa de união e diálogo com os demais Poderes e os estados para enfrentar a doença e a crise econômica.

Ainda assim, no conflito com os governadores, aliados estão mais sintonizados com o presidente. Defendem a tese de um isolamento social mais brando, de 15 dias, que seriam suficientes para alcançar o que pesquisadores chamam de “achatamento da curva” — redução nas taxas de transmissão e mortalidade pelo menor número de pessoas circulando. Em seguida, haveria uma reabertura lenta e gradual com o cuidado de manter o isolamento de grupos de risco.

Empresários da indústria e do varejo defendem a necessidade de discutir e definir, agora, a hora certa para reativar os negócios. O prazo de duração da quarentena é questão-chave para avaliar os impactos sobre a economia e as medidas a serem tomadas.
O presidente da Fundação Abrinq, Synesio Batista da Costa, é favorável à retomada gradual dos trabalhos da indústria brasileira: Gripezinha foi desnecessário. Mas é o jeito dele (Bolsonaro), que está  eleito e precisamos respeitar. A gente se aborrece com o jeito de falar, mas é muito bom ter um presidente que entregue a economia para quem  sabe.
E o Paulo Guedes sabe exatamente o que fazer. A indústria não parou. Estamos a 20 por hora. Mas queremos voltar a trabalhar de maneira gradual. Não podemos entrar numa histeria.
[nunca é demais lembrar:
O Presidente Bolsonaro foi claro, claríssimo, quando disse 'QUE PARA ELE, COM UM PASSADO DE ATLETA, O CORONAVÍRUS É UMA GRIPEZINHA.]

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Decreto contorna insatisfação de evangélicos
O ato veio um dia depois de uma decisão judicial mandar fechar os templos em São Paulo. Os evangélicos recorreram e a decisão acabou derrubada.No pedido, alegaram que a própria OMS considera que as igrejas são importantes para “o bem estar físico, mental, espiritual e social”. Apreensivos com o risco de que uma guerra judicial em vários estados pudesse fechar os templos, eles articularam para que Bolsonaro fizesse o decreto.
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A medida foi fundamental para que os templos fossem mantidos de portas abertas durante a pandemia, desde que atendam as recomendações do Ministério da Saúde. Líderes das principais denominações dizem que vão fazer cultos online para evitar aglomerações. Sustentam ainda que as igrejas não podem deixar de atender os necessitados e que servem como ponto de assistência em locais pobres e favelas, onde o próprio estado não está presente.

Ruralistas sugerem união
Embora discordem da forma como o presidente Jair Bolsonaro se expressou ao tratar do novo coronavírus, os ruralistas adotam posição pragmática e concordam com os riscos que a quarentena representa para a economia.
Diferentemente de Bolsonaro, avaliam, no entanto, que é preciso união e diálogo para construir um caminho de retomada da economia, sem desacreditar a ciência.

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Ao tratar da postura de Bolsonaro, ele disse haver “mais erros de comunicação do que de atitudes”.
— Todo mundo conhece o perfil do presidente Bolsonaro. Ele é uma pessoa que não trabalha a comunicação no traquejo normal. Ele diz o que nem sempre as pessoas querem ouvir. Não quero criticar. No fundo, os dois lados (governadores e presidente) têm razão. Pode ser que (a economia) tenha que voltar a funcionar agora. Até então, era importante manter o isolamento.
Dependente das exportações, o agronegócio já vem de um desgaste com o Planalto em razão de uma crise diplomática criada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com a China, principal parceiro comercial do Brasil. O filho 03 do presidente culpou o país pelo vírus.

O deputado estadual Frederico D’Avila (PSL-SP), representante do setor, disse que foi cobrado a repreender Eduardo. — Falei que, não por ele ser um parlamentar, mas o filho do presidente, não poderia ter tuitado aquilo. Os agricultores ficaram preocupados de estragar relações comerciais. Ninguém quer isso — afirmou.

Em O Globo - MATÉRIA COMPLETA