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quinta-feira, 7 de julho de 2022

"Forças Armadas estavam quietinhos no seu canto", diz ministro da Defesa

Durante audiência em Comissão da Câmara dos Deputados, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira defendeu ainda que "nenhum sistema informatizado é totalmente inviolável"

 O Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, voltou a defender nesta quarta-feira (6/7) a participação das Forças Armadas nas eleições de 2022. Segundo o ministro, existiu um convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado para que as Forças Armadas fizessem parte da comissão de transparência das eleições.

[pergunta que precisamos fazer: qual a razão de tanta dificuldade para a participação das FF AA nas próximas eleições e que não custará um centavo aos cofres do TSE? 
Ao tempo que resiste que as Forças Armadas participem o TSE, segundo o Blog de Lauro Jardim, em o Globo, TSE aportou mais de R$ 500 mil em fundo da OEA para acompanhar eleições.]

As Forças Armadas estavam quietinhas no seu canto, no bom sentido, no vocabulário da minha terra, e foram convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para participarem dessa comissão de transparência das eleições. Naquele momento nós, as três forças, nos reunimos para definir a nossa participação”, afirmou o general.

A fala ocorreu durante audiência pública realizada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da Câmara dos Deputados. Também participaram da audiência os comandantes das Forças Armadas: Almir Garnier Santos (Marinha), Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).

Nenhum sistema informatizado é totalmente inviolável. Sempre existirão riscos, e citei os bancos, que gastam milhões com sistemas de segurança. Citei também na minha apresentação que não se trata, quando a gente trata desse assunto, de qualquer dúvida com relação ao sistema eleitoral”, disse o ministro da Defesa.

As Forças Armadas fazem parte da Comissão de Transparência Eleitoral do TSE desde setembro do ano passado. De acordo com o ministro Paulo Sérgio Nogueira, a participação ocorre com uma equipe técnica de integrantes das Forças e “no final, a decisão será do Tribunal Superior Eleitoral”.

Fachin afirma que Forças armadas podem colaborar, mas não intervir
Ainda nesta quarta-feira (6/7), o presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin, defendeu que as Forças Armadas podem colaborar com o processo eleitoral, mas não intervir. Ele participou de uma palestra em Washington, Estados Unidos, organizada pelo Brazil Institute, do instituto de pesquisa Wilson Center. “Por razões do campo da política, há quem queira transformar essa participação numa participação que, em vez de ser colaborativa, seja praticamente interventiva. Evidentemente, esse tipo de circunstância nós não só não aceitamos, como não aceitaremos”, disse o ministro. Fachin também afirmou que a coordenação do processo eleitoral cabe apenas ao TSE. [esperamos que o "as Forças Armadas podem colaborar" não se limite apenas a carregar urnas e eventuais ações de segurança.]

Política - Correio Braziliense 

TSE aportou mais de R$ 500 mil em fundo da OEA para acompanhar eleições

Blog Lauro Jardim - O Globo  

 O ministro Edson Fachin, presidente do TSE, celebrou nesta terça-feira um acordo com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, para que delegados da organização acompanhem as eleições brasileiras em outubro. Antes mesmo da assinatura, em dezembro do ano passado, o tribunal aportou, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, US$ 100 mil – mais de R$ 500 mil na cotação daquele período - à entidade. Os valores foram incorporados ao fundo que permite a realização de missões de observação eleitoral.

É o que consta em ofício enviado por Fachin, em meados de março, ao chanceler Carlos França. No documento, o ministro pede auxílio do Itamaraty para convidar Almagro a enviar a missão de observação ao Brasil. A OEA já havia elaborado relatórios sobre os pleitos de 2018 e 2020 no país, nos quais fez recomendações técnicas que estão sendo trabalhadas pelo TSE.

No início de abril, o embaixador Otávio Brandelli, representante do Brasil na OEA, comunicou por meio de telegrama a confirmação da missão eleitoral para o pleito que se avizinha. Ressaltou, porém, que o expediente ocorreria “sob a condição de existência de recursos”. Deu a entender que mais verbas podem ser repassadas.

Lauro Jardim, colunista  - Blog em O Globo

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Ministros do STF veem Forças Armadas em busca de 'protagonismo' nas eleições - Bela Megale

O Globo 

Eleições 2022

O envio de um ofício pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi visto com ressalvas por parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento, que pede ao TSE a divulgação dos sugestões feitas pelas Forças Armadas para as eleições de outubro, foi apontado por parte dos magistrados como um “movimento em busca de protagonismo no processo eleitoral”. A avaliação de três ministros à coluna foi que os militares estariam usando a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) para isso. [As Forças Armadas não precisam de protagonismo, elas são protagonistas diuturnamente, de ações em prol do Brasil e dos brasileiros. Estão sempre presentes e atuantes, não se exibem por alguns meses e depois saem do palco por anos. Em nossa opinião se as FF AA, de forma legal e regular, apresentaram sugestões para as eleições de outubro o órgão destinatário tem o direito de não aceitar tais sugestões e até arquivá-las. Mas tem o DEVER ético, moral e legal de divulgar as sugestões recebidas. Se a Constituição Federal impõe transparência no Serviço Público, qual o amparo para que um órgão pública decida ocultar sugestões que recebe?]
 

O ministro da Defesa, general Paulo Sergio

Outro fator que chamou a atenção dos magistrados é que o movimento acontece dois dias após o encontro do ministro da Defesa com o presidente do STF, Luiz Fux. A agenda foi considerada positiva por ambos. Apesar do incômodo com o ofício, integrantes do Supremo e do TSE não acreditam em uma nova escalada de crise entre os poderes.  

Magistrados do STF avaliam que uma medida para evitar esse tipo de uso da comissão seria ampliar o número de participantes no grupo. Hoje ele é integrado por representantes do Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União, Forças Armadas, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícia Federal Ministério e Público Eleitoral (MPE), além de especialistas na área de tecnologia e representantes de organizações da sociedade civil que atuam na área de transparência eleitoral.

 Bela Megale, colunista - O Globo