O ministro da Defesa garantiu que nada sobre a intervenção federal foi comentado na reunião
Na primeira vez que um presidente da República participa da reunião mensal do Conselho Militar de Defesa, a intervenção federal no Rio de Janeiro, comandada por um general do Exército, não esteve em pauta. Nesta quinta-feira (22/02), o presidente Michel Temer chegou ao Ministério da Defesa às 10h30 e deixou o local exatamente três horas depois. Na saída, Temer disse apenas ter tido o prazer de ser convidado pelo ministro Raul Jungmann e pelos comandantes das Forças Armadas para conhecer as atividades militares. “Depois fui brindado com um almoço muito agradável”, afirmou.
O ministro da Defesa
garantiu que nada sobre a intervenção federal foi comentado na reunião.
“Posso assegurar que temas como intervenção e GLO (Garantia da Lei e da
Ordem) não compareceram em nenhum momento, tampouco a criação do
Ministério da Segurança Pública”, disse. “Essa é uma reunião mensal.
Como um presidente nunca visitou o Ministério da Defesa é motivo de
muita alegria e honra para nós e para os comandantes”, ressaltou.
O interventor do Rio de Janeiro, general do Exército Braga Netto,
não estava presente na reunião.“Intervenção é algo da esfera
administrativa estadual e o interventor que não estava presente responde ao
presidente da República. Eu respondo pela GLO, pelas Forças Armadas”,
destacou Jungmann. O ministro disse, no entanto, que a GLO pode ter
alguma mudança no Rio, a depender da necessidade do general. “Eu
falei com o general Braga por telefone. Ele me dizia que espera, nos
próximos dias, talvez na semana que vem, apresentar todos os detalhes”,
disse. Jungmann assinalou que a GLO não ficou parada no Rio. “Fizemos
varreduras de presídios, bloqueios nas principais rodovias federais do
Rio, estivemos na comunidade onde ocorreu um ataque a uma unidade
militar. Então, a GLO continua dentro do seu planejamento. O interventor
cuida da parte estadual, administrativa, da segurança no Rio de
Janeiro, e sua grande preocupação é reestruturar e fortalecer as forças,
as polícias Militar e Civil, Bombeiros, sistema carcerário”, explicou.
Correio Braziliense
O
ministro admitiu a possibilidade de migração do crime. “Nós sabemos que
o crime é nacional. Na verdade, a migração ocorre dentro do Rio, dentro
de Pernambuco, de Goiás. No momento em que tem mais eficácia das forças
de segurança, o crime, em certa medida, migra. Essa é uma preocupação
que temos que ter e cuidar para que ela não se dissemine”, afirmou.
Além
de do ministro Jungmann e do presidente Temer, participaram da reunião o
ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio
Etchegoyen, o secretário-geral do Ministério da Defesa, general Joaquim
Silva e Luna, os comandantes do Exército, general Eduardo Villas Bôas,
da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, e da Aeronáutica, tenente
brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato.