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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Em reunião com militares, Temer não comenta sobre intervenção no Rio

O ministro da Defesa garantiu que nada sobre a intervenção federal foi comentado na reunião

Na primeira vez que um presidente da República participa da reunião mensal do Conselho Militar de Defesa, a intervenção federal no Rio de Janeiro, comandada por um general do Exército, não esteve em pauta. Nesta quinta-feira (22/02), o presidente Michel Temer chegou ao Ministério da Defesa às 10h30 e deixou o local exatamente três horas depois. Na saída, Temer disse apenas ter tido o prazer de ser convidado pelo ministro Raul Jungmann e pelos comandantes das Forças Armadas para conhecer as atividades militares. “Depois fui brindado com um almoço muito agradável”, afirmou.

O ministro da Defesa garantiu que nada sobre a intervenção federal foi comentado na reunião. “Posso assegurar que temas como intervenção e GLO (Garantia da Lei e da Ordem) não compareceram em nenhum momento, tampouco a criação do Ministério da Segurança Pública”, disse. “Essa é uma reunião mensal. Como um presidente nunca visitou o Ministério da Defesa é motivo de muita alegria e honra para nós e para os comandantes”, ressaltou.
 
O interventor do Rio de Janeiro, general do Exército Braga Netto, não estava presente na reunião.“Intervenção é algo da esfera administrativa estadual e o interventor que não estava presente responde ao presidente da República. Eu respondo pela GLO, pelas Forças Armadas”, destacou Jungmann. O ministro disse, no entanto, que a GLO pode ter alguma mudança no Rio, a depender da necessidade do general. “Eu falei com o general Braga por telefone. Ele me dizia que espera, nos próximos dias, talvez na semana que vem, apresentar todos os detalhes”, disse. Jungmann assinalou que a GLO não ficou parada no Rio. “Fizemos varreduras de presídios, bloqueios nas principais rodovias federais do Rio, estivemos na comunidade onde ocorreu um ataque a uma unidade militar. Então, a GLO continua dentro do seu planejamento. O interventor cuida da parte estadual, administrativa, da segurança no Rio de Janeiro, e sua grande preocupação é reestruturar e fortalecer as forças, as polícias Militar e Civil, Bombeiros, sistema carcerário”, explicou.

O ministro admitiu a possibilidade de migração do crime. “Nós sabemos que o crime é nacional. Na verdade, a migração ocorre dentro do Rio, dentro de Pernambuco, de Goiás. No momento em que tem mais eficácia das forças de segurança, o crime, em certa medida, migra. Essa é uma preocupação que temos que ter e cuidar para que ela não se dissemine”, afirmou. 

Além de do ministro Jungmann e do presidente Temer, participaram da reunião o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, o secretário-geral do Ministério da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, os comandantes do Exército, general Eduardo Villas Bôas, da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, e da Aeronáutica, tenente brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato.

Correio Braziliense