Em 2016, o juiz Sergio Moro pediu “escusas” ao Supremo Tribunal Federal
(STF) por ter liberado a divulgação do áudio de um telefonema da
presidente Dilma Rousseff a Lula. Os 95 segundos da conversa detonaram a nomeação de Lula para a chefia da
Casa Civil e deram mais um empurrão na derrubada do governo petista. [com as devidas vênias, destacamos que Moro, foi um verdadeiro Superman, visto que com sua decisão impediu que um criminoso fosse nomeado ministro de Estado (aliás, a Casa Civil, durante os governos petistas, foi sempre comandada por bandidos: Zé Dirceu, Erenice, Palocci, quase Lula, etc) e quanto a ter dado mais um empurrão na organização criminosa que presidia o Brasil, temos que agradecer, cada minuto do perda total = PT no governo aumentava o desastre que Temer herdou - tentou consertar, Janot não deixou - e passou para Bolsonaro - cujos inimigos, que também são do Brasil, tentam impedir que o presidente reduza os danos que herdou.]
“Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários. Jamais foi a intenção desse julgador provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas escusas a este Egrégio Supremo”.
Mensagens e grampos reunidos por uma equipe da Folha de S.Paulo e do Intercept Brasil mostraram que a única coisa verdadeira na carta de Moro era a data. Moro e os procuradores quiseram, e conseguiram, criar a polêmica e constrangimento.
[dois detalhes de grande importância:
- as conversas do 'intercePTação', são produto de crime e sem autenticidade comprovada - a única verdade que elas poderiam conter, não contém, já que não contam sobre as movimentações atípicas do deputado David Miranda, marido do 'verdevaldo';
- na época da hipotética 'mentira' de Moro, mentir era a regra, tanto que o presidiário petista na defesa de um dos seus rolos, apresentou recibos com datas inexistentes; 31 de junho e 31 de novembro.]
(...)
O telefonema de Dilma muda tudo
Às 13h32m, Dilma telefonou para Lula, avisando que o “Bessias”estava a
caminho, levando o documento de sua nomeação para chefia da Casa Civil.
Doze minutos depois, o jogo mudou. Numa rapidez inédita, o agente federal Rodrigo Prado informou aos procuradores:
“Senhores: Dilma ligou para Lula avisando que enviou uma pessoa para entregar em mãos o termo de posse de Lula. Ela diz para ele ficar com esse termo de posse e só usar em ‘caso de necessidade’... Estão preocupados se vamos tentar prendê-lo antes de publicarem no Diário Oficial a nomeação do Lula”.
Às 13h46m, o Planalto divulgou a nomeação de Lula para a chefia da Casa Civil.
Às 14h26m, o delegado Luciano Flores de Lima mandou que Prado transcrevesse a conversa de Dilma com Lula, “sem comentários”. Às 15h34m, o delegado narrou ao juiz Moro o conteúdo da conversa.
Às 16h21m, Moro levantou o sigilo de todos os telefonemas, inclusive
daqueles que ocorreram depois do seu despacho suspendendo a escuta.
“O mundo caiu”
Às 18h40m, ao vivo e a cores, o diálogo de Dilma com Lula foi ao ar e o procurador Carlos Fernando registrou: “Tá na GloboNews”.
Deltan comentou: “Ótimo dia. Rs”.
O procurador Athayde Costa arrematou: “O mundo caiu”.
Caiu, mas todos sabiam o que haviam feito.
O procurador-geral Rodrigo Janot estava na Suíça e seu chefe de gabinete, Eduardo Pelella, perguntou: “Vocês sabiam do áudio da Dilma? (...) A gente não falou sobre isso”(19h17m).
Minutos antes, Deltan dissera que “por cautela, falei com Pelella e deu ok”. Esquisito, porque ao saber que o grampo de Dilma com Lula não estava no relatório da PF, Pelella espantou-se:
“Não estão nos relatórios? Caralho!!!” (19h23m).
(...)
Nessa troca de mensagens que foi das 21h às 23h, os procuradores Andrey Borges de Mendonça e Antonio Carlos Welter levantaram dúvidas quanto à legalidade da divulgação do grampo de Dilma com Lula. Seis outros acompanharam a tese de Carlos Fernando para quem discutia-se uma filigrana, prontificando-se a renunciar, indo à televisão para denunciar o governo.
Não foram necessárias renúncias coletivas nem entrevistas agressivas. A manobra teve o apoio da opinião pública, o ministro Gilmar Mendes cassou a posse de Lula e seis meses depois Dilma Rousseff foi deposta pelo Congresso.
No dia 16 de março de 2016, a República de Curitiba teve sua maior vitória. Como no gol de Maradona, a bola foi ajeitada com a mão (“de Deus”, como ele disse).
Era?
Na Folha de S. Paulo e O Globo, leia matéria completa - Elio Gaspari, jornalista