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domingo, 25 de agosto de 2019

Bolsonaro jogou o Brasil na fogueira - Bernardo Mello Franco


O Globo



AMAZÔNIA EM CHAMAS - O Brasil na fogueira


As imagens da Amazônia em chamas estão queimando o filme do Brasil no exterior. Com palavras e ações, o governo de Jair Bolsonaro estimulou o avanço dos desmatadores sobre a floresta. Agora o país inteiro está na fogueira, sob risco de sofrer um boicote internacional[lembram das mentiras que o site 'intercept', que se tornou conhecido como intercePTação, publicou e que todos achavam que seria o ESCÂNDALO, o pai de todos os escândalos e que se revelou ser 'o escandalozinho que encolheu'?
Esse boicote que o francês Macron, perdendo popularidade dia sim e no seguinte também, tentou criar não passou de um traque francês. NÃO VAI TER BOICOTE o BRASIL continua sendo  uma NAÇÃO SOBERANA e o presidente Bolsonaro livre para cortar o cabelo na hora que quiser e os franceses continuam não sendo confiáveis.] A semana terminou com protestos em embaixadas, críticas de líderes do G7 e manchetes negativas nos principais jornais do mundo. Nossa reputação sofre o maior desastre em 50 anos, definiu o embaixador Rubens Ricupero, ministro do Meio Ambiente no governo Itamar [Ricúpero!!! certamente muitos lembram deste nome; é o daquele ministro que admitiu que o que ´bom a gente fatura o que é ruim a gente esconde'.
Aqui, Vídeo e mais detalhes.]
É um caso único de haraquiri diplomático. Em menos de oito meses, Bolsonaro conseguiu unir a comunidade científica, os ambientalistas e a opinião pública internacional contra o governo que dirige.



[Sugestão: que tal ouvir quem realmente entende de Amazônia, Amazonas e de índios?


Abaixo tem um vídeo em que ORLANDO VILLAS BOAS, um dos maiores indigenistas, apresenta sua versão sobre as riquezas amazônicas, desmatamentos e terras indígenas.
Diz com conhecimento e isenção as razões do súbito interesse dos países desenvolvidos pela Amazônia.]

Depois de hostilizar doadores do Fundo Amazônia e tentar culpar as ONGs pelos incêndios, o presidente se refugiou no patriotismo para rebater líderes estrangeiros. Na quinta-feira, ele acusou o francês Emmanuel Macron de expressar uma “mentalidade colonialista” ao condenar a devastação da floresta. O tom conspiratório foi endossado pela ala militar do governo. O general Villas Bôas falou em “ataque à soberania brasileira”, e o general Augusto Heleno reciclou a tese de que haveria um “movimento mundial” para “frear nosso inevitável crescimento”. Esta é uma conversa antiga, usada pela ditadura para justificar a ocupação predatória da Amazônia.

*Bomba! O grande brasileiro e indigenista, o Orlando Villas Boas, já previa, há décadas, há muito tempo atrás, para o que já foi dado o primeiro passo com a criação da reserva indígena "Raposa Serra do Sol". Vejam o vídeo e repassem em massa: O Bolsonaro está certo, ou não, em "colocar o dedo nesta ferida"?
 
Além de soar antiquado, o discurso nacionalista não combina com as ações do Planalto. Há menos de um mês, Bolsonaro disse que deseja abrir as terras indígenas para mineradoras americanas. “Por isso eu quero uma pessoa de confiança minha na embaixada”, acrescentou, referindo-se à indicação do filho Eduardo.  Em outro sincericídio, o Zero Três passou um atestado de inadequação à diplomacia ao divulgar um vídeo que chama o presidente da França de “idiota”. Seria melhor entregar a embaixada a Neymar, que tuitou um anúncio de relógio enquanto jogadores europeus se mobilizavam contra as queimadas.

A ofensiva do bolsonarismo contra as terras indígenas pode provocar a próxima crise na reputação do país. Aos 89 anos, o cacique Raoni tem rodado a Europa para denunciar a pressão de garimpeiros e desmatadores sobre os povos tradicionais. Na sexta-feira, ele acusou o presidente de incentivar a destruição da floresta. “É por isso que os garimpeiros e madeireiros estão colocando fogo”, disse. Raoni se reuniu até com o Papa, mas Bolsonaro se recusa a recebê-lo, alegando que ele “não representa o Brasil”. [o Papa em um gesto humanitário, cristão, recebe qualquer um - até o presidiário Lula já foi recebido no Vaticano; 
Bolsonaro é mais prático e receber Lula e Raoni é perda de tempo - os dois tem em comum o fato que nunca trabalharam.]

Por aqui, o líder indígena Davi Kopenawa tem alertado para o aumento das invasões em território ianomâmi. “O garimpeiro continua porque o Bolsonaro está apoiando ele. Todo mundo sabe”, disse, na sexta-feira. “O garimpo não vai trazer benefício ao povo ianomâmi. Vai trazer doença, cachaça, pistola para matar”, afirmou. Em debate no Instituto Moreira Salles, o xamã se disse “revoltado” com o presidente. “Ele só sabe mentir, enganar. Está dizendo que a terra é grande, é rica e tem pouco índio. Ele não me engana, não”, avisou.


Bernardo Mello Franco, jornalista  - O Globo